Serie A

A camisa 10

Notícia quentinha: Paul Pogba pediu e será atendido. Com a saída de Carlitos Tévez, a camisa número 10 da Juventus estava vaga. Estava, pois o francês quis assumir a responsabilidade e resolveu trocar o 6, que já estava começando a grudar nas suas costas, pelo 10. É uma forma de passar uma mensagem à torcida: a de que ele quer se afirmar ainda mais como protagonista, de que permanecerá nesta temporada e, quem sabe, outras mais. Afinal, usar este número em Turim é para poucos. A visão sobre o 10 por lá é a tradicional: só veste quem é craque e dono do time.

A numeração fixa na Serie A é relativamente recente: foi introduzida há exatos 20 anos, na temporada 1995-96. Desde então, algumas equipes foram bastante fieis ao número mais sagrado do futebol. Juventus e Roma, por exemplo, só viram três jogadores utilizarem a 10 em 20 anos. Dois deles, verdadeiras lendas, não a largaram por muitos anos: Alessandro Del Piero, na Juve, e Francesco Totti, na loba giallorossa.

Assim como com Juventus e Roma, apenas três atletas usaram a 10 no Napoli. O clube partenopeu até aposentou a camisa em 2000, em homenagem à Diego Maradona – somente quando o time azzurro jogou na Serie C1, entre 2004 e 2006, o número teve de sair da gaveta, pois a federação exigia escalações de 1 a 11 na terceirona. Na ocasião, coube ao argentino Roberto Sosa utilizá-la. No entanto, antes de dedicar a aposentadoria da camisa ao maior ídolo do clube, os napolitanos permitiram que Beto – sim, AQUELE, Beto Cachaça para os íntimos – tivesse a honra de vesti-la. Quem mais usou a mesma camisa de Zico e Maradona? Ninguém além do ex-meia do Flamengo.

Outras grandes equipes da Itália não tem demonstrado a mesma reverência ao camisa 10 neste período. Milan e Inter, respectivamente, permitiram que seis e oito atletas vestissem a camisa – alguns deles sem muito peso futebolístico em relação ao manto correspondente, como Benito Carbone, Domenico Morfeo (ambos da Inter), Kevin-Prince Boateng e Keisuke Honda (Milan). A Lazio é que não tem cerimônia mesmo: 11 jogadores já escolheram a 10 para vestir, e até gente do naipe de Roberto Baronio e Massimo Bonanni puderam utilizá-la. Que desgosto, hein?

No período de 20 anos desde o advento da numeração fixa, alguns jogadores chegaram a usar a 10 em mais de um dos sete grandes times da Itália. Ninguém supera Clarence Seedorf, que escolheu o número na Inter e no Milan. Outro com moral foi Rui Costa, que teve a posse da malha em Fiorentina e Milan. Igor Protti e Domenico Morfeo também se orgulham do feito, por Lazio e Napoli e Fiorentina e Inter, respectivamente.

Listamos os camisas 10 dos sete maiores clubes da Itália desde 1995, já assinalando também aqueles da temporada que começa em agosto. Veja abaixo.

Juventus: Alessandro Del Piero (1995-13), Carlos Tévez (2013-15) e Paul Pogba (a partir de 2015);

Milan: Dejan Savicevic (1995-98), Zvonimir Boban (1998-01), Rui Costa (2001-06), Clarence Seedorf (2006-12), Kevin-Prince Boateng (2012-13) e Keisuke Honda (a partir de 2013);

Inter: Benito Carbone (1995-97), Ronaldo (1997-99), Roberto Baggio (1999-2000), Clarence Seedorf (2000-02), Domenico Morfeo (2002-03), Adriano (2004-09), Wesley Sneijder (09-13) e Mateo Kovacic (a partir de 2013);

Roma: Giuseppe Giannini (1995-96), Daniel Fonseca (1996-97) e Francesco Totti (a partir de 1997);

Lazio: Aron Winter (1995-96), Igor Protti (1996-97), Roberto Mancini (1997-00), Hernán Crespo (2000-02), Dejan Stankovic (2003-04), César (2004-06), Massimo Bonanni (2006), Roberto Baronio (2006-08), Mauro Zárate (2008-11 e 2012-13), Ederson (2013-15) e Felipe Anderson (a partir de 2015);

Fiorentina: Rui Costa (1995-01), Domenico Morfeo (2001-02), Riccardo Maspero (2003-04), Hidetoshi Nakata (2004-05), Stefano Fiore (2005-06), Adrian Mutu (2006-11), Santiago Silva (2011-12), Rubén  Olivera (2012), Alberto Aquilani (2012-15) e Federico Bernardeschi (a partir de 2015);

Napoli: Fausto Pizzi (1995-96), Beto (1996-97), Igor Protti (1997-98) e Claudio Bellucci (1998-00)*.

*camisa aposentada em homenagem a Diego Maradona.

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