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Voa, aviãozinho, voa: a carreira do goleador Vincenzo Montella

Há pouco mais de um mês, Montella entrou em acordo com a diretoria da Roma para se aposentar. O aeroplanino – como é chamado por sua comemoração característica -, exercerá a função de treinador dos Giovanissimi Nazionali, equivalente a uma equipe sub-15. O ex-atacante era um dos poucos remanescentes do time campeão da Serie A em 2001. Agora, junta-se ao grupo formado por Aldair, Zago, Candela, Cafu, Delvecchio e Batistuta. Seu contrato como jogador expirava em 2010, mas Vincenzo preferiu se retirar das quatro linhas, ingressando na carreira de treinador.

Montella é um dos atacantes mais importantes da história recente da Serie A. Natural de Pomigliano d’Arco, começou nas categorias de base do Empoli, clube que defendeu como profissional por cinco anos, até 95. Reforçou o Genoa na temporada 1995/96, então na Serie B, e foi um grifone por apenas uma temporada, pois trocaria o clube por nada menos que a rival Sampdoria, na divisão de elite do país. Firmou-se nos blucerchiati e, após marcar 54 gols em 83 partidas, foi vendido à Roma por 25 milhões de euros, na temporada 1999/00.

Antes de ser ídolo da Roma, Montella foi querido pela torcida da Sampdoria (Allsport)

Cifra hoje impensável para os padrões romanistas, à época Montella veio como principal esperança para o ataque, este que contava com o desajeitado e eficiente Marco Delvecchio. Foi razoavelmente bem para uma equipe que não convenceu (sexto lugar na Serie A). No ano seguinte, com a chegada de Batistuta, perdeu espaço. Desentendia-se com frequência com o carrancudo Fabio Capello, o qual já deixou claro inúmeras vezes a sua implicância com baixinhos.

Mesmo sendo oficialmente reserva, Montella, entre inícios no banco e substituições, foi peça essencial para a conquista do scudetto. Correspondendo em decisões, caracterizou-se pelos gols importantes, como um na última rodada da competição, contra o Parma. Do alto de seus baixos 172 centímetros, caminhava para uma história longa com o clube. Na temporada seguinte, quatro gols no famoso 1-5 contra a Lazio bastaram para virar ídolo.

Tornar-se-ia indispensável para a equipe até a chegada de Luciano Spalletti, em 2005. Vindo de sua melhor temporada, quando, em 2004/05, com uma Roma totalmente desequilibrada (oitavo lugar e risco de rebaixamento até o fim), marcou 21 gols, acabou perdendo espaço por conta de seus problemas físicos e do novo esquema tático. Spalletti adotou o 4-2-3-1, no qual Totti realizava sua função mais ofensiva. Montella, cada vez pior fisicamente, foi deixado de lado.

Pela Roma, o Aeroplanino ganhou um scudetto (Getty)

Passou três temporadas se alternando entre empréstimos a Fulham (meio ano, 2007) e Sampdoria (2007/08) para reintegrar o elenco romanista para 2008/09. Com 34 anos, um dos maiores salários do elenco, problemas físicos e contrato em vigor até 2010, teve sua permanência meramente arrastada graças ao seu significado para o clube. Na pré-temporada, no início de julho, decidiu dar adeus aos gramados, assinando um vínculo de treinador com a Roma.

Montella disputou a Euro 2000 e a Copa do Mundo 2002 com a Azzurra. Com seus 94 gols, é o quinto maior artilheiro da história da Roma. De toda a Serie A, Vincenzo é o 27º maior marcador, com 141 bolas na rede.

Vincenzo Montella
Nascimento: 18 de junho de 1974, em Pomigliano d’Arco, Itália
Posição: atacante
Clubes: Empoli (1990-95), Genoa (1995-96), Sampdoria (1996-99 e 2007-08), Roma (1999-06, 2008-09), Fulham (2007)
Títulos: Serie A (2001), Copa da Itália (2007), Supercopa Italiana (2002)
Seleção italiana: 36 convocações, 20 jogos, 3 gols

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