Serie A

Os melhores da Serie A 2014-15

É a hora da verdade. Chega ao fim o nosso especial de análises da temporada 2014-15 do futebol italiano. Nas últimas semanas, nos dedicamos à retrospectiva do campeonato, e trouxemos o que de melhor e pior aconteceu na Serie A.

Nos debruçamos sobre as temporadas dos 20 clubes que disputaram o torneio (veja a parte 1 e a parte 2), também fizemos as seleções dos mais experientes e dos mais jovens e também passamos por uma lista das revelações do torneio. Agora é hora de dar fim à retrospectiva, elegendo os melhores da temporada e a seleção da Serie A.

A equipe do Quattro Tratti votou, juntamente com alguns dos mais prestigiados jornalistas especialistas brasileiros e estrangeiros para escolher a seleção da temporada recém-finalizada da Serie A, e foram escolhidos também os melhores da temporada em seis categorias. Agradecemos a cada um dos participantes desta votação e também a você, leitor, que nos acompanha diariamente. No intervalo para a próxima temporada, continuaremos atentos a tudo o que acontece no futebol italiano, aqui e nas nossas mídias sociais. Vamos, agora, ao que interessa!

Carlos Tévez

 

Prêmios: Melhor jogador e melhor atacante:

Pelo segundo ano seguido, Tévez abocanhou os prêmios de craque do campeonato e de melhor atacante da Serie A. Em seu segundo – e último – ano de Juventus, o argentino mostrou o seu diferencial e foi o principal jogador na campanha do tetracampeonato da Velha Senhora, e ainda foi decisivo para a conquista da décima Coppa Italia do clube e pela arrancada que levou a equipe bianconera à final da Liga dos Campeões após 12 anos. Contratado no ano anterior para fazer a Juventus dar um salto de qualidade na Champions, o Apache conseguiu o feito em sua segunda temporada, marcando sete gols na competição. Ao todo foram 29 no ano, 20 deles na Serie A, da qual foi vice-artilheiro. Satisfeito com a sua passagem, marcada não só por gols, mas por trabalho de equipe e espírito de liderança, Tévez retornará ao Boca Juniors coberto de glórias e amado pela torcida juventina.

Tévez ganhou de braçada o título de craque do campeonato, mas abaixo dele ficaram Pogba, seu companheiro de Juve, e também podem ser citados Candreva e Felipe Anderson, principais jogadores da ótima campanha da Lazio em 2014-15. No quesito atacante, o brasileiro também se destacou, ao lado de Icardi e Toni, artilheiros do campeonato (com 22 gols), e também de Dybala e Gabbiadini.

Paul Pogba

 

Prêmio: Melhor meio-campista

Outra vez Pogba. Se Tévez ficou com o bicampeonato em suas categorias, o meio-campista francês da Juventus mais uma vez foi o maior destaque da posição no campeonato. Dono da meiuca da tetracampeã italiana, o jogador de 22 anos evolui cada vez mais, dia após dia, e já é um dos maiores nomes do futebol mundial. Pudera, um jogador que consegue reunir atributos como liderança, técnica apurada nos passes e controle de bola, força física e poder de finalização acima da média não poderia ser qualquer um – principalmente quando, em um meio-campo fortíssimo, formado por Pirlo, Marchisio e Vidal, consegue ser bem superior que todos eles.

Pogba ficou apenas abaixo de Tévez na eleição de melhor jogador da temporada, e por muito pouco. Afinal, foi a força da dupla que fez a diferença para que a Juventus tivesse uma vantagem tão grande na briga pelo scudetto, conquistasse uma Coppa Italia com facilidade e ainda chegasse a uma final de Champions. Outros meias que se destacaram ao longo da temporada e que recebem menção honrosa são Candreva, Parolo, Biglia, Nainggolan, Vázquez, Valdifiori e Allan.

Leonardo Bonucci

 

Prêmio: Melhor zagueiro

Cinco anos atrás, quando Bonucci chegou à Juventus e Ranocchia à Inter, parecia que o time de Milão fizera a melhor contratação – os dois formavam uma bela dupla de zagueiros no Bari. Hoje, dá para saber que foi a Juve que levou a melhor. Formado na própria Internazionale, Bonucci cresceu muito nos anos que passou em Turim, e este ano foi o principal nome da melhor defesa do campeonato, mostrando muita solidez nas jogadas aéreas ou por baixo, se antecipando aos atacantes e sendo, ainda, fundamental na distribuição do jogo bianconero. Afinal, Bonucci se destaca por ser um zagueiro técnico e com boa presença ofensiva, seja por seus lançamentos ou na conclusão de jogadas.

Um pouco abaixo do seu normal, Chiellini não levou o prêmio desta vez. Ainda se destacaram na temporada De Vrij, que na Lazio continuou no nível apresentado em sua bela Copa do Mundo disputada pela Holanda. Em times de meio de tabela, vale lembrar que Glik, do Torino, teve uma campanha excepcional, corrigindo a rispidez que lhe fazia cometer faltas duras, e sendo pilar de uma defesa muito compacta – além disso, anotou sete gols, assim como Rodríguez, da Fiorentina. Outro que teve temporada esplendorosa foi Rugani, de apenas 21 anos e um futuro brilhante pela frente: no Empoli, atuou em todos os minutos dos 38 jogos e não levou um amarelo sequer. Recorde.

Gianluigi Buffon

 

Prêmio: Melhor goleiro

Quase como um prêmio à carreira. Um dos melhores goleiros da história do futebol, Buffon já não precisa mais fazer defesas acrobáticas e ser decisivo a todo instante para ser lembrado como o melhor goleiro do campeonato. Nessa temporada, essa verdadeira lenda do futebol foi pouco exigida. Afinal além de sua equipe ser um rolo compressor, Gigi tinha um muro à sua frente. Mas não é à toa que um goleiro recebe o apelido de Superman: toda vez que precisou entrar em cena, Buffon foi seguro e sempre manteve uma ótima média de atuações. Discreto e elegante, com quase 38 anos, o líder da melhor defesa e do melhor time do campeonato recebe também o prêmio de melhor goleiro da temporada.

Seus herdeiros não deixaram a desejar, também. Com 22 anos, Perin, do Genoa, ficou logo atrás, após fazer mais uma temporada de altíssimo nível, e ajudando o seu time a chegar em uma ótima 6ª posição – muito por causa da segurança oferecida por ele debaixo das traves, especialmente na primeira parte do campeonato. Sportiello, de 23 anos, foi o terceiro melhor goleiro da temporada, pela modesta Atalanta. Bastante exigido, fez proveito do bombardeio constante à sua meta e se destacou, sendo o goleiro com mais defesas na temporada.

Felipe Anderson

 

Prêmios: Melhor jogador brasileiro e Melhor jogador jovem

Houve quem considerasse Felipe Anderson como uma eterna promessa. Desprestigiado no Santos, o brasileiro teve uma primeira temporada opaca pela Lazio, mas explodiu de vez em 2014-15, merecendo os prêmios atribuídos pelo blog e a convocação para a seleção brasileira. Felipe começou a ser mais utilizado por Pioli no final de 2014, por rotação do elenco, mas após uma belíssima partida contra a Inter, engatou uma sequência absurda, que possibilitou a arrancada da Lazio e a afirmação da equipe como uma então concorrente a uma vaga na Liga dos Campeões – obtida, depois. Ao todo, Felipe Anderson marcou 10 gols e foi responsável por 8 assistências, destacando-se pelo poder de decisão em jogos importantes e pelo salseiro causado nas defesas adversárias, por sua velocidade, técnica e visão de jogo.

Se na última temporada apenas Leandro Castán fez uma campanha boa de ponta a ponta entre os jogadores brasileiros, este ano foi diferente. Os jogadores canarinhos se destacaram mais, e se valorizaram bastante, a exemplo de Allan, formiguinha do meio-campo da Udinese – já na mira de outros clubes – e Neto, de boas atuações no gol da Fiorentina e destinado à Juventus. Questionado no Brasil, Bruno Peres foi um dos melhores laterais do ano na Itália, atuando pelo Torino. Vale lembrar que Hernanes cresceu no final da temporada pela Inter e também que Éder – agora italiano – foi fundamental na boa campanha da Sampdoria. Entre os jovens (sub-23), excluindo Pogba e Berardi, que já foram premiados em anos anteriores, também se destacaram Rugani, Dybala, Perin e Sportiello.

Massimiliano Allegri

 

Prêmio: Melhor técnico

Quem mais? Allegri chegou à Juventus em momento conturbado, após um surpreendente pedido de demissão do amado Conte. Ao contrário do antecessor, não era querido pelos torcedores, mas superou isto com um trabalho sensacional. Ele não se limitou a propor o mesmo que Conte, e deu à equipe uma identidade própria. Ele mudou o esquema tático da equipe, deixando o antigamente habitual 3-5-2 como alternativa ao 4-3-1-2, seu módulo preferido. Dessa forma, conseguiu melhorar uma equipe que já era absoluta na Itália e transformá-la em uma força continental, algo em que o atual técnico da seleção italiana falhou. Com essa mudança, ele privilegiou o melhor setor que tinha à disposição, o meio-campo, acomodando Pogba, Pirlo, Vidal, Marchisio e Pereyra, que se revezaram para fortalecer a equipe. Dessa forma, ainda aproveitou melhor a individualidade de um Tévez no auge. Deu liga, claro.

Ninguém foi superior a Allegri na temporada, embora ele tenha tido concorrentes à altura. Como Pioli, de ótimo trabalho à frente da Lazio: ele elevou o time de patamar quando poucos achavam que os romanos, mesmo reforçados, iriam tão longe e com um futebol tão envolvente. Ou Mihajlovic, na Sampdoria, que fez seu time voltar a competições europeias com um futebol baseado na vontade, na raça e com rápida ligação entre defesa e ataque – mesmo com a queda de rendimento no final. Entre os técnicos de menor apelo, vale mencionar que Sarri (Empoli), Ventura (Torino), Gasperini (Genoa) e Di Francesco (Sassuolo) fizeram suas equipes apresentarem futebol acima do esperado, e saíram valorizados.

Seleção da Serie A 2014-15

Buffon (Juventus); De Vrij (Lazio), Glik (Torino), Bonucci (Juventus); Candreva (Lazio), Nainggolan (Roma), Pogba (Juventus), Felipe Anderson (Lazio); Tévez (Juventus), Toni (Verona), Icardi (Inter).

Reservas: Perin (Genoa), Sportiello (Atalanta), Diego López (Milan) e Consigli (Sassuolo); Rugani (Empoli), Chiellini (Juventus), Manolas (Roma), Rodríguez (Fiorentina), Bruno Peres (Torino), Darmian (Torino), De Silvestri (Sampdoria), Lichtsteiner (Juventus) e Evra (Juventus); Florenzi (Roma), Biglia (Lazio), Bertolacci (Genoa), Allan (Udinese), Parolo (Lazio), Marchisio (Juventus), Valdifiori (Empoli) e Vázquez (Palermo); Salah (Fiorentina), Berardi (Sassuolo), Gabbiadini (Sampdoria/Napoli) e Dybala (Palermo).

Votantes da seleção da temporada

Alexandre Perin (Almanaque Esportivo)
Anderson Moura (Quattro Tratti/Esporte Interativo)
Andrea Chiavacci (Fox Sports/Di Marzio)
Arthur Barcelos (Quattro Tratti)
Braitner Moreira (Correio Braziliense)
Caio Dellagiustina (Quattro Tratti)
Cleber Gordiano (Quattro Tratti)
Cristiano Acconci (Who Scored?)
Fabrizio Romano (Di Marzio)
Felipe Lobo (Trivela)
Felipe Rolim (Esporte Interativo)
Gian Oddi (ESPN)
Guglielmo Cannevale (Di Marzio)
Leonardo Bertozzi (ESPN)
Luiz Carlos Largo (ESPN)
Marco De Vargas (Fox Sports)
Marco Mazzocchi (RAI)
Mateus Ribeirete (Quattro Tratti)
Mauro Cezar Pereira (ESPN)
Michel Costa (Além das 4 Linhas)
Murillo Moret (Quattro Tratti)
Nelson Oliveira (Quattro Tratti)
Pedro Spiacci (Quattro Tratti)
Rafael Oliveira (ESPN)
Rodrigo Antonelli (Quattro Tratti/Correio Braziliense)
Tiago Lima Domingos (Doentes por Futebol) e
Victor Quintas (Doentes por Futebol).

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1 Comentário

  • Naingollan???

    Forçou a barra hein!!!

    Jogadorzinho superestimado.

    Pode colocar com folga no lugar dele, Biglia, Parolo ou Marchisio.

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