Serie A

Balanço de inverno, parte 2

Um Tévez de diferença: e assim a Juventus vai se sobrepondo à Roma (AFP)

A Serie A volta às atividades nesta segunda, 5 de janeiro, com a partida entre Sampdoria e Lazio. Porém, antes de os times entrarem em campo, é hora de análise. Esmiuçamos o que os 10 primeiros colocados do campeonato produziram em 2014, e trazemos a parte “nobre” do nosso balanço de inverno, com os times que mais pontos conquistaram na temporada até então e que brigam por título, Liga dos Campeões e Liga Europa. Não esqueça de conferir a primeira parte do nosso especial e boa leitura!

Publicado também na Trivela.

Palermo

10ª posição. 16 jogos, 22 pontos. 5 vitórias, 7 empates, 4 derrotas. 22 gols marcados, 26 sofridos.

Time-base: Sorrentino; Múñoz, González (Terzi, Feddal), Andelkovic; Morganella, Rigoni, Bolzoni (Maresca), Barreto, Lazaar (Daprelà); Vázquez (Belotti); Dybala.

Treinador: Giusepe Iachini

Destaque: Paulo Dybala, atacante

Artilheiro: Paulo Dybala, com 7 gols

Garçom: Paulo Dybala, com 6 assistências

Decepção: Souleymane Bamba, zagueiro

Maior sequência de vitórias: 2, na 9ª e 10ª rodadas

Maior sequência de derrotas: 2, na 6ª e 7ª rodadas

Maior sequência de invencibilidade: 8, da 9ª à 16ª rodada

Maior sequência sem vencer: 6, da 1ª à 6ª rodada

Expectativa: Meio da tabela

Uma das gratas surpresas da temporada, o Palermo é um time que superou o péssimo início de campanha para trilhar um sólido caminho na Serie A. Após os seis primeiros jogos sem vitórias, a equipe treinada por Iachini engatou ótima sequência, com apenas uma derrota – na 8ª rodada, para a Juventus, em partida em que jogou bem. Méritos para o técnico, que conseguiu suportar a pressão de uma quase demissão e, em um raro momento de estabilidade concedida pelo presidente Maurizio Zamparini, reorganizou o time, que passou a desempenhar um bom futebol. Nem mesmo quando o Palermo lutava na parte de cima da tabela, por vagas europeias, em temporadas anteriores, o time conseguiu uma sequência de oito jogos sem perder. É a maior de sua história.

Iachini, normalmente um técnico mais defensivo, conseguiu fazer seu time jogar mais para frente. Boa parte desta mudança deve-se a uma dupla de argentinos que tem dado o que falar no Italiano. Dybala é o cérebro do time, o criador e o finalizador de quase todas as jogadas da equipe. Tudo passa pelos pés do hermano de origem ítalo-polaca, que pelas grandes atuações está na mira de gigantes europeus. Ao lado do projeto de craque, Vázquez dá um luxuoso auxílio, e após passagem pelo Rayo Vallecano, enfim se fixou no Palermo, onde é o segundo jogador mais importante da equipe. Além da dupla, também estão se destacando o seguro goleiro Sorrentino e a boa dupla de volantes formada por Rigoni e Barreto. Nesta toada, os rosanero terão sequência de Serie A bastante tranquila. E Iachini poderá, pela primeira vez na carreira, terminar uma temporada como técnico de um time na elite. Algo notório para um treinador que se destacou por levar times da segundona para a primeira divisão, mas que nunca se firmou no mais alto escalão do futebol local.

Udinese

9ª posição. 16 jogos, 22 pontos. 6 vitórias, 4 empates, 6 derrotas. 20 gols marcados, 22 sofridos.

Time-base: Karnezis; Widmer, Heurtaux, Danilo, Piris (Pasquale); Badu, Allan, Guilherme; Théréau, Bruno Fernandes (Kone); Di Natale.

Treinador: Andrea Stramaccioni

Destaque: Antonio Di Natale, atacante

Artilheiro: Antonio Di Natale, com 8 gols

Garçom: Antonio Di Natale, com 3 assistências

Decepção: Luis Muriel, atacante

Maior sequência de vitórias: 3, da 3ª à 5ª rodada

Maior sequência de derrotas: 2, na 9ª e 10ª rodadas

Maior sequência de invencibilidade: 4, da 3ª à 6ª rodada

Maior sequência sem vencer: 5, da 8ª à 12ª rodada

Expectativa: Meio da tabela

Logo nas primeiras rodadas, a Udinese surpreendeu por estar brigando na parte mais alta da tabela da Serie A. O time de Stramaccioni era cotado para fazer um bom campeonato, mas não se esperava tanto dos friulanos no início. Com o desenrolar da temporada, a Udinese voltou a frequentar o pelotão intermediário, flertando com a zona de vagas europeias, e por ali deve permanecer nos próximos meses. Afinal, a equipe joga bem quando os seus principais destaques estão bem: Widmer, Heurtaux, Danilo, Allan, Bruno Fernandes e, claro, o artilheiro Di Natale, que segue marcando gols e está cada vez mais perto de realizar o sonho do seu pai: ultrapassar Roberto Baggio na lista de maiores goleadores do campeonato.

Enquanto Totò continua marcando gols a rodo, quem decepciona é Muriel. Após fazer boa temporada no Lecce e outro bom ano em Údine, o jogador é criticado por ser desligado nos treinamentos e, de comparado a Ronaldo Fenômeno, deve acabar se transferindo para um time menor em breve. Outros jogadores que perderam espaço com Strama são o goleiro Scuffet e o brasileiro Gabriel Silva. Os dois estiveram entre os maiores destaques bianconeri em 2013-14, mas foram relegados ao banco pelo treinador, que prefere Karnezis e Piris. Até agora, a ausência dos dois antigos titulares não está fazendo falta e a Udinese segue sem correr riscos, enquanto dificulta a vida dos times mais fortes do país.

Fiorentina

8ª posição. 16 jogos, 24 pontos. 6 vitórias, 6 empates, 4 derrotas. 21 gols marcados, 13 sofridos.

Time-base: Neto; Tomovic, Savic, Rodríguez, Alonso; Aquilani (Joaquín, Ilicic, Kurtic), Pizarro, Borja Valero; Mati Fernández, Cuadrado; Gómez (Babacar).

Treinador: Vincenzo Montella

Destaque: Mati Fernández, meia

Artilheiro: Khouma El Babacar, com 4 gols

Garçom: Juan Cuadrado, com 3 assistências

Decepção: Mario Gómez, atacante

Maior sequência de vitórias: 2, na 12ª e 13ª rodadas

Maior sequência de derrotas: 2, na 10ª e 11ª rodadas

Maior sequência de invencibilidade: 5, da 2ª à 6ª e da 12ª à 16ª rodada

Maior sequência sem vencer: 2, três vezes

Expectativa: Vaga na Liga Europa

Poucos times da Itália passaram o segundo semestre de 2014 tão afetados por lesão e desempenho abaixo da média de seus principais jogadores como a Fiorentina. Na última temporada, as lesões de Gómez e Rossi penalizaram a equipe, e isso voltou a acontecer neste ano. Com o italiano afastado desde agosto, e com o alemão, Cuadrado e Borja Valero jogando muito menos do que podem, a 8ª posição e a proximidade ao terceiro posto é lucro para o time treinado por Montella. Com a pausa de inverno, o time ganhou tempo para respirar e poder manter a boa sequência conseguida nas rodadas finais de 2014. No entanto, a torcida gigliatta sabe que qualquer chance de classificação a competição europeia depende de bom desempenho dos jogadores citados.

Fato é que a brilhante Fiorentina da última temporada está longe de aparecer em campo. Cuadrado e Valero mostram menos lampejos do que em anos anteriores, e o time marca menos gols – Babacar, um jovem reserva, é o artilheiro. Aguardando que Gómez volte a jogar bem e que Rossi retorne de lesão – previsto para fevereiro –, a equipe surpreende ao ter a segunda melhor defesa da competição, e sem nomes badalados. O brasileiro Neto se destacou, e, por isso, em fim de contrato, preferiu deixar a equipe gratuitamente para tentar a chance em um gigante europeu. Entre os outros destaques do time florentino, podemos citar Savic, Rodríguez e, principalmente, Mati Fernández. O chileno vem fazendo uma função importante na criação de jogadas, e chamou a responsabilidade em um momento em que seus companheiros estão abaixo da crítica. Vale salientar ainda que Montella barrou o capitão Pasqual, dando espaço a Alonso na lateral esquerda, algo inesperado.

Milan

7ª posição. 16 jogos, 25 pontos. 6 vitórias, 7 empates, 3 derrotas. 25 gols marcados, 18 sofridos.

Time-base: Diego López (Abbiati); Abate (Rami), Rami (Bonera, Alex), Zapata (Mexès), De Sciglio; Poli, De Jong, Muntari (Bonaventura); Honda, Ménez (Torres), Bonaventura (El Shaarawy).

Treinador: Filippo Inzaghi

Destaque: Jérémy Ménez, atacante

Artilheiro: Jérémy Ménez, com 8 gols

Garçom: Ignazio Abate, com 5 assistências

Decepção: Fernando Torres, atacante

Maior sequência de vitórias: 2, na 1ª e 2ª e 6ª e 7ª rodadas

Maior sequência de derrotas: nenhuma

Maior sequência de invencibilidade: 6, da 4ª à 9ª rodada

Maior sequência sem vencer: 5, da 8ª à 12ª rodada

Expectativa: Vaga na Liga dos Campeões

De longe, o Milan é o time que mais utilizou jogadores nesta primeira parte da Serie A. Com elenco extenso, Inzaghi não quis saber de dar garantia de titularidade a nenhum jogador e rodou bastante o elenco conforme o adversário e suas convicções – também pelo fato de o elenco não ter muitos jogadores com status de titular absoluto. Em um momento de reconstrução do ambiente rossonero, o ex-atacante está fazendo um trabalho interessante, levando em conta a limitação da equipe e conseguindo resultados interessantes. Hoje, o Milan é um time que atua bastante em contra-ataques, por causa das características de seus jogadores. E um time que se defende bem e chega ao ataque com força. Por isso perde pouco e busca alguns empates importantes. Falta dar o salto para vencer mais e almejar uma vaga na Liga dos Campeões.

As chances de voltar à competição mais prestigiosa do continente são boas e aumentam com a saída de um improdutivo Torres e a chegada de Cerci, que deve cair como uma luva no time, pela proposta de jogo implementada por Inzaghi. O novo reforço deve integrar o time titular, ao lado de Ménez, que vive o auge da carreira e faz temporada esplendorosa, e também de um Bonaventura em alta. Com isso, o Milan promete ter um ataque ainda mais veloz e incisivo, letal nas jogadas de contragolpe. A volta de Montolivo – que estava lesionado – ao meio-campo ajudará o time a ganhar ainda mais qualidade, e fortalecerá um setor que tem jogadores muito voluntariosos, mas que não criam muito. Por fim, a defesa do Diavolo vive bom momento, e com a provável definição da dupla Rami-Mexès como titular, um muro ainda maior tende a ser erguido frente ao ótimo Diego López. Em tese, o Milan é um dos times que mais tem potencial para crescerem na fase final de 2014-15 e brigar com vontade pelo retorno à Europa.

Genoa

6ª posição. 16 jogos, 26 pontos. 7 vitórias, 5 empates, 4 derrotas. 21 gols marcados, 15 sofridos.

Time-base: Perin; Roncaglia, Burdisso, De Maio (Marchese); Edenílson, Kucka (Rincón), Sturaro (Bertolacci), Antonelli; Perotti, Bertolacci (Iago); Matri.

Treinador: Gian Piero Gasperini

Destaque: Mattia Perin, goleiro

Artilheiro: Alessandro Matri, com 6 gols

Garçom: Alessandro Matri, com 5 assistências

Decepção: Ioannis Fetfatzidis, meia

Maior sequência de vitórias: 3, da 8ª à 10ª rodada

Maior sequência de derrotas: 2, na 15ª e 16ª rodadas

Maior sequência de invencibilidade: 9, da 6ª à 14ª rodada

Maior sequência sem vencer: 2, três vezes

Expectativa: Vaga na Liga Europa

Uma das gratas surpresas nesta temporada, o Genoa marcou o renascimento de Gasperini para o futebol. Após momentos bastante negativos por Inter e Palermo, o treinador mostrou que ele e o Genoa foram feitos um para o outro. No segundo ano de sua segunda passagem pelo clube, chegou à centésima vitória no comando da equipe e vê seu time brigar por uma inédita vaga na Liga dos Campeões. Dentre os postulantes, os rossoblù têm o time mais modesto, e uma vaga na Liga Europa já seria algo a ser comemorado no Marassi. O próprio Gasperini está empolgado com a possibilidade, e já afirmou que este time é melhor do que o de 2008-09, que, treinado por ele, ficou a um ponto de jogar a LC. Curiosamente, a equipe tem características atípicas caras aos trabalho de Gasp: sofre poucos gols e não marca tantos. É um time pragmático.

A espinha dorsal que faz os grifoni voarem é formada por um quinteto. No gol, Perin continua chamando a atenção de toda a Europa com exibições cheias de defesas de puro reflexo, técnica e coragem. Nas alas, o calejado Antonelli e o argentino Perotti, contratado nesta temporada, oferecem qualidade de sobra e, especialmente o ex-jogador do Sevilla, inferniza as defesas adversárias. No centro do campo, Bertolacci é o ponto de equilíbrio da equipe, e vai amadurecendo ainda mais como jogador, a ponto de ser observado por Antonio Conte. Por fim, Matri vai superando as desconfianças que pairaram sobre ele em suas passagens por Juventus, Milan e Fiorentina e vai voltando a ser aquele do Cagliari. Fundamental e decisivo para o time, colabora com gols, assistências e trabalho tático, abrindo espaço para os companheiros. Para a sequência da temporada, a chegada de Tino Costa, ex-Montpellier e Valencia, pode ser importante para que o time ganhe ainda mais qualidade perto do gol e em bolas paradas. O Genoa seguirá incomodando em 2015.

Sampdoria 

5ª posição. 16 jogos, 27 pontos. 6 vitórias, 9 empates, 1 derrota. 22 gols marcados, 14 sofridos.

Time-base: Romero (Viviano); De Silvestri, Silvestre (Cacciatore, Romagnoli), Gastaldello, Mesbah (Romagnoli, Regini); Soriano, Palombo, Obiang; Gabbiadini, Okaka, Éder.

Treinador: Sinisa Mihajlovic

Destaque: Manolo Gabbiadini, atacante

Artilheiro: Manolo Gabbiadini, com 7 gols

Garçom: Quatro jogadores, com 2 assistências

Decepção: Nenad Krsticic, meia

Maior sequência de vitórias: 3, da 4ª à 6ª rodada

Maior sequência de derrotas: nenhuma

Maior sequência de invencibilidade:

Maior sequência sem vencer: 8, da 1ª à 8ª rodada

Expectativa: Vaga na Liga dos Campeões

Uma das melhores equipes desta temporada, a Sampdoria de Mihajlovic também faz a parte blucerchiata de Gênova sonhar, no melhor momento do futebol da cidade em anos. Inclusive, a equipe doriana é a que mostra mais capacidade de inserir-se na briga por uma vaga na LC – está empatada em pontos com Napoli e Lazio. Muito sólido, o time de Mihajlovic raramente perde – com uma derrota, é o time que menos perdeu em 2014-15, ao lado da Juventus. Se a Samp acumula muitos jogos de invencibilidade, por outro lado, empata bastante (é o time que mais iguala jogos na Serie A), e precisa começar a ser mais decisiva para dar o antes improvável salto de qualidade. Porém, 2015 tende a ser bastante incerto em Bogliasco, porque o principal jogador da equipe, Gabbiadini, acabou cedido ao Napoli, concorrente direto pela classificação europeia.

Sem Gabbiadini, o forte tridente ofensivo doriano perdeu uma de suas pontas. Joaquín Correa, jovem contratado junto ao Estudiantes, é candidato a assumir a titularidade, e Muriel, colombiano da Udinese que vem em baixa, também pode ser contratado. De qualquer forma, Gabbiadini era fundamental para a Samp. O canhoto ajudava a defesa, fazia um bom trabalho tático, marcava gols de bola parada, de fora da área e de dentro, e até mesmo de cabeça. Okaka e Éder são bons jogadores e podem assumir a barra – na verdade, já estão fazendo ótimo ano –, mas nenhum é tão versátil quanto o atacante que rumou ao San Paolo. Mihajlovic, um dos melhores treinadores em circulação na Itália entende de tática e é um grande motivador. Terá mais um desafio pela frente e, pelo menos, contará com jogadores experientes, como Palombo, Gastaldello e Romero para ajudar os mais jovens a aguentarem o tranco de um segundo semestre atribulado.

Napoli

4ª posição. 16 jogos, 27 pontos. 7 vitórias, 6 empates, 3 derrotas. 28 gols marcados, 20 sofridos.

Time-base: Rafael; Maggio, Albiol, Koulibaly, Ghoulam (Zúñiga, Britos); Inler (Jorginho), David López (Gargano); Callejón, Hamsík, Insigne (Mertens); Higuaín.

Treinador: Rafa Benítez

Destaque: Gonzalo Higuaín, atacante

Artilheiro: José Callejón, com 8 gols

Garçom: Gonzalo Higuaín, com 3 assistências

Decepção: Michu, atacante

Maior sequência de vitórias: 2, na 5ª e 6ª e 10ª e 11ª rodadas

Maior sequência de derrotas: 2, na 2ª e 3ª rodadas

Maior sequência de invencibilidade: 11, da 4ª à 14ª rodada

Maior sequência sem vencer: 3, da 2ª à 4ª e da 12ª à 14ª rodada

Expectativa: Vaga na Liga dos Campeões

O segundo ano de Rafa Benítez em Nápoles não corre tão bem quanto o primeiro. O título da Supercopa Italiana sobre a Juventus no fim de 2014 pode ajudar a equipe a encontrar um rumo, algo que pareceu longe na primeira parte do campeonato, na qual a equipe fez muitos jogos ruins e apenas um excepcional – neste, bateu a Roma com autoridade e parecia capaz de brigar pelo título. Benítez não tem feito o time render o máximo pelo elenco que tem. Falta intensidade, equilíbrio e continuidade. O time piorou em relação ao ano passado, mas a verdade é que o seu Napoli nunca chegou a atingir os resultados esperados pelo alto investimento de Aurelio De Laurentiis, embora tenha passado por bons momentos. 

Em 2014-15, Benítez fez modificações no meio-campo, que relegaram Inler ao banco em muitas oportunidades e que tiraram de Hamsík o papel central no time – até porque o eslovaco não vive fase muito boa. O setor, que já foi muito criativo, agora esbanja lentidão – também porque Insigne, capaz de incendiar partidas, sofreu grave lesão. Higuaín, principal jogador da equipe, também entrou desligado no campeonato e só passou a jogar melhor de outubro para cá, justo no momento de crescimento da equipe. No entanto, mesmo começando a jogar melhor, o Napoli tem mostrado grande dificuldade para ganhar partidas, e a diretoria não está satisfeita – fato é que já anunciou dois reforços, o atacante Gabbiadini e o lateral esquerdo Strinic. Motivados com a conquista sobre a Juventus, os jogadores também tiraram um peso das costas e podem entrar em 2015 mais focados na conquista da terceira vaga à Liga dos Campeões. Afinal, é o mínimo que este elenco pode almejar.

Lazio

3ª posição. 16 jogos, 27 pontos. 8 vitórias, 3 empates, 5 derrotas. 28 gols marcados, 19 sofridos.

Time-base: Marchetti; Basta (Cavanda), De Vrij, Cana (Radu), Braafheid (Lulic); Parolo, Biglia, Mauri; Candreva, Djordjevic (Klose), Lulic (Felipe Anderson).

Treinador: Stefano Pioli

Destaque: Antonio Candreva, meia

Artilheiro: Filip Djordjevic, com 6 gols

Garçom: Antonio Candreva, com 7 assistências

Decepção: Bruno Pereirinha, meia

Maior sequência de vitórias: 4, da 5ª à 8ª rodada

Maior sequência de derrotas: 2, na 3ª e 4ª e 11ª e 12ª rodadas

Maior sequência de invencibilidade: 6, da 5ª à 10ª rodada

Maior sequência sem vencer: 3, da 11ª à 13ª rodada

Expectativa: Vaga na Liga dos Campeões

A Lazio foi um dos times que melhor se mexeu no mercado de verão e está colhendo os frutos pelas ótimas contratações que fez entre junho e agosto. Dentre os reforços que chegaram, cinco ganharam vaga no time titular – Basta, De Vrij, Braafheid, Parolo e Djordjevic – e dois deles, De Vrij e Djordjevic, estão entre os melhores em suas posições no campeonato. Porém, o time de Pioli ainda tem em Candreva o seu principal nome. Decisivo, o meia da seleção italiana é um dos principais jogadores do ano no campeonato. Outro jogador que aparece bem é Felipe Anderson, que demorou para engrenar em Roma, mas enfim vai mostrando o potencial que se esperava.

As expectativas sobre a Lazio continuam altas, mas a briga na parte de cima da tabela é bastante dura – são pelo menos nove equipes lutando por seis vagas europeias. Por isso, seria importante para a equipe que jogadores experientes, como Biglia, Klose e Ledesma, começassem a render mais – especialmente Biglia e Klose, que eram fundamentais em 2013-14. Também é a hora de o jovem Keita começar a se firmar. Apesar da pouca idade, ele fez ótimos jogos na última temporada, mas a irregularidade típica das promessas fez com que ele se apagasse um pouco no segundo semestre do ano. A Lazio tem as ferramentas para continuar na parte alta da tabela, mas se estes jogadores voltarem a jogar bem, as chances de o time voltar à Champions após sete anos são boas.

Roma

2ª posição. 16 jogos, 36 pontos. 11 vitórias, 3 empates, 2 derrotas. 28 gols marcados, 11 sofridos.

Time-base: De Sanctis; Maicon (Torosidis), Manolas, Yanga-Mbiwa (Astori), Cholevas (Cole); Pjanic, Keita (De Rossi), Nainggolan; Gervinho, Totti (Destro, Ljajic (Florenzi).

Treinador: Rudi Garcia

Destaque: Radja Nainggolan, volante

Artilheiro: Adem Ljajic, com 6 gols

Garçom: Francesco Totti e Miralem Pjanic, com 4 assistências

Decepção: Juan Iturbe, atacante

Maior sequência de vitórias: 5, da 1ª à 5ª rodada

Maior sequência de derrotas: nenhuma

Maior sequência de invencibilidade: 6, da 11ª à 16ª rodada

Maior sequência sem vencer: nenhuma

Expectativa: Título

A Serie A continua sendo disputada por duas equipes: Roma e Juventus. No dualismo do campeonato, apesar de estar na cola da Velha Senhora, a equipe romana não tem jogado tão bem quanto na última temporada – apesar de continuar conseguindo vitórias que a mantém na vice-liderança. Na verdade, a diferença de pontos entre as duas postulantes ao título é justamente o confronto direto, vencido pela Juve em Turim, em um jogo cercado de polêmicas. Nos números, o time parece o da temporada passada – mas marca um pouco menos e sofre um pouco mais de gols. Reflexos de um ataque cujas peças estão menos prolíficas e de uma defesa que tem sofrido com a saída de Benatia, a ausência de Leandro Castán por problemas de saúde, e pelas dificuldades técnicas e físicas dos laterais. Sem falar na insegurança de De Sanctis, autor de alguns erros em 2013-14.

Falando assim, parece até que a Roma vive um pandemônio. Mas não é bem assim. Afinal, o time tem nove pontos de vantagem sobre o terceiro colocado, e chegar à LC outra vez já seria algo a ser comemorado. Ademais, Rudi Garcia está conseguindo fazer o time jogar mais como uma equipe, dependendo menos de Totti e De Rossi – e até por isso algumas dificuldades estão aparecendo. Nainggolan vive fase exuberante, assim como Pjanic, Ljajic e Florenzi também atuam com regularidade, e Strootman voltará a atuar em plena forma já em janeiro. Em boa hora, já que Keita e Gervinho, peças importantes do time, ficarão ausentes por 40 dias, por causa da Copa Africana de Nações. Hora de Iturbe e Destro, apagados nesta temporada, aparecerem para ganharem mais espaço entre os titulares. Nenhum time na Itália sofrerá mais com a CAN do que a Roma, e os dois primeiros meses do ano serão fundamentais para saber se a Loba terá fôlego para brigar com a Juventus até o fim do campeonato.

Juventus

1ª posição. 16 jogos, 39 pontos. 12 vitórias, 3 empates, 1 derrota. 34 gols marcados, 7 sofridos.

Time-base: Buffon; Lichtsteiner, Bonucci, Ogbonna, Chiellini (Evra, Asamoah); Pereyra, Pirlo, Pogba; Vidal, Tévez; Llorente.

Treinador: Massimiliano Allegri

Destaque: Carlos Tévez, atacante

Artilheiro: Carlos Tévez, com 10 gols

Garçom: Carlos Tévez, com 5 assistências

Decepção: Giorgio Chiellini, zagueiro

Maior sequência de vitórias: 6, da 1ª à 6ª rodada

Maior sequência de derrotas: nenhuma

Maior sequência de invencibilidade: 8, da 1ª à 8ª rodada

Maior sequência sem vencer: 2, na 14ª e 15ª rodadas

Expectativa: Título

Soberana, a Juventus conseguiu algo improvável: melhorou sob o comando de Allegri. O treinador superou as desconfianças colocadas sobre seu trabalho, à época de sua chegada em Turim, deixou o passado conflituoso com Pirlo de lado e deu uma cara levemente nova à equipe, que atuava em um beabá conhecido no 3-5-2 de Conte. O ex-treinador do Milan passou a jogar com uma linha de quatro na defesa, e ampliou a capacidade de marcação-pressão da equipe, que não tem encontrado rivais em solo italiano mais uma vez. O caminho para o tetracampeonato está bem construído, mesmo com a Roma em sua cola.

Prova disso é que mesmo com Vidal, Pirlo e principalmente Chiellini longe de fazerem uma grande temporada, a equipe continua muito à frente dos rivais – sem falar nas ausências de Asamoah, Barzagli e no fato de o inseguro Ogbonna estar atuando com frequência. Mesmo assim, o time reduziu a média de gols sofridos e tem uma das melhores defesas da Europa até o momento, vazada apenas sete vezes. Em um time que tem as mesmas caras do ano passado como titulares – entre os reforços, fora Pereyra e Evra, Morata e Rômulo entraram em campo por poucos minutos –, os destaques maiores ainda são os mesmos. Buffon, Pogba e Tévez – principalmente Carlitos, que tem feito a diferença – são os astros de uma companhia que deve receber o prêmio de melhor do ano ao final do primeiro semestre de 2015 mais uma vez. É tetra?

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