Serie A

Um futuro sem presente

Preocupado, Ranieri? É para estar (Getty Images)

Protestos diários de torcedores no centro de treinamentos do clube, policiais afastando a turba nervosa com gás lacrimogênio, time que se recusa a fazer concentração antecipada, jogador reclamando publicamente do técnico. Este cenário poderia se aplicar a vários times brasileiros, mas é o que tem acontecido com a Roma nos últimos dias. A melancólica derrota para o Shakhtar Donetsk, em casa e de virada, por 3 a 2, dificulta a vida dos romanos na Liga dos Campeões e serviu apenas o estopim de uma crise que já vinha se arrastando há dias.

A Roma não vence na Serie A desde o mês passado, quando goleou o Cagliari em casa. Desde então, um empate contra o Brescia e derrotas para Inter e Napoli, concorrentes diretos a uma vaga na Liga dos Campeões. Hoje, o time tem 39 pontos (com um jogo a menos, a ser recuperado na próxima semana, contra o Bologna) e ocupa a oitava posição, com oito pontos a menos que a Inter, última classificada diretamente para a principal competição de clubes do continente. A impressão é que os jogadores dão a temporada como encerrada, assim como o ciclo da família Sensi no comando do clube, prestes a ser vendido para o consórcio norte-americano liderado pelo empresário romanista Thomas DiBenedetto.

De acordo com um comunicado emitido pelo clube, a venda da Roma para o consórcio do ítalo-americano deve ser concluída em até um mês. O cenário especulado é dos mais positivos: além de uma ampliação de capital, a Roma também poderia ser treinada por Carlo Ancelotti, com Franco Baldini fazendo o papel de diretor esportivo. Mas, antes de pensar no futuro, a Roma precisa construir seu presente. E, nada melhor do que iniciar o próximo ciclo na Liga dos Campeões, não?

Fazer com que os jogadores não percam o foco deveria ser trabalho do técnico Claudio Ranieri, mas o romano não conta com o apoio do grupo. Sempre às turras com Totti, o treinador tem conseguido também desagradar outros jogadores do elenco. Decisões contestáveis na escolha dos atacantes em diversos jogos já deixaram Vucinic, Menez e Borriello irritados. O último a se irritar foi Borriello, deixado de fora da partida de ida nas oitavas de final da LC, mesmo depois de, segundo ele, ter marcado “25 mil gols”.

Sem controle do grupo, Ranieri insiste em permanecer, mesmo com as frequentes manifestações da torcida em Trigoria. Hoje, foi necessário que a polícia intervisse para evitar maiores problemas. O dérbi entre Roma e Lazio, pela categoria Primavera, teve de ser disputado com portas fechadas, para que não houvesse risco de problemas maiores. Na partida, a Roma goleou a rival por 7 a 1, com boa atuação e gol do garoto Amato Ciciretti, já chamado de novo De Rossi. Uma lição para o time principal: o futuro até pode ser brilhante, mas ainda precisa ser construído.

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2 comentários

  • sinceramente não vejo o Ranieri como treinador de time grande, ele não sabe administrar o time quando tem muitas opções para o ataque por exemplo.
    além de ser retranqueiro.
    espero que a equipe busque pelo menos uma vaga para a Champions da temporada que vem e esperar um investimento maiorpor parte do novo dono!

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