Seleção italiana

Sofrimento inesperado

Mais acostumada com problemas ofensivos do que defensivos, Itália surpreende com falhas lá atrás, vê Chiellini ser expulso pela primeira vez vestindo azzurro e quase se complica contra Israel (Getty Images)

A estreia da Itália nas Eliminatórias da Copa de 2018 passou longe de ser tranquila como se imaginava. Primeiro, porque a seleção de Israel não ficou acuada como era de se esperar e, depois, porque a própria Azzurra tratou de se complicar na partida, com expulsão de Chiellini. No fim, o 3 a 1 no placar ficou de ótimo tamanho e dá tranquilidade para Gian Piero Ventura – estreante em jogos oficiais com a Nazionale – pensar em soluções para as próximas duas rodadas do grupo G, em 6 e 9 de outubro, contra Espanha e Macedônia, respectivamente. 

O mês de intervalo entre esse e os próximos dois jogos pode ser muito importante principalmente para a parte física do time, nitidamente abaixo nesse início de temporada europeia, mas Ventura não deve deixar de trabalhar nos bastidores – em conversas com os jogadores e seus técnicos – para explicar seus pensamentos e dar confiança à equipe. Chiellini é um dos que precisa de mais atenção fora de campo nesse período. O zagueiro é um dos pilares do time e não foi nada bem nas duas partidas sob o comando de Ventura até aqui: falhou em três dos quatro gols sofridos pela Itália contra França e Israel e ainda foi expulso nessa última partida (seu primeiro vermelho com a camisa italiana). 

A recuperação de Chiello é fundamental porque do meio para frente as coisas parecem caminhar bem para a Itália. Candreva, Bonaventura e Verratti foram muito bem, principalmente no primeiro tempo, e a dupla Éder-Pellè continua rendendo mais do que a encomenda. O camisa 9, que teve convocação muito contestada por estar jogando na China, marcou seu quinto gol nos últimos oito jogos pela Azzurra e vem mostrando porque é o jogador italiano mais bem pago do mundo na atualidade (ganhando enormes 16 milhões de euros por temporada no Shandong Luneng).

As jogadas dos dois primeiros gols contra Israel, aliás, são retratos das melhores qualidades dessa Itália. No primeiro, Verratti abusou da habilidade para driblar um marcador e abrir o jogo, com visão típica da 10 que vem vestindo. Antonelli infiltrou pela esquerda e cruzou na medida para o sempre presente Pellè fazer 1 a 0. No segundo gol, foi a vez de Bonaventura, que tinha ido muito mal no amistoso contra a França, mostrar que também pode ser útil ao time: ele avançou em velocidade pelo lado esquerdo e sofreu pênalti ao driblar seu marcador. Candreva cobrou e ampliou. O terceiro gol, em momento que o jogo se complicava para a Azzurra, com um a menos em campo, mostra que o ataque parece não ser o problema mesmo: Immobile saiu do banco para aproveitar sua primeira chance e garantir a vitória. 

Assim, fica claro que é pela segurança defensiva que passa a solidez desejada por Ventura. O time não pode dar o espaço que deu para Ben Haim marcar um golaço de cobertura contra Buffon. Também não pode deixar que o adversário chute tanto quanto chutou (14 vezes, contra 10 da Itália) e exija que Buffon seja o salvador, como foi em pelo menos duas oportunidades nessa partida. 

Na próxima rodada, contra uma Espanha que começou a competição goleando por 8 a 0, a defesa não pode cometer os mesmos erros que comprometeram no amistoso contra a França, quinta-feira passada, e contra Israel, 76ª colocada do ranking da Fifa, nesta segunda. A Itália terá de voltar a ser Itália: gigante defensivamente.

ISRAEL 1 X 3 ITÁLIA

ISRAEL: Goresh; Ben Bitton, Tibi (Gershon), Tzedek, Davidzada; Nir Biton (Atzily), Yeini; Ben Haim (Kehat), Kayal, Zahavi; Hemed. Técnico: Elisha Levy.

ITÁLIA: Buffon; Barzagli, Bonucci, Chiellini; Candreva (Florenzi), Parolo, Verratti, Bonaventura (Ogbonna), Antonelli; Éder (Immobile) e Pellè. Técnico: Gian Piero Ventura.

Gols: Pellè (14); Candreva (31); Ben Haim (35); e Immobike (83)

Cartões amarelos: Chiellini

Cartão vermelho: Chiellini

Local: Estádio Sammy Ofer, em Haifa (Israel)

Árbitro: Sergey Karasev (Rússia)

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1 Comentário

  • Veja que com Immobile e pelle a azzurra ganhou mais mobilidade, nao dizendo que eder nao presta. Chiellini é experiente e nao pode cometer as falhas tecnico e individuais que cometeu nos ultimos dois jogos. De Rossi é raçudo, mas ja está cansado. Buffon deve ceder seu lugar a Donnarruma. O meio campo deve ser mais compacto, se ligar melhor ao ataque e formar um conjunto mais solido com os 3 zagueiros. A Itália deve corrigir varios problemas individuais e coletivos. Enfim, ventura deve corrigir e treinar mais para enfrentar a Espanha.

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