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Pequenos milagres: a arte e o trabalho da Spal

2017 tem sido um grande ano para os nostálgicos que acompanham o futebol italiano. Muitos times tradicionais fizeram excelentes temporadas nas divisões inferiores e indicaram que podem voltar a viver momentos gloriosos em breve. Uma dessas equipes foi a Spal, campeã da Serie B, que disputará novamente o principal torneio do Belpaese após 49 anos. Os biancazzurri de Ferrara foram frequentadores habituais da Serie A entre as décadas de 1950 e 1960, época considerada como a era de ouro do clube.

A Spal é um dos poucos times italianos cujo nome é, na verdade, uma sigla – que significa Società Polisportiva Ars et Labor. O epíteto em latim, cujo significado é “arte e trabalho”, tem uma razão de existir facilmente explicável, até mesmo clichê: a ligação com o catolicismo. A agremiação surgiu em 1913, de dentro de um círculo cultural e esportivo fundado seis anos antes pelo sacerdote salesiano Pietro Acerbis – até por isso, recebeu as cores branca e azul, que simbolizam a congregação.

O clube da Emília-Romanha chegou a disputar a primeira divisão da Itália nos cinco primeiros anos da década de 1920, quando o torneio era regionalizado e ainda não havia se constituído na Serie A moderna. Com a divisão mais bem definida e a formação do novo campeonato, em 1929, a Spal acabou sendo relegada às séries B e C. Uma história que começaria a mudar a partir do final dos anos 1940 e faria dos spallini um dos 30 times mais importantes do país, segundo a classificação perpétua da Serie A e o ranking de tradição esportiva da Federação Italiana de Futebol – FIGC.

Paolo Mazza foi o presidente que revolucionou o status da Spal (Il Posticipo)

Mão na massa
A guinada na história spallina tem nome e sobrenome: Paolo Mazza. Natural de uma pequena localidade da Emília-Romanha, ele se mudou ainda jovem para Portomaggiore, que fica nas cercanias de Ferrara – cidade tombada como patrimônio da humanidade pela Unesco e um dos principais polos industriais da região. Mazza tentou ser jogador de futebol, mas não passou de um diletante, que dividia seu tempo com a atividade de eletricista. Após passar dos 30, se tornou treinador.

Mazza ocuparia o cargo de treinador da Spal no fim dos anos 1930 e início dos anos 1940, período em que a equipe disputava a Serie C. Aos 45 anos de idade e já consolidado como um importante empresário do ramo de engenharia de instalações elétricas em Ferrara, cidade que adotou como sua, Paolo Mazza chegaria à presidência dos estensi, em 1946. Cinco temporadas depois, a equipe biancazzurra ficaria com o título da segunda divisão e conseguiria o acesso à Serie A, competição que disputaria 16 vezes ao longo de duas décadas.

Um dos principais motivos para a Spal ter ficado tanto tempo em evidência na elite foi a gestão do seu presidente. Mazza era amigo do presidente da FIGC, o ferrarês Giovanni Pasquale, e chegou a ser eleito vice-presidente da Lega Calcio. Em sua gestão na liga, uma de suas premissas futebolísticas acabou tendo reverberação nacional: Mazza foi um dos pioneiros no tratamento mais específico dado às categorias de base e viu o Campeonato Primavera (sub-20) ser criado em 1962. A equipe estense prospectava muitos jovens talentosos – o próprio presidente era o responsável pelo setor de observação – e venceu o torneio sub-20 em 1965 e o De Martino (sub-23) em 1968.

O cartola também nunca contratou um diretor esportivo: centralizador, conduzia ele mesmo, em primeira pessoa, as tratativas de compra e venda de atletas. Com o dirigente, a Spal se transformou em uma das principais equipes valorizadoras de jogadores em seu período e uma das agremiações mais lucrativas, com balança comercial positiva. Paolo Mazza encontrava atletas desconhecidos, os adquiria e, depois que eles explodiam com a camisa biancazzurra, os vendia a uma cifra muito maior do que a desembolsada pela compra. Por causa disso, o cartola foi apelidado de “Mago di campagna”, ou seja, o mago do mercado.

Vários dos jogadores descobertos por Mazza tiveram sólida carreira na Serie A e alguns chegaram à seleção italiana, como o goleiro Ottavio Bugatti (vendido ao Napoli), o então lateral direito Armando Picchi (à Inter, onde foi transformado em líbero), o também lateral Luigi Pasetti (à Juventus), o zagueiro Saul Malatrasi (à Fiorentina), os volantes Fulvio Nesti (à Inter), Fabio Capello (à Roma) e Ruben Buriani (ao Milan), o meia Egisto Pandolfini (à Fiorentina) e os atacantes Gianni Bui (ao Bologna) e Alberto Fontanesi (à Lazio). Dentre esses, os que mais renderam lucro à Spal foram Nesti e Capello: o primeiro foi comprado por 700 mil velhas liras e revendido por 40 milhões, enquanto o segundo custou 3 milhões e se transferiu para a Roma por 250 milhões. Bugatti e Fontanesi – além de Pandolfini, à época na Fiorentina – chegaram a representar a Itália nos Jogos Olímpicos de Helsinque, em 1952.

Enquanto os biancazzurri enchiam os cofres de dinheiro e Mazza buscava jovens para valorizar, os mais experientes não ficavam de fora. O presidente investiu bastante em jogadores mais velhos, que ainda poderiam render em um time menor. Dentre estes, destacaram-se Sergio Cervato, Giancarlo Vitali, Osvaldo Bagnoli e Ottavio Bianchi.

Transformado de atacante em regista, Massei foi o principal jogador da história spallina (Il Posticipo)

O mundo se encontra em Ferrara
Durante seu período de ouro, a Spal teve elencos com sólida base de jogadores italianos, mas também pescou atletas estrangeiros até mesmo em países de pouca tradição – além de ter contado com brasileiros, argentinos e escandinavos, algo que já era comum nos anos 1950 e 1960 na Itália. Mesmo quando contratava atletas dos mercados que já eram relativamente consolidados, a equipe spallina não fazia loucuras e, por seu porte diminuto, procurava jogadores de clubes modestos.

A contratação mais alternativa da Spal em sua época de ouro aconteceu logo na estreia na Serie A. O atacante turco Bülent Esel, que havia passado com sucesso pelo Besiktas e havia vestido a camisa da seleção, chegava à Itália para – ao lado dos compatriotas Bülent Eken, do Palermo, e Lefter Küçükandonyadis, da Fiorentina – ser um dos primeiros jogadores de seu país a atuar no Belpaese. Em três anos na Itália, entre 1951 e 1954, o centroavante baixinho foi bem: anotou 27 gols e foi o artilheiro spallino na boa estreia na elite, marcando 13 gols, que contribuíram para a nona colocação. Em seu último campeonato vestindo biancazzurro, o turco de Esmirna balançou as redes nove vezes, sendo outra vez o goleador da equipe e a mantendo na Serie A.

Na Escandinávia, Mazza foi buscar os dinamarqueses Dion Ornvold (volante) e Niels Bennike (atacante), além dos suecos Sigvard Löfgren (meia, ex-Lazio), Dan Ekner (atacante, ex-Fiorentina) e Nils-Åke Sandell (atacante). Entre os nórdicos – todos com passagem por suas seleções –, os que melhor representaram os estensi foram Bennike (1950-53), autor de 23 gols e do primeiro tento da Spal na Serie A, e Sandell (1956-58), que deixou sua marca 12 vezes na elite italiana.

Quando a Spal mandou olheiros para o Brasil, a história foi diferente: nada de jogadores com passagens pela Seleção. O primeiro a atuar no norte da Itália foi o atacante Dido, descoberto pelo técnico Fioravante Baldi em uma viagem ao nosso país. Em 1955, aos 27 anos, o ex-jogador de Atlético-GO, São Paulo e Guarani jogava na Portuguesa quando foi adquirido pelos biancazzurri e teve a oportunidade de viver uma aventura (não muito bem sucedida) que tinha como pano de fundo os castelos medievais daquela região do Belpaese.

Assim que Dido fechou com o Bugre e retornou à América do Sul, em 1957, foi a vez de Melão, 28, embarcar para Ferrara e ter dois anos de experiência na Velha Bota. O centroavante do Jabaquara ficou conhecido na Spal por seu nome de batismo – Wilson Sorio. Três anos depois, em 1962, Carlos Cezar, atacante de 24 anos do Comercial de Ribeirão Preto, se transferiu para os estensi e também passou dois anos na equipe. Nenhum dos três deixou tantas saudades por lá, mas o ponta do oeste paulista teve bons momentos logo em sua chegada. Inclusive, foi de Carlos Cezar o solitário gol da vitória contra a Sampdoria, que colocou a Spal na liderança da Serie A pela única vez em sua história, em 1962-63.

Todos estes estrangeiros, porém, foram apenas coadjuvantes perto de Oscar Massei. O meio-campista e atacante argentino se consolidou como o maior jogador da história do clube emiliano. Em quase uma década de serviços prestados à Spal, Massei foi capitão em cinco temporadas, além de ter feito 244 partidas e ter marcado 52 gols pelo clube – é o terceiro em presenças e o quinto na artilharia spallina de todos os tempos. Por tudo isto, recebeu o título de cidadão honorário de Ferrara.

Massei apareceu para o futebol com a camisa do Rosario Central, inclusive sagrando-se artilheiro do Campeonato Argentino em 1955. No mesmo ano se transferiu para a Inter e a ter algum sucesso pelos nerazzurri: oriundo (descendente de italianos) foi convocado para defender a Nazionale em 1956, mas não foi utilizado no confronto contra a Áustria. Depois, rompeu os ligamentos do joelho e, além das chances na seleção, viu seu futebol cair muito, seja com as camisas da Beneamata e da Triestina.

Na Spal, o atacante foi recuado para o meio-campo para que Egisto Pandolfini fosse titular e de lá não mais saiu. Regista de classe e mestre das bolas paradas (era exímio cobrador de pênaltis), ficou em Ferrara de 1959 a 1968 e teve impacto imediato: em 1959-60, a Spal teve a melhor campanha de sua história. Após as grandes atuações neste campeonato, o argentino chegou a receber uma proposta do Milan, mas quis ficar na Emília-Romanha. No fim da carreira, Massei viu sua labirintite se agravar: às vezes, o meia tinha crises durante as partidas e precisava passar alguns minutos fora do campo. Por isso, se aposentou, aos 34 anos.

Massei, Pasetti e Bagnoli: captados em momento de preocupação no intervalo de uma partida (Lo Spallino)

Moinho e celeiro de treinadores
Embora a Spal tenha disputado a Serie A 16 vezes nas décadas de 1950 e 1960 (13 delas de forma consecutiva), os técnicos que passavam por lá não gozavam de grande estabilidade no cargo. O grande motivo para isso era um só: o chefe metia o bedelho.

Formado como treinador e dotado da patente para ocupar a função, o presidente Paolo Mazza (que chegou a ser um dos comandantes da seleção italiana na Copa do Mundo do Chile, em 1962, ao lado de Giovanni Ferrari) não só tentava interferir na preparação e escalação do time ou na gestão do elenco como ainda costumava assistir as partidas do banco de reservas.

Em entrevista ao site Lo Spallino, Massei conta um caso curioso: “certa vez, o técnico Luigi Ferrero nos dava orientações de posicionamento em um treino quando Mazza chegou e dominou a situação, mudando tudo. O treinador me olhava perplexo, pois não sabia que o presidente tinha aquele comportamento. Dois meses depois Ferrero deixou o clube, batendo a porta”, relembra. Em 1966, o célebre árbitro Concetto Lo Bello teve de expulsar o cartola do banco para que ele não permanecesse no encalço do seu técnico – à época, Francesco Petagna.

Nos 17 anos que compreenderam a era de ouro da Spal, 12 técnicos comandaram os biancazzurri. O que ficou mais tempo foi Antonio Janni: o homem que comandou a Spal na temporada do título da Serie B e do inédito acesso à elite, já havia faturado um scudetto e uma Coppa Italia com o Torino, em 1943, e permaneceu em Ferrara de 1949 a 1954. Outros treinadores que tiveram destaque pelos estensi foram Fioravante Baldi, Serafino Montanari, Giovan Battista Fabbri e Francesco Petagna – este último, inclusive, é avô do atacante Andrea Petagna, selecionável da Itália.

Ao mesmo tempo em que Mazza moía os treinadores que passavam pela Spal, ele montava (na qualidade de diretor esportivo), elencos com jogadores que tinham espírito de liderança e boa compreensão tática. Não é coincidência que vários treinadores com sólidas carreiras passaram por Ferrara quando ainda eram jogadores: Alberto Bigon, Osvaldo Bagnoli e Ottavio Bianchi; todos eles campeões italianos como técnicos, foram contratados pelo cartola. Além deles, destacam-se ainda os competentes Luigi Delneri e Edoardo Reja, e o multicampeão Fabio Capello, revelados na base dos emilianos.

Capello surgiu para o futebol em Ferrara, para depois brilhar por Roma, Juve e seleção italiana (Pinterest)

As campanhas inesquecíveis
As duas décadas de glórias da Spal estão na memória dos mais antigos e nos sonhos dos mais novos. Elas são especiais em si e nunca serão esquecidas, mas algumas temporadas foram mais marcantes do que outras, é claro. A começar por 1950-51, que marcou o título da Serie B e o tranquilo acesso da equipe treinada por Antonio Janni à elite – os estensi tiveram larga vantagem sobre o Legnano, que também subiu, e sobre Modena e Livorno, que amargaram outro ano na segundona. Naquele elenco já apareciam alguns dos jogadores mais importantes da história spallina, como Niels Bennike, Fulvio Nesti e Alberto Fontanesi.

Os dois primeiros anos da equipe de Ferrara na Serie A foram bastante tranquilos, principalmente pelas atuações dos já citados e de novos contratados, como Ottavio Bugatti, Bülent Esel e Aulo Gelio Lucchi. Com eles, a Spal conseguiu mais do que honrosos nono e oitavo lugares no campeonato. Porém, em 1953-54 e 1954-55, a história foi diferente.

Na primeira temporada citada, os gols de Esel fizeram os spallini sobreviver ao rebaixamento, mas somente após a equipe superar um triangular, no spareggio contra Udinese e Palermo: os rosanero acabariam rebaixados depois de a Spal vencer o confronto por 2 a 1, nos minutos finais. No campeonato seguinte, foi a vez de a Udinese cair no lugar dos emilianos, mas não por ter ficado abaixo da Spal na tabela. A equipe estense ficou com a penúltima colocação, mas os friulanos (vice-campeões) e o Catania (12º colocado) acabaram rebaixados por fraude esportiva.

Depois da salvação, a equipe passou mais três temporadas no meio da tabela e, em 1958-59, escapou da degola por apenas um ponto. Para 1959-60, o presidente Mazza montou um elenco que julgava ideal apenas para lutar contra a volta para a Serie B e, por isso, nem viajava para as partidas fora de Ferrara. Isso, porém, foi mudando ao longo do campeonato, pois os recém-chegados Oscar Massei, Armando Picchi e Carlo Novelli formaram um time muito competitivo, juntamente a outras peças importantes, como Egisto Pandolfini, Egidio Morbello e Gianfranco Bozzao.

Foram cinco vitórias longe de seus domínios, mas a Spal comandada por Fioravante Baldi fazia do estádio Comunale o seu caldeirão: perdeu somente duas das 17 partidas em casa e alcançou a improvável sétima posição. Apenas  Juve, Fiorentina, Milan e Inter pontuaram mais que os biancazzurri, que empataram em número de pontos com Bologna e Padova, superiores no saldo de gols, o primeiro critério de desempate. Ainda assim, foi a principal campanha spallina em toda a história e os torcedores puderam comemorar a vitória por 3 a 2 no dérbi contra o rival bolonhês.

Os anos que se seguiram a 1959-60 foram mais difíceis para a Spal, que viu o modelo de negócio de Mazza – revelação ou compra de jovens jogadores para revenda a grandes preços depois – ser realizado cada vez mais por outros times. Ainda assim, os spallini conseguiram vencer duas competições juvenis (em 1965 e 1968) e fizeram uma digníssima campanha na Coppa Italia 1961-62. O time, que tinha em Massei e Novelli seus principais pilares e coadjuvantes importantes como os italianos Sergio Cervato e Silvano Mencacci e o alemão Erwin Waldner, passou por Verona, Lanerossi Vicenza, Novara e Juventus (com direito à goleada por 4 a 1 na semifinal) e só caiu na decisão, diante do Napoli comandado por Bruno Pesaola. Poderia ter sido o maior título da história biancazzurra.

O gol do brasileiro Carlos Cezar contra a Sampdoria, que deu a liderança isolada da Serie A para a Spal na única vez em sua história, foi o último grande momento da equipe – isso em 1962-63. A temporada razoável, concluída com um oitavo lugar, foi sucedida pelo primeiro rebaixamento do time, que aconteceu em 1963-64. Justamente naquele ano a diretoria decidiu abandonar as camisas azuis com mangas brancas pelo atual listrado biancazzurro que os estensi carregam.

Entre 1964 e 1968, a Spal foi comandada por Francesco Petagna, que deu espaço a jogadores como Fabio Capello, Edy Reja e Luigi Passetti, todos revelados pela base do clube. O retorno à Serie A aconteceu de forma imediata, com o terceiro lugar na segundona, mas a vida nova na elite não seria nada fácil.

Os spallini se salvaram do rebaixamento por duas vezes consecutivas na última rodada, em 1966 e 1967, mas o destino não seria o mesmo em 1968. No último fim de semana de futebol na Itália no campeonato de 1967-68, a Spal recebia a Juventus precisando de uma vitória e tendo de contar com tropeços de Vicenza e Atalanta para, no mínimo, forçar uma partida de desempate. No entanto, a derrota para os bianconeri no estádio Comunale encerrou a trajetória de milagres e a era de ouro da equipe de Ferrara. Seria, também, o estopim para uma série de mudanças, que começariam com a imediata aposentadoria de Massei e seriam concluídas juntamente com a gestão de Paolo Mazza.

A derrocada e o presente
Mazza ocuparia a presidência da Spal até 1977, quando se demitiu do cargo por divergências com associados. O cartola faleceu em 1981, em Ferrara, e o estádio Comunale da cidade teve o nome modificado em sua homenagem no ano seguinte.

Sem Mazza na presidência, o clube spallino entrou em parafuso. A equipe biancazzurra disputou a segundona até 1982 e, com exceção de 1992-93 – quando disputou a Serie B –, perambulou pela terceira e quarta divisões até a última temporada, 2016-17. Em crise, a Spal apelou para um antigo expediente para tentar sobreviver: no início dos anos 2000, deu espaço para atletas de países sem tradição no futebol, como Síria, Níger, San Marino, Antilhas Holandesas e Austrália. Não deu certo. Nem mesmo o hoje badalado Massimiliano Allegri conseguiu dar um norte à equipe: o treinador da Juventus passou por lá em 2004-05 e foi nono colocado na antiga Serie C1. A agremiação faliria duas vezes no pós-Mazza, em 2005 e 2012.

Somente após a nova reconstrução societária, a partir da chegada do presidente Walter Mattioli, é que a Spal começou a se arrumar. O clube subiu da quarta para a terceira divisão no primeiro ano e, em seguida, sob o comando de Leonardo Semplici, quase conseguiu o acesso à Serie B e brigou pelo título da Coppa Italia da Lega Pro. Em 2016, os resultados foram ainda melhores: o time garantiu o acesso e bateu novamente na trave pela copa, mas faturou a Supercopa da terceirona. Agora, a arte de Mattioli e o trabalho de Semplici alcança seu ápice, com o retorno à elite do Belpaese após quase cinco décadas de ausência. Será que a Spal é capaz de fazer novos milagres?

Ficha técnica: Società Polisportiva Ars et Labor, a Spal

Cidade: Ferrara (Emília-Romanha)
Estádio: Paolo Mazza
Fundação: 1907
Apelidos: Spallini, Biancazzurri, Estensi
As temporadas (apenas séries A e B): 16 na Serie A e 21 na B
Os brasileiros: Caio De Cenco, Carlos Cézar, Dido, Marco Aurélio, Melão (Wilson Sorio) e Rômulo Togni.
Time histórico: Ottavio Bugatti; Sergio Cervato, Giulio Boldrini (Armando Picchi), Gianfranco Bozzao; Aulo Gelio Lucchi (Luigi Pasetti), Fabio Capello, Fulvio Nesti (Edoardo Reja), Oscar Massei,  Egisto Pandolfini (Osvaldo Bagnoli); Carlo Novelli (Franco Pezzato, Nils-Åke Sandell), Bülent Esel (Alberto Fontanesi). Técnico: Antonio Janni.

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1 Comentário

  • Olá. Excelente matéria, parabéns! Alguém sabe me dizer o que aconteceu com a Latina Calcio? Vi que estão atolados em dívidas, e com o rebaixamento da Serie B, o clube fica sem divisão ou recomeça na 4° divisão assim como o Parma? Agradeço desde já!

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