Seleção italiana

Tabu mantido

Itália continua sem perder para os alemães, mas também continua a acompanhar as más atuações de Montolivo. Quando ele será o mesmo da Fiorentina na seleção? (Getty Images)

O velho Westfalenstadion recebeu mais um confronto entre Alemanha e Itália. Porém dessa a vez, o jogo não tinha a importância da semifinal da Copa de 2006, quando a Squadra Azzurra eliminou os donos da casa por 2 a 0 na prorrogação. Desta vez, a Alemanha era um teste de peso para acompanhar a renovação empreendida por Prandelli à frente da seleção.

O treinador armou a equipe no 4-3-1-2, com o estreante Thiago Motta recuado no losango do meio campo e Mauri na função de trequartista municiando a dupla Cassano e Pazzini. A novidade ficou por conta da escalação de Chiellini na lateral esquerda, enquanto Ranocchia e Bonucci compunham o centro da zaga. Já os alemães vieram no 4-2-3-1, muito semelhante ao que apresentaram no Mundial da África do Sul.

A Nationalelf começou impondo seu jogo e contou com Özil e Thomas Müller dominando as ações na primeira etapa, frente a uma Itália que permitia ações demais. E foi através da combinação da dupla, que o primeiro tento, já anunciado, foi construído. O camisa oito achou o melhor jogador jovem do último Mundial, que rolou a bola para Klose marcar o 1 a 0. A Nazionale não ficou entregue ao domínio alemão e respondeu em contra-ataques.

A nota negativa do amistoso foi ausência de criatividade no meio-campo italiano, que teve bom toque de bola com Motta e De Rossi, mas também teve Montolivo em mais uma péssima atuação com a camisa azul e um Mauri que não é o mesmo do início da temporada. Dessa forma, Cassano muitas vezes recuou para tentar criar as jogadas, mas foi quase inefetivo. Nem o entrosamento da época de Sampdoria com Pazzini adiantou muita coisa. A dupla de ataque ex-doriana não finalizou uma vez sequer ao gol, mas em uma jogada de Cassano, o árbitro deixou passar um pênalti cometido por Mertesacker. Entre as poucas vezes que a Itália exigiu algo do goleiro Neuer, como no forte chute de De Rossi, o goleiro do Schalke 04 confirmou a boa fase. Fase tão boa quanto a de Ranocchia, melhor italiano em campo e que deve ganhar a vaga de titular na seleção, assim como na Inter.

Cesare Prandelli trocou a dupla de ataque já no intervalo e optou por Rossi e Borriello para os 45 minutos finais. Dessa forma, a Squadra Azzurra voltou melhor e se aproveitou da redução do ritmo alemão para chegar mais vezes ao gol de Neuer. O técnico azzurro seguiu aproveitando o amistoso para fazer experiências e Maggio, Aquilani, Giovinco e Criscito também entraram durante a segunda etapa, colocando a Itália para cima, em busca da reação que surgiria graças aos reservas.

Foi o lateral esquerdo do Genoa que iniciou a jogada do empate italiano, mostrando que talvez Prandelli devesse ter iniciado a partida com ele e Chiellini no centro da defesa, no posto de Bonucci. O camisa quatro, mais ofensivo que o zagueiro juventino, aproveitou cochilo da zaga adversária e descobriu Rossi em frente à Neuer, livre para empatar a partida já nos minutos finais. O ítalo-americano continua sendo opção de segundo tempo, assim como nos tempos de Marcello Lippi, mas tem mostrado bom futebol no Villarreal e deve ser figura importante na renovação de Prandelli, que tem no ataque o setor com mais opções: além do próprio Rossi, Cassano, Pazzini, Borriello, Matri, Quagliarella, Gilardino e Balotelli.

Com o empate, a Itália mantém uma invencibilidade diante da Alemanha que vem desde 1995 e mantém intacta as boas lembranças do gramado de Dortmund. O jogo também serviu para mostrar a carência italiana no setor de criação do meio-campo, que deve ter a volta de Pirlo para os próximos jogos. É incrível perceber como Montolivo, líder da Fiorentina e um dos principais jogadores do time toscano não consegue repetir na seleção nacional o mesmo futebol do clube. Nem mesmo com a chegada de Prandelli, que o conhece tão bem depois de cinco anos de trabalho em Florença, ajuda a melhorar seu desempenho. Fato duro para a renovação de Prandelli, que, enquanto não contar com um rendimento melhor do meia, terá de apostar em Pirlo, de quase 32 anos.

Colaborou Nelson Oliveira

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