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Top 100 Serie A: 80-71

Em mais um especial do Quattro Tratti, estamos listando os 100 maiores jogadores dos últimos 50 anos de Serie A. Já chegamos à terceira parte do nosso ranking, com mais 10 figurinhas que marcaram este período do campeonato. Confira!

Top 100 Serie A

>>> 100-91 | 90-81

80º – Antonio Cassano

Posição: atacante
Clubes na Serie A: Bari (1999-01), Roma (2001-06), Sampdoria (2007-11 e 2015-hoje), Milan (2011-12), Inter (2012-13) e Parma (2013-15)

Jogador de talento indiscutível e de gênio indomável, Cassano demorou para decolar no futebol. Após aparecer como joia rara no Bari, se transferiu para a Roma, onde dividiu grandes momentos em campo com as famosas “cassanatas”, atos de indisciplina e problemas de relacionamento com Fabio Capello, Francesco Totti e Luciano Spalletti. Após decepcionar no Real Madrid, tentou recomeçar, aos 25 anos, na Sampdoria, para provar que não era um desperdício de talento. Em Gênova, Fantantonio formou uma dupla inesquecível com Giampaolo Pazzini e conseguiu fazer a Samp voltar a viver dias de ouro, entrando na galeria dos maiores ídolos do clube – até por isso, em 2015, ele voltou para ser a referência doriana. O Talento de Bari Vecchia ainda teve passagens curtas, mas satisfatórias, por Milan, Inter e Parma. Mesmo com problemas físicos e muitas vezes acima do peso no final da carreira, Cassano sempre fez a diferença por causa de sua qualidade.

79º – Juan Sebastián Verón

Posição: meio-campista
Clubes na Serie A: Sampdoria (1996-98), Parma (1998-99), Lazio (1999-01) e Inter (2004-06)

Em sete anos, e por quatro clubes diferentes, Verón escreveu seu nome na história da Serie A. Seja como explosivo meia-atacante ou como meia-central de técnica inigualável, La Brujita começou a mostrar seu talento pela Sampdoria de Sven-Göran Eriksson e ganhou seus primeiros títulos com o Parma, financiado pela Parmalat. A partir daí, se tornou decisivo, distribuindo assistências e gols em jogos importantes. O mesmo aconteceu na Lazio, onde viveu a melhor fase da carreira – chegando a ser vendido a peso de ouro para o futebol inglês, onde não teve sucesso por Manchester United e Chelsea. Verón voltou a ter destaque em Milão, quando ajudou a Inter a sair da fila e participou do início da era vencedora nerazzurra – um gol na Supercoppa contra a Juventus é, até hoje, lembrado pela torcida. Ao todo, o argentino faturou dez títulos em sua passagem pela Itália, incluindo duas Serie A e uma Copa Uefa.

78º – Roberto Boninsegna

Posição: atacante
Clubes na Serie A: Varese (1965-66), Cagliari (1966-69), Inter (1969-76) e Juventus (1976-79)

Um dos 20 atacantes mais prolíficos da história da Serie A, com 163 gols, Boninsegna começou a carreira como ponta-esquerda, nos juvenis da Inter, e somente no Cagliari virou centroavante, por causa da concorrência com o craque Gigi Riva. A mudança fez sua carreira dar um salto: pelos rossoblù, foi o goleador da equipe no vice-campeonato da Serie A em 1969, e só não integrou o time campeão no ano seguinte pois voltou à Inter em troca por Angelo Domenghini e mais um bom montante de dinheiro para os isolani. Em sete anos pela Beneamata, Bonimba se tornou um dos maiores atacantes da história nerazzurra, e o terceiro principal artilheiro do clube, com 171 gols. O raçudo e oportunista Boninsegna ainda levou seu estilo de centroavante tipicamente italiano no final da carreira para a Juventus, onde também brilhou. Ao todo, conquistou três Serie A (1971, 77, 78), uma Copa Uefa (1977) e uma Coppa Italia (1979).

77º – George Weah

Posição: atacante
Clube na Serie A: Milan (1995-00)

Weah é o único jogador africano a ter sido eleito o melhor do mundo pela Fifa ou ter vencido uma Bola de Ouro em toda a história. Os dois prêmios foram dados ao liberiano em 1995, quando ele já estava no Milan e fazia uma de suas grandes temporadas. Seu estilo e jogo era o de um típico atacante africano: veloz, habilidoso, forte, ousado e bom finalizador – inclusive em bolas aéreas. Weah chegou ao Milan já com 30 anos, e se destacou não apenas por marcar gols, mas por criar muitos espaços e desestabilizar defesas para que os companheiros aproveitassem e também marcassem – foi assim no time de Fabio Capello e no de Alberto Zaccheroni, em seus dois scudetti conquistados. Weah concluiu sua passagem pela Itália com 147 jogos e 58 gols pelo Diavolo.

76º – Zbigniew Boniek

Posição: meio-campista e atacante
Clubes na Serie A: Juventus (1982-85) e Roma (1985-88)

Boniek, principal nome da Polônia em três Copas do Mundo, foi um dos craques da Serie A nos anos 1980. O meia-atacante ganhou seus principais títulos com a camisa da Juventus, mas é mais adorado pela torcida da Roma. Antes de chegar à Cidade Eterna, Zibi integrou, em Turim, um trio de ataque infernal, ao lado de Michel Platini e Paolo Rossi – e olha que aquela Juve era reconhecida pela forte defesa. O futebol técnico, de dedicação ao coletivo e de muitas arrancadas do polonês ajudou a Velha Senhora a levar a Serie A, em 1984, mas suas grandes exibições aconteceram nas copas europeias: por exemplo, marcou o gol da vitória sobre o Porto na final da Recopa, em 1984, e sofreu pênalti na final da Copa dos Campeões vencida sobre o Liverpool, no trágico jogo disputado em Heysel. Após ganhar quase tudo pela Juve, passou à Roma. Pela Loba, atuou por três anos, emprestando sua versatilidade a um time bastante competitivo, mas que só venceu uma Coppa Italia.

75º – Samuel Eto’o

Posição: atacante
Clubes na Serie A: Inter (2009-11) e Sampdoria (2015)

Um dos maiores e mais letais atacantes das últimas décadas, Eto’o foi o primeiro jogador a ter conquistado a Tríplice Coroa duas vezes e é o recordista de títulos de Jogador Africano do Ano (venceu quatro). Boa parte do seu currículo foi construído na Itália, a partir de 2009. Moeda de troca na ida de Zlatan Ibrahimovic da Inter para o Barcelona, o artilheiro camaronês marcou época logo em seu primeiro ano em Milão. Reinventado, por causa da presença de Diego Milito no comando do ataque do time, deixou de ser a referência para atuar aberto pela esquerda no 4-2-3-1 orquestrado por José Mourinho, e se doou muito, chegando a atuar até como lateral esquerdo. Na temporada da Tríplice Coroa, foram 16 gols em 48 jogos, e no ano seguinte, quando jogou mais perto da meta adversária, anotou 37 vezes, superando o recorde de Ronaldo na Inter (34) e a sua própria marca, de 36, em 2007-08, na Catalunha. Eto’o foi vendido apenas porque a Inter precisava fazer caixa, e até hoje é adorado pela torcida nerazzurra. Em sua segunda passagem pela Itália, atuou poucos meses pela Sampdoria, mas também ganhou o respeito da tifoseria em Gênova.

74º – Jair da Costa

Posição: atacante
Clubes na Serie A: Inter (1962-67 e 1968-72) e Roma (1967-68)

O brasileiro Jair é, até hoje, o maior ponta-direita da história da Inter. Protagonista no time mais marcante da Beneamata, a Grande Inter dos anos 1960, ninguém fez tanto com a camisa 7 nerazzurra quanto o brasileiro. Foram 260 partidas, 69 gols, nove temporadas e oito títulos pelo clube de Milão, no qual era considerado peça-chave. Era quem dava profundidade, brilho individual e fazia diagonais fantásticas partindo da ponta direita – ele também se mostrou ótimo marcador, quase um ala. Jair da Costa foi, ainda, o homem que fez o gol da segunda conquista da Copa dos Campeões da Inter. A curta e pouco gloriosa passagem pela Roma não manchou a carreira de um dos estrangeiros que mais bem se adaptaram ao futebol do Belpaese.

73º – Gonzalo Higuaín

Posição: atacante
Clubes na Serie A: Napoli (2013-hoje)

Higuaín chegou ao Napoli como contratação de peso para fazer a torcida não sentir a falta de Edinson Cavani, negociado com o Paris Saint-Germain. Apesar do alto número de gols em suas duas primeiras temporadas (17 em 2013-14 e 18 em 2014-15), o Pipita também desperdiçou muitas chances e não havia superado o seu antecessor. Até que, em seu terceiro ano no San Paolo, entrou para a história do clube e da Serie A: entrou para a lista dos 10 maiores artilheiros napolitanos justo no ano em que bateu o recorde de gols marcados em uma única edição do torneio. O argentino foi capaz de balançar as redes 36 vezes, superando Gunnar Nordahl e quebrando um recorde que durava 66 anos. O matador anotou contra 17 dos 19 adversários do Napoli no campeonato (só não deixou o dele contra Milan e Roma) e em 10 oportunidades marcou duas ou mais vezes em um mesmo jogo. O suficiente para não ser esquecido jamais.

72º – Filippo Inzaghi

Posição: atacante
Clubes na Serie A: Parma (1995-96), Atalanta (1996-97), Juventus (1997-01) e Milan (2001-12)

Pippo Inzaghi comemorava cada gol como se fosse o último. E olha que não eram poucos: só na Serie A foram 156, o suficiente para que o centroavante esteja no seleto grupo dos 20 maiores artilheiros da história da competição. Seus primeiros passos na elite foram pelo Parma, clube em que marcou poucos gols, mas virou ídolo por causa de um tento decisivo na Recopa. Inzaghi foi artilheiro da Serie A pela Atalanta, e igualou recorde de Michel Platini: marcou em 15 dos 18 participantes daquele campeonato. Por quatro anos, ele marcou um caminhão de gols em uma Juventus que não venceu muitos títulos, e só aí passou a fazer história com a camisa do Milan. Pelo Diavolo, o atacante que jogava no limite do impedimento e que precisava apenas da oportunidade para dar um toque para o gol foi decisivo. Os melhores momentos no clube aconteceram nas competições europeias: no título da Champions em 2003, foi artilheiro com 12 gols, e ainda anotou gol decisivo na final de 2007. Ele ainda é o maior artilheiro do Milan em competições europeias, com 43 tentos.

71º – Luis Suárez

Posição: meio-campista
Clubes na Serie A: Inter (1961-70) e Sampdoria (1970-73)

Suárez chegou à Inter depois de ter brilhado no Barcelona e com o cacife de já ter ganhado a Bola de Ouro, como melhor do mundo. Jogador mais caro da história até então, o espanhol foi pedido expresso de  Helenio Herrera, que o havia treinado no Barça. Luisito chegou para ser transformado de mezza’ala em regista, e foi o primeiro a se destacar na posição em solo italiano, esbanjando habilidade e longos lançamentos. Em suma, foi um jogador que mudou o estilo de jogo do futebol do país, sendo o pioneiro em uma posição de tantos craques – Andrea Pirlo, o mais conhecido deles. Na Grande Inter de Herrera e Angelo Moratti, Suárez foi figura central de um time com craques como Sandro Mazzola, Giacinto Facchetti, Jair da Costa e Mario Corso. Dono do meio-campo azul e preto, foi um dos líderes de um dos ciclos mais vitoriosos da história da Beneamata, que culminaram com a conquista de três Serie A, duas Copas dos Campeões e dois Mundiais Interclubes.

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1 Comentário

  • Sem querer ser chato, mas o Weah ficou a frente do Eto'o no top dos africanos, e agora ocorreu o inverso. Mais uma série sensacional do blog!

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