Serie A

Retrospectiva da Serie A, parte 1

Berardi (ao centro) comandou o forte trio de ataque do Sassuolo, que garantiu a equipe na elite (AP)

A Serie A acabou faz pouco mais de uma semana, mas ainda temos o que falar dela. Nesta semana, faremos uma análise completa sobre como foi a temporada das 20 equipes que passaram pelos gramados da primeira divisão da Itália. Na primeira parte, falamos sobre as equipe que terminaram a temporada entre a 20ª e a 11ª colocação. Boa leitura!

Especial publicado também na Trivela.

Livorno

A campanha: 20ª
colocação, 25 pontos. 6 vitórias, 7 empates e 25 derrotas.
Ao final de 2013:
19ª colocação
Fora da Serie A:

Eliminado na terceira fase da Coppa Italia pelo Siena 

Ataque: 39
gols, o quinto pior
Defesa:
77
gols, a pior
Time-base:
Bardi; Coda (Rinaudo), Emerson, Ceccherini; Mbaye (Schiattarella), Luci, Biagianti (Duncan), Greco (Benassi), Mesbah (Castellini); Emeghara (Siligardi), Paulinho.

Artilheiros: Paulinho (15 gols) e Luca Siligardi (5)
Onipresentes:
Francesco Bardi e Paulinho (ambos com 35 partidas)
Técnicos:
Davide Nicola (até a 19ª e da 35ª a 38ª rodadas), Attilio Perotti (20ª) e Domenico Di Carlo (21ª a 34ª rodadas)
Craque:
Paulinho
Decepção:
Ishak Belfodil
Revelação:
Francesco Bardi
Sumido:
Giuseppe Gemiti
Melhor contratação: Francesco Bardi
Pior contratação:
Ishak Belfodil
Nota da temporada:
4

Se algo salva a temporada do Livorno, foi o espaço dado a muitos jovens ao longo do campeonato. De volta à elite após três anos, a equipe voltou com poucas expectativas de permanecer na Serie A e, com a folha salarial mais baixa do campeonato, apostou. Em parceria com a Inter, contratou vários jogadores por empréstimo, que se desenvolveram bastante em sua primeira experiência real na primeira divisão – casos de Bardi e Mbaye, especialmente, e um pouco menos de Benassi e Duncan. 

Apesar de os jovens jogadores terem aparecido bem (a exceção foi Belfodil, que decepcionou tanto que ficou de fora da lista da Argélia pra Copa do Mundo), o time não suportou a presença de tanta gente inexperiente no elenco: dentre os jogadores mais utilizados, apenas quatro já haviam disputado mais de 20 jogos pela elite italiana antes de o campeonato começar, e o próprio técnico Nicola, que dirigiu a equipe na maior parte do campeonato, vinha apenas em seu segundo trabalho como treinador. Os labronici endureceram muitas partidas contra equipe do topo da tabela, mas cometeram erros bobos em demasia e, não à toa, fecharam o campeonato com a pior defesa e com o maior número de derrotas dentre os 20 times do certame. Apesar disso, três dos destaques do time atuam na parte de trás: Bardi, Emerson e Mbaye, além, claro, do brasileiro Paulinho, dono de bom repertório e um dos melhores atacantes da temporada.

Kone reage ao golpe: tradicional Bologna caiu

Bologna

A campanha: 19ª
colocação, 29 pontos. 5 vitórias, 14 empates e 19 derrotas.
Ao final de 2013:
17ª colocação
Fora da Serie A:

Eliminado na quarta fase da Coppa Italia pelo Siena 

Ataque: 28
gols, o pior
Defesa:
58
gols
Time-base:
Curci; Antonsson, Natali, Mantovani (Cherubin, Sorensen); Garics, Krhin, Pérez (Pazienza), Kone, Morleo; Christodoulopoulos (Diamanti); Cristaldo (Bianchi).

Artilheiros: Panagiotis Kone (5 gols), Alessandro Diamanti (5) e Jonathan Cristaldo (4)
Onipresentes: Gianluca Curci (37 partidas), György Garics (34) e Mikael Antonsson (34)
Técnicos: Stefano Pioli (até a 18ª rodada) e Davide Ballardini (19ª em diante)
Craque:
Panagiotis Kone
Decepção:
Rolando Bianchi
Revelação:
Diego Laxalt
Sumido:
Daniele Paponi
Melhor contratação:
Diego Laxalt
Pior contratação:
Rolando Bianchi
Nota da temporada:
0

Após seis anos seguidos na Serie A, o tradicionalíssimo Bologna voltará à segundona. Não é exagero nenhum dizer que a diretoria pediu para isso. Uma sucessão de erros levou a equipe ao abismo e, por isso, o presidente Albano Guaraldi é o homem mais odiado da Emília-Romanha atualmente. A equipe, que tem o nono maior orçamento dentre as equipes que participaram do campeonato passado, vinha de dois campeonatos dignos, mas fez contratações estapafúrdias já no mercado de verão, e viu apostas complicadas darem errado – como Bianchi e Cristaldo (e, em janeiro, Acquafresca) para substituírem Gilardino e Gabbiadini, que estavam emprestados. A dupla anterior marcou 20 gols, enquanto os cinco atacantes bolonheses desta temporada (além dos três citados, os pífios Paponi e Moscardelli integravam o grupo) guardaram apenas quatro tentos. 

Não bastasse isso, Guaraldi ainda liberou Diamanti para o futebol chinês depois que o mercado de janeiro havia se fechado e teve de depender de Ibson e do fraco Friberg para tentar suprir a perda do trequartista, que, não precisa nem dizer, jogou no lixo a chance de jogar a Copa do Mundo com tal escolha. Com tantas opções esquisitas, não surpreendeu o fato de que o Bologna, time de pior futebol nesta temporada da Serie A, acabasse o campeonato com o menor número de vitórias e o pior ataque da competição. Nem adiantou que a dupla grega Kone e Christodoulopoulos tentasse iluminar os caminhos, porque não havia muita qualidade lá na frente. Outro grande problema foi demitir Pioli, que fazia bom trabalho, e deixar o time sob o comando de Ballardini, um dos mais tétricos treinadores do futebol italiano – que, sabe-se lá porquê, continua recebendo chances na Serie A. Sob seu comando, um dos melhores jovens da temporada, o uruguaio Laxalt, autor de dois gols sobre o Milan, quase não jogou, e foi preterido por Ibson e Friberg. É…

Catania

A campanha: 18ª
colocação, 32 pontos. 8 vitórias, 8 empates e 22 derrotas.
Ao final de 2013:
20ª colocação
Fora da Serie A:

Eliminado nas oitavas de final da Coppa Italia pelo Siena 

Ataque: 34
gols, o segundo pior
Defesa:
66
gols, a terceira pior
Time-base:
Andújar (Frison); Peruzzi (Álvarez), Spolli (Bellusci), Rolín (Legrottaglie, Gyömbér), Biraghi (Monzón); Izco, Lodi (Rinaudo), Plasil; Barrientos, Bergessio, Castro (Leto).

Artilheiros: Gonzalo Bergessio (10 gols) e Pablo Barrientos (5)
Onipresentes:
Gonzalo Bergessio (30 partidas), Mariano Izco (30) e Lucas Castro (29)
Técnicos: Rolando Maran (até a 8ª e da 20ª a 32ª rodadas) Luigi De Canio (9ª a 19ª rodadas) e Maurizio Pellegrino (33ª em diante)
Craque:
Gonzalo Bergessio
Decepção:
Nicola Legrottaglie
Revelação:
Norbert Gyömbér
Sumido:
Sergio Almirón
Melhor contratação:
Francesco Lodi
Pior contratação:
Panagiotis Tachtsidis
Nota da temporada:
3,5

Catania descendo, Palermo subindo. Por pelo menos mais um ano, a Serie A continuará sem o quente dérbi siciliano e a causa disso é a incompetência do Catania, que caiu mesmo tendo um elenco capacitado para manter a equipe na elite com alguma folga. Os etnei sentiram muito a saída de três titulares (Marchese, Gómez e Lodi; o último retornou em janeiro) e fizeram um primeiro turno muito ruim, no qual a equipe jogou de forma diferente do que nos últimos anos e, sem jogadas ensaiadas e uma referência no ataque (Bergessio, com problemas físicos, e Maxi López, com problemas pessoais, foram mal até janeiro. Isso claramente derrubou a confiança de uma equipe que vinha quebrando recordes próprios ano após ano e que, em 2013-13, ficou na 8ª posição. Contribuiu para a queda, também, a prematura demissão do técnico Maran, que não recebeu o respaldo necessário para defender o recorde conquistado por ele. Quando o careca retornou, na metade do campeonato, havia pouco a ser feito, uma vez que De Canio não conseguiu arrumar a casa.

As muitas trocas de técnicos acabaram gerando uma grande indefinição na zaga e nem mesmo havia um goleiro titular definido. Mais à frente, Legrottaglie não foi nem sombra do bom zagueiro dos anos anteriores, e Spolli se lesionou demais. Isso abriu espaço para revelações, como Rolín e Gyömbér, mas também deixou o time menos experiente, sobretudo sem a garra de Almirón na volância. No final das contas, nem mesmo as quatro vitórias nas últimas cinco partidas, conquistadas pelo inexperiente Pellegrino serviram para salvar um time que foi muito mal fora de casa (conquistou apenas cinco de seus pontos longe do Massimino) e que demonstrou muita dificuldade de marcar gols.

Sassuolo

A campanha: 17ª
colocação, 34 pontos. 9 vitórias, 7 empates e 22 derrotas.
Ao final de 2013:
18ª colocação
Fora da Serie A:

Eliminado na quarta fase da Coppa Italia pela Atalanta 

Ataque: 43
gols
Defesa:
72
gols, a segunda pior
Time-base:
Pegolo; Gazzolla, Antei, Cannavaro (Bianco, Acerbi), Longhi; Biondini (Marrone), Magnanelli, Missiroli (Chibsah); Berardi, Zaza, Floro Flores (Sansone, Floccari).

Artilheiros: Domenico Berardi (16 gols), Simone Zaza (10) e Antonio Floro Flores (7)
Onipresentes:
Simone Zaza e Gianluca Pegolo (ambos com 33 partidas)
Técnicos:
Eusebio Di Francesco (até a 21ª rodada e da 27ª em diante) e Alberto Malesani (22ª a 26ª)
Craque:
Domenico Berardi
Decepção: Jonathan Rossini
Revelação:
Domenico Berardi
Sumido:
Emanuele Terranova
Melhor contratação: Simone Zaza
Pior contratação:
Antonio Rosati
Nota da temporada:
7,5 

Grata surpresa desta temporada, o Sassuolo é um grande exemplo ao futebol italiano. O pequenino time da cidade homônima, de apenas 40 mil habitantes, jogou a Serie B pela primeira vez em 2008 e estreou na elite nesta temporada, conseguindo uma heroica salvação. Os neroverdi, inexperientes, começaram tomando uma série de cacetadas – incluindo um 7 a 0 em casa contra a Inter, maior goleada da competição –, mas evoluíram muito e conseguiram vitórias importantes contra Fiorentina, Milan, Sampdoria, Genoa e Atalanta, além de engrossarem o caldo contra diversos times da parte de cima da tabela. Não fosse a estreia do time na elite, o ótimo trabalho de Di Francesco poderia ser premiado com uma campanha mais confortável. Ainda assim, é uma temporada que merece aplausos. Em sua segunda participação na elite, o time irá em busca de outro milagre.

O modelo de negócio da equipe também merece ser olhado de perto. Um dos poucos times com estádio próprio na Itália (os outros são Juventus e Udinese, além da Roma, que iniciará a construção do seu), o Sassuolo é financiado por Giorgio Squinzi, dono de uma multinacional de materiais de construção. A equipe investe em prospecção de talentos e muito em jogadores italianos – todos os gols da equipe foram marcados por nascidos no país. Entre os jovens, o Sassuolo pode se orgulhar de ter no seu plantel o melhor trio de atacantes de menos de 23 anos do país, formado pelos infernais Sansone, Zaza e Berardi – os dois últimos, já da Juve –, que demonstraram futebol de gente grande, sobretudo na segunda metade da temporada. Berardi, o que mais se destacou, fechou a temporada com quatro gols contra o Milan, três contra a Sampdoria e 16 tentos e 9 assistências no total. Outros bons jovens na equipe são Marrone, outro da Juventus, Antei, emprestado pela Roma, e Chibsah, de propriedade do Parma. Vale ressaltar, ainda, que a equipe foi buscar nomes pouco badalados mas de bons números no campeonato, como Pegolo, Biodini, Floro Flores e Rossini – o último não deu certo, porém. Vale, ainda, o reconhecimento ao bom número de sócios-torcedores (8 mil)
e a média de espectadores do estádio, superior à do tradicional e vizinho
Parma.

Chievo

A campanha: 16ª
colocação, 36 pontos. 10 vitórias, 6 empates e 22 derrotas.
Ao final de 2013:
16ª colocação
Fora da Serie A:

Eliminado nas oitavas de final da Coppa Italia pela Fiorentina 

Ataque: 34
gols, o segundo pior
Defesa:
54
gols
Time-base:
Puggioni (Agazzi); Frey, Dainelli, Cesar; Sardo, Rigoni, Radovanovic, Hetemaj, Dramé; Théréau, Paloschi.

Artilheiros:
Alberto Paloschi (13 gols), Cyril Théréau (7) e Luca Rigoni (4)
Onipresentes:
Alberto Paloschi (34 partidas), Ivan Radovanovic (33) e Luca Rigoni (33)
Técnicos:
Giuseppe Sannino (até a 12ª rodada) e Eugenio Corini (da 13ª em diante)
Craque:
Alberto Paloschi
Decepção:
Sergio Pellissier
Revelação:
ninguém
Sumido:
Michele Canini
Melhor contratação:
Ivan Radovanovic
Pior contratação:
Alessandro Bernardini
Nota da temporada:

5

Observe um jogador como Radovanovic. Ele, provavelmente, não te diz muita coisa, e é isso mesmo. É a cara do Chievo: um volante sem muita técnica, mas de futebol combativo e aguerrido, que não desiste nunca. É tão cara do Chievo quanto um treinador careca sentado no banco de reservas e que orienta seu elenco a praticar um futebol compacto e defensivo. Não muda nunca e essa tem sido a fórmula dos clivensi há alguns anos. E, por mais percalços que apresente, ela tem sido suficiente para manter a equipe na elite da Serie A.

O Chievo começou o campeonato tropeçando muito, o que fez com que Sannino acabasse demitido. Corini, que já havia trabalhado na equipe na temporada passada, foi chamado de volta para controlar o incêndio e deixou a equipe fora da zona de rebaixamento durante todo o campeonato, garantindo a permanência na penúltima rodada. Para isso, contou com os 13 gols de Paloschi, que há tempos pede espaço em equipes mais competitivas e as boas atuações do experiente Dainelli, que foi bem na defesa e também marcou gols importantes. Entre as decepções, Théréau fez um campeonato abaixo do esperado e ainda conseguiu brigar com a pequena torcida gialloblù. O capitão Pellissier, por sua vez, marcou apenas um gol e caminha para um fim de carreira melancólico. Na próxima temporada, dificilmente veremos um Chievo diferente dos últimos anos.

Cagliari

A campanha: 15ª
colocação, 39 pontos. 9 vitórias, 12 empates e 17 derrotas.
Ao final de 2013:
12ª colocação
Fora da Serie A:

Eliminado na terceira fase da Coppa Italia pelo Frosinone

Ataque: 34
gols, o segundo pior
Defesa:
53
gols
Time-base:
Avramov; Dessena (Pisano), Rossettini, Astori, Murru (Danilo Avelar); Eriksson (Nainggolan), Conti, Ekdal; Cossu; Ibarbo, Sau (Pinilla).

Artilheiros:
Mauricio Pinilla (7 gols), Marco Sau (6) e Nenê (5)
Onipresentes:
Luca Rossettini (36 partidas), Davide Astori (34) e Daniele Dessena (33)
Técnicos:
Diego López (até a 32ª rodada) e Ivo Pulga (33ª em diante)
Craque:
Luca Rossettini
Decepção:
Davide Astori
Revelação: Marco Silvestri
Sumido:
Adryan
Melhor contratação:
Agim Ibraimi
Pior contratação:
Adryan
Nota da temporada:
6

Fora das quatro linhas, o Cagliari tem vivido em constante turbulência há alguns anos. Porém, mais uma vez a equipe sarda conseguiu garantir a permanência na Serie A, totalizando dez temporadas na elite italiana. Assim como no ano passado, a equipe teve sérios problemas envolvendo o seu estádio, e teve que jogar na distante Trieste por parte do campeonato e, a partir da 8ª rodada, no estádio Sant’Elia, com capacidade reduzida a menos de 5 mil torcedores. Em toda a temporada, os cagliaritanos colocaram menos gente em seu estádio em 19 partidas do que Inter e Milan em seu jogo de maior lotação. Além disso, o presidente Massimo Cellino comprou o Leeds United, da Inglaterra, e passou boa parte da temporada sem investir em sua equipe e buscando um comprador.

Valentes e alheios ao que acontecia fora de campo, os jogadores honraram a camisa e, em nenhum momento, a equipe chegou a estar realmente ameaçada de cair para a segundona. O bom desempenho no primeiro turno garantiu que a equipe pudesse diminuir o ritmo e mesmo assim continuar bem posicionada. A demissão do técnico López aconteceu muito mais por motivos de preferências – Pulga, seu assistente, iria se demitir, mas acabou ganhando o cargo –, do que por resultados negativos. Dentro de campo, a perda de Nainggolan foi pouco sentida, e mais uma vez a equipe viu Ibarbo, Sau, Pinilla, Conti, Ekdal e Rossettini fazerem bom campeonato. Abaixo da média foram Astori, que até perdeu sua vaga na Copa do Mundo, e Adryan, que deixou o Flamengo e não emplacou no futebol europeu.

Genoa

A campanha: 14ª
colocação, 44 pontos. 11 vitórias, 11 empates e 16 derrotas.
Ao final de 2013:
9ª colocação
Fora da Serie A:

Eliminado na terceira fase da Coppa Italia pelo Spezia 

Ataque: 41
gols
Defesa:
50
gols
Time-base:
Perin; Antonini, Portanova (De Maio), Marchese (Burdisso, Manfredini); Vrsaljko, Sturaro (Biondini), Matuzalém, Bertolacci, Antonelli; Fetfatzidis (Konaté); Gilardino.

Artilheiros:
Alberto Gilardino (15 gols), Luca Antonelli (3) e Emanuele Calaiò (3)
Onipresentes:
Mattia Perin (37 partidas) e Alberto Gilardino (36)
Técnicos: Fabio Liverani (até a 6ª rodada) e Gian Piero Gasperini (a partir de então)
Craque:
Mattia Perin
Decepção:
Adrian Stoian
Revelação:
Stefano Sturaro
Sumido:
Alessandro Gamberini
Melhor contratação:
Sime Vrsaljko
Pior contratação:
Mario Santana
Nota da temporada:

5,5 

O Genoa começou a temporada com investimentos menores do que em anos anteriores e apostando em Liverani como técnico, no seu primeiro trabalho como profissional. Porém, o trabalho do treinador não decolou e nem mesmo a ótima vitória no dérbi contra a Sampdoria salvou sua pele. Gasperini retornou ao clube em que teve sucesso e logo deu tranquilidade à equipe, que chegou a passar boa parte da temporada na metade de cima da tabela, mesmo com muitas mudanças no elenco, a lesão de Kucka, que o tirou da temporada na 11ª rodada, e o não aproveitamento de Lodi.

Utilizando um jogo forte pelas laterais e tendo Gilardino como referência, Gasperini abriu mão de seu 3-4-3 em grande parte da temporada, e também mostrou um lado mais conservador. Nem parecia um de seus times, que costumam marcar e sofrer muitos gols. Mais equilibrado, o Genoa desta temporada dependeu demais de Gilardino, que marcou mais de um terço dos tentos rossoblù. Atrás, Perin, que assim como Gila, retornava de empréstimo, assumiu a titularidade e foi um dos melhores goleiros do campeonato, com ótimas defesas e, muitas vezes, salvando resultados. À frente, surpreendeu o emprego de Marchese e Antonini, laterais, como zagueiros na maior parte da temporada. Até porque, nas alas, Vrsaljko e Antonelli fizeram boa temporada e seria difícil barrá-los. Não à toa, por depender tanto de uma única peça para fazer os gols e de poucas para evitá-los, os grifoni ficaram no meio da tabela.

Hora do adeus: fim de ciclo na Udinese

Udinese

A campanha: 13ª
colocação, 44 pontos. 12 vitórias, 8 empates e 18 derrotas.
Ao final de 2013:
11ª colocação
Fora da Serie A:

Eliminada nas semifinais da Coppa Italia pela Fiorentina e nos play-offs da Liga Europa pelo Slovan Liberec

Ataque: 46
gols
Defesa:
57
gols
Time-base:
Scuffet (Brkic, Kelava); Heurtaux, Danilo, Domizzi; Basta, Allan, Badu (Lazzari, Pinzi), Pereyra, Gabriel Silva; Bruno Fernandes (Muriel); Di Natale.

Artilheiros:
Antonio Di Natale (17 gols) e Emmanuel Badu (5)
Onipresentes:
Roberto Pereyra (36 partidas), Danilo (36) e Allan (33)
Técnico: Francesco Guidolin
Craque:
Antonio Di Natale
Decepção:
Luis Muriel
Revelação:
Simone Scuffet
Sumido:
Douglas Santos
Melhor contratação: Bruno Fernandes
Pior contratação:
Ivan Kelava
Nota da temporada:
4,5 

A pior Udinese dos últimos anos já apresentava sinais de que estava em fim de ciclo. Poucas contratações certeiras, o dono do clube, Giampaolo Pozzo, voltando atenções para outras agremiações, desgaste de Guidolin no comando da equipe e fim de carreira de Di Natale. Tudo isso permeou a temporada da equipe friulana, que não desempenhou bom futebol e acabou ficando apenas no meio da tabela, ao contrário dos últimos anos, que tiveram a classificação à Liga dos Campeões por duas vezes. No final das contas, a equipe teve um campeonato mediano, condizente com o futebol apresentado.

Olhando pelo lado positivo, a Udinese conseguiu valorizar alguns jogadores, como os razoáveis Gabriel Silva, Heurtaux, Widmer e os ótimos Bruno Fernandes e Scuffet – o último, já convocado para a seleção italiana, com apenas 17 anos. De bom, também, foi a recuperação do artilheiro Di Natale, que fazia temporada ruim, mas em 2014 marcou 13 gols, chegando aos 17 e a oito temporadas seguidas com mais de 10 tentos. Fora da Serie A, valeu ainda a boa campanha na Coppa Italia, competição em que a equipe eliminou Inter e Milan e caiu apenas nas semifinais, contra a Fiorentina. De ruim, o vexame que abriu a temporada: eliminação nas fases preliminares da Liga Europa, frente aos checos do Liberec. Resta saber como vai ser na próxima temporada, com novo técnico – Guidolin se tornou supervisor técnico dos times da família Pozzo (Udinese, Granada e Watford) – e provavelmente sem Di Natale, que tem mais um ano de contrato, mas anunciou, em janeiro, que pararia.

Sampdoria

A campanha: 12ª
colocação, 45 pontos. 12 vitórias, 9 empates e 17 derrotas.
Ao final de 2013:
14ª colocação
Fora da Serie A:

Eliminada nas oitavas de final da Coppa Italia pela Roma 

Ataque: 48
gols
Defesa:
62
gols, a quinta pior
Time-base:
Júnior Costa; De Silvestri, Mustafi, Gastaldello, Regini (Costa); Palombo, Krsticic, Obiang; Gabbiadini, Soriano; Éder.

Artilheiros:
Éder (12 gols) e Manolo Gabbiadini (8)
Onipresentes:
Lorenzo De Silvestri (35 partidas) e Manolo Gabbiadini (34)
Técnicos:
Delio Rossi (até a 12ª rodada) e Sinisa Mihajlovic (a partir de então)
Craque:
Éder
Decepção:
Gaetano Berardi
Revelação:
Vasco Regini
Sumido:
Bartósz Salamon
Melhor contratação:
Stefano Okaka
Pior contratação:
Bartósz Salamon
Nota da temporada:
6

A temporada doriana é claramente dividida entre antes e depois de Mihajlovic. Antes da chegada do treinador, a equipe treinada por Delio Rossi não jogava compactada e sofria gols demais, além de depender muito de Éder. Porém, o técnico, que foi ídolo na Samp como jogador, assumiu o comando blucerchiato e fez a equipe subir muito de produção, jogando de forma vigorosa e ofensiva – ao mesmo passo, chegou a acertar a defesa, que depois acabou sofrendo muitos gols, na reta final do campeonato. Foi, inclusive, na reta final da temporada que a equipe caiu de produção e não conseguiu entrar na briga por uma vaga europeia. Bom, ao menos para uma primeira temporada, o trabalho do sérvio foi positivo e, por isso, chegou a ter o contrato renovado após rumores de que Inter, Lazio e Juventus estariam interessadas em seus préstimos.

Dentro de campo, o brasileiro Éder foi o destaque do time, enquanto os outros brasileiros, Júnior Costa e Renan, foram coadjuvantes. O atacante, que chegou a negociar com o Vasco, viveu a sua melhor temporada na Serie A e não teve a titularidade ameaçada, mesmo não sendo um jogador de área. Entre os mais jovens, Okaka enfim conseguiu ter uma boa temporada, enquanto Gabbiadini não chegou a explodir e teve temporada levemente abaixo daquela feita em 2012-13, quando foi muito bem. Olho também em Mustafi, zagueiro muito físico que, apesar dos números negativos da defesa blucerchiata, entrou no radar da seleção alemã.

Denis foi destaque em uma Atalanta de recordes

Atalanta

A campanha: 11ª
colocação, 50 pontos. 15 vitórias, 5 empates e 18 derrotas.
Ao final de 2013:
15ª colocação
Fora da Serie A:

Eliminada nas oitavas de final da Coppa Italia pelo Napoli

Ataque: 43
gols
Defesa:
51
gols
Time-base:
Consigli; Benalouane, Stendardo, Yepes (Lucchini), Brivio (Del Grosso); Raimondi, Carmona, Cigarini, Bonaventura; Moralez; Denis

Artilheiros: Germán Denis (13 gols), Maxi Moralez (5) e Giacomo Bonaventura (5)
Onipresentes:
Germán Denis (37 partidas), Andrea Consigli (35) e Luca Cigarini (33)
Técnico:
Stefano Colantuono
Craque:
Germán Denis
Decepção:
Marko Livaja
Revelação:
Daniele Baselli
Sumido:
Luigi Giorgi
Melhor contratação:
Mario Yepes
Pior contratação:
Constantin Nica
Nota da temporada:
7

Entre os times médios e pequenos, a Atalanta foi a campeã no quesito jogar em casa – a quinta melhor no campeonato. 36 dos 50 pontos da equipe nerazzurra foram conquistados no Atleti Azzurri d’Italia, um dos maiores caldeirões do país, com torcida inflamada – que, infelizmente, passa dos limites, às vezes, como quando atirou bananas sobre Constant, do Milan. Dentro de campo, porém, os bergamascos honraram os seus verdadeiros torcedores e fizeram uma campanha muito sólida, na qual a possibilidade de chegar a uma competição europeia, algo que não acontecia há mais de 20 anos, foi realidade até as últimas rodadas. Em 2013-14, a Atalanta pode se orgulhar de um feito histórico: pela primeira vez, conseguiu seis vitórias consecutivas na competição.

Mais uma vez, a Atalanta mostrou a força de um trabalho de continuidade no comando técnico do clube, na manutenção de suas principais estrelas e formação de jogadores. Stefano Colantuono é técnico há da equipe quatro anos e tem em mãos um grupo com atletas que atuam junto há tempos, como Denis, Moralez, Cigarini e Carmona, além de Consigli e Bonaventura, formados no clube. Baselli, pequena estrela também formada no CT de Zingonia, ganhou muito espaço neste ano e atuou em 28 jogos – olho nele, que pode ser o herdeiro de Cigarini, líder em assistências do time, com 7. Destacaram-se, ainda, os dois experientes zagueiros do time, contratados a custo zero – outra bela sacada dos orobici. Por outro lado, a equipe lamenta que Livaja, contratado sob boas expectativas, não tenha decolado – já foi até negociado com o Rubin Kazan. Dificilmente a Atalanta conseguirá avançar, mas terminar um campeonato sempre num cenário desses é como um scudetto para sua tifoseria.

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