Serie A

Massacre

O homem-dérbi: mais uma vez, Milito mostra sua força em clássicos

Quatro a zero. Mesmo que não tenha sido um placar igual ao do dérbi no qual o Milan aplicou uma sonora goleada por seis a zero nos rivais citadinos, na temporada 2000-01 (veja vídeo), a Inter pode se dar por vingada. Domínio absoluto, exceto nos primeiros minutos da partida, e um estilo de jogo muito interessante, com passes rápidos, muita movimentação entre os atacantes e jogo de equipe. Como disse o amigo Leonardo Bertozzi, estava “tão fácil que a Inter conseguia dar olé e ser objetiva ao mesmo tempo”. Vamos a uma breve síntese do pré-jogo e da partida propriamente dita.

Antecedentes
Quando a tabela da Serie A foi divulgada e estava previsto que o primeiro clássico entre Milan e Inter seria disputado logo na segunda rodada, muito se falou sobre o fato de que ambas as equipes ainda não estariam preparadas para uma partida tão importante e tão cedo – antes mesmo do fechamento do mercado.

Por outro lado, com os resultados de pré-temporada, a Inter era colocada em vantagem sobre uma equipe rossonera que vinha de péssimos resultados. Acrescentando-se a isso ainda o fato de que os nerazzurri teriam uma estreia supostamente fácil contra o Bari, no Giuseppe Meazza, e poderiam abrir boa vantagem em relação ao próprio Milan, o clima era de que a campeã já largaria muito à frente da sua rival citadina nesta edição da Serie A.

Entretanto, após a primeira rodada, a moral dos dois times de Milão se inverteu. O Milan, que estava por baixo, venceu o Siena com boa exibição de Pato e Ronaldinho, enquanto a Inter jogou mal e quase perdeu para o Bari. A imprensa criticou muito José Mourinho por suas opções táticas e técnicas na partida da semana passada. Por fim, durante a semana, com toda a pressão do lado da Inter, para que recuperasse os pontos perdidos ante os biancorossi, muito se especulou sobre mudanças na equipe que o português mandaria a campo: a imprensa especulou até que Santon jogaria no meio-campo, enquanto o capitão Zanetti iria para o banco. A chegada de Sneijder, na sexta, e a possibilidade de que jogasse tornou a escalação da equipe um mistério ainda maior. A mistura de ingredientes picantes não poderia dar em outra coisa que não uma grande partida, realizada na noite de ontem.

Maicon sobe no banco de reservas e agradece o apoio dos tifosi

O jogo
Antes mesmo de o jogo começar, a primeira surpresa: Sneijder começaria jogando a partir do início, mesmo sem ter treinado uma vez sequer com a equipe. Mourinho declarou, após a partida, que o havia instruído através de SMS como enfrentar Pirlo. A partida começou com pressão rossonera, muito facilitada pela demasiada desatenção da Inter nas trocas de passes. Porém, com muita movimentação por parte de Thiago Motta, Sneijder e, principalmente, de Milito – que caía pelos dois lados e trocava de posição com Eto’o – os “visitantes” cresceram na partida e não sofreram mais sérias ameaças.

Aos trinta minutos, Zanetti iniciou uma rápida troca de passes na intermediária milanista. De primeira, Motta ajeitou para Eto’o, que, por sua vez, passou mais atrás para Milito. O argentino, que, ao lado de Pato, era o melhor em campo, foi, mais uma vez, decisivo em um dérbi: com frieza, percebeu a passagem de Motta nas costas da defesa adversária e rolou para que o brasileiro abrisse o placar.

Foi o mesmo Milito que, minutos depois, fez o segundo, cobrando pênalti. A jogada que originou o pênalti surgiu de um rápido contra-ataque iniciado por Maicon, em ótima noite, que lançou para Eto’o ser derrubado por Gattuso. Era jogada para expulsão, mas ele levou só amarelo. Porém, logo depois, após falta dura cometida sobre Sneijder, o meia rossonero foi expulso – antes que Seedorf o substituísse, por lesão.

A Inter chegaria ao terceiro gol pouco depois, novamente a partir de uma rápida jogada, iniciada por Maicon. Milito, apelidado de homem-dérbi após ter sido o primeiro na história a marcar uma tripletta no dérbi de Gênova, na última temporada, participou da tabela e deu mais uma assistência no jogo, desta vez para o mesmo Maicon marcar e explodir junto com a torcida. Quando a primeira etapa acabou, a impressão que ficou é que a Inter só não havia marcado pelo menos mais um gol por causa da boa exibição de Storari.

Para o segundo tempo, o Milan voltou com Ambrosini e Seedorf nos lugares de Borriello e Flamini, que estavam muito mal. Tão mal quanto Ronaldinho, que pouco criou e foi substituído por Huntelaar no meio do segundo tempo. Até então, a Inter se guardou e valorizou a posse de bola, buscando marcar mais gols com chutes de fora da área, embora Storari se mostrasse seguro. Porém, quando Stankovic tentou seu primeiro chute, o goleiro nada pôde fazer, senão observar a bola chacoalhando a rede com o golaço do sérvio. Muito identificado com o clube, Stankovic se emocionou muito com o gol marcado em mais um dérbi em que jogou bem.

Como na semana anterior, ao fim da partida, a moral dos dois clubes rivais se inverteu. E, se isto vai mudar, só o tempo irá dizer. Como disse José Mourinho, “amanhã é outro dia”. Porém, o torcedor da Inter terá mais tempo para se sentir superior, já que a próxima partida só vai acontecer daqui a duas semanas, por causa das Eliminatórias para a Copa de 2010.

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