Jogadores

Luca Fusi foi coadjuvante de luxo e campeão com quatro equipes italianas

A história do futebol é repleta de jogadores coadjuvantes que integraram elencos vitoriosos. O volante Luca Fusi foi um deles. Polivalente, o lombardo é um dos três únicos jogadores que foram campeões nacionais tanto pela Juventus quanto pelo Napoli. Fusi ainda fez parte de plantéis qualificados de Sampdoria e Torino, que deram trabalho para os gigantes no fim dos anos 1980 e início dos 1990.

Conhecido como um jogador inteligente e taticamente versátil, Luca Fusi é originário de Lecco, cidade próxima a Bérgamo. Desde pequeno, era ligado ao futebol, uma vez que seu pai ocupava o cargo de presidente do pequeno Bulciago. Contudo, o jogador iniciou sua carreira como profissional no Como, atuando no meio-campo e às vezes na defesa.

Fusi estreou na Serie A 1981-82, mas só ganhou espaço na temporada seguinte, por causa do rebaixamento dos comascos à segunda divisão. Em 1984, os lariani retornaram à elite e Luca já era titular absoluto, embora tivesse apenas 21 anos. Nas cinco campanhas realizadas pelo Como, Fusi obteve os números mais expressivos da carreira, com seis gols marcados em 147 jogos. Também ajudou os azzurri a alcançarem as semifinais da Coppa Italia, em 1985-86.

Fusi fez parte de um time histórico do Napoli (Juha Tamminen)

Em destaque no Como, Fusi entrou no radar de times mais ambiciosos. Assim, em 1986, o volante acertou com a Sampdoria, que tinha um projeto ambicioso, iniciado no final da década anterior. O elenco montado pelo presidente Paolo Mantovani já tinha jogadores como Gianluca Pagliuca, Moreno Mannini, Pietro Vierchowod, Luca Pellegrini, Toninho Cerezo, Hans-Peter Briegel, Roberto Mancini e Gianluca Vialli. Fusi chegava para se unir a Cerezo no centro do campo e dar consistência ao esquema de Vujadin Boskov.

Em Gênova, o volante lombardo conseguiu seu primeiro título: a Coppa Italia da temporada 1987-88, batendo o Torino por 3 a 2 no placar agregado. Fusi atuou em 79 partidas nos dois anos em que ficou na equipe, mostrando bastante regularidade e se tornando um dos jovens meias centrais mais interessantes do país.

Naturalmente, vieram as primeiras convocações para a seleção italiana. Depois de ser testado por Azeglio Vicini em amistosos de preparação para a Eurocopa de 1988, Fusi foi chamado para integrar o elenco azzurro na competição. A Nazionale tinha no seu elenco jogadores como Walter Zenga, Franco Baresi, Ciro Ferrara, Paolo Maldini, Carlo Ancelotti, Roberto Donadoni e também Mancini e Vialli, seus companheiros de Samp. Fusi não entrou em campo em nenhuma partida e a seleção foi eliminada pela União Soviética nas semifinais.

Após ficar no banco na Euro, Fusi trocou a Sampdoria pelo Napoli. Na capital da Campânia, atuou no meio-campo ao lado de Fernando De Napoli e de Alemão. Também foi companheiro de Diego Maradona e Careca, que marcaram na final da Copa Uefa de 1989 e deram o título para os azzurri na final contra o Stuttgart.

Na melhor fase de sua carreira, Fusi vestiu a camisa do Torino (imago)

No ano seguinte, Fusi colaboraria com a conquista do segundo e até então último título de Serie A do Napoli. O lombardo atuou com frequência em duas temporadas, sendo peça importante para que o clube pudesse alcançar as duas taças – além de um vice nacional e um da Coppa Italia. Neste biênio, inclusive, atuou mais vezes que o experiente Alemão, que era titular do Brasil. No total, Fusi fez 95 jogos e marcou dois gols pelos azzurri.

Com o fim do contrato com o Napoli, Fusi assinou com o Torino. A camisa grená foi aquela que o volante mais vestiu em sua carreira: em quatro anos de sua grande passagem, atuou 160 vezes. Pelo Toro, o lombardo continuou sendo convocado para a seleção italiana, mas só entrou em campo em amistosos, totalizando oito partidas com a camisa azul.

No Piemonte, Luca ajudou a equipe de Emiliano Mondonico a ser terceira colocada na Serie A 1991-92 e vice-campeã da Copa Uefa, no ano seguinte. Fusi ainda conquistou uma Copa Mitropa e mais uma Coppa Italia, em 1993. Na ocasião, a Roma ficou para trás graças ao critério de mais gols marcados fora de casa, após um placar agregado de 5 a 5.

Após quatro anos vestindo grená, o volante traiu a torcida do Torino e também a do Napoli em uma tacada só, ao fechar com a Juventus. Na Velha Senhora, porém, só permaneceu duas temporadas, nas quais realizou somente 10 partidas – todas em 1994-95. Com Marcello Lippi, Fusi era utilizado mais na zaga – por conta de sua idade.

Fusi jogou muito pouco pela Juve, mas conquistou títulos (imago)

O jogador de 31 anos apenas compôs elenco no time e pouco recebeu oportunidades, já que estava atrás de Paulo Sousa, Antonio Conte, Angelo Di Livio, Didier Deschamps, Alessio Tacchinardi e Giancarlo Marocchi entre as opções do treinador. Apesar disso, conquistou mais uma Coppa, uma Serie A e uma Champions League. Definitivamente, ter assinado com a Juve foi proveitoso para a prateleira de títulos de Luca.

Antes de encerrar a carreira, Fusi decidiu jogar perto de casa – mas na Suíça. O volante vestiu a camisa do Lugano, time com sede na fronteira com a Itália e a poucos quilômetros da região em que nasceu. Por lá, Luca fez apenas 20 partidas em pouco menos de dois anos e pendurou as chuteiras, com 34 anos.

Depois de se aposentar, o meio-campista foi técnico das divisões de base da Atalanta e do Cesena, além de ter tido experiência nas divisões inferiores, em equipes como Bellaria Igea Marina, Real Marcianise, Foligno e Castel Rigone. Atualmente, Fusi treina os garotos do Santarcangelo, time da região de Rimini, no litoral da Romanha.

Luca Fusi
Nascimento: 7 de março de 1963, em Lecco, Itália
Posição: volante
Clubes como jogador: Como (1981-86), Sampdoria (1986-88), Napoli (1988-90), Torino (1990-94), Juventus (1994-95) e Lugano (1995-97)
Títulos como jogador: Coppa Italia (1988, 1993 e 1995), Copa Uefa (1989), Serie A (1990 e 1995), Copa Mitropa (1991), Supercopa Italiana (1995) e Champions League (1996)
Clubes como treinador: Bellaria Igea Marina (2007-08), Real Marcianise (2008-09), Foligno (2009-10) e Castel Rigone (2013-14)
Seleção italiana: 8 jogos

Compartilhe!

Deixe um comentário