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Calciomercato, episódio III

O tempo, que tende a se tornar cada vez mais escasso nesse sprint final do ano, é cada vez mais curto. Porém, o suficiente para fazer a entrega de algumas premiações referentes às últimas três semanas, com o perdão do atraso.

Troféu “Adriano na Fiorentina” de vai, mas volta logo
Marchisio no Empoli. O jovem mediano parece ser a pedra mais preciosa do elenco da Juventus, e talvez um empréstimo para um clube que disputará uma competição continental o ajude a ganhar uma boa experiência. É isso que faz a Juve, claramente. Marchisio, titular italiano sub-21, volta já na próxima temporada a Turim, provavelmente para ser uma das primeiras opções no meio de campo.

Troféu “Emerson na Juve” de romanista que sai às turras com a torcida
Chivu na Internazionale. A torcida da Roma, ano após ano, prova que tem dificuldades para lidar com perdas. A lealdade ao clube é considerado aspecto fundamental, e é nisso que pecou Chivu, ao recusar uma proposta do Real Madrid e forçar uma liberação para a Inter, maior rival romanista dos últimos dois anos. O romeno, que tinha tudo para deixar Roma como ídolo, acabou saindo pela porta dos fundos.

Troféu “Donati no Messina” de boa promessa que se perdeu
Foggia no Cagliari. A seleção italiana parecia questão de tempo quando o jovem esterno deixou o Ascoli para acertar seu retorno ao Milan. Na temporada 2005-06 fez um ótimo campeonato pelo time de Piceno, e de quebra foi convocado para a disputa do Europeu sub-21 de Portugal, de lembrança terrível para os azzurrini. Em Milanello durou apenas algumas semanas. Em agosto passado seguiu para a Lazio, e em janeiro foi emprestado à Reggina. Não se firmou em nenhum dos dois lugares, e agora reencontrará Giampaolo no Cagliari, para sua última chance. Jogador e técnico estiveram juntos no Treviso e no Ascoli. E é aí que reside as esperanças de um improvável ressurgimento.

Troféu “Baggio no Brescia” de quero um time pra mim
Vieri na Fiorentina. O Brescia de Mazzone buscava um líder dentro de campo, alguém para chegar e chamar o time de seu. Baggio precisava sair da Internazionale, onde não se firmara e, além disso, buscava voltar à Azzurra após dois anos. O codino fechou com os rondinelle, e os dois lados ficaram satisfeitos. A Fiorentina precisava de um punta de renome, aquele que substituiria Luca Toni, daria alguns toques na preparação dos jovens atacantes do clube e ainda garantisse uma boa venda de camisas. E Vieri queria voltar a uma competição internacional e provar que seu futebol vive. Bobo agora é viola. Mas é a torcida de Florença que não está muito feliz com isso.

Troféu “Eleftheropoulos no Ascoli” de que diabos faço eu no mundo?
De Lucia no Livorno. Eleftheropoulos, no alto de seus trinta anos, é aquele goleiro cujo currículo contém experiências invejáveis: de 2003 pra cá, não conseguiu ser titular em Olympiacos, Messina, Milan, Roma e Ascoli, e agora deve ser banco de Manninger no Siena. De Lucia, apenas 23 anos, também tem qualidade inquestionável. Revelado pelo Parma, só conseguiu uma dezena de partidas em cinco anos, pegando banco para o excêntrico Bucci. O jovem campanês já foi reserva até na Salernitana. E agora ruma para o Livorno de… Amelia. Pois é, e o Kalac tá no Milan.

Troféu “Ali Samereh no Perugia” de o futebol é uma benção
Hallfredsson na Reggina, Zarineh na Roma e Vanstrattan na Juventus. Nem passa pela cabeça criticar quem eu nunca vi jogar, mas atente aos fatos. O primeiro teve uma passagem de cinco dias pelo Lyn, da Noruega. O segundo, centravanti ítalo-iraniano, é uma revelação do Rieti, Serie C2. E o terceiro foi reserva no Ancona, quase rebaixado para a C1. Nem digo pela qualidade técnica, mas taí: o futebol é uma benção.

Troféu “Abeijón no Cagliari” de uruguaio que dominará a meiúca
Gargano no Napoli. Nem todo mundo banca o Napoli na parte de cima da tabela do próximo campeonato, mas eu estou bem perto de apostar nos partenopei como provável surpresa e candidato a uma vaga na Uefa. Uma das peças que faltavam era um bom mediano, com alto poder de marcação e um bom toque de bola. Gargano tem tudo para fazer um trio afinado com seus compatriotas Bogliacino e Amodio. Mas então surgiria um problema: o Napoli teria uma defesa muito bem guarnecida. Mas o meio, definitivamente, iria penar para exercer uma possível – e provável – pressão ofensiva no San Paolo.

Troféu “Lombardo na Sampdoria” de o bom filho à casa torna
Montella na Sampdoria. O aeroplanino, dono de salário astronômico na Roma, não seria titular na Cidade Eterna. Magoado com Spalletti, terá a missão de substituir Quagliarella no comando do ataque blucerchiato, com um gostinho especial: provar que sua experiência e sua classe poderiam ser úteis a uma Roma cheia de ambições, a despeito de seu péssimo condicionamento físico nas últimas temporadas. Montella jogou na Samp até 1999, quando foi contratado pela Roma por €25 milhões.

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3 comentários

  • Ante um meio-de-campo defensivo, como bem dito, quem sabe a possível chegada do Josué não possa oferecer um melhor suporte para o ataque do Napoli. Ainda que ele não apareça como um armador, claro.

    Abraço!

  • Braitner,
    Mais um post maravilhoso! Agora, não acredito que o Napoli vá brigar por uma vaga na Europa, devendo ficar na metade baixa da tabela.
    A não ser que apresente mais alguns reforços…
    Abraços,

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