Jogadores

Roberto Sensini emprestou sua qualidade a três equipes italianas

Segurança. Esta é a palavra exata para definir um dos melhores zagueiros que já passaram pelo futebol italiano: Roberto Néstor Sensini. Embora fosse argentino, incorporou perfeitamente o espírito de seriedade e comprometimento tático exigido na Itália, somados ainda à gana de sempre vencer e à paixão que os portenhos já carregam de berço. Pode-se dizer que Sensini era mais que o famoso “zagueiro zagueiro”: na verdade, ele era muito mais que isso. Era o porto seguro dos times pelo qual passou, um atleta que emanava confiança a seus companheiros.

“Boquita” não começou tão cedo sua carreira como jogador profissional. Fez sua estréia pelo Newell’s Old Boys aos 20 anos, em uma partida em que a equipe venceu o Boca Juniors por 3 a 0 em plena Bombonera. Lá o zagueiro ficou por três temporadas, até se transferir para a Udinese e dar início a uma história de glórias na Itália.

Já no início de carreira, Sensini mostrava sua seriedade (Getty)

Já em seus primeiros anos na Europa, Sensini se destacava em uma irregular Udinese, inclusive marcando gols, mas infelizmente, o time que contava também com o artilheiro Abel Balbo e o espanhol Ricardo Gallego, não permitia que o argentino disputasse títulos de fato. Após defender a equipe de Údine por quatro temporadas, o zagueiro foi então, defender o emergente Parma.

Na Emília-Romanha, ao lado de nomes como Dino Baggio, Gianfranco Zola, Faustino Asprilla e Fernando Couto, Sensini conquistou seu primeiro título pelo Parma em 1995, quando a equipe gialloblù bateu a toda poderosa Juventus, que contava com Roberto Baggio, na final da Copa da Uefa.

No Parma, Boquita ganhou títulos como o da Coppa Italia (Allsport)

Em 1999, agora como um dos pilares da equipe, Sensini começa a atingir o ápice de sua carreira. O Parma já contava com estrutura e investimentos suficientes para montar o que, para muitos, foi a melhor equipe de sua história. Tendo como componentes da retaguarda o goleiro Gianluigi Buffon e os defensores Lilian Thuram, Fernando Couto, Fabio Cannavaro e o próprio Sensini, o time sofreu pouquíssimos gols e contou com o faro de gols de Crespo e Chiesa pra conquistar dois títulos: a Copa da Uefa e a Coppa Italia.

Em 2000, o zagueiro se transferiu para a Lazio, que vinha de um vice-campeonato italiano, e fez parte da equipe que tirou os biancocelestes de uma fila de 26 anos sem o scudetto. Desta vez, Sensini foi destaque do time ao lado de seus compatriotas Almeyda e Simeone, que formavam um fortíssimo paredão a frente da meta de Marchegiani.

Com a camisa laziale, o argentino foi campeão italiano (Allsport)

Após passar pela melhor fase de sua carreira, Sensini voltou ao Parma, onde jogou por uma temporada e, por fim, escolheu a Udinese, seu primeiro clube na Itália, para encerrar sua carreira, mantendo futebol de alto nível até 2006. Fez seu último jogo contra a Roma, aos 39 anos e dois meses, e é, até hoje, o estrangeiro mais velho a disputar uma partida da Serie A.

Pela seleção argentina, a história de Sensini também é longa. Apesar de ter atuado em “apenas” 59 partidas, número baixo considerando seu currículo, o zagueiro disputou três Copas do Mundo (1990, 1994 e 1998) e conquistou a medalha de Prata dos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996.

As duas experiências de Sensini pela Udinese duraram nove anos, no total (AFP/Getty)

Depois de pendurar as chuteiras, Sensini iniciou a carreira de treinador na Udinese. Teve uma breve passagem pelo Estudiantes e atualmente é o treinador do Newell’s Old Boys, onde conduz a equipe em boa campanha do Campeonato Argentino, com chances de título.

Roberto Néstor Sensini
Nascimento: 12 de outubro de 1966, em Arroyo Seco, Argentina
Posições: zagueiro e volante
Clubes: Newell’s Old Boys (1986-89), Udinese (1989-94), Parma (1994-99), Lazio (1999-2000), Parma (2001-02), Udinese (2002-06)
Títulos: Campeonato Argentino (1988), Serie A (2000), Coppa Italia (1999, 2002), Copa Uefa (1995, 1999)
Seleção argentina: 59 jogos

Compartilhe!

3 comentários

  • Show de bola esse post. É bom conhecer jogadores, técnico… enfim, desconhecidos (pra mim). Pois ja sabemos praticamente da vida de quase todos os jogadores grandes. Fica meio monotono. Comedor viado, cheirador… essas coisas caóticas. Muito bem postado e escrito. Parabéns mais uma vez.

  • Eu lembro de um jogo pela Lazio em que ele foi subir pra cabecear e a bola veio com força em um dos dedos dele e… Quebrou o dedo do camarada!

Deixe um comentário para Marcelo X