Liga dos Campeões

Velha dominada

Mandzukic corre para comemorar o primeiro gol da partida. Torcedores, ao fundo, lamentam mais uma bola na rede de Buffon (Foto: Alessandro Garofalo/Reuters)

“Nunca desista, porque quando você pensa que tudo está acabado é exatamente o momento em que tudo começa”, dizia cartaz na Arena Juventus. A torcida atendeu o pedido de Antonio Conte, que queria que o Bayern de Munique sentisse a baforada de cada espectador no estádio de Turim. O desafio de eliminar os alemães, quase impossível, no entanto, não aconteceu. Pelo contrário: o Bayern impôs um estilo de jogo muito mais lento que o habitual e mesmo assim venceu por 2 a 0.

Sem poder contar com Lichtsteiner e Vidal, o técnico Conte apostou em Pogba em meio-campo e Padoin na ala. A opção do meia improvisado pela direita se deu por conta da incógnita que Isla vive. Emprestado pela Udinese no começo da temporada, Isla chegou machucado e viveu à sombra do antigo lateral/ala suíço da Lazio. Quando substituiu Lichtsteiner (por suspensão ou em jogos da Coppa Italia), o chileno foi muito mal. Até Cáceres, que Antonio Conte não gosta de utilizar aberto, pois é zagueiro-direito, relegou Isla ao banco de reservas.

Vidal foi o único juventino lúcido em solo germânico, na semana passada. No Piemonte, ao menos, os atletas da Juventus pareciam acordados. Pirlo, Pogba e Vucinic tentaram levar os italianos ao caminho da vitória. No primeiro tempo, o francês recebeu ótimo passe de Pirlo, invadiu a área e cruzou para a pequena área. Quagliarella, entre van Buyten e Dante, não alcançou; Asamoah estava longe demais da bola, impossibilitando sua finalização ao gol. Pirlo também teve chance de vazar Neuer, mas o goleiro fez uma excelente defesa em cobrança de falta da meia-lua. 

A etapa final foi muito mais tranquila. A Vecchia Signora mal chegou à área do Bayern. Os alemães bloquearam os principais pontos de fuga do adversário. Além disso, a marcação da equipe treinada por Jupp Heynckes pressionava a saída de bola do rival com, pelo menos, cinco jogadores. Em uma das retomadas de bola bávara, Robben avançou e carimbou a trave de Buffon. E, pouco depois, Martínez desviou, com a cabeça, uma cobrança de falta para a área da Juve. No rebote, Mandzukic, de peixinho, colocou o Bayern na liderança do jogo. 

A Juventus, então, praticamente desistiu. Afinal, para se classificar à fase semifinal, o time italiano precisava marcar quatro gols. Em 46 jogos oficiais em 2012-13, a equipe fez quatro ou mais tentos numa mesma partida em seis oportunidades: Napoli, pela Supercoppa italiana; Udinese, fora, pela 2ª rodada da Serie A, e na Arena, no returno; Roma, em casa; Nordsjælland, em Turim; e Pescara, no Adriatico. Nenhuma partida foi contra uma equipe de altíssimo nível. Não foi contra o super Bayern.

Pizarro, maior artilheiro em atividade do Campeonato Alemão, substituiu Mandzukic aos 42 minutos do segundo tempo e ainda teve tempo de marcar o seu. Há quatro anos, quando a Juve participou pela última vez da Liga dos Campeões, ela foi justamente eliminada pelo Bayern de Munique. Apesar de campeã italiana, a Velha Senhora, sempre questionada por seu poder ofensivo, pode se orgulhar por ter feito uma competição pra lá de decente e louvável. Na próxima temporada tem mais.

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