Serie A

26ª rodada: A volta dos que não foram

É para se lamentar mesmo. Além de não aproveitar tropeços da Juve, Napoli erra onde não deve e vê rival se afastar (AFP)

Nem mesmo a chegada de Maradona à Itália animou o Napoli. A equipe da Campânia vacilou de novo e permitiu que a Juventus ampliasse a vantagem de 5 para 6 pontos na liderança. Caso tivessem aproveitado o vacilo da líder na última rodada e não tivesse tropeçado duas vezes consecutivas, o Napoli entraria em campo, nesta sexta, podendo ultrapassar a Juventus. Agora, a equipe de Mazzarri tenta evitar que os comandados de Conte disparem. No mínimo, decepcionante. Acompanhe o resumo da rodada, que ainda teve um empate no dérbi de Milão, a volta da Lazio à terceira posição e ainda a aproximação de Roma e Catania à zona de classificação a competições europeias.

Udinese 0-0 Napoli

Desilusão, desilusão… a famosa “Dança da Solidão”, de Paulinho da Viola, bem poderia estar tocando em Nápoles. Hoje, o torcedor tem Maradona para deixar ainda mais vivas as lembranças de uma época em que o time chegava nas cabeças e, com o protagonismo do craque, vencia por duas vezes o campeonato. As memórias se voltam aos anos 1980 e 1990, embora hoje este Napoli seja vice-líder da Serie A, tenha craques no plantel e ainda possa brigar pelo título. Porém, falta o salto de qualidade. Desde 2010-11, temporada na qual o Napoli brigou pelo título e, no jogo decisivo contra o Milan, saiu derrotado e entrou em queda, caindo para a terceria posição.

Sem questionar Cavani e Hamsík, semi-deuses na Campânia, a torcida sofre por não entender porque o time não consegue render na hora h. Mazzarri é um técnico motivador, muito bom taticamente, e a equipe tem jogadores de qualidade – um deles, com um poder de decisão absurdo e, não à toa, chamado de Matador. No entanto, as coisas não tem seguido o roteiro desejado pelos partenopei. Agora, o time segue com a moral baixa. A mesma moral baixa que demonstrou na partida ante à Udinese. “Opaco” é a palavra menos ofensiva que pode ser utilizada para descrever o futebol napolitano nesta noite. Nas melhores chances, Cavani e Hamsík não estiveram à sua altura. Aí fica difícil para os azzurri. (Nelson Oliveira)

Inter 1-1 Milan

Em uma partida nada brilhante, Inter e Milan praticamente se anularam no estádio Giuseppe Meazza e proporcionaram o primeiro empate em um dérbi de Milão desde 2004. O 1 a 1, justo pela superioridade rossonera na primeira etapa e pela resposta nerazzurra após o intervalo, acabou sendo melhor para a Inter, que, mesmo em má fase, não viu a rival abrir vantagem. A Inter segue na 5ª posição, com 44 pontos, enquanto o Milan está em 4º, com 45.

Em campo, o Milan abriu o placar logo aos 21 minutos, com gol de El Shaarawy – o primeiro dele desde que Balotelli chegou ao clube; agora o Pequeno Faraó tem 16 na liga. Após o gol, os rossoneri cresceram e só não chegaram ao empate por causa de grandes defesas de Handanovic, o melhor em campo. O goleiro garantiu a sobrevivência da Inter no jogo e viu a equipe crescer no fim do primeiro tempo. Após o intervalo, a equipe já era melhor e chegou ao empate com cabeçada de Schelotto, aos 26. Melhor em campo, a Inter quase virou com Guarín e Cassano, mas Abbiati e a trave salvaram o Milan. A nota triste foi a recepção de parte da torcida interista a Balotelli, ex-jogador do clube. A hostilidade já se esperava, mas alguns torcedores apelaram para o racismo, com cantos e balões que lembravam bananas. O clube foi punido em módicos 50 mil euros. Injustificável um valor tão baixo. (NO)

Juventus 3-0 Siena

Às vésperas do jogo decisivo contra o Napoli, na sexta-feira, a Juventus só tem motivos para comemorar: Chiellini voltou a campo e fez boa partida contra o Siena e, com a vitória, abriu mais dois pontos de diferença para o rival direto na briga pelo título, que agora está seis pontos atrás. Uma vitória no San Paolo na próxima rodada deixaria a Velha Senhora com nove pontos de vantagem restando apenas 11 rodadas. Por isso a vitória contra o Siena, em jogo difícil, foi importante. O placar engana. Os 3 a 0 conquistados pela Juve não vieram com facilidade para a equipe de Conte.

O time da casa começou bem melhor e dominou durante toda a primeira etapa, é verdade, mas no segundo tempo o Siena melhorou e levou perigo ao gol de Buffon em algumas oportunidades. Mas foi a Juve que marcou de novo, com Giovinco, voltando a balançar as redes após quase dois meses de jejum (Lichsteiner já havia aberto o placar no primeiro tempo, em bobeada da zaga). Os 15 minutos finais foram os melhores para a equipe visitante, que acertou o travessão, com Emeghara, e a trave, com Terlizzi. Pogba fechou o placar, em mais uma belo chute de fora da área, já no final. Agora, a Juve se concentra para duas partidas decisivas em sequência: contra o Napoli, pela Serie A, e contra o Celtic, para decidir vaga nas quartas de final da Liga dos Campeões. O Siena, por sua vez, permanece na zona de rebaixamento e se complicando cada vez mais. (Rodrigo Antonelli)

Lazio 2-0 Pescara

Os golaços no Olímpico fizeram com que a Lazio vencesse o Pescara, por 2 a 0, e roubasse a terceira posição do Milan. Lutando contra o rebaixamento, o técnico Cristiano Bergodi relegou o goleiro Perin ao banco de reservas, colocando Pelizzoli como titular, em decisão muito questionável – afinal, o jovem arqueiro é um dos melhores da temporada. O Pescara pressionou nos primeiros minutos: Bjarnason e Celik criaram oportunidades de gol, mas foi Cascione quem colocou Marchetti para trabalhar. O goleiro laziale praticou boa defesa para prolongar o empate sem gols no Olímpico. Contudo, o zero saiu do marcador antes dos 30 minutos. Radu e Lulic acertaram dois balaços de fora da área, golaços, para garantir a vitória dos romanos.

Na segunda etapa, o Pescara teve mais posse de bola e até criou oportunidades para diminuir o resultado – sobretudo com Abbruscato e Celik -, porém, nada de mais perigoso aconteceu na partida. A Lazio subiu ao terceiro posto, com 47 pontos, e se prepara para encarar justamente o Milan na próxima rodada, no San Siro. O Pescara foi beneficiado com o empate do Palermo e continua na vice-lanterna, com 21 pontos. No domingo, os Golfinhos recebem a Udinese no Adriatico. (Murillo Moret)

Bologna 2-1 Fiorentina
Novamente adiado devido à forte
nevasca que atingiu a Emília-Romanha no final de semana, Bologna e Fiorentina
fecharam a rodada na terça-feira com um bom jogo no Derby dell’Appennino. Com o resultado, enquanto os rossoblù
abriram 8 pontos para o Siena, primeiro colocado na zona de rebaixamento, a Viola
perdeu a chance de ultrapassar Milan e Inter e não deixar a Lazio se distanciar – a diferença é de 5 pontos agora.
Montella
manteve o 4-3-3
utilizado contra a Inter com muito sucesso, mas com a presença de
Migliaccio no
lugar de Pizarro, suspenso. Com Borja Valero na função do chileno, a
Fiorentina
seguiu mostrando o bom futebol de sempre, mas ao contrário do que
ocorreu
contra os nerazzurri, o time toscano voltou a ter dificuldades nas
finalizações.
Ao todo, foram 17 chutes e apenas 3 “no alvo”. O único gol
florentino saiu num contra-ataque pela direita puxado por Migliaccio. A
bola acabou nos pés de Ljajic e depois nas redes. Apesar da pressão
adversária, o
organizando Bologna de Pioli também produzia na frente, na maioria das
vezes
com Diamanti. As entradas de Taïder e Christodoulopoulos mudaram um
pouco o panorama do jogo.
Dos pés de Diamanti e Christodoulopoulos, inclusive, saíram os gols da
virada.
Aos 58, o camisa 23 levantou bola na área e Motta igualou o marcador.
Aos 84,
jogada de Diamanti pela esquerda, bola mal afastada e sobra para o
grego,
fazendo sua estreia, acertar bom chute da entrada da área e virar o
placar.
(Arthur Barcelos)

Atalanta 2-3 Roma

Em um campo coberto de neve, a Roma de Andreazzoli fez mais uma boa partida, com muita personalidade, e mostrou que pode funcionar também sem Totti e De Rossi, bandeiras do time e suspensos na rodada. Assim, a equipe entrou em campo no 3-4-2-1 com Osvaldo na frente e Lamela e Marquinho na criação. O destaque maior, porém, foi para Pjanic, que mostrou ótimo futebol como regista e se sagrou um dos melhores em campo. Do outro lado, Colantuono mudou para o 4-4-2, com Livaja e Denis no ataque. O garoto Livaja, em sua primeira partida como titular, foi muito bem e marcou seus dois primeiros gols na Serie A.

Ele abriu o placar ainda no início do jogo, aos 8 minutos, mas viu Marquinho e Pjanic, em bela cobrança de falta, virarem para a Roma. Ainda no primeiro tempo, Livaja aproveitou outra oportunidade e igualou o placar novamente: 2 a 2. Em um segundo tempo menos agitado, mas ainda bom tecnicamente, com os jogadores da Atalanta alternando de posição e dando boa movimentação ao time e a Roma apostando na velocidade, quem se deu melhor foram os visitantes. Pjanic lançou e Torosidis cabeceou para fazer 3 a 2. Com o resultado, a Roma chega a segunda vitória seguida e mantém o caminho da evolução, enquanto a Atalanta liga o sinal de alerta: conquistou apenas cinco pontos nas últimas oito partidas. (RA)

Parma 1-2 Catania
Esta
foi apenas a segunda derrota
do Parma em casa na temporada, mas há motivos para os crociati se
preocuparem.
Depois de bons resultados entre outubro e dezembro, o time de Donadoni
vem num retrocesso assustador. Agora sem vencer há sete jogos, a equipe
permanece na 10ª colocação. Já no Catania de Maran, é só
festa. Desde o retorno do campeonato, os rossazzurri venceram 5 dos
últimos 8
jogos, empatando outros 2 e perdendo apenas uma vez. Com a vitória, a
equipe siciliana chegou aos 42 pontos, mesma pontuação da Fiorentina, a 2
da própria Inter, 5ª colocada. Faltando 12 jogos para o fim do
campeonato, o time de Maran está a apenas 6 da pontuação da temporada
passada,
com Montella, quando o clube atingiu sua melhor pontuação na Serie A, e
está vivo na briga por uma inédita classificação à competições
europeias.
Com a bola rolando, e mesmo sem
Barrientos e Almirón, lesionados, o Catania conseguiu produzir mais na
primeira etapa, chegando ao gol duas vezes. Primeiro com Lodi, logo aos 5
minutos, em cobrança de falta, pegando Mirante desprevenido. Depois com Keko,
em sua primeira partida na temporada, aproveitando o rebote do chute de Castro.
Na segunda etapa, o Parma tentou, tentou, mas só conseguiu marcar uma vez, e
ainda assim de forma “irregular”, mesmo que nada tenha sido marcado. Após
jogada em profundidade pela direita e centro de Biabiany, Amauri se livrou de
Legrottaglie, empurrando-o, e diminuiu. Após o lance, o veterano zagueiro
acabou extrapolando na reclamação e foi expulso por Guida, que também amarelou
Bellusci. Desfalques importantes para Maran para a próxima rodada. (AB)

Cagliari 4-3 Torino

Com a Is Arenas vazio, devido a punição ao Cagliari, o time da Sardegna encarou o Torino no jogo mais movimentado da rodada. Com uma doppietta inédita de Daniele Conti, os sardos tiveram trabalho e só venceram o jogo de sete gols no último lance. Porém, o confronto demorou a ter emoções. O primeiro lance de perigo veio depois de meia hora de jogo com um pênalti sofrido e convertido por Sau.

Mas o Torino voltou do intervalo cheio de disposição e em menos de dez minutos virou o placar com um gol de Cerci e outro de Stevanovic. Precisando do resultado positivo, o time rossoblù pressionou e chegou ao empate com Conti. A partida se encaminhava para o final quando Ogbonna derrubou Pinilla na área e foi expulso após seu segundo pênalti cometido no jogo. Na cobrança, o chileno deu vantagem novamente aos sardos. Com dois a menos (Diop não ficou em campo nem cinco minutos e também levou vermelho), o time grená ainda conseguiu chegar ao empate, já nos acréscimos, com Bianchi convertendo pênalti sofrido por ele mesmo. Quando tudo se encaminhava para o empate, já aos 50 minutos do segundo tempo, Conti arriscou de fora da área e contou com desvio em Glik para deixar Gillet vendido no lance e garantir a vitória do Cagliari. (Caio Dellagiustina)

Palermo 0-0 Genoa

Na parte de baixo da tabela, Palermo e Genoa ficaram no empate em 0 a 0, no Renzo Barbera. A equipe mandante tinha maior posse de bola, mas não conseguia criar boas chances. O Genoa, quando chegou pela primeira vez à meta de Sorrentino, aos 31 minutos, quase marcou, com Borriello. O goleiro, no entanto, conseguiu fazer a defesa. Antes do intervalo, Sorrentino também salvou o Palermo em um voleio de Bertolacci. 

No retorno ao segundo tempo, o Palermo continuou jogando no campo do adversário. Miccoli assustou a torcida do Genoa ao cobrar falta por sobre o gol. Já com Boselli na vaga de Fabbrini, García puxou contra-ataque e lançou Miccoli. O capitão cruzou para Boselli, que chutou para defesa mágica de Frey, que garantiu o empate sem gols na Sicília. Por um lado, o Genoa permanece fora da zona do rebaixamento e encara a Roma no próximo domingo. O Palermo perdeu seu técnico – Zamparini demitiu Malesani e contratou Gasperini novamente (!) – e joga contra o Torino, fora de casa, para tentar sair da lanterna do campeonato. (MM)

Sampdoria 2-0 Chievo

No Luigi Ferraris, se enfrentaram Sampdoria e Chievo que, embora iguais na tabela, com 29 pontos, tinham retrospectos totalmente distintos. Enquanto a Samp somava sete jogos sem perder (tendo sofrido apenas dois gols nesses duelos), os gialloblù vinham de uma série inconsistente, que incluem até mesmo uma goleada sofrida para o Bologna. E bastou o jogo começar para que a superioridade blucerchiata se evidenciasse. Com menos de cinco minutos jogados, duas boas chances com Obiang e De Silvestri.

De tanto pressionar, a Samp chegou ao gol aos 33 minutos com Poli, que recebeu de Obiang e bateu com categoria, do bico da grande área, no canto esquerdo de Puggioni. O Chievo, nas poucas oportunidades que conseguiu, pouco assustou Romero. Então, coube a Éder, que substituiu o apagado Icardi, já no final do jogo, aproveitar um chutão de Mustafi, dar uma arrancada desde o meio campo e só tocar no canto para garantir os três pontos à Samp, que agora chegou aos 32 pontos, enquanto o Chievo estacionou nos 29. (CD)

Relembre a 25ª rodada aqui.
Confira estatísticas, escalações, artilharia, além da classificação do campeonato, aqui

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