Serie A

900 minutos em 9: 11ª rodada

Avisa lá que eu vou: Napoli, de Hamsik, vence a Juventus e confirma ascensão (AP Photo)
A rodada não começou bem para a aniversariante do fim de semana. Na véspera de completar 112 anos, a Juventus não soube se impor em nenhum momento sobre os azzurri de Nápoles e acabou sendo derrotada, em casa. Mesmo que a Velha Senhora tenha aberto uma vantagem considerável de dois a zero, com gols de Trezeguet e Giovinco, o domínio do jogo nunca foi seu. A partida era jogada com muita velocidade e, desde o início, o Napoli atacou muito, sobretudo em cruzamentos de Maggio para Denis. O argentino, escalado no lugar de Quagliarella, foi um dos melhores em campo e venceu quase todos os duelos contra Cannavaro, seu marcador. Hamsik e Lavezzi também davam trabalho aos bianconeri e a boa partida de Giovinco, coroada com um gol após erro incrível de Contini, foi em vão. Logo após o segundo gol bianconero, Dátolo entrou no lugar de um péssimo Campagnaro e mudou o jogo. A entrada do argentino, que passou de bidone a homem-chave, foi decisiva para que o Napoli não se abatesse e voltasse a crescer no jogo, até conseguir a virada. Primeiro ele cruzou para Hamsik marcar o primeiro e, depois, se aproveitou do rebote inevitável de Buffon em uma das inúmeras cabeçadas de Denis, livre de marcação. No contra-ataque, arma letal de um time que conta com o velocíssimo Lavezzi, os azzurri viraram, novamente com a participação de Dátolo e Hamsik. Ainda restou tempo para Amauri, que entrou no segundo tempo, ser expulso após agredir De Sanctis. Para o Napoli, são mais três pontos na conta de Mazzari e, para a Juventus, significa ficar a sete pontos de uma Inter que, tão cedo, já está em fuga, que se poupou e jogou para o gasto em Livorno, onde venceu por por dois a zero, com gols de Milito e Maicon.
O sábado também viu a afirmação da experiência sobre a juventude, com a vitória do Milan sobre o Parma. Em partida mais cadenciada, a torcida rossonera pode assistir a mais um episódio das (pelo menos momentâneas) recuperações de Dida e Ronaldinho. O Milan poderia ter saído em desvantagem, quando Dzemaili soltou uma bomba do meio da rua, mas Dida resvalou nela antes que explodisse no travessão. Dida ainda defendeu alguns chutes de fora da área, mas como Bojinov estava em má noite, Paloschi acabou sendo presa fácil para a marcação de Thiago Silva. Do meio pra frente, Ronaldinho fez a diferença, jogando bem e dando duas assistências para Borriello marcar uma doppietta, incluindo um belo gol de voleio. A boa participação do novo camisa 22 do Milan não é boa para Huntelaar, favorito ao “prêmio” Bidone d’Oro, mas é excelente para o Milan, novo quarto colocado.
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Já no domingo, a Roma finalmente voltou a vencer e agora consegue alguma tranquilidade para enfrentar o Fulham, pela Liga Europa, na quinta, e se preparar para o desafio ante a Inter, no domingo. No jogo em que Mexès, cuja venda é especulada, entrou com a braçadeira de capitão pela primeira vez, os gialorossi começaram mal, perdendo muitas bolas e errando muitos passes, mas os visitantes também não eram perigosos. Quando os romanos começaram a melhorar e tinham as melhores oportunidades, Adaílton abriu o placar para o Bologna, depois de boa troca de passes com Mingazzini e Di Vaio. Por sorte, os comandados de Ranieri alcançaram o empate poucos minutos depois, em jogada confusa dentro da área rossoblù, e permaneceram firmes no jogo. Na confusão, a bola chegou a resvalar na mão de Perrota, antes de sobrar para Vucinic fazer, gerando alguma reclamação, mas o juiz validou o gol, enquanto Vucinic era vaiado pela própria torcida. No segunto tempo, a Roma continuou pressionando e logo chegou ao gol. Aos 7, Ménez fez boa jogada e chutou forte. Viviano não conseguiu segurar e deu rebote para Perrota marcar. Resultado muito importante para o time da capital, que, no entanto, continua na 14ª colocação. Para o Bologna, o sinal de alerta pisca: o time ronda a zona de rebaixamento, com apenas nove pontos.

Em Gênova, um pênalti perdido, três gols anulados e o jogo terminou mesmo em 0 a 0. Na primeira partida de Cassano contra o Bari, seu ex-time, Del Neri postou uma Sampdoria diferente dos últimos jogos, com Cacciatore, Rossi, Franceschini e Palombo nos lugares de Zauri, Lucchini, Stankevicius e Tissone. Porém, os blucerchiati não jogaram bem e deixaram o time visitante comandar a partida, em muitos momentos. Com maior posse de bola, o Bari dominou boa parte do primeiro tempo, só que sem muita eficiência. O brasileiro Barreto se destacou, tendo as melhores oportunidades. Do outro lado, foi Cassano, sempre ele, que criou mais. No primeiro tempo, teve ainda um gol bem anulado de Mannini, depois de bom cruzamento de Pazzini, pela direita. Na segunda etapa, o jogo só ficou bom mesmo aos 40 minutos, quando Cassano recebeu dentro da área e marcou. O fantasista, contudo, estava impedido, decepcionando o público. Menos de cinco minutos depois, Meggiorinni entrou driblando na área e foi derrubado por Castellazzi: pênalti, que Barreto não converteu. O Bari teve ainda uma chance de tornar o placar um pouco mais justo, pela sua luta, mas o juiz Stefano Cantalupi anulou o gol de Barreto, assinalando um impedimento duvidoso. Com o resultado, a Samp alcança a Juve em número de pontos, mas continua muito distante da líder Inter. O Bari fica na 11ª colocação, mas agrada os torcedores com a garra mostrada. Depois do jogo, ainda tivemos a polêmica de Cassano com a torcida, que não gostou muito de sua atuação e o vaiou. Fantantonio saiu bravo do gramado, condenando os torcedores que o criticam só porque ele não fez uma partida espetacular, e lembra que seu time ainda ocupa a segunda colocação, junto com a Juve.

Nada mudou nas crises de Siena e Lazio, após o empate por um a um no Franchi, em uma partida em que as duas equipes estavam mais preocupadas em não perder do que vencer. Após bom cruzamento de Foggia, que foi titular no lugar de Rocchi, a Lazio saiu na frente com Mauri, mas Maccarone empatou ainda no primeiro tempo. Destaque para o árbitro Pierpaoli, que reconsiderou a expulsão de Muslera e deu-lhe somente o amarelo, que parecia mais correto. Em Verona, outro empate com o mesmo placar, entre Chievo e Udinese. Os donos da casa não vencem em casa há pouco mais de um mês e os bianconeri ainda não venceram fora de seus domínios. Di Natale, poupado, parecia que não ia fazer falta, quando Floro Flores marcou, após receber grande lançamento de Lodi, que havia entrado no lugar de Sanchez, que teve um estiramento na coxa. Um estiramento também acometeu o autor do gol friulano ao passo que o Chievo crescia no jogo, obrigando Handanovic a fazer defesas importantes. Porém, a 20 minutos do fim, Yepes subiu mais que todo mundo e não deu chances ao goleiro esloveno.

Na milésima partida do Cagliari na história da Serie A, o time da casa fez, de fato, a festa. A ótima vitória por três a zero, sobre a Atalanta, foi a terceira consecutiva da equipe sarda, que, a exemplo da última temporada, está arrancando após um mal início. A Atalanta, por sua vez, perde a segunda seguida, depois de se recuperar. A partida foi decidida no primeiro tempo, quando o Cagliari foi pra cima com Cossu, melhor em campo. O primeiro gol rossoblù saiu após uma cobrança de escanteio sua, que Nenê cabeceou para as redes aproveitando-se da falha de Consigli – segunda na semana. Três minutos depois, a dupla funcionou novamente e o brasileiro completou cruzamento do jogador cagliaritano. A conta foi fechada em 10 minutos por Matri, cobrando pênalti.

Na partida de Florença, vitória dos donos da casa sobre o Catania, por três a um. Em uma partida na qual ambos os times tinham desfalques ofensivos (Mutu e Jovetic de um lado, Morimoto do outro), aconteceram muitos gols. Logo no início, Marchionni bateu forte da entrada da área e fez um golaço. No entanto, o Catania atacava muito na primeira etapa e chegou a ter duas boas chances com Plasmati. Os rossazzurri sorriram quando Dainelli foi expulso no fim do primeiro tempo e voltaram com força para o segundo, chegando ao empate com um lindo gol de Mascara, também de fora da área. No entanto, logo depois Capuano foi merecidamente expulso e a viola pode aproveitar os espaços pelo lado esquerdo da defesa etnei. Foi assim que De Silvestri e Marchionni mataram a partida. O ex-laziale apareceu bem e cruzou para o pupilo de Prandelli bater alto, sem chances para Andújar. Depois, De Silvestri apareceu novamente e deixou Gilardino livre para dar números finais ao jogo. Com o resultado, a Fiorentina deixou pata trás o Genoa, que empatou em zero a zero com o Palermo, na Sicília. A partida teve um primeiro tempo interessante, com chances para as duas equipes, embora o Palermo atacasse mais e levasse perigo com Miccoli, que deu trabalho para Scarpi, substituto de Amelia na partida de hoje. O árbitro ainda marcou apenas falta em um lance em que o capitão rosanero foi puxado dentro da área. No segundo tempo o ritmo jogo caiu, muito porque o Genoa já se dava por satisfeito em conseguir o empate sem gols. Depois de um longo período em que sua defesa ia mal, os rossoblù sofreram apenas um gol em duas partidas complicadas.

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Texto com colaboração de Rodrigo Antonelli.

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Seleção da 11ª rodada
Handanovic (Udinese); De Silvestri (Fiorentina), Ranocchia (Bari), Moretti (Genoa); Marchionni (Fiorentina), Cossu (Cagliari), Hamsik (Napoli), Dátolo (Napoli); Ronaldinho (Milan), Borriello (Milan), Nenê (Cagliari).

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