Nascido em Lallio, na província de Bérgamo, Angelo Domenghini iniciou sua carreira na Atalanta, clube da mesma região, ocupando a função de ala. Seu estilo de jogar sempre se destacou pela velocidade, técnica e arremates precisos com a perna esquerda. O começo da carreira pelos orobici, no entanto, não foi fácil.
Nas primeiras temporadas jogou pouco e a titularidade só foi conquistada aos 21 anos, em 1962-63, mesma temporada em que venceu seu primeiro título, a Coppa Italia. Na final, contra o Torino, Domenghini foi decisivo: anotou a tripletta que resultou na vitória da Atalanta por 3 a 1. Naquele mesmo ano, Angelino foi convocado pela primeira vez para a Squadra Azzurra e participou de amistoso contra a União Soviética.
Em 1964, o ala deixou a Atalanta e rumou para a Inter comandada por Angelo Moratti, que trouxe o jogador a pedido do técnico Helenio Herrera. Domenghini chegava em um time que acabara de se sagrar campeão da Copa dos Campeões e que contava com Luis Suárez, Mario Corso, Sandro Mazzola, Jair da Costa, Armando Picchi e Giacinto Facchetti. Mesmo contando com tantas estrelas, Domingo, como ficaria conhecido carinhosamente, não demorou a se adaptar e conquistar seu espaço na equipe.
Seu primeiro título com a camisa nerazzurra da Internazionale foi o Mundial de Clubes de 1964, decidido em três partidas. Domenghini participou apenas do jogo decisivo, em que sua equipe conseguiu a vitória por 1 a 0 sobre o Independiente na prorrogação, com gol de Corso. Em 1964-65, a Inter ainda conquistou o scudetto e o bi da Copa dos Campeões. Na Serie A, Domingo foi peça importante: além de ser um dos jogadores mais confiáveis do time, marcou 9 gols ao longo da competição.
No final de 1965, a Inter também conseguiu o segundo título do Mundial de Clubes, novamente sobre o Independiente, mas Domenghini não participou das duas partidas. Seu último título com os nerazzurri foi a Serie A da temporada seguinte, quando mais uma vez apareceu bem, ao marcar doze gols. 1966 também foi o ano de sua volta à Nazionale, embora o técnico Edmondo Fabbri acabasse optando por não levá-lo à Copa do Mundo da Inglaterra.
Após a Copa as convocações continuaram a aparecer e o atacante finalmente marcou seu primeiro gol com a camissa azzurra, contra o Chipre. Em 1968, Domenghini fez parte da lista de jogadores convocados para a Eurocopa da Itália, competição na qual a Squadra Azzurra se sagrou campeã. Angelino, aliás, teve papel fundamental no título: o atacante marcou o gol do empate italiano no primeiro jogo da final, contra a Iugoslávia, o que forçou uma nova partida, vencida por 2 a 0 pelos donos da casa.
Após o título europeu, Domenghini teve mais um ano na Inter e deu adeus ao clube em 1969. Pela Beneamata, Angelino disputou 164 partidas, marcou 54 gols e conquistou cinco títulos, números expressivos que o fazem ser considerado um dos grandes nomes da Era Angelo Moratti, um dos períodos mais frutíferos da história do clube.
Ao fim de sua passagem pela Inter, transferiu-se para o Cagliari, sob as bênçãos de um financiamento da Saras de Angelo Moratti e em troca do atacante Roberto Boninsegna, que viria a ser outra bandeira nerazzurra. No clube sardo, se juntou a Luigi Riva, formando uma dupla tão eficiente quanto fundamental, que marcou 29 gols na histórica conquista da Serie A de 1969-70, único scudetto da história rossoblù, que marcou o rompimento do domínio do norte no futebol nacional, que ele mesmo ajudou a solidificar nos anos 60.
Nesse ano, Ferruccio Valcareggi (treinador que lhe deu a primeira oportunidade na Atalanta) incluiu Domenghini na convocação da seleção italiana para a Copa do México. O atacante foi titular em todos os jogos da campanha da vice-campeã Mundial e marcou um gol, na partida de estreia contra a Suécia. Angelino seguiu na seleção até 1972, quando completou 31 anos.
No ano seguinte, foi a vez de ele deixar o Cagliari, transferindo-se para a Roma, seu último grande clube na carreira. Após uma temporada sem grande sucesso pelo clube giallorosso, o ala passou duas temporadas no Verona, clube no qual conquistou o acesso para a Serie A e foi finalista da Coppa Italia. Depois disso, Domenghini atuou pelo Foggia, em sua última experiência na elite do futebol nacional, para depois passar às divisões inferiores, onde atuou por Olbia (acumulando a função de treinador) e Trento antes de encerrar a careira, em 1979.
O ex-jogador tentou ser técnico, porém, nas equipes profissionais e semiprofissionais que comandou, jamais passou perto de repetir o sucesso que alcançou dentro de campo. Domenghini encerrou sua trajetória no futebol em 1996, após uma temporada como treinador nas categorias de base da Inter.
Colaborou Nelson Oliveira
Angelo Domenghini
Nascimento: 25 de agosto de 1941, em Lallio, Itália
Posição: atacante
Clubes como jogador: Atalanta (1960-64), Inter (1964-69), Cagliari (1969-73), Roma (1973-74), Verona (1974-76), Foggia (1976-77), Olbia (1977-78) e Trento (1978-79)
Títulos como jogador: Coppa Italia (1963), Mundial de Clubes (1964 e 1965), Serie A (1965, 1966 e 1970), Copa dos Campeões (1965) e Eurocopa (1968)
Clubes como treinador: Olbia (1977-78), Asti (1980-81), Derthona (1982-83, 1984-85, 1986-87 e 1990-91), Torres (1983-84), Sambenedettese (1987-88), Novara (1989-90) e Battipagliese (1991-92)
Seleção italiana: 33 jogos e 7 gols