Seleção italiana

Um recado para o chefe

Insigne marcou belo gol e mostrou a Conte porque deve jogar a Euro (Getty)

Depois de dois anos, Itália e Espanha voltaram a se enfrentar novamente em amistoso, dessa vez no Belpaese. A partida aconteceu em um belo Friuli, agora Dacia Arena, que estava lotado, com 23 mil pessoas – ao contrário das partidas da dona da casa, a Udinese. A Itália voltava a Údine depois de quase oito anos sem passar por lá e não decepcionou: a Nazionale foi muito bem na primeira partida em 2016. A vitória não veio, mas por muito pouco, por causa das defesas de De Gea e do erro da arbitragem no gol de empate dos visitantes.

O time de Antonio Conte mostrou grande atitude, mesmo com os desfalques de Barzagli, Chiellini, Verratti e Marchisio, peças-chave da defesa e meio-campo azzurro. O que se viu foi uma Itália muito diferente das últimas partidas, que tiveram atuações apáticas costumeiras tanto nas Eliminatórias para a Euro quanto em amistosos. Por outro lado, a seleção manteve a estratégia e as ideias do treinador, controlando o jogo de várias maneiras, com marcação adiantada e posse de bola, ou com defesa posicional, linhas recuadas e contra-ataques, sem oferecer espaços para a Espanha.

A Nazionale testou nova escalação e novo esquema tático, o 3-4-3, com movimentações e posicionamentos semelhantes aos de seu 3-5-2 juventino e do 4-2-4 que sempre idealizou e utilizou antes da passagem por Turim. O destaque ficou para quem busca espaço no time titular e/ou no grupo da Euro, a exemplo de Florenzi e Zaza, sempre convocados, mas não exatamente homens de confiança. Também foram observados Astori, Thiago Motta, Giaccherini e Insigne, de volta à seleção, sem falar no estreante Bernardeschi.

Todos os citados tiveram atuações boas, mostrando vontade e qualidade para ir à França: em uma avaliação simples, as notas variaram entre a faixa de “regular” a “excelente”. Parte disso se deve também à vida “fácil” contra uma Espanha apática, sem ideias e superada tática e tecnicamente. No primeiro tempo, os azzurri controlaram o jogo com a posse de bola e foram perigosos nos ataques, com um homem de referência na área (Pellè), enquanto após o intervalo o time dominou sem a bola, se defendendo muito bem no próprio campo e contra-atacando ferozmente com os baixinhos Insigne, Giaccherini e Florenzi, apoiados pelos também participativos Bernardeschi e Zaza.

Insigne, aliás, foi protagonista em praticamente todos os ataques do segundo tempo da Itália – ao todo, a Azzurra chutou onze vezes, sete no gol. Foi o napolitano quem finalizou um ataque rápido aos 67′: a jogada começou no campo de defesa, ainda com Buffon e, depois, Darmian superando a pressão espanhola; evoluiu com passe direto para Bernardeschi acionar Giaccherini na ponta esquerda e este cruzar para Insigne concluir de carrinho. O camisa 11, com atuação digna para fazer Conte ter dúvidas sobre Éder (já que o interista está em momento técnico negativo), ainda poderia ter feito outro de cobertura.

A chance de Insigne aconteceu antes de um empate que veio de forma irregular. Dois minutos depois do gol italiano, aconteceu o único ataque espanhol que resultou em chutes no gol – apenas dois. Fàbregas cobrou falta na área, Morata obrigou Buffon a fazer defesa no susto e, no rebote, Aduriz marcou. Falha da arbitragem, que não viu impedimento claro dos atacantes rojos e de mais dois compatriotas.

Com a vitória ou não, a impressão que fica é positiva. Neste amistoso, a Itália foi um time que mostrou atitude, com jogadores que querem brigar por um lugar nos 23 que estarão na França. Também foi bom ver mais um esquema tático executado pelo time de Conte, que priorizará a versatilidade dos convocados para interpretar diversas contextos táticos.

Itália 1-1 Espanha
Insigne (Giaccherini) | Morata
Top: Insigne | Flop: Éder
Itália (3-4-3): Buffon; Darmian, Bonucci, Astori; Florenzi (De Silvestri 89′), Parolo (Jorginho 89′), Thiago Motta, Giaccherini (Antonelli 79′); Candreva (Bernardeschi 61′), Pellè (Zaza 60′), Éder (Insigne 59′). Treinador: Antonio Conte.
Espanha (4-3-3): De Gea; Juanfran (Alba 79′), Piqué, Ramos (Nacho 45′), Azpilicueta; Thiago (Isco 61′), San José, Fàbregas; Mata (Koke (45′), Aduriz (Silva 70′), Morata (Alcácer 86′). Treinador: Vicente del Bosque.
Árbitro: Deniz Aytekin (Alemanha)
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