Serie A

37ª rodada: Um dia de marcas

24 + 9 = 33: Higuaín se tornou maior goleador do campeonato desde 1959 e manteve
vantagem do Napoli por vaga na Liga dos Campeões (Ansa)

O campeonato vai acabando e com eles chegam as despedidas e os recordes. Nesta rodada, se aposentaram alguns jogadores icônicos para quem acompanhou a Serie A na última década e também tivemos números importantes para a história da Serie A: os 600 jogos de Totti e os 33 gols de Higuaín. Este fim de semana também foi importante para a definição das vagas na Liga Europa e dos rebaixados. Confira.

Torino 1-2 Napoli

Bruno Peres (Vives) | Higuaín (Hamsík), Callejón (Hamsík)

Tops: Bruno Peres (T) e Hamsík (N) | Flops: Bovo (T) e Hysaj (N)

Nem parecia que o Napoli entrava em campo pressionado pela vitória da Roma na primeira partida do domingo. Os azzurri precisavam do triunfo para retomar a vice-liderança, posição que garante uma vaga na fase de grupos da próxima Liga dos Campeões, e construíram o resultado no primeiro tempo. Na rodada final, os partenopei recebem o já rebaixado Frosinone (que foi goleado no turno por 5 a 1) e ficar com a segunda posição deve ser mera formalidade. Menos para Higuaín, que quer entrar de vez para a história da Serie A.

O Torino começou um pouco melhor e até fez seu gol, mas Belotti estava impedido e a arbitragem anulou com correção. No contra-ataque, Hamsík deu passe açucarado para Higuaín fazer seu 33º gol no campeonato, alcançando o compatriota Antonio Angelillo como o maior marcador de uma edição do torneio em quase 60 anos – com mais dois, iguala o recordista Gunnar Nordahl. Pouco depois do gol do Pipita, outra jogada de Hamsík acabou nas redes, desta sob a responsabilidade de Callejón. Ao longo do jogo, muito equilibrado pelas disputas de meio-campo e pelo constante perigo oferecido por Bruno Peres, poucas emoções: apenas mais uma bola na trave de Higuaín e um gol por cobertura do brasileiro do Torino.

Roma 3-0 Chievo

Nainggolan, Rüdiger (Pjanic), Pjanic (Totti)

Tops: Pjanic e Totti (R) | Flops: Pinzi e Hetemaj (C)

Em pleno horário de almoço na Itália, as festa das mamães romanistas foi embalada por Nainggolan, Pjanic e, claro, Totti – afinal, no Totti, no party. O capitão, que entrou em campo no segundo tempo, também teve sua festa particular, já que alcançou uma marca histórica: 600 jogos na Serie A. O camisa 10 romano fez algumas de suas melhores atuações recentes no segundo turno deste campeonato, no qual seu time conquistou 13 vitórias, quatro empates e apenas uma derrota. O 3 a 0 clássico foi uma bela forma de fechar a temporada aos olhos dos seus torcedores.

Os romanos definiram sua vitória já no primeiro tempo. O primeiro gol saiu de uma jogada entre Pjanic e Nainggolan, concluída com um chute do belga, da entrada da área – foi o sexto gol do Ninja, todos eles desde que Spalletti assumiu o comando da Roma. O segundo surgiu no final do primeiro tempo, quando o meia bósnio colocou uma bola na cabeça de Rüdiger. Após o intervalo, o Chievo cresceu de produção e, além de acertar a trave com M’Poku, obrigou Szczesny a realizar duas ótimas defesas. Quando os clivensi ameaçavam reabrir o jogo, Totti apareceu: Strootman acionou o capitão, que inventou um lindo passe de primeira para que Pjanic marcasse o derradeiro gol da peleja. No próximo sábado, os giallorossi tentarão ultrapassar o Napoli com uma vitória sobre o Milan, em San Siro. Já o Chievo tentará alcançar ou superar os 50 pontos diante do Bologna.

Inter 2-1 Empoli

Icardi (Perisic), Perisic | Pucciarelli (Maccarone)

Tops: Perisic (I) e Saponara (E) | Flops: Juan Jesus (I) e Zambelli (E)

Até parecia que a Inter iria passar sem dificuldades por um Empoli já sem ambições na temporada, mas não foi bem assim. Todos os gols aconteceram no primeiro tempo: os nerazzurri abriram o placar com Icardi, mas Pucciarelli aproveitou um erro de Juan Jesus para empatar. Perisic, mais ativo do jogo em Milão, engatou a quarta marcha em um contra-ataque e fez o segundo, antes do intervalo. Após voltar do descanso, porém, o time da casa sofreu com as jogadas de Saponara e passou sufoco até o final para garantir a vitória e sua melhor colocação desde 2011. Com o 4º lugar e a vaga na fase de grupos da Liga Europa na bagagem, a Inter visita o Sassuolo na última rodada e será o fiel da balança: a depender do resultado, pode deixar o rival Milan fora da Europa.

Bologna 0-1 Milan

Bacca (pênalti)

Tops: Gastaldello (B) e Mexès (M) | Flops: Diawara (B) e Montolivo (M)

O final de temporada melancólico do Milan pode ser definido pela partida no Renato Dall’Ara. A equipe até venceu uma partida fundamental para que as chances de chegar à 6ª posição (que garante uma vaga europeia independentemente da conquista da Coppa Italia) continuassem vivas, mas demonstrou um futebol (?) de qualidade muito abaixo do que um time do seu tamanho deve desempenhar. Logo aos 12 minutos, o volante Diawara, uma das revelações do campeonato, foi expulso, o que facilitou a vida do Milan – o pênalti cometido por Júnior Costa e convertido por Bacca também. Com a bola rolando e propondo o jogo, não iria dar: Montolivo, em péssima fase, e Kucka, jogaram muito mal (para não falar em Honda) e a partida teve um nível técnico muito baixo. Para a torcida do Bologna, equipe que já não tem mais ambições, valeu para ver a nova e bela camisa do clube, que será utilizada em 2016-17.

Frosinone 0-1 Sassuolo

Politano (Berardi)

Tops: Dionisi (F) e Acerbi (S) | Flops: Crivello (F) e Sansone (S)

O jogo valia a salvação para o Frosinone e era o caminho do eldorado para o Sassuolo. Em uma partida muito parelha, valeu o foco do time que tem um sonho mais alto, de mudança de patamar: os neroverdi venceram com um gol aos 40 minutos do segundo tempo e estão com a vantagem para ficarem com a 6ª posição, acima do Milan – caso isto aconteça, torcerão, também, para uma vitória da Juventus na copa. O Frosinone lutou muito e colocou o goleiro Consigli para trabalhar, além de, no segundo tempo, Ciofani quase ter feito um golaço, mas acabou confirmando a volta para a Serie B. No final do jogo, festa (isso mesmo!): a torcida aplaudiu os jogadores e cantou em homenagem a eles, mesmo com o rebaixamento. Stellone, técnico da equipe há quase quatro anos, deve permanecer para a disputa da segundona.

Verona 2-1 Juventus

Toni (pênalti), Viviani (Ionita) | Dybala (pênalti)

Tops: Toni e Helander (V) | Flops: Alex Sandro e Asamoah (J)

Lanterna e já rebaixado, o Verona recebia uma Juventus campeã e com 26 jogos de invencibilidade. Mesmo cheia de reservas a Velha Senhora era favorita, mas o Hellas juntou forças ao redor de Toni, um dos maiores ídolos do clube, que fazia sua última partida. A despedida do centroavante do tetracampeonato mundial da Itália, em 2006, foi recheada de glórias: primeiro, o atacante de 38 anos ganhou uma camisa personalizada e comemorativa. Depois, guardou o seu gol, batendo pênalti de cavadinha (ou cucchiaio, em italiano), e deslocando o goleiro Neto. Ao longo da partida, a Juve não se achou e foi dominada por um Verona orgulhoso, que fez o segundo gol com o bom regista Viviani – a jogada foi iniciada por Toni. Delneri tirou o capitão no final do jogo, para que fosse ovacionado e os bianconeri, que perderam a invencibilidade a chance de quebrar o recorde de defesa menos vazada da Serie A, diminuíram com Dybala.

Sampdoria 0-3 Genoa

Pavoletti (Ansaldi), Suso (Pavoletti), Suso (Pavoletti)

Tops: Pavoletti e Suso (G) | Flops: Dodô e Palombo (S)

Em 2011, o Genoa ajudou a rebaixar a rival Sampdoria, com uma vitória na reta final do campeonato, e, desta vez, os dorianos ainda tinham chance de cair. No entanto, os rossoblù não puderam comemorar mais do que o chocolate aplicado na tarde deste domingo, já que os outros resultados garantiram a Samp na próxima edição da Serie A. Em um dia extremamente negativo, os blucerchiati não viram a cor da bola e sofreram com o show de Suso e Pavoletti – o espanhol, de propriedade do Milan, cresceu na reta final e sua permanência será prioridade da diretoria genovesa. Quanto aos treinadores, os jogadores do Genoa mostraram que estão com Gasperini (tão criticado pela torcida), mas Montella decepcionou e tem futuro incerto na Samp.

Carpi 1-3 Lazio

Mbakogu | Bisevac, Candreva (Felipe Anderson), Klose (Onazi)

Tops: Marchetti e Candreva (L) | Flops: Mbakogu (C) e Hoedt (L)

Só bate quem erra, já diria o outro. O nigeriano Mbakogu teve duas cobranças de pênalti para tentar manter o Carpi fora da zona de rebaixamento, mas jogou as duas nos braços do hipnótico goleiro Marchetti. Com tanta injeção de ânimo pelas defesas do arqueiro, a Lazio fez 2 a 0 logo na primeira etapa e hipotecou o resultado depois do intervalo: nem mesmo quando teve dois jogadores expulsos o time romano perdeu o controle do jogo, que acabou com uma confortável vitória por 3 a 1 a favor dos celestes. Os biancorossi até que tentaram, mas não deverão conseguir a salvezza.

Fiorentina 0-0 Palermo

Tops: Zárate (F) e Rispoli (P) | Flops: Ilicic (F) e Vázquez (P)

O jogo mais sonolento da rodada só não foi melhor para o Palermo porque a equipe não conseguiu mais pontos em Florença. A Fiorentina precisava apenas de um ponto para garantir-se matematicamente na 5ª posição independentemente de outros resultados e não fez muitos esforços para tirar o zero do placar. Dessa forma, a torcida não pode voltar a comemorar uma vitória no último jogo de 2015-16 no Artemio Franchi e vai encerrar a temporada com gosto amargo na boca: a equipe só triunfou em uma das últimas onze partidas e Pasqual, 11 anos de casa, entrou em campo pela última vez com a camisa viola. Para o Palermo, o pontinho foi suficiente para sair da zona de rebaixamento e uma vitória em casa sobre o rebaixado Verona garantirá a equipe siciliana na primeira divisão.

Atalanta 1-1 Udinese

Bellini (pênalti) | Zapata (Adnan)

Tops: Bellini (A) e Adnan (U) | Flops: Kurtic (A) e Danilo (U)

Já salva, a Atalanta recebia uma Udinese que precisava de apenas um ponto para garantir-se matematicamente na próxima Serie A. Portanto, um empate seria o placar mais provável de um jogo sem tantas chances, que tinha como maior importância a aposentadoria do lateral Bellini, uma lenda atalantina. O capitão, que estreou profissionalmente em 1998 e nunca defendeu outra camisa, ganhou de presente uma cobrança de pênalti, que foi convertida com categoria. Um belo exemplo em dias de pouco apego.

*Os nomes entre parênteses nos resultados indicam os responsáveis pelas assistências para os gols

Relembre a 36ª rodada aqui.

Confira estatísticas, escalações, artilharia, além da classificação do campeonato, aqui.

Seleção da rodada

Marchetti (Lazio); Bruno Peres (Torino), Acerbi (Sassuolo), Helander (Verona), Bellini (Atalanta); Hamsík (Napoli), Pjanic (Roma), Suso (Genoa); Pavoletti (Genoa), Toni (Verona), Higuaín (Napoli). Técnico: Gian Piero Gasperini (Genoa).

A Liga Serie A disponibiliza os melhores momentos da rodada em seu canal oficial. Veja os melhores momentos dos jogos abaixo.

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