Serie A

16ª rodada: Caindo na real

Com show de Tévez, Juventus bateu o Sassuolo e aumentou folga na liderança (LaPresse)

A Juventus passou nove rodadas nesta Serie A na incômoda condição de perseguidora. Fiorentina, Inter, Napoli e, principalmente, Roma, desempenhavam um futebol vistoso, em contraste com uma Juve preguiçosa e aparentemente desmotivada. As apostas de que uma surpresa poderia acontecer no Campeonato Italiano começavam a ganhar corpo. Porém, desde a 13ª rodada, tudo ficou diferente. Ou melhor, igual às duas últimas temporadas. Hoje, a Juventus é líder absoluta da competição, depois de conquistar oito vitórias consecutivas. Em 16 rodadas, o time só deixou escapar cinco pontos disputados, o que, convenhamos, é praticamente nada: o aproveitamento é de assustadores 89,5%. 

Enquanto isso, Roma e Inter convivem com a irregularidade de projetos que iniciaram neste ano, e o Napoli, com mais recursos investidos, parece ganhar terreno, assim como a Fiorentina. Se a tendência prosseguir, teremos uma briga emocionante por quase todas as vagas europeias. Uma delas, a do time campeão, parece reservada à Juventus. Acompanhe o resumo da 16ª rodada, a penúltima de 2013.

Juventus 4-0 Sassuolo

Focada no Campeonato Italiano após a eliminação precoce na Liga dos Campeões, a Juventus não teve problemas para superar o Sassuolo e se manter na liderança isolada da competição, agora cinco pontos à frente da Roma. Tévez foi o dono do jogo e fez sua melhor partida com a camisa bianconera, aparecendo decisivamente nos quatro gols da equipe: fez três e deu uma assistência, antes de sair muito aplaudido, no fim do segundo tempo. Com a tripletta, o argentino chegou a 10 gols na Serie A, assumindo a vice-artilharia da competição.

Ele começou o show ainda aos 15 minutos da etapa inicial, abrindo o placar após boa jogada de Vidal. Sem dificuldades, a Velha Senhora dominou o jogo inteiro. O primeiro tempo acabou 3 a 0, com mais um de Tévez e outro de Peluso, após cruzamento do atacante argentino. No segundo tempo, os donos da casa diminuíram o ritmo, mas ainda assim dominaram. Tévez fez mais um e garantiu a oitava vitória seguida da equipe na Serie A. É também a oitava rodada sem sofrer gols no campeonato. O Sassuolo perdeu uma posição e agora é 17º colocado, com 14 pontos. (Rodrigo Antonelli)

Milan 2-2 Roma

Botta e risposta, diriam os italianos. A Roma marcava e o Milan reagia. Esse foi o roteiro do jogo que fechou a 16ª rodada, nesta segunda, no San Siro. Uma partida aberta, com chances de gol para as duas equipes, e que mostrou deficiências e virtudes no Milan, e mais deméritos do que méritos para a Roma, que cada vez mais vê a Juventus disparar na liderança. Com o “favor” do Milan, agora a Velha Senhora tem cinco pontos de vantagem sobre a Loba, que tem 38, oito sobre o Napoli e treze sobre a Fiorentina. A equipe de Turim, que começou a Serie A rateando, já sabe que terminará 2013 na ponta da tabela. O alarme laranja se acende em Trigoria: a queda de produção da Roma é grande (são cinco empates e uma vitória nos últimos seis jogos) e
foi a primeira vez no campeonato que o time tomou dois gols em uma
partida. Em Milanello, esperança: o Diavolo começa a ganhar espírito,
apesar das limitações.

As equipes entraram em campo no 4-3-3, e Allegri lançava um inédito tridente formado por Montolivo, Kaká e Balotelli. Não deu muito certo no início, porque com um meio-campo forte, a Roma deu as cartas do jogo e abriu o placar com Destro, depois de boa jogada de Dodô e Strootman. Gervinho teve ótimas chances para ampliar, mas não conseguiu – e Zapata, de cabeça e joelho, castigou os romanos, aos 30 minutos. Bonera ainda cortou uma bola em cima da linha, garantindo o empate até o intervalo. Após a parada, o Milan voltou com Gabriel no lugar do lesionado Abbiati. E o brasileiro foi o pior em campo: cometeu um pênalti absurdo em Gervinho (que Strootman converteu) e quase entregou outro gol após outra bisonha saída do gol, que resultou na lesão de Emanuelson, um dos melhores em campo. Do meio para final do jogo, Muntari cresceu e após belo trabalho de pivô de Balotelli, empatou a partida. O ganês também ganhou o meio-campo, com muitas roubadas de bola de uma Roma desconcentrada e desorganizada a partir da entrada de Totti, que voltava de dois meses de lesão e ainda sem ritmo de jogo. No final, a equipe visitante chegou perto do empate na base do abafa, mas não marcou. (Nelson Oliveira)

Napoli 4-2 Inter
Em um jogo de defesas frágeis, venceu a equipe que ainda sabe como vencer e que é menos irregular. Após a eliminação na Liga dos Campeões contra o Arsenal, o Napoli se recuperou diante de sua torcida, mesmo mostrando vários problemas na retaguarda, e se aproxima da Roma, com 35 pontos. Já a Inter acumula o quarto jogo consecutivo sem vitória, justamente na última partida antes do dérbi contra o Milan e perdeu a quarta posição, que agora é da Fiorentina, com 30 pontos – ao menos, para os nerazzurri, a parada de inverno, que vem logo depois, será o momento de reabastecer as energias. Outro destaque para o jogo foi o reencontro de Mazzarri com o Napoli e o San Paolo, que o recebeu com mais vaias do que homenagens. Benítez também enfrentava a Inter pela primeira vez desde que deixou o clube, e acabou levando a melhor. O técnico fez questão de não polemizar e disse não ter se sentido vingado com o resultado.

Em campo, tudo ficou praticamente decidido no primeiro tempo, concluído com 3 a 2 e com muitos erros das defesas. O primeiro foi de Nagatomo, que afastou bola para o meio da área, permitindo que Higuaín enchesse o pé e abrisse o placar. A Inter até tinha mais posse de bola, mas sofria muito nos contra-ataques – tanto é que o gol de Cambiasso, aos 35, foi surpreendente. Só que o Napoli jogou uma ducha de água fria sobre os milaneses, quando aproveitou erros de Ranocchia, Campagnaro e Handanovic para fazerem 3 a 1, com Mertens (aos 39) e Dzemaili (42). Nagatomo ainda se redimiu, depois que Rafael e Maggio bateram cabeça, e levou o jogo mais equilibrado para o intervalo. No entanto, Álvarez levou dois cartões amarelos em 15 minutos (o segundo, de forma um tanto rigorosa, após toque no braço), e deixou a Inter com 10. Para explorar contra-ataques, Behrami entrou no lugar de um cansado Higuaín, e deu certo, pois o Napoli chegou ao 4 a 2 com Callejón. Após pênalti de Ranocchia, o Napoli poderia ter ampliado, mas Handanovic pegou a cobrança de Pandev. (NO)

Fiorentina 3-0 Bologna

Agora quarta colocada, a Fiorentina mostrou sua força no Artemio Franchi e não teve trabalho para vencer o Derby dell’Appennino.
Com tranquilidade, o time de Montella teve domínio e controle da
partida, não dando margem para vacilos contra o rival. Sirene ligada
para o Bologna, penúltimo colocado, que com uma tabela complicada
(Atalanta e Parma fora, além de Inter, Juventus e Fiorentina) já não
vence há dois meses – seis jogos, sete contando a eliminação na Coppa
Italia para o Siena, sexto colocado na Serie B. Pioli tem crédito, mas balança.

Ainda
sem seu centroavante – Gómez deve voltar somente no final de
janeiro –, a Fiorentina de Montella seguiu com sua marca ao não dar um
ponto de referência no ataque, desta vez formado por Cuadrado, Rossi e
Ilicic, titular pela primeira vez nos viola pela Serie A e bem no
jogo, também pela primeira vez desde que chegou a Florença. O esloveno abriu o placar, aos 13 minutos, depois de aproveitar erro do compatriota Krhin e chutar no canto de Curci. Aos 29,
Rossi abriu pela esquerda ao receber lançamento de Aquilani e enfiou
bola para Valero entrar em diagonal e também vencer o pobre Curci, que
ainda impedira cinco chutes. Aos 64, foi a vez de o espanhol retribuir a
assistência: ele lançou Pepito, que encobriu o goleiro, marcando seu
13º gol na Serie A. Até então com apenas três finalizações, o Bologna
tentou diminuir o placar, mas Kone parou duas vezes nas defesas de Neto.
(Arthur Barcelos)

Lazio 2-0 Livorno

O retorno de Klose aos campos fez bem à Lazio: a equipe não vencia desde 27 de outubro e, com dois gols do alemão, finalmente voltou a sentir o sabor do triunfo. Quem comemorou o resultado mais até do que os torcedores foi o técnico Petkovic, que balança no cargo. Os 2 a 0 dão uma sobrevida ao treinador, apesar de a vitória ter sido contra um dos sacos de pancada do campeonato. O Livorno chega a sexta partida consecutiva sem vencer e amarga mais uma rodada na zona de rebaixamento, lugar ao qual já se habituou e não mostra muitos sinais de que conseguirá sair.

Klose entrou com tudo e comandou o início devastador da Lazio, que aos 26 minutos de jogo já ganhava por 2 a 0. O primeiro gol foi aos 19: o atacante chutou em cima do goleiro Bardi, mas, no rebote, não desperdiçou e marcou. O segundo veio logo em seguida, depois que Hernanes chutou e Ceccherini afastou para os pés de Klose. Ele chutou e fez mais um. No segundo tempo, quase nada aconteceu. A Lazio se poupou e guardou o resultado e o Livorno não mostrou força para reagir. Agora, a equipe da capital tem 20 pontos, na 9ª colocação, e se afasta um pouco da zona da degola. Mas ainda há muito a melhorar. (RA)

Udinese 0-2 Torino

Problemas
em Údine. Nos últimos jogos a Udinese mostrou boa postura contra
Fiorentina (sua última vitória, ainda em novembro), Juventus, Napoli e
Torino, mas a sorte parece não estar do lado de Guidolin. Realmente
ameaçado no cargo pela primeira vez desde que chegou no Friuli, em 2010,
justamente agora que renovou até 2017, o comandante não tem conseguido
repetir os resultados passados e os bianconeri estão a duas posições e
quatro pontos da zona de rebaixamento. Momento adverso vive o Torino,
agora na sétima colocação e a cinco pontos da zona Uefa. Ventura, depois de duas temporadas irregulares (mesmo na Serie B), tem
motivos para rir à toa.

No
seu habitual 3-5-2 em jogos fora de casa, o Torino deixou a posse de
bola com a Udinese, mas não deu campo para o time da casa, especialmente
a partir da sua intermediária. Os zagueiros, especialmente o promissor
Maksimovic, os alas Darmian e Pasquale, e Vives, um leão na frente da defesa, impediram que
Pereyra, Fernandes e Di Natale participassem ativamente da troca de
passes, nem que Basta e Gabriel Silva progredissem pelos flancos. Após
um primeiro tempo sem emoções, os granata encaixaram bom contra-ataque
pela direita, com Cerci, em uma jogada que terminou na conclusão de Farnerud, e na abertura do
placar logo aos 3 do segundo tempo. Os donos da casa tentaram reagir,
mas um novo contra-ataque dos visitantes definiu o jogo Sempre pela
direita, Cerci abriu para Darmian, que cruzou na medida para Immobile marcar
seu sétimo gol na temporada – o sexto na Serie A, em nove partidas. (AB)

Catania 0-0 Verona
Jogando na Sicília, em uma
tarde inspirada do goleiro brasileiro Rafael, Catania e Hellas Verona
empataram sem gols, resultado que não ajuda nenhuma das duas
agremiações. Os elefantes, que contaram com o retorno de Gonzalo
Bergessio depois de dois meses afastado com uma fratura na fíbula,
jogaram melhor, mas não conseguiram balançar as redes. O Verona, por sua
vez, jogou sem o regente do meio-campo, o ítalo-brasileiro Jorginho,
que teve febre, deixando a equipe sem a ligação de qualidade no meio. O
Catania segue na lanterna, agora com dez pontos, mas ainda a apenas
quatro do primeiro time fora da zona. O Verona chega a 26, a apenas dois
da Inter, primeiro time na zona de classificação à Liga
Europa.

Os donos da casa dominaram por completo o
primeiro tempo de jogo, com uma supremacia territorial visível, contando
com a falta de criatividade do Verona sem seu maestro. Foram nove
finalizações por parte dos sicilianos, quatro na direção do gol, contra
nenhuma dos veroneses. A única jogada dos visitantes eram bolas alçadas
da defesa para o cabeceio de Toni. O Catania poderia ter feito dois
tentos na primeira etapa, não fossem dois milagres do goleiro brasileiro
Rafael, um aos 19 e outro aos 34, em cobrança de falta venenosa. No
segundo tempo, o Verona voltou bem melhor, mais organizado, e até
finalizou mais que os anfitriões. Iturbe começou a aparecer para o jogo e
quase marcou aos 29. Porém, as defesas se sobressaíram na reta final da
partida, mantendo o empate. (Thiéres Rabelo)

Chievo 0-1 Sampdoria
Com
apenas quatro rodadas após a troca de técnico a Samp iguala o número de
vitorias que havia conseguido nas 12 primeiras rodadas do campeonato. A equipe do treinador sérvio Mihajlović venceu a segunda
consecutiva, batendo o Chievo de Corini por 1 a 0, em Verona. Foi o fim da invencibilidade de cinco partidas de
Corini à frente dos clivensi, incluindo três vitórias consecutivas. O
resultado influencia a briga dos dois times contra o rebaixamento. Com a
vitória, a Samp escala duas colocações na tabela, chegando aos 17
pontos, deixando para trás o próprio Chievo, que segue com 15 pontos, e a
Udinese, também com 17, derrotada em casa pelo Torino. O prejuízo só
não foi maior para os veroneses pois todos os quatro times posicionados
abaixo na tabela foram derrotados.

E um brasileiro foi o
responsável pelos três pontos dos blucerchiati. O atacante Éder marcou
seu sexto gol em 12 partidas no campeonato, tornando-se artilheiro isolado do time e
um dos dez melhores da Serie A. O gol aconteceu logo aos 16 minutos do primeiro
tempo, quando Palombo cobrou escanteio da direita e o brasileiro subiu
mais alto que toda a zaga adversária e estufou as redes. A partir daí, o
Chievo, que não sofria um gol sequer desde outubro, foi à carga pelo
empate. A melhor chance no primeiro tempo foi de Théréau, que ganhou na
corrida da zaga e bateu, para a defesa do brasileiro Júnior Costa. A
bem postada defesa doriana, com destaque para Mustafi, alemão que vem
crescendo de produtividade, foi responsável por manter longe as
investidas dos donos da casa até o fim do jogo. (TR)

Parma 0-0 Cagliari
Na véspera da celebração do aniversário de 100 anos (comemorado
sob a presença de grandes ídolos do clube nesta segunda feira), o Parma recebeu
o Cagliari, que buscava melhorar a campanha fora de casa, mais eficiente apenas
do que a do lanterna, Catania. Embora
viessem de uma boa sequência sem derrotas, as duas equipes estavam iguais na
tabela e também na inconstância – assim, o resultado não poderia ser outro. Na
visão dos treinadores, um empate justo e que agrada a ambos, pois se mantém
entre o meio e a parte de cima da tabela, com 19 pontos.
De uniforme retrô, os crociati resolveram fazer a festa com
a torcida e se lançaram a frente, mas quem criou as melhores chances da primeira
etapa foi o time sardo, com Nenê e Ekdal. Na segunda etapa, Biabiany
até tentou tirar o zero do placar, mas não fosse Gobbi, quem teria balançado as
redes seria Nenê. O defensor do Parma tirou a bola que bateu na trave e que
corria na linha, à frente dos pés do atacante brasileiro do Cagliari. Cassano
e Sau não produziram nada e o resultado foi um inóspito zero a zero. (Caio
Dellagiustina)
Genoa 1-1 Atalanta       
Se a fase do Genoa não era boa (três jogos sem vencer), a da
Atalanta era ainda pior (uma vitória nos últimos sete jogos, na Serie A). Para
mudar a situação, os dois treinadores aplicaram as alterações treinadas durante
a semana. Gasperini trouxe o rossoblù de volta ao 3-5-2, enquanto Colantuono apostou
na volta de Moralez, recuperado de lesão, municiando Denis no ataque. As
mudanças surtiram mais efeito nos donos da casa, que tiveram as primeiras chances
com Bertolacci e Gilardino, mas aos poucos, os nerazzurri foram avançando e
Denis obrigou Perin a fazer boas defesas.
Nem mesmo a ausência de Kucka – que para por seis meses,
lesionado – pareceu ter atrapalhado o time genovês, que dominou o jogo, mas só
abriu o placar na parte final da segunda etapa. A revelação Bertolacci
aproveitou a sobra de bola na dividida de Gilardino com Migliaccio para encher o
pé e estufar as redes. A Atalanta se mandou à frente, obrigando Perin a fazer
boas defesas nas chances de De Luca e Brienza. O goleiro só não conseguiu
salvar a bobeira de Biondini que resultou no gol de empate da Atalanta, com De
Luca, aos 49 da segunda etapa. (CD)

Relembre a 15ª rodada aqui.
Confira estatísticas, escalações, artilharia, além da classificação do campeonato, aqui

Seleção da rodada
Rafael (Verona); Isla (Juventus), Zapata (Milan), Astori (Cagliari), Darmian (Torino); Borja Valero (Fiorentina), Dzemaili (Napoli), Strootman (Roma); Tévez (Juventus), Klose (Lazio), Rossi (Fiorentina). Técnico: Vincenzo Montella (Fiorentina).

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