Mercado

Análise do mercado de verão 2015-16

Allan, do Napoli, foi o brasileiro mais caro da janela de verão na Itália (Corriere dello Sport)

Nunca se gastou na Itália quanto neste verão. Em tempos de inflação no mercado, os valores subiram substancialmente, assim como os investimentos dos clubes, que vinham em franco recuo nos últimos anos. Contra os 335 milhões de euros de 2014, os 608,88 milhões desta temporada – quase o dobro – têm grande representatividade para um futebol que quer se reerguer. Não à toa, apenas a liga inglesa superou a italiana nos gastos no mercado.

E se, exceto Higuaín (2013), antes Robinho (2010), Vucinic, Osvaldo, Lamela, Inler (2011), Dybala (2012) e Iturbe (2014) foram as contratações mais caras, agora Dybala – não mais a promessa da segunda divisão argentina -, Kondogbia e Bacca são os maiores investimentos. Os três, respectivamente, de Juventus, Inter e Milan, os clubes mais ativos.

Os gastos dos clubes nos últimos cinco verões, via Gazzetta dello Sport (clique na imagem para ampliar)

A Vecchia Signora, após as saídas de Tévez, Vidal e Pirlo, se renova para seguir no topo, enquanto os milaneses, depois de vacas magras, gastam para recuperar terreno. Em contrapartida, uma Roma não tão esbanjona, mas com mais um mercado espetacular de Walter Sabatini, definitivamente o rei da janela de transferências no Belpaese, senão da Europa.

Os salários, consequentemente, também aumentaram. Depois de 2011, a soma dos vencimentos dos 20 clubes da Serie A vinha caindo, chegando a 849 milhões de euros em 2014, caindo €63M em relação ao ano anterior e €251M em relação a 2011; mas em 2015 aumentou €33M, com margem para crescimento nos próximos anos. Um reflexo disso, novamente, são os clubes milaneses, que vinham cortando gastos, mas dessa vez remaram contra a maré, com investimentos que esperam recuperar em campo o mais breve possível.

Analisamos o mercado de cada equipe, atribuindo notas às ações dos clubes na janela. Confira!

Os gastos dos clubes em salários, via Gazzetta dello Sport (clique na imagem para ampliar)

Atalanta

Principais entradas: Rafael Toloi (São Paulo), Kurtic (Sassuolo), De Roon (Heerenveen) e Paletta (Milan)

Principais saídas: Baselli, Zappacosta (Torino), Biava (sem clube) e Benalouane (Leicester)

Nota: 6

Sob o comando do velho Edy Reja, a Atalanta deve novamente brigar contra o rebaixamento com seu também envelhecido time, que, porém, teve reforços pontuais. na zaga, Toloi e Paletta, podem dar solidez para um setor que sofre com a lentidão e ajudar o jovem Sportiello a seguir como um dos melhores goleiros do campeonato. No meio-campo, De Roon e Kurtic dão nova vida e outra dinâmica para o setor, mais físico e equilibrado sem Baselli (vendido ao Torino juntamente com Zappacosta, que não foi substituído na lateral direita, o que pode ser um problema) e Cigarini (lesionado).

Bologna

Principais entradas: Destro (Roma), Donsah (Cagliari), Crisetig (Inter), Taïder (Inter), Mbaye (Inter), Rossettini (Cagliari), Mirante (Parma), Brienza (Cesena) e Giaccherini (Sunderland)

Principais saídas: Laribi (Sassuolo), Krsticic (Sampdoria), Garics (Darmstadt) e Sansone (Bari)

Nota: 7

De volta à elite italiana, o Bologna de Saputo e Tacopina não poupou gastos (mais de 35 milhões de euros) para ir além da permanência na primeira divisão. Nas mãos de Delio Rossi, um time jovem, com algumas promessas e outros flops, além de alguns veteranos, numa combinação que, se bem administrada e entrosada, pode dar caldo e garantir um ano tranquilo com alguma chance de incomodar no meio da tabela. Mirante e Rossettini devem dar sustentação para a defesa, enquanto a energia e técnica de Crisetig, Donsah, Taïder e Rizzo devem combinar com a dinâmica dos veteranos Brienza e Giaccherini. Eles ficam atrás de um Destro com fome de gols para recuperar espaço após ano decepcionante.

Carpi

Principais entradas: Borriello (Roma), Ryder Matos, Lazzari (Fiorentina), Gabriel Silva, Brkic (Udinese), Marrone (Juventus), Spolli (Catania), Zaccardo (Milan) e Cofie (Genoa)

Principais saídas: Gabriel (Napoli), Porcari (Bari), Struna (Palermo), Inglese (Chievo), Molina (Cesena) e Suagher (Atalanta)

Nota: 6,5

Na medida do possível, sem gastar um euro diretamente em transferência, o Carpi fez um mercado bem decente para sua realidade. Os emilianos farão dura briga contra o rebaixamento, após ótima Serie B, porque mesmo com todos os reforços, experientes e jovens – que certamente formaria um time espetacular para a segunda divisão –, ainda têm um dos elenco mais fracos da Serie A. Fabrizio Castori terá um árduo trabalho para tirar o melhor de cada jogador e montar uma equipe coesa. Os veteranos Zaccardo e Spolli dão maturidade para a defesa, Marrone terá minutos para comprovar a expectativa em torno de seu futebol, enquanto Gabriel Silva busca se recuperar depois de ano ruim. No ataque, Ryder Matos e Borriello serão as fontes de gols e pontos para o time.

Chievo

Principais entradas: Birsa (Milan), Castro (Catania), M’Poku (Standard Liège), Gobbi (Parma), Pepe (Juventus) e Pinzi (Udinese)

Principais saídas: Zukanovic (Sampdoria), Cofie (Carpi), Schelotto (sem clube) e Bardi (Espanyol)
Nota: 6

O atual líder do campeonato segue a mesma fórmula: jogadores experientes para seguir no pragmático futebol e se manter tranquilamente na Serie A. No catenaccio de Rolando Maran, todos os reforços têm espaço. Destaque para a permanência de Birsa, a fonte de gols juntamente com Paloschi e Meggiorini nos dois primeiros jogos, assim como as chegadas de Castro e M’Poku. O argentino complementa o meio-campo com sua versatilidade, enquanto o congolês traz dinâmica e jogadas individuais para o ataque. Gobbi e Pinzi combinam quase 700 jogos pela primeira divisão e incrementam ainda mais a média de idade da equipe mais velha do campeonato, com 29,9 anos/jogador, além de uma defesa com média de 34,2 anos/jogador.

Hernanes foi última contratação da Juventus em agosto (Juventus.com)

Empoli

Principais entradas: Bittante, Camporese (Fiorentina), Livaja (Rubin Kazan), Zambelli (Brescia), Skorupski, Paredes (Roma) e Maiello (Napoli)

Principais saídas: Valdifiori, Hysaj (Napoli), Rugani (Juventus), Vecino e Sepe (Fiorentina)
Nota: 5,5

Em resultado do bom ano no retorno para a Serie A, o Empoli perdeu cinco titulares e o treinador. Especialmente, Sarri, Valdifiori, Rugani e Hysaj, os destaques do clube toscano juntamente com Saponara e Maccarone – únicos “sobreviventes”. Os negociados farão grande falta e, mesmo que a diretoria tenha contratado bons jovens, talvez não tenha força para novamente surpreender, mesmo porque o treinador, Marco Giampaolo, não transmite confiança e parece confuso. Zambelli e Bittante devem manter a força pelas laterais de um time que contraria a massa, com bons jogadores pelos lados, enquanto Livaja traz nova dinâmica para o ataque e Maiello pode encaixar bem com o promissor Dioussé no meio-campo.

Fiorentina

Principais entradas: Kalinic (Dnipro), Astori (Cagliari), Suárez (Atlético de Madrid), Gilberto (Botafogo), Sepe (Napoli) e Blaszczykowski (Dortmund)

Principais saídas: Savic (Atlético de Madrid), Gómez (Besiktas),Vargas, Joaquín (Bétis), Salah (Roma), Neto (Juventus), Aquilani (Sporting Lisboa), Pizarro (Santiago Wanderers), Kurtic (Atalanta), Basanta (Monterrey), Diamanti (Watford) e Gilardino (Palermo)
Nota: 6

Novos tempos em Florença com Paulo Sousa no lugar de Vincenzo Montella. Novo futebol, com outros sistemas táticos (3-4-2-1 e 4-2-3-1) e um mercado movimentado, mas que basicamente se resumiu a substituir quem saiu, adaptando o time a algumas demandas do treinador português. Como Kalinic, substituto de Gómez, centroavante físico, de presença de área, e que já se mostrou importante no time; Suárez, no lugar de Aquilani, volante também mais físico, buscando equilíbrio e força no meio-campo; além de Astori, que substitui Savic, com a vantagem de ser canhoto e dar maiores possibilidades para a defesa, a três ou a quatro. Outra boa chegada foi a do polonês Blaszczykowski, substituindo Joaquín no último dia de mercado. A ausência de Salah é que será mais sentida, por todo o impacto que teve nos meses emprestado, mas o promissor Bernardeschi é a aposta para seu lugar.

Frosinone

Principais entradas: Leali (Juventus), Diakité (Cagliari), Longo (Inter), Castillo (Club Brugge), Rosi (Genoa), Pavlovic (Grasshopper), Chibsah (Sassuolo), Verde (Roma) e Tonev (Aston Villa)

Principais saídas: Santana (Genoa) e Cosic (Empoli)
Nota: 5,5

Como o Carpi, o Frosinone se reforçou dentro das suas possibilidades – ainda mais reduzidas que as do outro novato -, sem qualquer loucura financeira para não ter um baque grande nas contas, porque se sabe que as chances de permanecer na elite do futebol italiano são mínimas. E o time de Roberto Stellone, mesmo com Leali, Diakité, Longo, Castillo, Verde e Chibsah, dificilmente conseguirá competir no campeonato. Apesar de tudo, a equipe não perdeu ninguém relevante, permanecendo com destaques na campanha do acesso, como Blanchard e Soddimo.

Genoa

Principais entradas: Pandev, Dzemaili (Galatasaray), Ansaldi (Zenit), Capel (Sporting Lisboa), Múñoz (Sampdoria), Figueiras (Sevilla), Cissokho, Gakpé (Nantes), Ntcham (Manchester City) e Lazovic (Estrela Vermelha)

Principais saídas: Iago Falqué (Roma), Niang, Bertolacci, Kucka (Milan), Lestienne (Al-Arabi), Edenílson (Udinese) e Roncaglia (Fiorentina)
Nota: 6

Mercado interessante do clube de Preziosi. Gastando pouco mais de 5 milhões de euros, o Genoa trouxe bons jogadores: os experientes Pandev, Dzemaili, Ansaldi, Capel e Múñoz e as apostas Cissokho, Ntcham e Lazovic, e vendeu por bons valores Bertolacci, Falqué e Kucka. A equipe ainda manteve Perin e Perotti, dois dos destaques dos grifoni. No dinâmico futebol de Gasperini, com sua marcação agressiva e jogo pelos lados, todos encaixam bem e complementam um elenco bom o bastante para ficar na parte superior da tabela.

Felipe Melo e Alex Telles reforçaram a Inter de última hora (Inter.it)

Inter

Principais entradas: Kondogbia (Monaco), Perisic (Wolfsburg), Murillo (Granada), Santon (Newcastle), Felipe Melo, Alex Telles (Galatasaray), Miranda (Atlético de Madrid), Jovetic (Manchester City), Ljajic (Roma) e Montoya (Barcelona)

Principais saídas: Kovacic (Real Madrid), Shaqiri (Stoke City), Hernanes (Juventus), Podolski (Galatasaray), Obi (Torino) e Kuzmanovic (Basel)
Nota: 8

Segunda equipe mais ativa, com mais de 85 milhões de euros gastos nesta janela, a Inter fez um mercado à maneira de Mancini de acordo com o trabalho responsável de Ausilio e sob as orientações de Thohir e Fassone. Mesmo gastando muito, teve lucro, reunindo mais de €95M nas vendas. As saídas de Kovacic, Shaqiri e Hernanes representam um queda técnica considerável, mas os três não eram tidos como jogadores essenciais para Mancio, que novamente forma um time mais físico e compatível com o sistema tático que tanto tem tentado utilizar, o 4-2-3-1. A turma dos Bálcãs, – Perisic, Jovetic e Ljajic – traz essa possibilidade, sustentados pelos meio-campistas Melo e Kondogbia (o francês foi a segunda contratação mais cara da janela italiana), e a nova dupla de zaga, Miranda e Murillo, que devem trazer nova vida para a defesa interista, tão sofrida nos últimos anos. A ver como o grupo reage com a mudança drástica nas peças do plantel. Entre os jogadores da última temporada apenas Icardi, Handanovic, Guarín e Medel permanecem no bloco dos mais relevantes e/ou titulares.

Juventus

Principais entradas: Dybala (Palermo), Alex Sandro (Porto), Mandzukic (Atlético de Madrid), Zaza (Sassuolo), Hernanes (Inter), Lemina (Marseille), Cuadrado (Chelsea), Khedira (Real Madrid), Neto (Fiorentina) e Rugani (Empoli)

Principais saídas: Vidal, Coman (Bayern), Ogbonna (West Ham), Tévez (Boca Juniors), Pirlo (New York City), Matri (Lazio) e Llorente (Sevilla)
Nota: 7,5

Apesar de perder três pilares da equipe nos últimos anos, em especial Tévez, a fonte de gols, – considerando a pequena queda de Vidal e Pirlo em 2015 –, a Juventus fez um bom mercado. No segundo ano de Allegri, foi dada uma oportunidade para Marotta renovar a base da equipe construída com Conte. Combinando jovens com experientes internacionalmente, os novos jogadores trazem novas possibilidades táticas para Allegri variar ainda mais sua estratégia e sistema tático para, claro, seguir campeão. O elenco ganhou mais opções também no quesito quantitativo.

Lazio

Principais entradas: Milinkovic-Savic (Genk), Kishna (Ajax), Hoedt (AZ), Matri (Juventus), Morrison (West Ham) e Patric (Barcelona)
Principais saídas: Cavanda (Trabzonspor), González (Atlas), Cana (Nantes), Ledesma (Santos), Ederson (Flamengo), Ciani (Espanyol) e Pereirinha (Atlético-PR)
Nota: 6

Apesar das críticas, a Lazio não fez exatamente um mercado horrível. Com uma boa base já construída no último ano, não necessitava de grandes investimentos – no máximo um zagueiro de maior calibre, que, é verdade, acabou não vindo. Os jovens Milinkovic, Kishna e Hoedt são apostas interessantes para o time de Pioli, enquanto Matri dá cobertura para um completo ataque, que já conta com Klose, Djordjevic e Keita. O diretor esportivo Tare ainda se desfez de jogadores que estavam sobrando no elenco, o que dá uma aliviada na folha salarial.

Milan

Principais entradas: Bacca (Sevilla), Romagnoli, Bertolacci (Roma), Luiz Adriano (Shakhtar), Kucka (Genoa), Balotelli (Liverpool), Niang (Genoa) e Rodrigo Ely (Avellino)
Principais saídas: El Shaarawy (Monaco), Rami (Sevilla), Paletta (Atalanta), Destro (Bologna), van Ginkel (Stoke City), Muntari (Al-Ittihad), Pazzini (Verona) e Bonera (Villarreal)
Nota: 6,5

Bacca, Romagnoli, Bertolacci e Luiz Adriano. Sem dúvidas, quatro nomes importantes para o time de Mihajlovic, e que formam a base de uma nova equipe, mas, como nos últimos anos, ainda desequilibrada. Mesmo com todos os esforços e gastança, o Milan não tem um grupo coeso e alguns setores sofrem pela mediocridade, como a defesa (considerando as saídas de Rami e Paletta) e o meio-campo. No seu primeiro ano, Mihajlovic terá que tirar o melhor dos novos contratados e, se não tem técnica, apresentar organização e mentalidade para o clube recuperar espaço no campeonato. A contratação de Balotelli é a maior aposta de toda a janela europeia. O temperamental atacante italiano começa na reserva.

Luiz Adriano chegou ao Milan no início da janela e já marcou gols na Coppa Italia e na Serie A (AP)

Napoli

Principais entradas: Allan (Udinese), Chiriches (Tottenham), Valdifiori, Hysaj (Empoli), Chalobah (Chelsea), El Kaddouri (Torino) e Reina (Bayern)
Principais saídas: Vargas (Hoffenheim), Inler (Leicester), Britos (Watford), Gargano (Monterrey) e Zapata (Udinese)
Nota: 6

Novos tempos em Nápoles com Sarri e um mercado ajustado ao seu futebol. Sem grandes investimentos, o Napoli trouxe jogadores adaptados ao novo treinador (Valdifiori e Hysaj) e que encaixam bem no seu sistema tático e estratégia (Allan e Chiriches), aproveitando o bom elenco que já tinha à disposição. O diretor Cristiano Giuntoli, para a felicidade de De Laurentiis e a torcida, ainda se livrou de jogadores que estavam sobrando ou não teriam espaço com Sarri.

Palermo

Principais entradas: Hiljemark (PSV), El Kaoutari (Montpellier), Matheus Cassini (Corinthians), Trajkovski (Zulte Waregem), Goldaniga (Perugia), Brugman (Pescara) e Gilardino (Guangzhou)
Principais saídas: Dybala (Juventus), Belotti (Torino), Barreto (Sampdoria) e Terzi (Spezia)
Nota: 6

O clube que mais lucrou na janela, muito graças a Dybala e seu teórico substituto, Belotti. Com eles, Zamparini fez 40 milhões de euros, recuperando velhos investimentos, os quais sabia que teria bom retorno. E assim, com Hiljemark, Matheus Cassini, Trajkovski, Goldaniga e Brugman, espera ter novo retorno daqui alguns anos, mas de imediato, em campo, no time de Iachini. Investimentos pequenos, mas inteligentes, que encaixam com o treinador. Além disso, Gilardino deve ser a nova referência para o ataque, acionado por Vázquez, maior líder de assistências da Serie A desde 2014.

Roma

Principais entradas: Falqué (Genoa), Ponce (Newell’s Old Boys), Salah (Chelsea), Dzeko (Manchester City), Rüdiger (Stuttgart), Vainqueur (Dinamo Moscou), Digne (PSG), Gyömber (Catania) e Szczesny (Arsenal)
Principais saídas: Romagnoli, Bertolacci (Milan), Destro (Bologna), Yanga-Mbiwa (Lyon), Viviani (Verona), Holebas, Ibarbo (Watford), Ljajic (Inter) e Doumbia (CSKA Moscou)
Nota: 8

Se a Roma não tem um grande craque, capaz de desequilibrar e ganhar jogos, como era Totti quando mais inteiro, tem um craque fora dos gramados: Walter Sabatini. Diretor do clube, é o responsável pelo mercado, por montar a equipe para Rudi Garcia. E novamente o diretor fez grande trabalho, trazendo quatro peças importantes sem grandes custos (Szczesny, Digne, Salah e Dzeko) e mostrando seus bons contatos e observação para nomes não badalados (Falqué, Ponce, Rüdiger e Vainqueur). Se não bastasse tudo isso, ainda fez mais de 40 milhões de euros com jogadores que não estavam no grupo (Romagnoli, Bertolacci, Destro, Viviani e Marquinho), equilibrando os gastos.

Sampdoria

Principais entradas: Fernando (Shakhtar), Zukanovic (Chievo), Pedro Pereira (Benfica), Cassano (sem clube), Cassani (Parma), Rodríguez (Cesena), Barreto (Palermo), Moisander (Ajax), Carbonero (Roma) e Lazaros (Verona)
Principais saídas: Obiang (West Ham), Duncan (Sassuolo), Okaka (Anderlecht), Salamon (Cagliari), Cacciatore (Chievo), Rizzo (Bologna), Romagnoli (Roma), Eto’o (Antalyaspor), Romero (Manchester United), Bergessio (Atlas) e Múñoz (Genoa)
Nota: 6,5

Para seguir no meio dos grandes, um mercado inteligente da Sampdoria. Apesar das saídas de Mihajlovic e Romagnoli para o Milan e as vendas de outros titulares, como Obiang e Okaka, a boa base do ano passado foi mantida e reforçada com jogadores interessantes para o time de Zenga. Fernando, ex-Grêmio, manterá a força no meio-campo, mas sem perder técnica e juventude, juntamente com o veterano e dinâmico Barreto. Nos últimos dias da janela ainda foram integrados ao setor Carbonero e Lazaros. Cassani e Zukanovic trazem qualidade para a defesa, assim como Moisander, apesar do finlandês ainda não ter sido utilizado. Para fechar, Cassano voltou. Uma incógnita, que talvez atrapalhe, mas pode ajudar um ataque muito talentoso puxado por Éder e Muriel. A permanência do ítalo-brasileiro, assim como a de Soriano, aliás, são ótimas notícias para a equipe de Gênova.

Sassuolo

Principais entradas: Defrel (Cesena), Duncan (Sampdoria), Pellegrini, Politano (Roma), Laribi (Bologna) e Falcinelli (Perugia)
Principais saídas: Zaza (Juventus), Kurtic (Atalanta), Brighi (Bologna) e Taïder (Bologna)
Nota: 7

Se dando ao luxo de gastar mais de 20 milhões de euros por Berardi (resolução de co-propriedade), Defrel e Duncan, o Sassuolo aproveitou bem o dinheiro recebido por Zaza e Kurtic para reforçar o time de Di Francesco para novamente incomodar no campeonato. Defrel dá novo funcionamento para o poderoso trio de ataque neroverde, assim como Duncan reforça um meio-campo que sempre teve problemas. Na defesa, mais do mesmo, com a vantagem de Vrsaljko ter permanecido, apesar das especulações.

Torino

Principais entradas: Baselli, Zappacosta (Atalanta), Acquah (Hoffenheim), Avelar (Cagliari), Obi (Inter) e Prcic (Rennes)
Principais saídas: Darmian (Manchester United), Verdi (Eibar), Basha (Luzern) e El Kaddouri (Napoli)
Nota: 8

Sem a pompa de Juventus, Inter e Roma, foi um senhor mercado do Torino. Gianluca Petrachi fez muito com pouco com o dinheiro de Urbano Cairo. Aproveitando a venda de Darmian e se dando ao luxo de recusar propostas generosas por Maksimovic e Bruno Peres, trouxe jovens italianos promissores, como Belotti – enfim um companheiro para Quagliarella – e a dupla da Atalanta, Baselli e Zappacosta. Além desses, Acquah, Obi e Prcic renovam um meio-campo sem grande talento e velho, enquanto Avelar dá nova vida para a ala esquerda.

Udinese

Principais entradas: Adnan (Rizespor), Marquinho (Roma), Zapata (Napoli), Edenílson (Genoa), Iturra (Granada) e Felipe (Inter)
Principais saídas: Allan (Napoli), Douglas Santos (Atlético-MG), Naldo (Sporting Lisboa), Pinzi (Chievo), Geijo (Brescia), Gabriel Silva, Bubnjic (Carpi) e Scuffet (Como)
Nota: 4,5

De estádio reformado, mas sem a atenção dos Pozzo, que voltou seus investimentos na janela de transferências para o Watford, de volta à Premier League, a Udinese teve mercado fraco. Somado a isso, a contratação de Colantuono para o lugar de Stramaccioni, é a admissão de que o clube do Friuli se limitará a brigar contra o rebaixamento. Apesar disso e da perda de Allan, que será bastante sentida no meio-campo, Edenílson e Adnan podem contribuir pelas alas, assim como Zapata dá novo gás para o ataque. Iturra e Felipe dão experiência para o meio-campo e a defesa.

Verona

Principais entradas: Viviani (Roma), Bianchetti (Inter), Helander (Malmö), Pazzini, Albertazzi (Milan), Souprayen (Dijon), Siligardi (Livorno), Cláudio Winck (Internacional) e Rômulo (Juventus)
Principais saídas: Nenê (Spezia), Rafael Marques (Coritiba), Martic (Spezia), Tachtsidis (Genoa), Obbadi (Monaco), Nico López (Udinese), (Lazaros (Sampdoria) e Valoti (Pescara)
Nota: 6

Um jovem regista (Viviani), dois jovens zagueiros (Bianchetti e Helander), três laterais (Souprayen, Albertazzi e Winck), a volta de um velho conhecido (Rômulo) e dois atacantes (Pazzini e Siligardi). Riccardo Bigon fez um mercado atendendo as necessidades do Verona, mesmo sem grandes gastos – e arrecadação, também, se resumindo a resolução de co-propriedade de Jorginho. Mandorlini é que não parece convencido com os bons reforços, optando por velhos jogadores escalados um time mediano. A ver como isso resultará em campo.
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