Coppa Italia

Morata, a estrela da morte, e uma Juve histórica

Implacável, Morata deu 11º título da copa para a Juventus (Getty)

Pentacampeã da Serie A, bicampeã da Coppa Italia: pela primeira vez na história, um clube conquista o campeonato e a copa duas vezes seguidas. Essa marca só poderia ser da Juventus dos anos 2010, que domina o Belpaese com feitos sem precedentes na história do futebol italiano e, neste sábado, enfrentou dificuldades até inesperadas para vencer o Milan.

Falem o que quiser de Álvaro Morata, mas o espanhol é decisivo. O ex-jogador do Real Madrid foi importante nas oitavas de final da Liga dos Campeões (apesar da eliminação), fez gols contra os rivais Inter (três), Torino (dois, além de duas assistências) e Fiorentina (um) e, claro, o gol vitorioso na final deste sábado, em Roma no seu primeiro toque na bola, aos 109 minutos. Isso porque Morata já tinha sido crucial em 2014-15 no mata-mata europeu e marcando nos dérbis contra os milaneses. 

Em um roteiro improvável, brilhou a estrela do camisa 9, justo em meio à indecisão do seu futuro. O jogo era cansativo para o time de Allegri, que entrou sem atitude no primeiro tempo, entregue a um organizado e agressivo Milan de Brocchi. A equipe idealizada pelo interino lembrou muito o estilo de Mihajlovic, pela competitividade e por diminuir a Juventus por praticamente toda a partida. Neste contexto, Montolivo e Kucka atuaram com grandeza e foram os principais vetores de força dos rossoneri.

Não foi o suficiente para que o Diavolo garantisse o título e a vaga europeia, que pela terceira vez não é comemorada em Milanello – feito inédito na era Berlusconi, justamente naquela que pode ser a última temporada sob o comando do polêmico empresário. Não à toa, isso acontece também na terceira temporada em que o manda-chuva não deu tempo para os treinadores desenvolverem seu trabalho. Quem comemora é o Sassuolo, sexto colocado na Serie A e classificado pela primeira vez na história a uma competição continental, feito obtido apenas em sua terceira participação na elite.

Para a conquista da Juventus, pesou a força mental de um grupo vencedor e dominante na Itália, que muitas vezes não precisa se sacrificar e/ou aguenta longos minutos de inferioridade para crescer no fim e triunfar. A final da copa foi um dos piores jogos do time na temporada e a vitória esteve longe durante quase todos os momentos nos 120 minutos em que a bola rolou no Olímpico.

Bonucci fez falta na organização do time e seu substituto, o garoto Rugani, não esteve bem: mostrou-se nervoso na defesa e perdeu duelos contra De Sciglio, que fez sua melhor partida em mais de dois anos. Hernanes mais uma vez não foi capaz de substituir Marchisio e pesou a falta da leitura de jogo e ritmo de Khedira, substituído por Lemina. Dybala e Pogba não estavam em seus melhores dias e foram ineficazes, mas lá estava Morata, perfeito para completar a jogada de contra-ataque construída por Lemina e Cuadrado. Uma estrela letal.

Milan 0-1 Juventus

Morata (Cuadrado) 109′

Milan (4-3-3): Donnarumma; Calabria, Zapata, Romagnoli, De Sciglio; Kucka (Balotelli 111′), Montolivo (Mauri 108′), Poli (Niang 85′); Honda, Bacca, Bonaventura. Treinador: Cristian Brocchi.

Juventus (3-5-2): Neto; Rugani, Barzagli, Chiellini; Lichtsteiner (Cuadrado 75′), Lemina, Hernanes (Morata 108′), Pogba, Evra (Alex Sandro 62′); Dybala, Mandzukic. Treinador: Massimiliano Allegri.

Árbitro: Gianluca Rocchi

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1 Comentário

  • Alguém duvida que a Juventus, dificilmente, não irá vencer 70, 80% do calcio nos próximos anos? A Serie A é até competitiva, mas do 2º lugar pra baixo. E num nível inferior, é bom que se diga. Fosse a Juventus, dava um jeito de disputar a Premier League (risos).

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