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Serie B: os primeiros passos da temporada 2017-18

Não importa quais clubes disputem a Serie B, a história será a mesma na segunda divisão do futebol italiano: o campeonato é destaque pelo equilíbrio. Em geral, isso se deve ao baixo nível técnico e financeiro dos clubes, mas não podemos esquecer que a competitividade e condições parelhas entre os elencos permitem diversas surpresas ao longo do ano. Nesta temporada, os grandes concorrentes ao acesso são Empoli e Palermo, recém-rebaixados da elite, e os velhos conhecidos Parma e Veneza, refundados em 2015 e que galgaram juntos os mesmos degraus até a segundona.

Outros dois times, no entanto, têm chamado atenção nesse início. O Frosinone aproveitou muito bem a breve experiência na Serie A em 2014-15 e finalmente conseguiu concluir o estádio Benito Stirpe, de propriedade do município, mas com licença de administração concedida ao clube por 45 anos – na prática, é o quarto estádio privado da Itália.

A nova casa dos ciociari era um antigo projeto da família Stirpe, que preside o clube. A arena foi concluída somente no último mês, depois de a construção ter sido reiniciada em 2015 com um custo aproximado de 20 milhões de euros. O time treinado pelo jovem Moreno Longo (antigo técnico do sub-20 do Torino) era o líder da segundona até a estreia do estádio no início do mês, porém a derrota fora de casa para o Novara no fechamento da última rodada acabou custando o primeiro posto. Quem lidera agora é o Empoli, comandado pelo vice-artilheiro da categoria – Francesco Caputo, com 6 gols – e que tem vantagem no saldo de gols.

Norte-coreano Han, um dos melhores jovens em atividade no futebol italiano (Umbria24)

Muito próximo dos líderes (na quarta posição, apenas um ponto atrás), o Perugia tem tido destaque pelos jogos cheios de gols promovidos pelo time ofensivo de Federico Giunti. O técnico foi ex-jogador do clube nos anos 90, teve passagem pelo Milan e é um dos tantos aprendizes de Carlo Mazzone. Pela primeira vez em sua carreira está treinando uma equipe da segunda divisão, após trabalhos sem destaque nas séries inferiores do futebol italiano. O jovem norte-coreano Han Kwang-song é o grande nome do time: emprestado pelo Cagliari após a movimentada estreia na Serie A, o atacante segue surpreendendo e é o artilheiro da equipe com seis gols, um a menos que a velha promessa romanista Stefano Pettinari, do Pescara.

O time de Zdenek Zeman, como sempre, é de uma instabilidade que só os times do checo são capazes de ter. Segundo melhor ataque da competição com 16 gols, tem também a quarta defesa mais vazada, com 14 gols sofridos. Com estes números, os golfinhos apresentam campanha irregular, e estão no meio da tabela, a quatro pontos da zona de acesso à elite e a três da zona de rebaixamento.

A posição do Pescara, aliás, é o reflexo do nivelamento muito próximo das equipes na Serie B. A diferença é irrisória, após as equipes terem disputado 24 pontos. Os líderes Empoli, Frosinone e Palermo têm apenas 14 pontos em oito rodadas, com aproveitamento de 58,3% e quatro vitórias cada. Por sua vez, os últimos colocados Ternana, Foggia e Cesena têm a metade dos pontos dos primeiros e, com sete pontos e as piores defesas, ocupam a zona de rebaixamento. Outros exemplos: oitavo colocado e primeiro na zona do play-off de acesso, o Bari está a dois pontos do Empoli – mesma diferença entre Cremonese, Pescara, Brescia e Spezia (10 pontos cada) para a Pro Vercelli (oito), primeira na zona do play-off de descenso.

O rechonchudo Castori voltou à Romanha para tirar o Cesena da crise (Cesena Calcio)

Com tão pouca diferença entre os competidores, o Cesena, que de forma surpreendente segura a lanterna da segundona, pode em breve pular para a parte de cima da tabela. Isso porque o novo treinador Fabrizio Castori estreou vencendo e já empatou com as outras equipes na zona de rebaixamento. Castori já realizou longo trabalho nos cavalos marinhos entre 2003 e 2008 (quando o clube se consolidou na Serie B e logo depois chegou à elite) e teve passagem importante pelo Carpi, culminada no acesso para a primeira divisão e um desempenho aceitável na Serie A.

Outro destaque deste início de campeonato é a falta de gols nas partidas de Palermo, Venezia, Parma e Carpi. No caso do Palermo, em meio aos problemas administrativos e o cancelamento da venda do clube, que continua com Maurizio Zamparini, foi feita uma aposta no técnico Bruno Tedino. O treinador ganhou destaque por um trabalho muito sólido no Pordenone, quase levando o clube friulano à segundona em duas oportunidades. O Palermo é também a segunda equipe com mais empates (cinco) e a única invicta em oito rodadas, tendo vencido outros três jogos, com dez gols marcados e seis sofridos. O principal destaque do time é o macedônio Nestorovski, que ficou na Sicília após a queda e ganhou a faixa de capitão. O atacante tem quatro gols no campeonato até então.

O Venezia de Pippo Inzaghi tem a defesa menos vazada (quatro gols sofridos), mas também não marcou muitos. No entanto faz ótima campanha, apenas um ponto atrás dos líderes. Com 11, o Parma caiu na tabela ao empatar fora de casa com o Palermo, e sendo um dos times mais caros do campeonato, decepciona pelo lugar que ocupa na tabela até o momento, apesar de que uma vitória poderia levá-lo às primeiras posições. Os crociati têm a mesma pontuação do Carpi, que não tem mais Castori, mas segue um time defensivo: são cinco gols marcados e sete sofridos, além da decepção porque o bom elenco pode render mais. Por enquanto, o alerta ainda não foi ligado na Emília-Romanha.

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