Coppa Italia

200 de Totti e a batalha das Termópilas

A batalha das Termópilas foi aquela em que, durante uma das guerras médicas, trezentos espartanos sob o comando de Leônidas I (tá certo, com a companhia de mais 5 mil aliados de outras polis gregas) enfrentaram um milhão de persas liderados por Xerxes, no desfiladeiro grego de mesmo nome. Apesar da disparidade, conta-se que os gregos geraram mais de 800 mil baixas antes de serem totalmente aniquilados. Se não venceram, ao menos retardaram o avanço persa e permitiram a salvação de Atenas a longo prazo.

Roma 4-0 Torino – Mancini, Totti (2), Giuly
Os onze de Turim também tentaram parar o exército de Roma: não eram apenas outros onze, mas também os cerca de trinta mil torcedores que não fizeram silêncio nas tribunas e na Curva Sud. Para a Roma se classificar, eram necessários dois gols, se Doni passasse incólume. Para Totti chegar a seus duzentos gol com a camisa romanista, também era necessário dois. Com o capitano no banco, tudo parecia mais difícil. Com Vucinic no comando do 4-2-3-1 de Spalletti, o time perdeu pelo menos cinco grande chances de abrir o marcador no primeiro tempo.

Doni antecipa Recoba: goleiros garantiram resultado no primeiro tempo

A Roma fazia o jogo, Sereni as defesas. No segundo tempo, Taddei deu lugar a Giuly. O que parecia a perdição romanista converteu-se na salvação da partida. Totti também sacou Vucinic nos primeiros minutos da ripresa para que a missão persa da Roma se concretizasse. Enquanto isso, os onze do Toro se fecharam atrás da linha da bola, para retardar a abertura do placar e, quem sabe, beliscar a vaga.

Aos quatorze minutos Perrotta interceptou um passe errado de Lazetic e verticalizou para Giuly correr sem interrupção, até tocar para Mancini, livre, abrir o placar. Dois minutos depois, Pizarro lançou pra Giuly dar outra assistência, dessa vez para Totti comandar a explosão no Olimpico. E bastou mais dez minutos para a pressão romanista dar o golpe de misericórdia num Toro perdido, que fazia Novellino se desesperar no banco: Lanna derrubou Mexès na área e Totti completou as missões: os 200 do capitano estavam garantidos, junto da batalha do Olimpico. Nos últimos minutos, a Roma fechou as contas com um golaço de Giuly, com direito a drible desconcertante sobre Lanna e Sereni antes de conclusão de canhota.

Totti deixa o Olimpico saudado pela torcida inflamada

O gol de número 200 na carreira de Totti (contabilizando apenas aqueles com a camisa de sua Roma) vem num momento em que o time busca se reafirmar a curto prazo, tanto no cenário nacional quanto no internacional. O feito do maior ídolo da história do clube pode dar um gás extra, mas por pouco tempo. A partir daí caberá à própria Roma alcançar seu próprio objetivo. Sempre com Totti, é claro.

Confira os outros resultados desta quarta-feira, pela Coppa Italia:

Palermo 0-1 Udinese – Floro Flores
O ex-atacante do Arezzo selou a classificação da Udinese no último minuto de jogo – o confronto de ida havia terminado com um empate sem gols. Ambos os times alinharam com formações reservas: apenas três titulares no Palermo e outros três na Udinese. Continua o inferno astral do time de Zamparini.

Fiorentina 2-0 Ascoli – Pazzini (2)
Decepção no campeonato, Pazzini reencontrou as redes contra o Ascoli, único time da Serie B nas oitavas-de-final da Coppa. O atacante aproveitou duas falhas de Cioffi para marcar seus tentos, com direito a golaço saindo da ponta esquerda em direção a Bremec. A partida marcou as estréias de Mazuch e Cacia com a camisa viola, que encontrará Napoli ou Lazio nas quartas.

Catania 1-1 Milan – Vargas; Palloschi
A escalação do Milan, com apenas um titular em campo, mostrou a prioridade do torneio para os comandados de Ancelotti. O Catania soube gerir a vantagem com seu time titular, e enfrentará a Udinese na próxima fase. Bom para o Milan, que se livra das datas da Coppa para se concentrar nos jogos atrasados da Serie A.

Sampdoria 4-0 Cagliari – Bonazzoli (2), Sala, Palombo
Com um pé na Serie B, o Cagliari poupou dez titulares para o jogo. Mazzarri, que até então tinha anunciado a formação principal, mudou os planos e mandou a campo vários jogadores que se recuperavam de lesão, entre eles Bonazzoli, que não marcava há nove meses após lutar contra lesões nos joelhos. As quartas-de-final finalmente marcarão o retorno de Antonio Cassano ao Olimpico, contra a Roma.

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2 comentários

  • Parabens GRANDE Francesco! Me lembro bem quando ele marcou o primeiro.Dia 4 de setembro do 1994, ouvi no radio o gol dele e pensei: “poxa, marcou o garoto!” fiquei maravilhado mesmo e depois entendi que esse cara era craque pra caramba! (eheh seria facil demais agora dizer que desde o começo eu sabia o que ele teria se tornado, nada disso meus amigos, na epoca ainda não entendia muito de calcio, achava ele apenas um garoto promissor ehehh).
    Vcs se lembram do Sonny Anderson? postei uma materia sobre ele.
    Abraço

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