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Os 5 maiores brasileiros da história da Udinese

Em março, escolhemos os 10 maiores jogadores da história da Udinese. No nosso ranking, três jogadores brasileiros estavam dentre os 25 grandes que passaram pelo clube, o que mostra o quanto os friulanos são ligados aos brasileiros. Principalmente, claro, nos últimos anos.

Demorou bastante para que a Udinese contratasse o seu primeiro jogador do Brasil. O clube foi fundado em 1896, mas só em 1981 isso aconteceu, quando o lateral direito Orlando, do Vasco, assinou com os bianconeri. Antes disso, raramente a equipe atuou na elite, e não teve tantos estrangeiros em seu plantel. Mas não foi Orlando que estreitou as relações entre o Friuli e o nosso país: foram os seus sucessores, Edinho e Zico, protagonistas do time na década de 1980.

Desde então, Údine é sede de uma das maiores colônias brasileiras do futebol italiano: 31 atletas do Brasil já jogaram no clube, e a maioria deles nas décadas de 2000 e 2010. Em 2014-15, sete “verdeoro” representavam a Udinese na Serie A e, atualmente, cinco constam no plantel dos zebrette. Nos tempos recentes, os grandes destaques do nosso país no Friuli foram Allan, negociado a peso de ouro com o Napoli, além de Danilo e Felipe, que continuam na equipe.

Para montar a lista, o Quattro Tratti levou em consideração a importância dos jogadores na história do clube; a qualidade técnica do atleta versus expectativa; sua identificação com a torcida e o dia a dia do time (mesmo após o fim da carreira); grau de participação nas conquistas; respaldo atingido através da equipe e prêmios individuais conquistados. Também foram computadas premiações pelas seleções nacionais. A partir disso, escolhemos os brasileiros que marcaram a história da equipe e escrevemos breves biografias dos cinco maiores. Antes, veja também a lista completa daqueles que já vestiram a camisa do clube friulano.

Brasileiros da Udinese
Alberto, Allan, Amoroso, Barreto, Cribari, Danilo, Douglas Santos, Edenílson, Edinho, Felipe, Gabriel Silva, Guilherme, Guilherme Siqueira, Gustavo, Jadson, Jorginho Paulista, Juárez, Lucas Evangelista, Maicosuel, Marcos Paulo, Marquinho, Naldo, Neuton, Orlando, Rodrigo Defendi, Ryder Matos, Saulo, Schumacher, Warley, Willians e Zico.

5º – Felipe

Posição: zagueiro
Período no clube: 2002-10 e 2015-hoje
Títulos conquistados: nenhum

Com passaporte italiano, Felipe Dal Bello deixou Guaratinguetá, cidade no interior de São Paulo, e se mudou muito cedo para Údine: chegou na Itália aos 15 anos e fez as categorias de base no time bianconero, que foi a sua verdadeira escola. Em 2003, aos 18 anos, o zagueiro canhoto estreou pelo time principal e acabou virando titular cedo: em 2004-05, sob o comando de Luciano Spalletti, ele ajudou a Udinese a chegar à Liga dos Campeões, e continuou titular na temporada seguinte, com Serse Cosmi.

Nos anos seguintes, de 2006 a janeiro de 2010, Felipe alternou entre o time titular e o banco de reservas, até que acabou negociado com a Fiorentina. O ítalo-brasileiro perambulou por Florença, Cesena, Siena, Parma e Inter até retornar para o clube que o revelou, em agosto de 2015. Na defesa com três elementos de Colantuono o jogador de 31 anos foi titular e, se os seus planos derem certo, ele pretende encerrar a carreira no Friuli.

4º – Danilo

Posição: zagueiro
Período no clube: 2011-hoje
Títulos conquistados: nenhum

No Brasil, Danilo teve carreira de altos e baixos, por Atlético-PR e Palmeiras. Dessa forma, os brasileiros amantes do futebol viram com desconfiança a sua ida para a Udinese – e isso repercutiu até mesmo na Itália. O paulista, que chegou na Serie A aos 27 anos, fez valer os 2 milhões investidos: desde o primeiro instante ganhou a titularidade e nunca mais a perdeu: já são mais de 200 jogos pelos friulanos.

Em 2011-12, campeonato em que a Udinese acabou ficando com a terceira posição e uma vaga na LC, Danilo foi um dos destaques dos bianconeri: o brasileiro foi jogador de linha que mais atuou no campeonato, ajudando a equipe a ter a terceira defesa menos vazada da Serie A. Em cinco anos de casa, o camisa 5 teve outras duas ótimas temporadas (2012-13 e 2014-15), chegando a ter sua convocação cogitada para a Itália. Com moral, nem mesmo a má fase em alguns momentos abalou a sua titularidade ou tiraram do seu braço a faixa de capitão – que ele usa quando Di Natale não joga.

3º – Edinho

Posição: zagueiro
Período no clube: 1982-87
Títulos conquistados: nenhum

O zagueiro Edinho chegou badalado em Údine, quando já tinha 27 anos e duas Copas do Mundo no currículo. Em uma época em que a equipe friulana retornava à elite, ele foi um dos grandes responsáveis por fortalecer a relação entre o clube e os jogadores brasileiros. O carioca era um defensor muito técnico e dava qualidade na saída de bola, além de ser bom no jogo aéreo, mesmo não sendo muito alto. Essas características logo o colocaram como um dos melhores da Serie A em sua função.

Nos cinco anos que ficou na Udinese, Edinho foi titular absoluto e atuou em 138 partidas, marcando 22 gols, já que subia muito ao ataque e também cobrava faltas e pênaltis. Entre 1983 e 1985, com a presença de Zico, o clima foi tranquilo no Friuli, mas após a saída do Galinho, o zagueiro se tornou capitão e principal jogador de um time que brigava para não ser rebaixado. Em 1987, depois de uma penalização, a Udinese caiu, mesmo com as boas atuações do carioca.

2º – Amoroso

Posição: atacante
Período no clube: 1996-99
Títulos conquistados: Copa América (1999)

Um ano após subir para a Serie A, a Udinese fez uma contratação de peso para tentar ficar entre os melhores times do campeonato. Amoroso, que havia sido artilheiro e melhor jogador do Brasileirão, em 1995, chegou para fazer um forte trio de ataque com Oliver Bierhoff e Paolo Poggi – o tridente que embalou o trabalho de Alberto Zaccheroni no clube. Logo em seu ano de estreia, o brasileiro fez 12 gols, um a menos que seus colegas de ataque.

A temporada seguinte, 1997-98, foi de muito sucesso, para os bianconeri, que ficaram com a terceira posição na Serie A, o melhor resultado na história friulana. Naquela temporada, Amoroso foi coadjuvante (marcou apenas cinco gols), mas foi o parceiro ideal para Bierhoff, artilheiro do campeonato, com 27 gols. A saída do alemão não enfraqueceu a Udinese, já que o brasileiro o substituiu à altura: balançou as redes 22 vezes, foi o máximo goleador da Serie A e classificou os zebrette outra vez para a Copa Uefa – a Liga dos Campeões ficou a apenas um ponto. Ao todo, Amoroso fez 39 gols com a camisa do time de Údine, o que o coloca como um dos dez maiores artilheiros da história friulana – o que é um grande feito, considerando que os atletas ficam pouco tempo no Friuli, já que a Udinese é um clube vendedor.

1º – Zico

Posição: meia
Período no clube: 1983-85
Títulos conquistados: nenhum

Maior ídolo do Flamengo, Zico também é deus em Údine. O Galinho de Quintino ficou apenas dois anos no Friuli, em sua única passagem por um clube europeu, mas a idolatria começou antes mesmo de ele fazer a estreia oficial pela Udinese. Depois de o craque assinar contrato, a Federação Italiana bloqueou a transação, por causa do valor, o que gerou um movimento separatista na região friulana – caso Zico não fosse liberado, os torcedores ameaçavam se juntar a vizinha Áustria, que dominara a província no século XIX. Após intervenção do presidente, o meia finalmente foi contratado e foi recebido como um rei na principal praça da cidade.

Pudera: um dos maiores jogadores da história chegava a um time com poucas participações na Serie A, e que nos últimos 20 anos jogou várias vezes a Serie C. Em seu primeiro ano com os zebrette, Zico ajudou a Udinese a ficar com o 9º lugar, marcando 19 gols e ficando atrás apenas de Michel Platini (que jogou seis partidas a mais) no ranking de artilharia do Italiano. Em 1984-85, uma lesão afastou o brasileiro de boa parte da temporada, que foi mais difícil para a sua equipe, e, aos 32 anos, ele se despediu da Itália. Ao todo, Zico fez 30 gols pelo clube, 17 deles em sua especialidade, a bola parada.

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