Serie A

30ª rodada: Ultrapassagem em grande estilo

Jogo de equipe: Lazio de Pioli atua com grande fluidez e é a sensação do campeonato (Getty)

O bom futebol paga. Uma prova disso é a Lazio, que vem jogando de uma forma primorosa e, graças a isso, tem conseguido resultados que a fazem subir na tabela. O time já tem oito vitórias consecutivas e, graças a uma goleada sobre o Empoli, passou a rival Roma e assumiu a vice-liderança – em um dia definido pelo presidente Claudio Lotito como histórico. O campeonato ainda não acabou, e o time biancoceleste terá um grande desafio na próxima rodada: enfrenta, em Turim, a líder Juventus, em um teste de fogo. Confira o resumo da rodada, com todos os destaques do que ocorreu em campos italianos.

Lazio 4-0 Empoli

E a Lazio segue sua caminhada rumo à Liga dos Campeões, agora com direito a ultrapassagem sobre a rival Roma. E na Cidade Eterna, os laziali fizeram festa bonita, lotando o Olímpico – mais de 50 mil pessoas compareceram ao estádio. O time de Pioli, por sua vez, retribuiu com goleada sobre o Empoli, sempre com o quarteto Candreva, Mauri, Felipe Anderson e Klose. Neste momento, é a Lazio quem tem o melhor futebol da Itália, com 4-3-3 seu muito insidioso. Hoje, os romanos têm o melhor ataque da temporada – 58 gols, um a mais que a Juventus –, e uma pontuação idêntica à Juve em 2015 (31 pontos para cada). As equipes se enfrentam na próxima semana, em um duelo que promete tirar o fôlego, já que os aquilotti estão embalados e buscam recordes da história do clube.

Com atuação correta, focando nas transições e consistência defensiva, os biancocelesti foram precisos sempre que atacaram, o que não aconteceu muitas vezes, apesar de jogarem em casa. Na verdade, os visitantes tiveram mais chutes e posse de bola, porém foram incapazes de fazer algum gol e controlar o jogo. A cada ataque, o time da casa marcava um gol, até alcançar os 4 a 0. O primeiro chegou com Mauri, aos 4, e o segundo com Klose, aos 31 – ambos em cruzamentos de Cavanda. Candreva fez aos 44, com uma pancada de fora da área, e Felipe Anderson fechou a conta aos 53. A nota negativa na partida foram duas lesões importantes: De Vrij (entorse no joelho) e Parolo (fratura na costela). A ausência dos dois titulares nas próximas semanas, decisivas para o final da temporada, pode pesar. (Arthur Barcelos)

Torino 1-1 Roma

Não deu para a Roma segurar a vice-liderança por muito tempo. Apesar da vitória na última rodada, os giallorossi empataram em 1 a 1 com o Torino e foram ultrapassados pela Lazio. Mais uma vez, um time da parte mais alta da tabela parou na ótima marcação do Torino, uma equipe muito bem armada por Ventura, e que não à toa tem a terceira melhor campanha no ano solar – são 26 pontos, atrás apenas de Juventus e Lazio. Mesmo longe do Olímpico, a Roma começou melhor e chegou a parar no travessão – em finalização de Iturbe. Glik até tentou uma bicicleta depois de uma cobrança de escanteio, mas o primeiro tempo terminou sem gols.

A Roma saiu na frente com o pênalti polêmico, cometido de Moretti em De Rossi – o volante romano foi esperto e cavou a penalidade, que Florenzi converteu. Pouco depois, Maxi López mostrou que, nas mãos de Ventura – um dos melhores treinadores de times pequenos e médios do país –, voltou a ter confiança para ser protagonista. O argentino entrou na partida e balançou a rede no primeiro toque na bola. Com polêmica, claro: os jogadores do time visitante reclamaram que o cruzamento de Bruno Peres – outra vez muito bem em campo – saiu pela linha de fundo. Gazzi ainda teve a chance de virar, mas foi a Roma quem criou mais chances no decorrer do jogo. Pjanic, Doumbia e Florenzi perderam boas oportunidades. (Murillo Moret)

Parma 1-0 Juventus
“Juve paga um micaço!”,
escreveu a Gazzetta dello Sport após a derrota da Velha Senhora para o
(último colocado, quase rebaixado e praticamente falido) Parma. Ao mesmo tempo, todos devemos prezar a bravura dos parmiggianos, que viram sua torcida lotar o estádio contra o maior rival e, mesmo sem receber salários, jogam bem – são sete pontos nos últimos nove jogos. Com time
misto – mais para reserva do que para titular – em campo, a equipe de
Allegri passou longe de apresentar futebol sequer razoável. A única boa
chance veio com um dos poucos titulares em campo, Vidal, ainda no
primeiro tempo. O chileno, porém, não aproveitou. Na frente, Coman e
Llorente nada fizeram e deixaram o goleiro Mirante como mero espectador
de luxo.

O Parma nem precisou ser muito brilhante para vencer a
líder: na primeira boa chance que teve, marcou, com Mauri. O meia iniciou a jogada com roubada de bola e apareceu na entrada da área, onde
recebeu passe de Belfodil para superar o goleiro Storari e fazer 1 a
0. Sem se conformar à beira do campo, Allegri colocou Morata para
resolver, mas o espanhol sozinho nada pode fazer. E se, como o treinador
costuma dizer, “vitória atrai vitória”, o Monaco sorri com esse péssimo
resultado dos bianconeri antes do jogo decisivo dessa semana, pelas
quartas de final da Liga dos Campeões. Pela Serie A, a adversária da
próxima rodada será a nova vice-líder, Lazio, que tem 12 pontos a menos.
(Rodrigo Antonelli)

Napoli 3-0 Fiorentina

Das duas equipes eliminadas na Coppa Italia no meio da semana, somente o Napoli entrou em campo no San Paolo. Mertens marcou um golaço da esquina da área com uma ajuda de Richards – que preferiu dar espaço ao invés de bloquear qualquer decisão do belga. Higuaín e Callejón também balançaram a rede, na etapa final, para decretar a vitória maiúscula em casa. Gabbiadini, mais uma vez, fez um excelente jogo e por pouco não deixou a sua marca.

O Napoli ainda pode reclamar de um gol tomado pela arbitragem. Ainda no primeiro tempo, aos 36, Higuaín venceu Neto com uma finalização, a bola bateu no travessão e tocou a linha antes da sequência da jogada. O árbitro de linha observou a jogada de perto e invalidou o gol. O replay sugeriu o tento do argentino. Com a vitória, o Napoli ultrapassou a Fiorentina e reassumiu a quarta posição: tem 50 pontos, contra 49 do time florentino, que vem logo atrás. (MM)

Milan 1-1 Sampdoria

O último trem para a Europa partiu e o Milan não pegou. No confronto direto contra a Sampdoria, o time milanês até apresentou alguma melhora, mas não passou do empate e viu os dorianos continuarem com sete pontos de vantagem na briga por uma vaga na Liga Europa. Dessa forma, o dérbi da semana que vem, contra a Inter, deverá ser apenas um jogo que valerá para cumprir tabela. A que ponto chegamos.

A Sampdoria, que não tem nada a ver com isso, fez mais do seu jogo em San Siro. Após um primeiro tempo em ritmo lento, a equipe visitante aumentou a intensidade do jogo e abriu o placar. Eto’o roubou uma bola no campo de defesa e iniciou a jogada do primeiro gol do confronto. O camaronês, com belo passe, achou Soriano na grande área, e o meia não perdoou. Os rossoneri chegavam bastante ao ataque com Cerci, mas pecava nas finalizações. Quando o italiano foi substituído por Suso, o time melhorou. Primeiro, o espanhol acertou a trave, e, na sequência, De Jong contou com a sorte para empatar. Seu chute saiu fraco e mascado, mas Duncan enganou Viviano e, com desvio fundamental, igualou o placar. (Nelson Oliveira)

Verona 0-3 Inter

Depois de muitas incógnitas, a Inter voltou a jogar bem e arrancou três pontos do Verona no estádio Marc’Antonio Bentegodi. A partida – e o modo como foi vencida – dá moral aos nerazzurri antes do dérbi contra o Milan. Apesar de o jogo valer pouca coisa – é muito difícil que um dos representantes de Milão consiga uma vaga europeia –, vencer um clássico é sempre bom. E a Inter, neste momento, parece em melhor forma, apesar dos desfalques de Brozovic e Guarín, que estarão suspensos.

A partida teve alguns momentos de puro monólogo interista. No início, após uma troca de passes, Palacio cruzou na área e Icardi completou – em lance discutível, os butei reclamaram pela falta de fair play da Inter, que não colocou a bola para fora enquanto Tachtsidis estava caído. Com muita posse de bola e domínio territorial, a Inter, comandada por Hernanes e Palacio, ampliou no início do segundo tempo. Icardi retribuiu presente de Palacio e cruzou para o compatriota aumentar. Depois disso, Handanovic protagonizou um verdadeiro show: o Verona decidiu atacar e o esloveno fez defesas excepcionais – parou, inclusive, um pênalti cobrado por Toni. Ele, que defendeu seis das últimas sete penalidades contra a Inter, está apenas três cobranças atrás de Pagliuca e pode se tornar o maior pegador de pênaltis da história da Serie A – são 21 contra 24. No final do jogo, a Beneamata ainda chegou ao terceiro gol, com a ajuda do zagueiro Moras. (NO)

Genoa 2-0 Cagliari
Cada vez mais, parece não ter
volta o caminho do Cagliari rumo à Serie B. Mesmo quando consegue ir
bem, o time de Zeman perde e se afunda ainda mais na tabela. Agora, já
são oito derrotas em dez jogos. A última vez que o time somou três
pontos foi em 24 de janeiro, contra o Sassuolo. Assim, não tem santo que
aguente: são apenas 21 pontos em 30 rodadas, aproveitamento que só não é
pior do que o do falido Parma. São oito pontos a menos do que a
Atalanta, primeira fora da zona de rebaixamento. 

No sábado,
contra o Genoa, fora de casa, os sardos até foram bem no primeiro tempo e
tiveram três boas chances de abrir – e até ampliar – o placar.
Primeiro, Rossettini acertou a trave. Depois, foi a vez de Ceppitelli
fazer o mesmo. Por último, M’Poku carimbou o travessão, reafirmando a má
sorte de perdedor do Cagliari. Do outro lado, o Genoa pouco fez. No
segundo tempo, depois de todos esses sustos, resolveu reagir e não
demorou para decidir a partida: Niang, aos sete minutos do 2º tempo, e Iago, aos 13, abriram 2 a 0 e terminaram de nocautear um adversário
que já estava baqueado pela má sorte. Com 41 pontos, na 10ª posição, o
Genoa vai encaminhando um fim de temporada sem problemas. (RA)

Udinese 1-3 Palermo
Depois de perder para o Parma em jogo atrasado, a Udinese voltou a tropeçar e foi derrotada, em casa, pelo Palermo. A derrota irritou a torcida, que vaiou a equipe e pediu a saída do técnico Stramaccioni. Das últimas dez partidas, a equipe friulana venceu apenas uma, o que deixa os bianconeri na parte baixa da tabela, em uma temporada de entressafra – a Udinese direcionou quase todos os investimentos deste ano para a construção de seu novo estádio, que já está quase pronto. Já o Palermo voltou a vencer, depois de seis rodadas, e praticamente se garantiu na Serie A.

A Udinese começou melhor, mas seis minutos foram suficientes para mudar o rumo da partida e acabar com a paciência do torcedor. Aos 15, Lazaar acertou um belo chute da intermediária, no ângulo de Karnezis, e abriu o placar. Aos 21, foi a vez de Rigoni, que aproveitou cruzamento de Dybala, após bobeira de Domizzi – o beque perdeu a bola no início da jogada. Já no segundo tempo, Chochev ampliou o marcador, só completando cruzamento de Rispoli. O placar só não foi maior porque Dybala e Rispoli acertaram a trave do goleiro grego. Mesmo sem criar nada, a Udinese diminuiu, com Di Natale, já no final da partida. Falta apenas um para ele igualar Roberto Baggio na classificação geral de goleadores da Serie A. (Caio Dellagiustina)

Atalanta 2-1 Sassuolo

Depois de quase três meses sem marcar, Denis voltou às redes em grande estilo e, como sempre, foi decisivo para a Atalanta. Os orobici finalmente venceram sob o comando de Reja e abriram sete pontos sobre o Cesena, time que abre a zona de rebaixamento. Salvo algum momento ruim, a Atalanta entrou no momento de definir sua permanência na elite por mais um ano.

Em Bérgamo, num jogo sem maiores destaques, foi mesmo o capitão o grande protagonista, ao abrir o placar com belíssimo gol de bicicleta aos 42. O Sassuolo chegou a ameaçar os três pontos dos donos da casa com gol de Berardi, em assistência de Sansone, mas rapidamente a Dea desempatou em cobrança de pênalti, causado por Brighi, convertido por Denis. Nas duas comemorações, uma cena bacana: o atacante argentino comemorou os gols abrançando e beijando seus filhos, que são gandulas do estádio. (AB)

Cesena 0-1 Chievo
Se a salvezza chegou a ser um sonho há algumas rodadas, agora, ao final da 30ª rodada, ela começa a ficar cada vez mais difícil para o Cesena. A derrota para o Chievo foi o quinto jogo sem vitória dos bianconeri, que agora estão a sete pontos da Atalanta, primeira equipe fora da zona de rebaixamento. Por outro lado, o Chievo somou nove pontos dos últimos 12 disputados e chegou a 35, pontuação suficiente para a permanência nas duas últimas temporadas. Se considerássemos apenas o ano de 2015, o time de Verona teria pontuação suficiente para brigar por uma vaga em competições europeias.

O jogo abriu a rodada dominical e teve pouca movimentação na primeira etapa. O Chievo criou mais chances, mas em nenhuma delas levou perigo a Leali. Do lado bianonero, o momento de maior destaque foi o voleio de Brienza, já no final da primeira etapa, bem defendido por Bizzarri. As duas equipes voltaram melhores na segunda etapa, mas as finalizações não eram precisas. Quando o jogo já se encaminhava para o final, o Chievo chegou ao gol. No dia de seu aniversário de 36 anos, o veterano Pellissier que aproveitou cruzamento de Frey e sacramentou a vitória gialloblù. (CD)

Relembre a 29ª rodada aqui.
Confira estatísticas, escalações, artilharia, além da classificação do campeonato, aqui.

Seleção da rodada

Handanovic (Inter); Cavanda (Lazio), Roncaglia (Genoa), Dainelli (Chievo), Lazaar (Palermo);  Perotti (Genoa), Mauri (Parma), Hamsík (Napoli); Palacio (Inter), Denis (Atalanta), Klose (Lazio). Técnico: Roberto Donadoni (Parma).

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