Liga dos Campeões

Fase de grupos encobre falhas?

“Carimba, Luciano, que a classificação foi legal” (Foto: Getty Images)

A Juventus jogou com o regulamento e fez o necessário para avançar de fase na Liga dos Campeões com um empate sem gols contra o Atlético de Madrid, nesta terça-feira (9), em Turim. A pergunta feita no título leva a ponderação: a fase de grupos encobre (muitas) falhas da Velha Senhora?

É possível analisar a partida no Piemonte da seguinte forma: a Juventus fez o que precisava para entrar no seleto clube dos 16 melhores times da temporada 2014-15. Em comparação ao mesmo período no ano passado, já é muito – afinal, cair contra o Galatasaray, de qualidade técnica inferior, não está nos planos de muitos clubes.

Chega a ser imbecil dizer que “a prioridade da Juventus é vencer a Liga dos Campeões”. Todos têm essa prioridade – exceção seja feita ao Basel. O técnico Max Allegri precisa, em princípio, criar uma identidade da equipe na Europa. A Juve perdeu dois dos três jogos iniciais na fase de grupos (fora de casa contra Olympiacos e Atleti), mas cresceu no momento decisivo. Os adversários espanhois e gregos foram mais difíceis que o imaginado, e o Malmö deu bastante trabalho no primeiro turno.

Por outro lado, é possível, também, analisar a partida desta forma: a equipe italiana penou, novamente, contra o super defensivo Atlético de Madrid. Não só isso: na LC, o time acumula exibições ruins e sem criatividade ofensiva – a Juventus jogou muita bola contra o Chelsea, na Arena, mas há duas temporadas. O time treinado por Diego Simeone não tem o menor problema em se defender a todo momento. Nesta terça-feira, certamente o treinador bianconero foi Muricy Ramalho. Teve cruzamento a todo momento buscando Llorente, que teve de enfrentar Godín e Giménez – ou dois Yao Ming, se preferirem. 

A falta de criatividade não foi vista somente na partida contra o Atleti. A Juve teve dois breves momentos de instabilidade depois das derrotas na competição europeia: a vitória no sufoco contra a Roma e a derrota para o Genoa, no Italiano. Desde então, o time soma oito partidas sem derrotas. Porém, o jogo contra a Lazio marca a última grande exibição da Juventus na temporada. Diante do Malmö, a equipe fez 45 minutos bons; contra Torino e Fiorentina, apresentações fracas – apesar dos três pontos conquistados no clássico. 

Allegri precisa repensar sobre a manutenção de Vidal na equipe titular. O chileno fez um jogo medonho contra o Atleti. O jogador está aquém daquele que comeu a bola durante as últimas três temporadas. Talvez a partida diante os espanhois fosse diferente com a presença de Marchisio, poupado devido a uma febre. Fato é que o setor direito enfraqueceu com a queda de produção do camisa 23. Não à toa a Velha Senhora teve mais posse de bola pelo lado esquerdo no ataque.

O sorteio pode ajudar a Juventus com um primeiro colocado de grupo um pouco menos complicado, como Borussia Dortmund ou Monaco. Qualquer confronto, de qualquer forma, será difícil para quem ainda tem medo de jogar a competição, mas como Gianluigi Buffon disse ao término do jogo desta terça-feira, “cedo ou tarde, você precisa enfrentar os times fortes”. 

Liga dos Campeões, 6ª rodada, Juventus Stadium

Juventus 0-0 Atlético de Madrid

Juventus: Buffon, Lichtsteiner, Bonucci, Chiellini e Evra; Vidal, Pirlo, Pogba e Pereyra; Tévez e Llorente. T: Massimiliano Allegri

Atlético de Madrid: Moyá, Juanfran, Giménez, Godín e Siqueira; Arda Turan, Mario Suárez, Gabi e Koke; Raúl García e Mandzukic. T: Diego Simeone

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