Seleção italiana

Uma esperança de futuro

Prandelli dá instruções para Rossi e Cassano: o trabalho do treinador parece começar a surtir efeito a partir de um ataque sem referências de área (Gazzetta.it)

Os ares de Bari fizeram bem à Nazionale. No confronto entre as duas últimas campeãs mundiais, melhor para a Itália, que bateu uma Espanha sem sua força máxima, mas com boa parte do elenco campeão na África, em 2010. Com um meio-campo bastante compacto e que se destacou pela qualidade no passe, a Squadra Azzurra bateu a Fúria por 2 a 1 e deixou rastros de esperança para uma melhora significativa no time comandado por Cesare Prandelli.

Ao entrar em campo com De Rossi, Thiago Motta e Pirlo, o treinador azzurro deu à defesa italiana a proteção necessária para resistir ao potente ataque espanhol, talvez o mais eficiente do futebol mundial desde a última Eurocopa. E se protegeu bem seus defensores, Prandelli conseguiu ao mesmo tempo ganhar o setor e dar a Montolivo, que jogou como trequartista, a liberdade necessária para levar os italianos ao ataque. Na frente, o comandante preferiu apostar em dois jogadores mais leves, e não em uma referência fixa na área, como Pazzini, preferindo que os titulares fossem Rossi e Cassano – capitão, neste jogo, por ser nascido em Bari.

Foi dos pés do ex-capitão da Fiorentina que a Itália viu nascer o seu primeiro gol, logo aos 11 minutos. Em boa jogada pelo lado esquerdo do campo, os italianos avançaram com Criscito, que deu passe preciso para o meia-atacante. Com calma, Montolivo teve apenas o trabalho de dar belo toque para colocar a bola por cima de um rendido Casillas. Festa em Bari e placar justo para o volume de jogo apresentado pelos donos da casa nos primeiros movimentos do duelo. Jogando com muita movimentação e bom toque de bola, a Itália impunha seu jogo e dominava amplamente os espanhóis.

Não muito depois de a Itália abrir o placar, a Espanha sofreu o baque de perder seu único atacante de ofício. Machucado, Fernando Torres deu lugar a Llorente e viu a Fúria reverter o domínio da partida. Na base da pressão, os espanhóis iam se organizando aos poucos e, mesmo que lentamente, chegavam à defesa italiana. Chegavam tanto que aos 36 minutos o árbitro alemão Felix Brych marcou pênalti bastante duvidoso de Chiellini no atacante do Bilbao que entrara a pouco em campo. Penalidade convertida por Xabi Alonso e empate no placar ao final da primeira etapa. A Itália ainda teria duas chances claras com Cassano e outra com Rossi (com mais um passe açucarado de Criscito), mas Casillas fez duas boas defesas e salvou os ibéricos. Ao fim do primeiro tempo, uma coisa era clara: a evolução do trabalho de Prandelli era clara e a Itália havia chegado a fazer seus 45 melhores minutos desde a gestão iniciada há cerca de um ano.

Prandelli manteve para o segundo tempo o mesmo time que havia se comportado tão bem no primeiro, promovendo mudanças pontuais ao longo do tempo. As principais, sem dúvidas, foram as modificações no ataque, setor no qual saíram Cassano e Rossi e entraram Balotelli e Pazzini. No meio-campo, apenas uma substituição, crucial para o placar final. Entrava Aquilani no lugar de De Rossi e a Itália ganhava um meio-campista com características mais ofensivas, mas que atuou a maior parte do tempo destruindo jogadas espanholas ainda no campo de defesa, já que a Fúria conseguiu equilibrar o jogo e deu menos espaço para os azzurri.

A tática deu certo, mas tardou para que surtisse efeito definitivo. Pois foi apenas aos 39 minutos da segunda etapa que a Squadra Azzurra voltou à frente no placar. Pazzini mostrou que uma referência mais fixa também tem seu valor e fez ótimo trabalho de pivô, apenas ajeitando para Aquilani, que chutou meio sem pretensões de fora da área, mas viu a bola desviar no volante Javi Martínez e não dar chances para Valdés, que havia entrado no lugar de Casillas. Explosão da torcida com apenas mais seis minutos no relógio e placar decretado para o duelo.

Não fosse o egoísmo de Balotelli, que passou por dois adversários e poderia ter apenas ajeitado para Pazzini, nos últimos minutos, a seleção italiana poderia ter saído com um resultado mais expressivo. No fim das contas, foi uma vitória justa para uma Itália que mostrou coragem e deu aos seus torcedores a esperança de que tempos melhores não estão tão distantes.

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