Serie A

26ª rodada: A hipoteca do título

Artilheiro do campeonato, Tévez marcou golaço e mantém a Juve na liderança (EFE)
A esta altura do campeonato, dois meses antes que a bola pare de rolar na Itália, é difícil não apostar no tricampeonato de uma Juventus que tem 11 pontos de frente sobre a Roma. Contra o Milan, os bianconeri passaram por mais um adversário complicado e praticamente reservaram o scudetto – somente um desastre tira o título de Turim. Por isso, a disputa da Liga Europa, na qual a Juve enfrenta a dura Fiorentina nas oitavas de final, no caminho que pode levá-la à decisão do título em seu estádio, se torna mais importante: para o bem e para o mal. O psicológico pode ser abalado, em caso de eliminação. Os rivais torcem por uma equipe juventina desconcentrada pelos compromissos continentais. Acompanhe o resumo da 26ª rodada.
 
Milan 0-2 JuventusAo término dos primeiros 45 minutos de jogo no San Siro, o resultado parecia provável, mas injusto. Afinal, o Milan atacou o dobro de vezes, pressionou, mas a Juventus voltou ao vestiário ganhando por 1 a 0. O time visitante quase abriu o marcador com Llorente, que não aproveitou o cruzamento de Lichtsteiner. A primeira chance real de gol foi do Milan. De fato, o clube rossonero teve várias durante a primeira etapa. Com Poli, Pazzini, Taarabt, Kaká… Aliás, Bonucci salvou gol certo do brasileiro em cima da linha. Aos 44′, Marchisio salvou um lançamento longo, a Juve tramou ótima jogada em um espaço pequeno, com Tévez e Lichtsteiner, e Llorente empurrou a bola para o gol.

Na etapa final, os bianconeri tentaram dobrar a vantagem logo no início, em finalização de Tévez, mas Abbiati defendeu. O argentino, no entanto, fez a festa da torcida em menor número ao marcar um golaço de fora da área. Pogba quase marcou 3 a 0 – a bola bateu na trave – antes de Robinho acertar a trave, nos acréscimos. O Milan saiu de campo com o dobro de chutes ao gol de Buffon (que fez excelente partida), mas nada impossibilitou a vitória juventina. Algo consegue parar a Velha Senhora? Talvez somente um tanque, como disse o técnico Seedorf após a partida. Com 11 pontos de vantagem (com um jogo a mais) para a Roma, faltando 12 rodadas para o fim da Serie A, é difícil que o título não fique em Turim. (Murillo Moret)

 
Roma 0-0 Inter
Apesar do placar zerado, romanos e milaneses fizeram um jogo muito agradável no Olímpico. Debaixo de muita chuva e com muitos escorregões, as equipes demonstraram grande qualidade técnica para jogar futebol em um campo derrapante. Porém, a verdadeira derrapada foi da Roma, que enfrentou um adversário difícil e foi pior em campo, apesar das tentativas de chegar ao gol, especialmente com Nainggolan. Para a Inter, o resultado poderia ser melhor, afinal a equipe teve chances de marcar no primeiro tempo, mas esbarraram na falta de pontaria. O resultado mantém as equipes respectivamente na 2ª e 5ª posições, com 58 e 41 pontos. Para a Inter, foi o 11º empate no campeonato, mais do que as 19 outras equipes na tabela.
 
No gramado do Olímpico, se o primeiro tempo foi de uma Inter iluminada por Álvarez e Guarín, mas com pouca participação de Palacio e raras tentativas de Icardi, Garcia mexeu na postura tática da equipe no segundo tempo e equilibrou o jogo, com a entrada de Pjanic no lugar de Ljajic. Nainggolan chamou a responsabilidade e, como Álvarez saiu e Hernanes e Botta não entraram bem na Inter, os romanos cresceram e quase chegaram aos gols com Gervinho (Rolando afastou) e Pjanic, que viu Handanovic voar em uma bola difícil para fazer uma das defesas da temporada. A falta de gols, porém, também tem responsabilidade da fraquíssima arbitragem de Bergonzi, que não viu quatro penalidades – duas para cada lado; o juizão também poderia ter expulsado De Rossi e Juan. (Nelson Oliveira)

Livorno 1-1 Napoli
A Roma só empatou com a Inter no sábado e o Napoli tinha a chance de se aproximar da vice-lider em jogo contra o fraco Livorno, no domingo. Os partenopei, porém, fizeram mais uma péssima partida diante de um time pequeno e praticamente descartam a hipótese de lutar pelo vice-campeonato – a Roma tem seis pontos na frente e um jogo a menos. A equipe napolitana até começou bem a partida, com Mertens e Callejón dando muito trabalho pelas pontas e um Pandev atento no comando do ataque, substituindo Higuaín, suspenso. O gol saiu depois de pênalti de Ceccherini no macedônio que Mertens converteu. Pouco mais tarde, no entanto, Reina teve má sorte e, quando caía para alcançar rebote em toque de letra de Mbaye, mandou a pelota para dentro do próprio gol, igualando o placar.

No segundo tempo, o Livorno voltou melhor e incomodou bem mais do que o Napoli. O time da casa teve pelo menos três chances de virar o jogo, com Greco, Belfoldil e Paulinho, mas as desperdiçou. o Napoli ainda teve uma grande chance com Zapata, já no fim do jogo, mas também não aproveitou. Com o resultado, o Livorno permanece na zona de rebaixamento, com 21 pontos. O Napoli ocupa o terceiro posto, com 52 pontos, e só não lamenta mais o resultado porque a Fiorentina perdeu na rodada e não se aproximou na briga pela última vaga na Liga dos Campeões. (Rodrigo Antonelli) 

Fiorentina 0-1 LazioApesar das vagas nas oitavas da Europa League e na final da Coppa Italia, a Fiorentina não teve um mês muito produtivo em fevereiro. Ao todo foram três vitórias, três derrotas e dois empates para o time de Montella, que claramente sente o cansaço, as ausências por lesões e suspensões. E março não começou muito bem: no segundo jogo seguido em casa os viola sofreram outra derrota em confrontos que poderão pesar no final do campeonato, já que agora a Lazio volta a brigar definitivamente por vaga na Liga Europa e a Inter, em ascensão, está mais próxima.

Com a bola rolando, mais do mesmo: Fiorentina com domínio da posse de bola, Lazio com contra-ataque arquitetado. E nessa tônica o time da capital levou mais perigo, com três boas oportunidades e o único gol da partida. Gol não, golaço: após cobrança de escanteio e bate-rebate, a bola sobrou para Cana emendar lindo voleio e vencer Neto, que posteriormente impediria vexame maior em chutes de Candreva, Konko e Onazi. Sem Valero e Pizarro para organizar as jogadas, o time da casa foi improdutivo e apenas em jogadas de Pasqual algo foi criado, em passe para Anderson, cruzamento para Aquilani e inversão para Tomovic, as oportunidades mais claras dos viola no segundo tempo. (Arthur Barcelos)


Verona 0-0 BolognaEis o curioso caso do Hellas Verona, a sensação da primeira parte do campeonato, quase imbatível no Bentegodi, onde só perdera o dérbi para o Chievo. Em nove jogos no ano, os gialloblù perderam quatro, venceram três e empataram outros dois. Em casa, o retrospecto é ainda pior: nenhuma vitória, três derrotas e um empate. Contra o Bologna, brigando pela salvezza, o time de Mandorlini foi inofensivo e inferior ao rival. Com o empate, saiu da zona europeia ao ser ultrapassado pelo Parma e vê outros se aproximando. Já o time de Ballardini se mantém fora da zona de rebaixamento e na 16ª colocação. Ao menos, o objetivo inicial da temporada já foi cumprido: 40 pontos foram alcançados e a equipe está virtualmente salva do rebaixamento.

Desde o começo o domínio foi do Bologna, que levou perigo na primeira etapa com Bianchi, Kone, Lazaros e Cristaldo. A única boa chance do Verona veio num cruzamento de Iturbe e cabeçada de Jankovic defendida por Curci, que voltaria a defender apenas no final do jogo, em chute de Rômulo. Do outro lado, Rafael seguiu tendo bastante trabalho no segundo tempo, e assegurou o empate. Logo no primeiro minuto, Lazaros foi puxado na área e o pênalti foi assinalado. Na cobrança, o goleiro brasileiro defendeu o chute de Bianchi, como faria novamente em chutes de Krhin e Cristaldo. O jogo também contribuiu para o alto número de faltas, cartões amarelos e vermelhos da 26ª rodada: foram 33 faltas, seis amarelos e um vermelho. (AB)
 
Sassuolo 0-1 Parma
No confronto entre duas equipes emilianas com situação bem distinta na tabela, melhor para os parmenses, melhores colocados no torneio. Aliás, desde que Cesare Prandelli, atual técnico da seleção italiana, deixou o time, em 2004, o Parma não alcança posição tão alta na tabela nesse estágio do campeonato. Talvez por isso, do atual 6º colocado na tabela saiam alguns selecionáveis para a Nazionale, como Parolo e o recém-convocado Paletta – Prandelli ainda poderia observar Mirante e Lucarelli, além de Cassano. Quem também está bem cotado é o técnico Donadoni, que levou o Parma a seu recorde de resultados úteis: a equipe não perde há 14 rodadas.
 
Em campo, o Parma abriu o placar logo aos dois minutos, depois que Parolo completou cruzamento de Biabiany. Melhor no campo de Reggio Emilia, que sofreu com a chuva, que quase deixou a partida impraticável. No segundo tempo, o fim da chuva ajudou a partida a fluir melhor, e o Parma criou três ótimas ocasiões de gol. No Sassuolo, problemas: o time não vence há cinco rodadas, desde que Malesani assumiu o lugar de Di Francesco (um recorde de derrotas seguidas, juntamente a Bucchi no Pescara e Passarella no Parma). Além disso, Berardi ficou pela segunda vez seguida no banco e, após 20 segundos em campo, conseguiu ser expulso, por cotovelada em Molinaro e ficará três jogos suspenso. Nervoso, o jovem mostra que não aceitou bem a reserva oferecida pelo treinador, que resolveu barrar o destaque do time no campeonato. Com tantos erros, Malesani pode ser demitido – Di Francesco voltaria, segundo a imprensa local –, mas o jogo do fim de semana, contra o Bologna, será sua última chance. (NO)

Torino 0-2 Sampdoria
Após duas derrotas consecutivas no campeonato, a Sampdoria se recuperou e venceu o Torino, fora de casa. Precisando do resultado, os visitantes entraram em campo em ritmo forte e pressionaram o Toro logo no início. A tática deu certo e o primeiro gol do jogo saiu logo aos sete minutos de bola rolando, com Okaka aproveitando sobra na área para empurrar para as redes. Os donos da casa reclamaram muito de posição irregular do atacante, mas o juiz nada marcou. Os granata sentiram o baque e demoraram para se reencontrar no jogo.

A equipe de Ventura até criou algumas oportunidades, principalmente na primeira parte do segundo tempo, mas não conseguiu empatar. Immobile e Cerci tentaram bastante, mas o goleiro Da Costa estava em tarde boa e não deixou nada passar. Aos 34 minutos do segundo tempo, então, Gabbiadini acertou cobrança de falta perfeita e acabou com qualquer esperança do Toro. O time caiu uma posição na tabela, por causa da vitória da Lazio, mas continua confortável na 9ª colocação, com 36 pontos marcados. A Samp, por sua vez, chega a 31 e se distancia bem da zona da degola. (RA)

Genoa 2-0 Catania

Se o Genoa vinha nos últimos anos brigando até o fim contra o
rebaixamento, ao menos nesta temporada a torcida rossoblù terá um pouco de
tranquilidade. Com uma bela reação após a segunda parte do primeiro turno o
time praticamente se garantiu para mais uma Serie A e ainda sonha com uma vaga
na Liga Europa. Por outro lado, o Catania segue ameaçadíssimo e se mostra cada
vez menos propenso a conseguir a salvezza. No confronto, os grifoni não deram
chances aos sicilianos e se “divertiram” – segundo as palavras de Gasperini –
como nos velhos tempos.
Os comandados de Maran até iniciaram melhor o jogo, mas logo
aos 14 minutos, Antonelli aproveitou o bate-rebate na pequena área e abriu o
placar. O gol desnorteou o Catania, que não conseguiu criar. Para ajudar,
Bellusci levou segundo cartão amarelo ainda no primeiro tempo, deixando os
visitantes com um jogador a menos. Gasperini colocou o time para frente na segunda
etapa para tentar consolidar a vitória, mas os elefanti se defenderam
bravamente até os minutos finais, quando Sturaro (a nova promessa genovesa),
definiu o resultado contando com colaboração de Andújar. (Caio Dellagiustina)

Cagliari 3-0 Udinese
Diego López foi obrigado a colocar Andrea Cossu na volância do Cagliari porque Conti e Ekdal não estavam disponíveis para o jogo. Mesmo com os desfalques e o improviso, diante da Udinese, os rossoblù fizeram uma boa partida e venceram por 3 a 0. Aos 18 minutos, Ibarbo aproveitou o lançamento de Astori para, de voleio, abrir o marcador no Sant’Elia. Isso porque o time bianconero teve a chance de inaugurar o placar minutos antes, porém, Di Natale, sozinho dentro da área, finalizou por cima da meta. O capitão da Udinese ainda teve duas chances no primeiro tempo, mas parou em ótimas defesas de Avramov. O time visitante caiu de produção na segunda etapa e o Cagliari marcou mais duas vezes, com Vecino e Ibraimi – jogando no lugar de Cossu, na armação, o macedônio foi bem e colocou dúvidas na cabeça de López.


Há de se louvar a atitude dos sul-americanos Avelar, Ibarbo e Pinilla na vitória em casa. Eles se juntaram a Dessena e utilizaram laços nas chuteiras com as cores do arco-íris em campanha anti-homofóbica. O meio-campista foi bastante criticado, no mundo on-line, pela atitude na semana passada. Nainggolan, ex-Cagliari e atual Roma, também usou o acessório contra a Inter. (MM)
Atalanta 2-1 Chievo
Sem vencer há três jogos, a Atalanta não poderia ter jogo
mais fácil para se recuperar. Encarando o Chievo, em pleno Atleti Azzurri d’Italia, o
time de Colantuono sofreu, mas voltou a vencer, ficando cada vez mais longe da
zona de rebaixamento. A emoção inicial, dada pela homenagem à Ezio Bertuzzo (falecido
na última semana) serviu de motivação à equipe nerazzurra que aos 21 minutos
chegou ao primeiro gol, através de Carmona. O chileno aproveitou sobra na
entrada da área e acertou o canto de Puggioni.
O restante do primeiro tempo reservou poucas emoções, diferente
da segunda etapa, que teve boas chances da Atalanta e uma incrível reação do
Chievo que, mesmo com um jogador a menos, empatou o confronto com a cabeçada
certeira de Dainelli. Corini fechou a defesa como pode, mas num dos raros
momentos de desatenção, a tabela entre Cigarini e Denis terminou no gol do
italiano, que garantiu os três pontos à Atalanta, agora com 31 pontos, enquanto
o Chievo com 21, a primeira equipe fora da zona de rebaixamento.
(CD)

Relembre a 25ª rodada aqui.
Confira estatísticas, escalações, artilharia, além da classificação do campeonato, aqui

Seleção da rodada
Handanovic (Inter); Lichtsteiner (Juventus), Emerson (Livorno), Cana (Lazio), Antonelli (Genoa); Nainggolan (Roma), Gargano (Parma), Cigarini (Atalanta); Ibraimi (Cagliari); Éder (Sampdoria), Tévez (Juventus). Técnico: Sinisa Mihajlovic (Sampdoria).

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