Serie A

900 minutos em 9: 3ª rodada

*texto escrito em parceria com Mateus Ribeirete.

Genoanos brilham no Marassi e parecem em condições de brigar forte na temporada

A terceira rodada ficou marcada pela continuidade da dupla de Gênova nas primeiras colocações, além da ascensão da Inter, recuperando o terreno perdido na primeira rodada, com o empate ante o Bari. No sábado, porém, Lazio e Juventus, que lideravam o campeonato, se enfrentavam para definir qual das duas squadras manteria 100% de aproveitamento e seguiria na liderança da Serie A. O Olímpico foi palco de um primeiro tempo agradável e cheio de lances de perigo para ambos os lados. Um pouco mais para a formação biancoceleste, é verdade, que chegou a ter um gol anulado: Mauri marcou, mas o juiz viu falta de Cruz sobre Legrottaglie, bastante contestada pela mídia italiana. No segundo tempo, porém, a Juventus saiu na frente, com gol do uruguaio Cáceres, que acabara de entrar. No finalzinho da partida, Trezeguet fez o segundo gol bianconero, após Muslera ter dado rebote em um forte chute de Amauri. Se a Juventus seguiu com 100% de aproveitamento, a Lazio jogou bem sem Zárate e mostrou que pode surpreender.

Um pouco antes, no primeiro jogo da rodada, o Livorno teve várias chances de sair com a vitória sobre o Milan durante toda a partida, principalmente em chutes de longa distância de Candreva, bem defendidos por Storari, ou com a inacreditável cabeçada para fora de Lucarelli, na pequena área. Ronaldinho, mais uma vez omisso, foi vaiado pela torcida quando substituído por Pirlo. O azzurro, aliás, esquisitamente escalado como ponta, foi autor da mais clara chance de gol rossonera, numa cobrança de falta que acertou o travessão. O jogo só terminou empatado porque, no último minuto, Pulzetti foi egoísta e não passou a bola para Candreva, livre na grande área. A se destacar também o amadorismo da diretoria livornese, ao mandar a campo jogadores com nomes escritos erradamente em suas camisteas: Candreva virou “Cadreva” e Perticone virou “Petricone”. Além disso, a partida foi atrasada em alguns minutos porque Mozart estava sem documentação e foi preciso buscá-la no hotel.

O outro lado de Milão, ao contrário, teve motivos para comemorar. Após um primeiro tempo amarrado e em que a equipe, liderada por Zanetti, cometia erros no ataque e encontrava dificuldades de vencer a linha defensiva do Parma, com destaque para o experiente Panucci e ao goleiro Mirante. No segundo tempo, com a entrada de Balotelli no posto de Thiago Motta, a Inter voltou com postura mais agressiva e mais vontade de matar o jogo e se poupar para o embate contra o Barcelona. Saíram do prodígio nerazzurro os dois gols da equipe: no primeiro, um toque simples para Eto’o vencer Mirante com um belo chute da entrada da área. No segundo, após contra-ataque puxado pelo jovem esloveno Khrin, que estreava na Serie A, SuperMario cruzou na medida para Milito se redimir dos erros cometidos ao longo da partida. Pelo lado do Parma, apenas Biabiany levou perigo à defesa adversária, mostrando muita velocidade.

O Siena recebeu a Roma e, na primeira meia hora de jogo, abriu o placar. Maccarone entortou Mexès e deixou os bianconeri na frente. A virada só veio no fim, quando o mesmo Mexès, na área, e Riise, de falta, aos 89 minutos, marcaram. O destaque na estreia de Claudio Ranieri foi sua escalação bizarra: Burdisso começou na lateral esquerda. Taddei foi meia por este mesmo lado, enquanto Perrotta ocupou a direita. Não bastasse, Pizarro foi o jogador mais próximo do único atacante, Totti. A cara do time só mudou com a entrada de Vucinic. Andreolli, Cerci e Okaka, os poucos jovens aproveitáveis da equipe, sequer foram relacionados – o que vai contra as declarações de Rosella Sensi de uma “linha verde” romanista logo na apresentação de Ranieri. Porém, a partida fica marcada pelo comportamento da torcida do Siena, que entoou coros ofensivos a Daniele De Rossi. Estes tinham como tema o sogro do jogador, assassinado em agosto do ano passado.

A Sampdoria, por sua vez, segue vencendo: no duelo fora de casa contra a Atalanta, contou com uma atuação impecável de Castellazzi, que, aos 34 anos, tem merecido uma lembrança nas listas de Marcello Lippi. Em partida equilibrada, o gol da vitória surgiu de – adivinha só – bela jogada de Cassano para finalização precisa de Mannini, que tem se mostrado de grande ajuda ofensiva à dupla Cassano-Pazzini. A Atalanta, apesar de chegar à terceira derrota seguida, criou inúmeras chances – acertando a trave duas vezes.

Em Udine, um nome: Antonio Di Natale. O atacante da seleção realizou uma tripletta, virando a partida para os bianconeri, que perdiam por 2 a 1. O Catania, que começou na frente com um chute de Morimoto completamente desviado e avançou no placar com Mascara, de pênalti, não conseguiu segurar o início privilegiado. Di Natale chegou ao sexto gol em três atuações. O Bologna, que havia empatado suas duas partidas, perdeu em casa para o Chievo. Os visitantes dominaram o primeiro tempo inteiro. No segundo, contudo, a equipe rossoblù cresceu na partida, mas não o suficiente para encostar no placar. O time de Di Vaio e Osvaldo desperdiçou chances por desatenção e até displicência.

Em Florença, bastou um cruzamento certeiro de Vargas para Gilardino definir a partida contra o Cagliari. A squadra de Massimiliamo Allegri “lidera” o grupo de rebaixamento, com um ponto. A Fiorentina, por sua vez, pode se focar na Liga dos Campeões. Em La Favorita, o Palermo recebeu o Bari, em partida que começou com 20 minutos de atraso, devido a alagamentos no campo. Já com sol, o Bari abriu o placar logo aos dois minutos de jogo, com Allegretti, que aproveitou a colaboração da trave e do goleiro Rubinho, após chute do hondurenho Álvarez. Durante o resto da partida, só deu a equipe treinada por Walter Zenga, que chegou a colocar quatro atacantes em campo. A carga dos donos de casa esbarrava em boa atuação do jovem zagueiro Ranocchia e em chances claras perdidas por Pastore e Miccoli. Budan, saído do banco, também precisou de mais de uma chance para, só nos acréscimos do segundo tempo, deixar tudo igual.

Por fim, Genoa e Napoli protagonizaram o melhor jogo da rodada: mesmo levando o primeiro dos três cartões vermelhos, os rossoblù reagiram e viraram a partida que teve placar inaugurado pelo implacável Hamsik, após bela assistência de Quagliarella. O árbitro Tagliavento expulsou Criscito ainda no primeiro tempo. Antes do intervalo, porém, Campagnaro – ex-Sampdoria – fez falta dentro da área e, sendo último homem, também deixou o campo mais cedo. Floccari bateu e empatou. A virada veio no segundo tempo, quando Mesto, num golaço de longa distância, e Crespo – saído no banco – marcaram para os donos da casa. Kharja ainda converteu outra penalidade máxima no fim da partida, sofrida por Palacio – outro que começou como reserva e mostrou serviço. Foi, por sinal, outra infração de último homem e que, portanto, causou outra expulsão; desta vez a de Aronica.

Para resultados, escalações, classificação e estatísticas da 3ª rodada, clique aqui.

Seleção da 3ª rodada
Castellazzi (Sampdoria); Cáceres (Juventus), Biava (Genoa), Ranocchia (Bari);
Mesto (Genoa), Candreva (Livorno), Baronio (Lazio), Mannini (Sampdoria); Amauri (Juventus), Di Natale (Udinese).

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