Coppa Italia

Milan vence dérbi contra a Inter e enfrenta a Lazio nas semifinais da Coppa Italia

Antes de 2017 acabar, a Itália definiu a primeira semifinal da Coppa Italia: Milan e Lazio se enfrentarão, após eliminarem Inter e Fiorentina. O grande destaque das partidas desta semana ficava por conta do Derby della Madonnina, e se a dupla de Milão não presenteou o público com grandes atuações, ao menos não pouparam episódios inesperados e momentos de tensão.

Seria a quarta vez que Milan e Inter se enfrentariam pelas quartas da copa – anteriormente, os rossoneri se classificaram em duas ocasiões e os nerazzurri, em uma. Para este confronto, ambos os times chegavam em momento de baixa, precisando escalar titulares para que um bom resultado no dérbi servisse como motivação para o restante da temporada. Gattuso, no entanto, teve problemas logo na escalação. Gigio Donnarumma foi vetado por causa de um desconforto na virilha e seu substituto, Storari, sentiu uma lesão no aquecimento. Quem teria de ir a campo seria um estreante: Antonio Donnarumma, terceiro goleiro e irmão do titular.

Antonio, de 27 anos, jogava no pequeno Asteras Tripolis, da Grécia, e, até hoje, tem no seu modesto currículo apenas uma partida na Serie A em toda a carreira – pelo Genoa, em 2013. Grande parte da torcida já havia deixado bem clara a sua opinião sobre ele nos últimos meses e, em especial, na última semana, por causa da novela da renovação do contrato de Gigio. Segundo os torcedores, ele só estaria no clube por uma cláusula contratual exigida por seu irmão e seria um “parasita”. As vaias em seu primeiro toque na bola deixavam claro que o clima lhe seria hostil. O fato de este lance ter sido um chute para o alto, sem nenhuma direção, também indicava a tensão do arqueiro.

“Intruso”, vilão e herói: Antonio Donnarumma foi de tudo um pouco no clássico (Ansa)

Com cerca de meia hora de bola rolando, a única emoção real do jogo havia acontecido quando Handanovic espalmara uma bola cabeceada por Bonaventura. O Donnarumma mais velho passava despercebido, até que, aos 27 minutos, o pesadelo se concretizava: após a sequência de uma cobrança de escanteio, Perisic chutou para o meio da área e Antonio, de calcanhar, colocava a bola para as próprias redes. Um gol contra clamoroso, que poderia marcar sua carreira para sempre.

Se fosse no ano passado, Donnarumma certamente estaria se lamentando, mas a sorte dele é que estamos em 2017-18. Introduzido nesta temporada, o VAR entrou em ação e pegou o impedimento de Ranocchia no lance. Embora o goleiro tenha errado o gesto técnico por si só, a posição do zagueiro interista caracterizava irregularidade no lance. O árbitro Marco Guida, então, voltou atrás e anulou o gol.

A Inter cresceu após o gol anulado, mas apenas territorialmente. João Mário, Vecino e Gagliardini não tinham ideias, e os imprecisos João Cancelo, Perisic e Candreva mal conseguiram acionar Icardi. Após o intervalo, foi o centroavante argentino que deixou João Mário na cara do gol, mas o português não finalizou bem e fez Donnarumma responder com uma ótima defesa, de reflexos apurados. Na sequência, Handanovic saiu mal do gol e Cancelo esqueceu Bonaventura, mas o camisa 5 rossonero perdeu um gol feito.

A reta final do jogo foi caracterizada por pouca lucidez de parte a parte. O Milan acertou o travessão, mas porque o chute de Suso desviou nas costas de Skriniar, e Perisic ficou cara a cara com Donnarumma, mas errou o gol por muitos metros. Na prorrogação, os jogadores do time rubro-negro ficaram mais com a bola e fizeram valer esta posse. Nagatomo deu espaço para Suso e o espanhol, em raro momento de liberdade, achou Cutrone nas costas de Skriniar: o garoto, promovido da Primavera para a equipe principal nesta temporada, voltou a deixar a sua marca. Além de ter anotado gols na própria copa, na Serie A e na Liga Europa, agora pode ostentar um tento decisivo num dos maiores clássicos do mundo. Nada mal para um jogador criado na base do clube e declarado torcedor rossonero.

Embora cercado de desconfianças, o Milan de Gattuso pode respirar aliviado por pelo menos alguns dias. Ao menos, terá mais tranquilidade em seu ambiente, para que o elenco e o staff possam tentar mostrar que o triunfo no clássico não foi apenas um brilhareco e que a recuperação é possível. O próximo passo será a viagem até Florença, onde o Diavolo enfrenta a Fiorentina.

Para Spalletti e companhia, a crise é real – e, para o treinador da Inter, fruto de cansaço mental. A Beneamata não vence há cinco partidas, foi eliminada da copa sem ter balançado as redes e ainda não comemora uma vitória sequer há cinco partidas. No sábado, contra a Lazio, a Inter encara um adversário extremamente qualificado, que só não marcou gols em uma das 25 partidas na temporada. E isso faz tempo: foi na abertura da Serie A, contra a Spal. O duelo contra os romanos será uma chance de fazer a maré virar, como o rival conseguiu nesta quarta, ou apenas afundará mais os nerazzurri?

Em jogo fraco, Lazio leva a melhor sobre a Fiorentina

Um dia antes, na terça, a Lazio precisou de pouco para eliminar a Fiorentina e avançar às semifinais da copa. Os romanos também não necessitaram de muito tempo para decidir a partida: logo aos 5 minutos de peleja, Lulic acionou Milinkovic-Savic, que cortou Bruno Gaspar e bateu Dragowski. Antes do intervalo, o jovem goleiro polonês ainda fez uma defesaça em um chute de Lulic, que tentou deslocá-lo.

No segundo tempo, as duas equipes fizeram uma partida de pouquíssimas emoções, condicionadas pelo pequeno interesse em alçar o ritmo – afinal, sábado ambas têm adversários complicados pela Serie A. Se de um lado a Lazio não ameaçava e tinha Immobile gripado, a Fiorentina só arriscou com Chiesa, que obrigou Strakosha a uma ótima defesa nos minutos finais. No fim das contas, a viola não arrancou um empate tardio (como no campeonato), e Inzaghi levou a melhor sobre Pioli. E, assim, a Lazio chegou à quarta semifinal de Coppa Italia em seis temporadas.

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