Serie A

Pa… loschi!

Mario Balotelli acabou surgindo, meio que sem querer, como uma réplica a Alexandre Pato. O lado nerazurro de Milão provou que também possui seu jovem prodígio. A tréplica do Milan, ainda mais inesperada e menos planejada, apareceu em questão de dias: Alberto Paloschi. Palo já havia estreado pelo time de cima na Coppa Italia, na qual marcou em seus dois jogos contra o Catania, nas quartas-de-final. Deixou o time principal para disputar Viareggio, e, três partidas e dois gols depois, foi convocado às pressas para o jogo do último domingo, contra o Siena. Quem diria que o responsável por acertar os trilhos do Milan no trajeto da Europa que conta é um jovem que ainda pega ônibus para sair da escola e ir para os treinamentos em Milanello?

Milan 1-0 Siena – Paloschi
Kaká poupado, Gilardino suspenso, Pato lesionado, Ronaldo em “má fase física” e Inzaghi em dúvida. Foi o que precedeu a convocação de Paloschi. Em campo, Ronaldo e Inzaghi formaram (pela primeira vez) uma dupla não muito afinada à frente do 4-4-2 manco de Ancelotti. Com Ambrosini e Pirlo no meio de campo, os flancos foram cobertos, no primeiro tempo, por Serginho e Brocchi. O brasileiro foi um dos poucos destaques individuais da partida, sempre pela esquerda. Já Beretta apostava no ex-milanista Locatelli às costas de Frick e Maccarone.

Paloschi comemora gol: jovem fez dupla com seu ídolo Inzaghi

O Siena via a sorte se esvair a cada lance mais agudo. Uma trave, alguns chutes desviados, um impedimento discutível e, em última cirscunstância, Kalac. O goleiro garantiu o resultado aos 43 do segundo tempo, com bela defesa em chute do maior artilheiro da história de Liechtenstein. Pouco antes, o garoto Paloschi havia entrado no lugar de um cansado Serginho e, com apenas 18 segundo em campo, marcado o gol da vitória em seu primeiro toque na bola. Os rossoneri ficaram a apenas dois pontos da Fiorentina, que tem um jogo a mais. Já o Siena, a um ponto da zona de rebaixamento, provou outra vez que encarará sem medo a fase final do campeonato.

Atalanta 2-2 Fiorentina – Muslimovic (2); Pazzini, Semioli
Em Bérgamo, a Fiorentina sofreu um golpe nos acréscimos do segundo tempo, quando Muslimovic fechou sua dopietta e decretou o empate da equipe da casa. Foram os primeiros gols do bósnio pela Atalanta. Mesmo sem titulares como Bellini e Doni, a equipe de Del Neri investiu contra os viola, sem Mutu. Como tem sido tônica, sem o romeno o time inexistiu ofensivamente e encontrou seus gols em cruzamentos de Ujfalusi e Kuzmanovic. E Semioli finalmente desencantou.

Catania 0-2 Inter – Cambiasso, Suazo
Com uma pequena mão da arbitragem, outra vitória de uma Inter que já ligou o piloto automático e apenas aguarda por maio (abril, talvez) para garantir o scudetto do centenário. Baldini manteve seu Catania com três atacantes – desta vez Colucci, Spinesi e Mascara; Martínez recuperando-se de lesão -, enquanto Mancini optou por Jiménez pela direita na linha de meio-campo. A partida, disputada com muita grinta e pouco futebol, se despediu do chileno no início do primeiro tempo, com uma lesão muscular.

Cambiasso bate Polito: gol chorado por Catania e Roma

Stovini, até então irrepreensível, permitiu que um apagado Ibrahimovic resurgisse na ripresa. O sueco cruzou para Zanetti encontrar Cambiasso livre – porém impedido – na área. O radoppio veio poucos minutos depois: Júlio César lançou Ibra, que achou Suazo livre. O hondurenho tirou o goleiro Polito do lance com categoria e mandou para as redes. Ao fim do jogo, Baldini preferiu não crucificar Farina pelo resultado, que deixa o Catania longe das vitórias desde 15 de dezembro. Ao contrário da torcida, que apoiou o time durante os noventa minutos e acompanhou a saída do árbitro (antes do terceiro tempo, fica a nota) ao coro de “guarda la tv, Farina, guarda la tv”. Pietro Lo Monaco, administrador-delegado dos etnei, reclamou em outra área: segundo ele, Materazzi não poderia estar em campo após ser vetado do jogo da seleção italiana, na última quarta-feira. Fica a expectativa sobre a decisão da Federcalcio.

Cagliari 1-1 Parma – Jeda; Reginaldo
Pela primeira vez no campeonato, o Cagliari chegou à terceira partida consecutiva sem derrota. Mas nem por isso deixou a lanterna, e está a três pontos da Reggina, penúltima colocada. O jogo se fez no fim do primeiro tempo: aos 34′ o brasileiro Jeda acertou um petardo que bateu na trave de Bucci antes de entrar. Apenas dois minutos depois o também brasileiro Reginaldo aproveitou-se de seguidos erros da defesa sardenha para empatar. O time de Ballardini parece se encontrar ao jogar sem os renomados, como Fini e Foggia. Já Di Carlo encontra em Lucarelli um problema: a dificuldade que o artilheiro tem encontrado para se encaixar no jogo da equipe.

Roma 2-0 Reggina – Panucci, Mancini
Uma Roma convalescente, mas vitoriosa. Desinteressados após abrir o placar com Panucci e novamente pecando nas finalizações, os giallorossi deram campo para que os comandados de Ulivieri buscassem a reação. Seguindo com as improvisações de Giuly no centro da armação do time e de Cassetti pela esquerda da defesa, a Roma esteve instável. Dominou o primeiro tempo e não conseguiu marcar mais de uma vez; no segundo, viu as entradas de Amoruso e Makinwa complicarem uma partida até então fácil. Os calabreses marcaram um gol bem anulado e acertaram a trave de Doni num contra-ataque puxado pelo nigeriano, fazendo tremer a torcida da Curva Sud. Apenas uma proeza de Giuly, convertida em gol por Mancini, fechou a partida.

Mancini disputa com Missiroli: brasileiro voltou a marcar

Contando com um pouco de sorte, a Roma desta vez soube reagir melhor aos momentos de dificuldade. Perrotta, Pizarro e Tonetto deixaram a equipe após a goleada de Siena, dando lugar a Giuly, Aquilani e Cicinho. O brasileiro, sem a proteção de um Taddei disperso, não conseguiu ser incisivo no ataque. Já Aquilani voltou a dar o toque de classe ao lado de De Rossi. Mantém-se em oito pontos a distância para a Internazionale, ao menos até o fim de semana, de Juve-Roma e Inter-Livorno. Já a Reggina vê que a salvezza não é utopia após a chegada dos reforços, em especial Brienza.

Outros resultados:

Sampdoria 2-0 Napoli – Delvecchio, Franceschini
Cassano, pela primeira vez no campeonato jogando por 90′, fez a jogada do gol de Delvecchio, que retribuiu com uma assistência para Franceschini fechar o jogo sobre um Napoli irreconhecível.

Empoli 1-0 Lazio – Vannucchi
Lenta e vulnerável, a squadra de Delio Rossi foi castigada por uma cobrança de falta perfeita de Vannucchi. O Empoli, o melhor entre os três da zona de rebaixamento, fica a quatro pontos da Lazio.

Udinese 1-2 Juventus – Dossena; Camoranesi, Iaquinta
Depois de quatro empates, a Juve reencontrou as vitórias em pleno Friuli. Dossena aproveitou cruzamento de Quagliarella para abrir o placar, mas a virada saiu no segundo tempo, muito graças a Buffon.

Livorno 1-1 Genoa – Tavano; Di Vaio
Tavano anotou seu décimo gol no campeonato após grande passe de Tristán; Di Vaio decretou o empate no fim do jogo, após mau desvio de Knezevic. O Livorno enfrentará Milan e Inter em sequência, no San Siro.

Torino 3-1 Palermo – Diana, Di Michele (2); Amauri
Após o gol de Amauri, Diana empatou e Di Michele resolveu: a lei do ex derrubou o Palermo, que recebeu a fúria do presidente Zamparini nesta terça, em conversa pessoal com todo o elenco.

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