Serie A

Quando nada dá certo

A partida contra o Livorno iria inaugurar no Milan uma nova fase. Depois das duas últimas vitórias do time rossonero (somadas com os dois tropeços da Fiorentina), o ânimo estava em alta em Milanello. Tudo turbinado com o bom início de Pato e Paloschi no time principal. Mas o Milan 2007-08 deu mais uma prova de que, ao contrário daquele que venceu a Europa no último ano, não é confiável nos momentos críticos.

Contagiado pelo ânimo da torcida e da imprensa, Ancelotti fez uma aposta arriscada: com Ronaldo e Inzaghi bem distantes do ápice físico, Paloschi foi escalado ao lado de Gilardino. E o 4-4-2 que se mostrou vulnerável em Siena deu lugar ao já testado 4-3-1-2, desta vez com Gourcuff de trequartista. O francês não decepcionou e fez o que dele já é o esperado: nada. Ilhado na armação, a dupla de ataque não recebia bolas em quantidade, muito menos em qualidade, e o jogo modorrento entregava seus espectadores ao sono de Morfeo.

Pulzetti marcou o belo gol do Livorno, que recuou demais após a vantagem e saiu “apenas” com o empate, já que Vidigal levou a mão à bola dentro da grande área e Pirlo converteu. O mesmo Pulzetti ainda perdeu uma ótima oportunidade, livre na área, quando isolou passe de Pasquale. Mas o que rodou jornais e mesas redondas foi o lance do pênalti, por outro motivo. Nele, um dos grandes campeões da atualidade caiu. Outra vez.

As críticas sempre estarão presentes. Seja pela final da Copa de 98, pela forma com que se apresentou na Copa de 2006, pela desconfiança no departamento médico do Milan. Assim como sempre estarão presentes os defensores do atacante, imprescindível na Copa de 2002, fundamental antes da final de 98 e artilheiro por onde passou.

Uma informação óbvia, mesmo para quem não tem formação em Medicina, é que em um determinado momento o corpo não suporta mais o ritmo competitivo. Parece ser a atual situação de Ronaldo, que jamais conseguiu engatar uma seqüência de quatro jogos pelo Milan. Sua indisposição para entrar em campo nas últimas partidas, aliás, era notória e divulgada até mesmo pela mídia, para a loucura da direção do clube, avessa a “comunicados” via imprensa. Em Siena, passou apenas um tempo em campo; contra o Livorno, apenas dois minutos.

A lesão desta quarta-feira, no tendão patelar do joelho esquerdo, é uma velha conhecida. Foi a que o tirou seu joelho direito dos gramados por mais de um ano, num Lazio-Inter de 2000. Ronaldo ficará de fora por pelo menos nove meses. Tempo mais que suficiente para que os profetas do apocalipse apostem que, dessa vez, é mesmo o fim da linha para o atacante.

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1 Comentário

  • O Ronaldo tem história e, por isso, carisma.

    Porém, é fato que não é mais o mesmo já faz um tempo.

    Penso que, antes de discutirmos se ele volta ou não a campo, a torcida tem que ser pela saúde dele. No futebol, ele pensa depois.

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