Seleção italiana

Os 23 de Lippi: Angelo Palombo

Com muita garra e boas exibições, o capitão doriano conquistou a confiança
de Lippi e deve estar no grupo que vai à África do Sul (Getty Images)

A história recente da Sampdoria deu uma guinada em 2002, quando o empresário Riccardo Garrone, dono da petrolífera ERG, comprou o clube e deu a Giuseppe Marotta a incubência de gerir a parte esportiva do clube. Entre os novos contratados, estava um que se tornaria uma bandeira do clube: Angelo Palombo, de 21 anos.

Palombo, à época, era um dos meio-campistas mais promissores de toda a Itália. Havia, com apenas 16 anos, jogado a Serie D pelo Urbania, e despertara o desejo da Fiorentina. Se destacou nas categorias de base do clube viola e chegou a ser convocado 15 vezes para a seleção sub-20. Estreou na Serie A em 2001, em um período turbulento na história do clube toscano, que acabou a temporada rebaixado e falido. Com a bancarrôta gigliatta, se transferiu a custo zero para a Sampdoria.

Em Gênova, não demorou de assumir a titularidade no meio-campo da equipe blucerchiata, que disputava a Serie B. Ao lado do experiente Sergio Volpi, formou uma dupla bastante sólida, que se tornou a base do time nos anos seguintes. Logo no primeiro ano de Samp, Palombo foi importante para a conquista do vice da cadetta, que levou os lígures de volta à Serie A após cinco anos de ausência. No ano seguinte, já na elite, continuou titular no esquema de Walter Novellino na boa campanha doriana, concluída com um ótimo oitavo lugar e sem qualquer ameaça de rebaixamento. Entre maio e junho, foi campeão junto com a Itália do Europeu sub-21, que teve Alberto Gilardino eleito como melhor jogador do torneio. Titularíssimo na seleção sub-21 desde 2002, participou também da conquista do Bronze olímpico, em Atenas.

Walter Novellino (que, na época, era considerado um bom técnico), deixou contribuições para o futebol jogado pela Sampdoria nos anos seguintes. Em um time que investia pouco para manter a balança financeira equilibrada, havia pouca rotação de plantel e os jogadores davam o máximo taticamente. Seu time tinha um meio-campo bastante brigador e com ótima capacidade de marcação, e que girava em torno de Volpi e do próprio Palombo. A equipe se defendia antes de atacar: ao passo que os atacantes não eram dos mais brilhantes, a zaga costumava estar entre as melhores do campeonato. Ainda hoje, falar de Sampdoria é falar de um meio-campo aguerrido e muito bem postado taticamente. Em 2004-05, o futebol proposto por Novellino levou a Samp ao quinto lugar e à classificação para a Copa da Uefa. Por um ponto, a Liga dos Campeões permaneceu um sonho.

Mesmo com o ocaso do futebol defensivista de Novellino, Palombo teve algumas dificuldades, mas não chegou exatamente a cair em má fase. Em 2006, no primeiro jogo da Squadra Azzurra após o tetracampeonato, estreou pela seleção no mesmo dia em que estreava o técnico Roberto Donadoni. Porém, dali para frente, foi penalizado pela má fase da Samp, que culminou na troca de técnico: para a temporada 2007-8, chegou Walter Mazzarri, que abandonou o 4-4-2 do seu antecessor e montou um 3-5-2 ao qual Palombo não teve a menor dificuldade de se adaptar.

Com a braçadeira de capitão no braço depois que Volpi deixou de ser titular, Palombo assumiu o vértice mais baixo do meio-campo, tornando-se um dos mais queridos jogadores entre os tifosi da Samp e um dos maiores carregadores de piano do futebol italiano. Um líder no gramado e um exemplo de dedicação e força física, organiza o time, proporcionando a Cassano a oportunidade de brilhar no ataque. Também chega a atuar quase como regista, com qualidade no toque de bola, acumulando a função de batedor de faltas da equipe. Seu chute de fora da área, aliás, é um dos mais incríveis da Serie A, capaz de marcar gols como este, contra o Cagliari, este, contra a Atalanta ou esta pintura contra o Siena. Na atual temporada, é um dos principais jogadores da boa equipe doriana que luta por uma vaga na LC, com exibições fantásticas – como no dérbi contra o Genoa ou na boa vitória contra a Fiorentina, jogo no qual não perdeu nenhuma dividida.

A grande fase de Palombo na maturidade de sua carreira, prestes a completar 29 anos, também tem sido reconhecida por Lippi. Desde que o treinador voltou a seleção, em 2008, o meia doriano é presença constante em suas convocações. Desde agosto daquele ano, Palombo foi convocado 18 vezes, tendo atuado em 11 jogos. Fez parte do grupo levado por Lippi à Copa das Confederações de 2009, mas, enquanto opção à Gattuso e Montolivo, não atuou em nenhuma partida. No entanto, desde então, o meia da Fiorentina não tem passado por boa fase na seleção, o que deve fazer de Palombo um nome certo na África do Sul.

Angelo Palombo
Nascimento: 25 de setembro de 1981, em Ferentino
Posição: meio-campista
Clubes: Fiorentina (2001-02), Sampdoria (2002-hoje)
Seleção italiana: 15 jogos, 1 gol.
Títulos: 1 Europeu Sub-21 (2004)

Compartilhe!

Deixe um comentário