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Os 5 maiores brasileiros da história do Torino

Fundado em 1906, o Torino é um dos times mais tradicionais do futebol italiano. Curiosamente, a equipe granata não tem em sua história um vasto número de jogadores de uma das escolas mais tradicionais do esporte: a brasileira.

Ao longo de mais de um século de existência, apenas 22 brasileiros vestiram o manto grená. O primeiro foi o praticamente desconhecido meia Guillermo Piantoni, em 1929, que abriu as portas para que, dois anos depois, Fernando Giudicelli, armador do Fluminense e membro do elenco canarinho na Copa de 1930, fosse contratado. Fernando acabou virando emissário o futebol italiano no Brasil e, na mesma década, articulou a ida de outros jogadores importantes do Brasil para o Torino: jogadores como o central Demósthenes, ex-Flu, o atacante Benedicto (Fluminense e seleção de 1930) e o meia Heitor Canalli (Flamengo e seleção de 1934).

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Apesar de vários jogadores gabaritados terem passado pelo Torino anos antes da constituição do Grande Torino, foi só após o desaparecimento do timaço que outro brasileiro voltou ao lado grená de Turim – o boêmio atacante Yeso Amalfi, em 1951-52. Somente a partir da década de 1980 é que uma enxurrada de atletas do país passou pelo Toro: Júnior, Müller, Edu Marangon, Müller, André Cruz e outros. Escolhemos, então, os cinco principais craques do nosso país que atuaram por lá.

Para montar a lista, o Quattro Tratti levou em consideração a importância dos jogadores na história do clube; a qualidade técnica do atleta versus expectativa; sua identificação com a torcida e o dia a dia do time (mesmo após o fim da carreira); grau de participação nas conquistas; respaldo atingido através da equipe e prêmios individuais conquistados. Também foram computadas premiações pelas seleções nacionais. A partir disso, escolhemos os brasileiros que marcaram a história da equipe e escrevemos breves biografias dos cinco maiores. Antes, veja também a lista completa daqueles que já vestiram a camisa do clube de Turim.

Brasileiros da história do Torino
Amauri, André Cruz, Barreto, Benedicto, Bruno Peres, Casagrande, Danilo Avelar, Démosthenes, Denilson Gabionetta, Edu Marangon, Fernando, Guillermo Piantoni, Heitor Canalli, Humberto Foguinho, Inácio Piá, Jonathas, Júnior, Marcão, Müller, Pinga, Ronaldo Vanin, Rubinho e Yeso Amalfi.

5º – Edu Marangon

Posição: meia
Período no clube: 1988-89
Títulos conquistados: nenhum

O meia Edu Marangon (à direita na foto) foi revelado na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 1983, quando jogava na Portuguesa. Após ser destaque na sensação da Copinha, subiu ao time principal da Lusa e, em cinco anos, conseguiu ser convocado para a Seleção, com a qual foi aos Jogos Pan-Americanos de 1987. Com esse currículo, o Torino resolveu levá-lo à Itália e pagou cerca de 2 milhões de dólares para isso, vencendo a concorrência de clubes brasileiros. O “Boy da Mooca” foi um dos principais reforços grenás daquela temporada, ao lado do compatriota Müller, do atacante iugoslavo Haris Skoro e do goleiro italiano Luca Marchegiani.

O Torino vinha de ótimas campanhas nos últimos anos, sempre ficando na metade de cima da tabela – incluindo o vice-campeonato de 1985. Edu chegou para comandar o meio-campo do time de Turim, mas teve dificuldades de exprimir seu futebol nas 22 partidas em que atuou – marcou só duas vezes, diante de Roma e Como. Apesar da qualidade, o Rei do Canindé acabou no banco, e viu o Toro ser rebaixado na última rodada: foi a segunda queda na história do Torino, que antes caíra em 1958-59. Com a queda, Edu deixou a Itália após apenas um ano e desfilou sua qualidade com a camisa 10 de Flamengo, Santos e Palmeiras.

4º – Bruno Peres

Posição: lateral-direito
Período no clube: 2014-hoje
Títulos conquistados: nenhum

A contratação de Bruno Peres pelo Torino foi considerada até surpreendente, já que o lateral tinha perdido a titularidade no Santos pouco antes. O paulistano, no entanto, não demorou para mostrar os atributos pelos quais o time grená se interessou quando fechou a sua chegada. Nos dois anos de estadia em Turim, Peres se tornou peça fundamental na espinha dorsal da equipe e um dos melhores da Serie A em sua posição.

O lateral assinou no último dia da janela de verão em 2014 e foi reforço para a continuidade do renascimento do Torino: na temporada anterior, a equipe havia sido 7ª colocada e conquistou uma vaga na Liga Europa e, em 2014-15, também ficou na metade de cima da tabela. Bruno Peres foi o jogador que mais vezes entrou em campo na campanha (34 vezes) e ficou marcado pelo golaço anotado contra a Juventus – além das ótimas atuações nos dois clássicos da temporada, que ajudaram o Torino a quebrar um jejum de 20 anos sem vencer a rival. Em seu segundo ano com a camisa granata Peres continua como titular absoluto e chamando a atenção de grandes equipes.

3º – Müller

Posição: atacante
Período no clube: 1988-91
Títulos conquistados: Serie B (1990) e Copa Mitropa (1991)

Após se consagrar pelo histórico São Paulo dos “Menudos do Morumbi”, no final dos anos 1980, e jogar a Copa de 1986, Müller chamou a atenção do forte futebol italiano e quase acabou na Roma, mas foi o Torino que fechou a sua contratação. Atacante de beira de campo, Müller tinha boa presença na área e, em sua primeira temporada na Itália, marcou 11 gols na Serie A, sendo o artilheiro do time na competição e um dos principais marcadores no campeonato – apesar do rebaixamento do Toro, que também tinha o brasileiro Edu na equipe.

Naquela temporada Müller marcara gols contra a campeã Inter, o poderoso Milan e também contra Roma, Lazio e Fiorentina, mas ficou a impressão de que ele podia mais – problemas com a ex-esposa, as farras e os atrasos em treinos lhe tiraram o foco. Na temporada seguinte, o brasileiro marcou outros 11 gols e foi um dos grandes responsáveis pelo título da Serie B, que fez o Torino voltar ao lugar ao qual pertence. No entanto, os desgastes com a diretoria e a má atuação no Mundial de 1990 aceleraram a volta do atacante ao Brasil, ainda durante a temporada 1990-91.

2º – Walter Casagrande

Posição: atacante
Período no clube: 1991-93
Títulos conquistados: Coppa Italia (1993)

Sucessor de Müller no Torino, Walter Casagrande Júnior chegou ao Torino quando já tinha se consagrado no Brasil e no exterior. Por aqui, foi ídolo do Corinthians em tempos de Democracia Corinthiana e, na Europa, faturou a Copa dos Campeões com o Porto – sem falar que atuou no Mundial de 1986, disputada no México. Casão ficou quatro anos no Ascoli antes de assinar pelo Toro e, já adaptado ao futebol italiano, teve dois anos mágicos vestindo grená.

Entre 1991 e 1993 o atacante grandalhão teve os seus melhores momentos na Itália. Em sua primeira temporada ajudou o time granata a conquistar a terceira posição na Serie A e o vice-campeonato da Copa Uefa, anotando gols importantes: no torneio local, fez contra a Sampdoria detentora do scudetto, o Milan que seria campeão e, para completar, uma doppietta sobre a Juventus na vitória no dérbi; na competição continental, marcou na semifinal contra o Real Madrid e dois em uma das partidas das finais, contra o Ajax. No ano seguinte o roqueiro perdeu espaço por causa de algumas lesões, mas ainda assim ajudou o Toro a faturar seu último título expressivo, a Coppa Italia – o único título do paulistano no Belpaese.

1º – Júnior


Posição: lateral-esquerdo e meia
Período no clube: 1984-87 e 1991
Títulos conquistados: Copa Mitropa (1991)

O brasileiro Júnior nunca levantou uma taça importante jogando pelo Torino, mas, mesmo assim, é considerado um dos maiores jogadores da história do clube. Isso acontece principalmente porque o lateral e meio-campista, um dos principais do mundo àquela altura, topou ir jogar na equipe granata quando ela já não estava mais em alta no futebol italiano. Aos 30 anos de idade e com sucesso astronômico na carreira, ele foi adquirido por 2 milhões de dólares e se tornou o principal jogador do Torino na década de 1980.

O “Capacete” recolocou o Torino entre os grandes, quase 10 anos após a conquista do scudetto de 1975-76. Logo em sua temporada de estreia, o brasileiro foi eleito o melhor jogador granata do ano e conduziu o time ao vice-campeonato italiano. Foi na Bota, aliás, que ele se descobriu como grande meio-campista – até então, havia jogado apenas como lateral-esquerdo. Na temporada seguinte, já era ídolo máximo da torcida e fez outro grande campeonato, levando o time ao quarto lugar. Em 1985-86, porém, teve problemas com o técnico Radice e acabou sendo afastado da equipe titular. Sem chances, saiu para o Pescara, onde, teoricamente, encerraria sua passagem pelo Belpaese. Em 1991, Júnior ainda foi emprestado pelo Flamengo ao Torino para disputar duas partidas da Copa Mitropa, vencida pelo time grená sobre o Pisa.

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2 comentários

  • Discordo de Muller atrás de Casagrande, pergunte ao próprio torcedor do Toro, Muller “gol” foi muito mais ídolo, muito mais jogador, fez muito mais gols, encantou
    com seu futebol, mais do q Casagrande, apesar do Casao ter vencido um campeonato importante, mas Muller é ídolo até hoje por lá!! Junior 1*, Muller 2* com folgas.
    Abraço

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