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Lothar Matthäus emprestou categoria e versatilidade a uma Inter recordista

É difícil puxar um feito principal para a carreira de Lothar Matthäus. Sua versatilidade em campo – dentro do qual passou de meia-avançado a líbero, sempre com eficiência monstruosa – permitiu que o alemão se notabilizasse como um dos maiores jogadores da história. Ídolo absoluto no Bayern Munique, também marcou seu nome na Inter do final dos anos 80 e início dos 90, período no qual foi considerado pela Fifa o melhor jogador do mundo.

Recordista de presenças com a seleção alemã (150), também disputou estrondosas cinco Copas do Mundo, faturando a da Itália em 1990. Ele, que vinha de dois vices nas duas edições anteriores, ergueu a taça como capitão e camisa dez da Alemanha Ocidental. Como se não bastasse, também guarda o recorde de presenças no torneio (25). De seu início profissional com o Borussia Mönchengladbach, em 79, à despedida festiva com a camisa do New York MetroStars, no longínquo ano 2000, Matthäus foi um mito do futebol. Também deixou sua contribuição na Serie A.

Encontro de lendas: Matthäus e Baresi disputam bola em dérbi milanês (imago)

Dotado de técnica invejável, Matthäus foi, naturalmente, um líder em campo. Se sempre pareceu problemático fora das quatro linhas, mantinha concentração invejável por noventa minutos ou mais. Afirmou recentemente que, por isso, não fez muitos amigos no futebol. Chutava muito forte de longa distância, ponto que faltava para lhe chamarem de panzer (tanque-de-guerra). Grande criador de jogadas, começou a carreira lá na frente – praticamente como trequartista – e foi recuando. Sabendo utilizar as qualidades técnicas e mentais, não perdeu o nível ao passar o fim da carreira como líbero.

Na Inter, chegou do Bayern ao lado do compatriota Andreas Brehme para reforçar o elenco de Giovanni Trapattoni, com quem ainda voltaria a trabalhar duas vezes no time bávaro. Os nerrazzurri praticamente montaram seu setor ofensivo no mercado, ao também buscarem Alessandro Bianchi no Cesena e Nicola Berti e Ramon Díaz, ambos na Fiorentina.

Com a confiança de Trapattoni, Matthäus foi o expoente de uma Inter recordista (Arquivo/Inter)

Cabendo a Matteoli as funções mais defensivas do meio-campo, só Aldo Serena, que havia sido contratado no ano anterior, já fazia parte dessa Inter. Na defesa, pelo contrário, sobrava estabilidade: Mandorlini defendia o clube há alguns anos, enquanto Ferri e Bergomi, pratas-da-casa estabelecidos, dispensavam apresentações. Quem defendia o gol era Walter Zenga, titular da Nazionale.

E os reforços não decepcionaram. A Inter dos recordes, como ficou conhecida, levou seu 13º scudetto depois de nove anos na fila. Dos seus dezessete adversários, o clube milanês bateu, em ambos os turnos, dez. Somente Torino e Fiorentina conseguiram vencer uma partida e só a Juventus não perdeu para os nerrazzurri – tampouco ganhou. Foram conquistados 58 dos 68 pontos possíveis. Foi Matthäus quem deu o título ao clube, matematicamente falando: seu gol de falta desempatou a partida contra o rival direto Napoli e assegurou a conquista, num jogo terminado em 2 a 1, em Milão, a cinco rodadas do fim.

Enquanto vestia nerazzurro, Lothar faturou a Bola de Ouro (Arquivo/Inter)

Não foi, contudo, na partida decisiva que Matthäus deu as caras. No ápice atlético da carreira, o alemão conseguia cobrir o campo nerazzurro, chegando sempre à área adversária com grande perigo. Numa época em que reinava Maradona, o interista conseguiu se impor. El Pibe de Oro, por sinal, afirmou na autobiografia “Eu sou O Diego” ter sido Matthäus o maior adversário já enfrentado durante sua carreira. Foram 32 jogos e 9 gols na competição que ajudou a lhe atribuir o prêmio Bola de Ouro, no ano de 90.

Duas temporadas depois, o meio-campista ainda levantaria o troféu da Copa da Uefa, após finais disputadas contra a Roma de Giannini, Berthold e Völler. Ele, por sinal, marcou no jogo de ida. Brehme, Matthäus e o pós-scudetto Klinsmann ganhavam, portanto, seu único título juntos, um ano depois do Milan de Rijkaard, Gullit e van Basten faturar a Copa dos Campeões.

Pela Beneamata, Matthäus foi brilhante nas campanhas de um título italiano e de uma conquista da Copa Uefa (Arquivo/Inter)

Sem dúvidas, esse foi um dos períodos mais memoráveis do futebol italiano. Criou-se, em 91, o prêmio Fifa, que teve Matthäus como seu primeiro coroado. No ano seguinte, despediu-se da Inter e retornou ao Bayern, clube que ainda defenderia por oito temporadas (num total de doze). O único vazio de sua carreira é, sem dúvidas, a Copa – ou Liga – dos Campeões. Vice por duas vezes, ele assistiu do banco à possível virada mais sádica da competição, em 99.

Hoje, Matthäus coleciona trabalhos questionáveis como treinador, além de fofocas sobre as diversas vidas matrimoniais. O que, claro, não apaga o fuoriclasse que foi.

Lothar Matthäus
Nascimento: 21 de março de 1961, em Erlangen, Alemanha Ocidental
Posições: líbero e meio-campista
Clubes: Borussia Mönchengladbach (1979-84), Bayern Munique (1984-1988 e 1992-2000), Inter (1988-1992) e NY MetroStars (2000)
Títulos: Eurocopa (1980), Bundesliga (1985, 1986, 1987, 1994, 1997, 1999 e 2000), Copa da Alemanha (1986, 1998 e 2000), Supercopa da Alemanha (1987), Serie A (1989), Supercopa Italiana (1989), Copa do Mundo (1990), Copa Uefa (1991 e 1996) e Copa da Liga Alemã (1997, 1998 e 1999)
Seleção alemã: 150 jogos e 23 gols (83 jogos e 15 gols com a Alemanha Ocidental)

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20 comentários

  • Matthäus foi um jogador completo bom no desarme, chutava com muita eficiência no gol sem querer dizer que ganhou tudo que tinha pra ganhar tanto nos clubes quanto na seleção, infelizmente faltou o título da UEFA Champions League.
    Beckenbauer disse: “Não foi o Matthäus que teve a honra de erguer o troféu da UEFA Champions League e sim o troféu que não teve a honra de ser erguido por Matthäus”.
    Grazie Lothar!

  • A Alemanha sempre produziu bons jogadores, dois dos quais eu mais admirei foram Lothar Matthäus e Toni Kroos. Certamente teriam vaga em qualquer time do mundo.

    .Passado: Lothar Matthäus
    .Presente: Toni kroos

  • Atualmente eu escalaria o meu time numa 4-4-2. Com exceção à dois jogadores: Andreas Brehme e Lothar Matthäus.

    Goleiro: Kepa Arrizabalaga (Espanha) a muralha.

    Lateral Direito: Andreas Brehme (Alemanha) um jogador versátil. Pode atuar tanto na lateral direita quanto na lateral esquerda, além de outras posições. Foi sem sobra de dúvidas o lateral mais completo que eu vi jogar.

    Zagueiro: Davinson Sánchez (Colômbia) o sucessor de Beckenbauer.

    Zagueiro: Samuel Umtiti (França) segurança e eficiência na marcação.

    Lateral Esquerdo: Benjamin Mendy (França) incansável.

    Volante Defensivo: Lothar Matthäus (Alemanha) um jogador completo ganhou tudo que tinha pra ganhar, exceto a Liga dos Campeões. Beckenbauer teria dito que não foi Matthäus quem não teve a honra de erguer o troféu da Liga dos Campeões, e sim o troféu que não teve a honra de ser erguido por Matthäus.

    Volante Ofensivo: Leon Goretzka (Alemanha) o talento do século.

    Meia Armador: Dele Alli (Inglaterra) classe pura.

    Meia Armador: Kevin De Bruyne (Bélgica) é estupendo. Me agrada ao velo jogar!

    Atacante: Gabriel Jesus (Brasil) um fenômeno.

    Atacante: Harry Kane (Inglaterra) matador nato.

  • Atualmente eu escalaria o meu time numa 4-4-2. Com exceção ao Lothar Matthäus que ao me ver foi o jogador mais completo e vitorioso do mundo.

    Goleiro: Kepa Arrizabalaga (Espanha) a muralha.

    Lateral Direito: Djibril Sidibé (França) um lateral versátil. Pode atuar tanto na lateral direita, quanto na lateral esquerda.

    Zagueiro: Davinson Sánchez (Colômbia) o sucessor de Beckenbauer.

    Zagueiro: Samuel Umtiti (França) segurança e eficiência na marcação.

    Lateral Esquerdo: Benjamin Mendy (França) incansável.

    Volante Defensivo: Lothar Matthäus (Alemanha) um jogador completo ganhou tudo que tinha pra ganhar, exceto a Liga dos Campeões. Beckenbauer teria dito que não foi Matthäus quem não teve a honra de erguer o troféu da Liga dos Campeões, e sim o troféu que não teve a honra de ser erguido por Matthäus.

    Volante Ofensivo: Leon Goretzka (Alemanha) o talento do século.

    Meia Armador: Kevin De Bruyne (Bélgica) é estupendo. Me agrada ao velo jogar!

    Meia Armador: Bamidele Alli (Inglaterra) um fenômeno.

    Atacante: Marco Asensio (Espanha) “la joya”.

    Atacante: Harry Kane (Inglaterra) matador nato.

  • Atualmente eu escalaria o meu time numa 4-3-3, com exceção ao Lothar Matthäus que ao me ver foi o jogador mais completo e vitorioso do mundo.

    Goleiro: Kepa Arrizabalaga (Espanha) a muralha.

    Lateral Direito: Djibril Sidibé (França) um lateral versátil. Pode atuar tanto na lateral direita, quanto na lateral esquerda.

    Zagueiro: Davinson Sánchez (Colômbia) o sucessor de Beckenbauer.

    Zagueiro: Samuel Umtiti (França) segurança e eficiência na marcação.

    Lateral Esquerdo: Benjamin Mendy (França) incansável.

    Volante Defensivo: Lothar Matthäus (Alemanha) um jogador completo ganhou tudo que tinha pra ganhar, exceto a Liga dos Campeões. Beckenbauer teria dito que não foi Matthäus quem não teve a honra de erguer o troféu da Liga dos Campeões, e sim o troféu que não teve a honra de ser erguido por Matthäus.

    Volante Ofensivo: Leon Goretzka (Alemanha) o talento do século.

    Meia Armador: Kevin De Bruyne (Bélgica) é estupendo. Me agrada ao velo jogar!

    Ponta Direita: Federico Chiesa ( Itália) o garoto prodígio.

    Ponta Esquerda: Marco Asensio (Espanha) “la joya”.

    Centroavante: Harry Kane (Inglaterra) matador nato.

    – MATTHÄUS MY HERO!
    – GRAZIE DI TUTTO LOTHAR!

  • Matthäus foi um jogador completo bom no desarme, chutava com muita eficiência no gol, além de ter ganho praticamente tudo no futebol tanto nos clubes quanto na seleção, infelizmente faltou o título da UEFA Champions League.
    Beckenbauer disse: “Não foi o Matthäus que teve a honra de erguer o troféu da UEFA Champions League e sim o troféu que não teve a honra de ser erguido por Matthäus”.

    – Grazie Lothar!

  • Atualmente eu escalaria o meu time numa 4-3-3, com exceção a dois jogadores que marcaram época na minha Inter: Javier Zanetti e Lothar Matthäus. Quanto ao Matthäus ao me ver foi o jogador mais completo e vitorioso do mundo.

    Goleiro: Kepa Arrizabalaga (Espanha) a muralha.

    Lateral Direito: Javier Zanetti (Argentina) la bandiera! Quanto mais velho melhor.

    Zagueiro: Davinson Sánchez (Colômbia) o sucessor de Beckenbauer.

    Zagueiro: Samuel Umtiti (França) segurança e eficiência na marcação.

    Lateral Esquerdo: Benjamin Mendy (França) incansável.

    Volante Defensivo: Lothar Matthäus (Alemanha) um jogador completo ganhou tudo que tinha pra ganhar, exceto a Liga dos Campeões. Beckenbauer teria dito que não foi Matthäus quem não teve a honra de erguer o troféu da Liga dos Campeões, e sim o troféu que não teve a honra de ser erguido por Matthäus.

    Volante Ofensivo: Leon Goretzka (Alemanha) o talento do século.

    Meia Armador: Kevin De Bruyne (Bélgica) é estupendo. Me agrada ao velo jogar!

    Ponta Direita: Federico Chiesa (Itália) o garoto prodígio.

    Ponta Esquerda: Marco Asensio (Espanha) “la joya.”

    Centroavante: Harry Kane (Inglaterra) matador nato.

    – Matthäus my hero!
    – Grazie di tutto Lothar!
    – FORZA INTER!

  • Matthäus foi um jogador completo bom no desarme, chutava com muita eficiência no gol sem querer dizer que ganhou tudo que tinha pra ganhar tanto nos clubes quanto na seleção, infelizmente faltou o título da UEFA Champions League.
    Beckenbauer disse: “Não foi o Matthäus que teve a honra de erguer o troféu da UEFA Champions League e sim o troféu que não teve a honra de ser erguido por Matthäus”.

    – Grazie Lothar!
    – FORZA INTER!

  • Cracasso de bola! A meu ver os maiores jogadores de todos os tempos foram Lothar Matthäus e Bobby Charlton, pois ambos foram os jogadores mais completos e vitoriosos de todos os tempos.

  • Cracasso de bola! A meu ver Lothar Matthäus foi o jogador mais completo e vitorioso da história do futebol, infelizmente faltou o tão sonhado título da Liga dos Campeões da Europa.
    “Beckenbauer teria dito que não foi Matthäus quem não teve a honra de erguer o troféu da Liga dos Campeões, e sim o troféu que não teve a honra de ser erguido por Matthäus.”

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