Coppa Italia

Coppa Italia: teremos bom futebol em campo na final

Em dia de matador, Higuaín fez a festa diante de Maradona

Uma final interessante, no mínimo. Ao longo das duas últimas semanas, Fiorentina, Udinese, Napoli e Roma brigaram por vagas na final da Coppa Italia. Em quatro bons e movimentados jogos, as equipes mostraram que estavam valorizando, e muito, a competição, e deram uma amostra de que qualquer dos times faria uma final digna. Fiorentina e Napoli conseguiram chegar lá, e farão a decisão no dia 3 ou 7 de maio, a depender dos compromissos das duas equipes na Liga Europa. Saiba como foram as semifinais.


Napoli 5-3 Roma (2-3 / 3-0)

Fichas técnicas: primeiro jogo (gols) / segundo jogo (gols)

Confronto entre os times com o segundo e terceiro melhores ataques da Serie A, aqueles cujos que também mais marcam em contra-ataques no campeonato, com jogadas rápidas e na individualidade. Não poderia ser diferente no duelo pela Coppa e assim saíram os oito gols, em jogos abertos e com várias falhas defensivas. Melhor para o time de Benítez, que soube aproveitar raros cochilos da Roma de Garcia, a defesa menos vazada da Itália, que por sua vez não apresentou a consistência de costume e perdeu ótima chance de fazer valer o alto investimento com o primeiro título da era americana dos giallorossi. A conquista chegaria na melhor temporada desde que os ianques chegaram a Trigoria, e seria a sonhada décima taça da competição.

No primeiro jogo, uma Roma pragmática quase matou o confronto nos primeiros 45 minutos. Como gosta e é mortal, Gervinho abriu o placar cedo em lançamento de Totti, ao ganhar de Réveillère e Albiol, tirar de Reina e tocar para o gol livre. O capitão romanista assustou pouco depois, mas foi a principal contratação da Bota que marcou o segundo gol: Strootman, após roubada de bola de Nainggolan, chutou de longe e acertou o canto superior com precisão e força.

Mas o jogo tem 90 minutos e o Napoli, com Insigne e Maggio, em passes de um Hamsík até então apagado, por pouco não descontou no primeiro tempo, o que aconteceria logo na volta do intervalo. Higuaín chutou sem ângulo e De Sanctis, arqueiro por quatro anos do time napolitano, engoliu frango. Os donos da casa reagiram, criaram várias chances, mudaram de jogadores, mas Benatia e De Rossi falharam e Mertens, quatro minutos após substituir Insigne, recuperou a bola e chutou para igualar o marcador. Porém, nem tudo estava perdido para a Roma, que voltou a ficar na frente novamente com Gervinho em enfiada de bola de Florenzi.

Na volta, em Nápoles, primeiro tempo truncado apesar de duas chances com Hamsík e Destro em dois minutos. À procura de um contra-ataque, a Roma se fechava atrás e negava espaços para um Napoli pouco criativo e muito estático. Mas foi no calcanhar de Aquiles romano, e se movimentando, que o time de Benítez abriu o placar: enquanto Higuaín e Hamsík puxaram marcadores, Callejón adentrou na área e subiu sozinho para aproveitar cruzamento perfeito de Maggio, que não enfrentou o combate de Michel Bastos e a cobertura de Leandro Castán. Logo após a volta do intervalo, Callejón alertou perigo aos dois minutos em tabela com Higuaín. No lance seguinte, Mertens cobrou escanteio, Jorginho desviou e Higuaín cabeceou com categoria para ampliar.

Assustada, a Roma novamente parou e viu o Napoli criar outra jogada mortal. Mertens percebeu a ultrapassagem de Jorginho nas costas da defesa romanista e deu belo passe para o ítalo-brasileiro tocar na saída de De Sanctis. Precisando de dois gols, os giallorossi quase conseguiram um, mas Strootman, impedido, teve gol anulado. Já Pjanic assustou em cobrança de falta. Totti entrou e Destro errou duas cabeçadas em cruzamentos de Maicon. Pouco. Como se não bastasse, Strootman, que já havia reclamado bastante no gol anulado corretamente, fez falta dura, levou amarelo e voltou a reclamar exaustivamente com o árbitro, que o expulsou. A gota d’água para o time Garcia, que não voltou a finalizar mais e perdeu o segundo jogo na temporada. Nos dois (o outro, contra a Juventus, na Serie A), descontrolou-se muito.

Fiorentina 3-2 Udinese (1-2 / 2-0)

Fichas técnicas: primeiro jogo (gols) / segundo jogo (gols)

Depois de 13 anos, a Fiorentina volta a disputar uma final de Coppa. Na última vez que isso aconteceu, o clube de Florença comemorava suas últimas vitórias antes de quebrar por causa de dívidas bancárias. A vitória do time de Rui Costa, Nuno Gomes, Chiesa, Toldo, Di Livio e Amaral foi sobre o Parma, clube que também passaria por problemas financeiros poucos depois. Hoje reestruturado sobre o comando dos Della Valle, o time de Montella começa a dar retorno ao investimento feito já desde a última temporada, quando terminou na quarta colocação e voltou a disputar competições europeias. Novamente quartos, os viola sonham com Champions League, estão firmes na Europa League e agora terão a chance de conquistar um título após mais de uma década na seca.

Chegar até a final, contudo, não foi muito fácil. Após ter eliminado os conterrâneos Inter e Milan, a Udinese compensava sua péssima temporada com campanha surpreendente no mata-mata da Coppa. E por pouco a zebra não se repetiu, já que em Údine o time valente de Guidolin levou a melhor. Ofensiva e dessa vez no 4-3-3, a Fiorentina começou levando perigo em jogadas com os pontas Joaquín e Vargas. O time da casa retrucou com Pinzi e Pereyra, mas foi em contra-ataque perfeito que o placar abriu contagem: Nico López lançou Widmer na ponta direita e o ala cruzou para ele, sempre ele, Di Natale marcar. Os visitantes não diminuíram o ritmo, Matri assustou e Vargas empatou com balaço de fora da área, sem chances para o garoto Scuffet, vital na vitória bianconera com três defesas na segunda etapa. Depois de já ter levado perigo em grande jogada de Widmer, Muriel não perdoou na segunda oportunidade ao acertar chute forte e a bola bater na trave antes de entrar no gol de Neto. Gol aos 82, um banho de água fria na Fiorentina, melhor no jogo.

O que não foi problema para o jogo de volta. Em casa, Montella decidiu armar o 3-5-2, espelhando o time de Guidolin, e contou com seus alas para garantir a vaga na final. Primeiro com Pasqual, quando Fernández lançou Joaquín: o espanhol ajeitou de cabeça e o capitão acertou bonito chute de esquerda, abrindo o placar aos 13. Depois com Cuadrado, quando em grande lançamento de Pizarro, o colombiano arrancou pela direita e chutou forte e a bola tocar no travessão antes de entrar, decretando o placar final e a classificação viola, com direito a dança muito louca.

Antes disso, a Udinese reagiu ao gol de Pasqual e graças a Neto e o travessão não marcou em boas oportunidades com Di Natale (três vezes), Gabriel Silva. Do outro lado, o promissor Scuffet também mostrou qualidade em dois chutes de Joaquín, mas, como dito, foi incapaz de defender os dois balaços dos alas adversários. No final, Domizzi, Muriel e Nico López obrigaram Neto a mostrar porque valeu ter tido a confiança da diretoria e Montella.

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1 Comentário

  • Isso só prova uma coisa: O Napoli tem um baita de um elenco (pelo menos os titulares) e com ctz foi o que melhor se reforçou na última janela de transferências. Resultado merecidíssimo para os Partenopei e toda sua massa que fez uma festa belíssima no estádio (principalmente com a chegada do Maradona, é incrível como os caras o idolatram!). Os últimos jogos do Napoli foram impressionantes, jogaram bonito e o Higuain está conquistando o coração da torcida. Com certeza o time é uma grata surpresa e esperança em um país que vem sendo dominado pelo futebol pragmático (e muito chato!) da Juventus.
    Bem, e a Roma…Foi tudo o que eu imaginei, um time com elenco bom, mas envelhecido e dependente demais no Totti, o cara é um puta craque, mas não tem mais o vigor físico para carregar o time, ele deveria ser o fiel da balança e não a balança inteira! Além do mais, os caras precisam urgentemente de um finalizador, aquele Destro lá é horrível de dar dó.
    Continuem o bom trabalho! O blog de vcs é ótimo!

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