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Vladimir Jugovic, o coadjuvante que ganhou quase tudo na Itália

Era uma geração fantástica na antiga Iugoslávia. Dentre os jovens que estouraram para o futebol internacional naquele Estrela Vermelha do fim dos anos 1980 e início dos 90, estava Vladimir Jugovic, sinônimo de classe e precisão no meio campo. Sérvio nascido em Trstenik, fazia parte da categoria de base do clube alvirrubro que conquistou a Europa em 1991.

Peça chave no time de jovens do Estrela Vermelha, foi emprestado ao Rad Beograd e retornou em 1990 para ficar apenas mais um ano, ser destaque também entre os profissionais e vencer a Liga dos Campeões. Ainda teve épica participação no Mundial Interclubes frente o Colo Colo, marcando dois gols na grande final.

Depois de fazer muito sucesso em sua terra natal, foi vendido à Sampdoria, dirigida por Sven-Göran Eriksson. Em Gênova, ganhou destaque pelos blucerchiati em função de seu toque refinado e habilidade. Pelo clube do estádio Marassi, desfilou e encantou a torcida. Logo na temporada de estreia mostrou sua grande presença ofensiva e marcou nove gols na Serie A de 1992-93. Foi essencial na conquista da Coppa Italia em 1994, ocasião na qual a Samp levantou pela quarta vez o troféu, vencendo o pequeno Ancona com certa facilidade: 0 a 0 na ida e 6 a 1 na volta.

Já campeão europeu, Jugovic chegou ao futebol italiano através da Sampdoria (Allsport)

Ao lado de Srecko Katanec, David Platt, Attilio Lombardo, Roberto Mancini e Ruud Gullit, Jugovic era o cérebro do setor intermediário na Sampdoria que fez excelente papel na Serie A em 1994, ficando com o terceiro posto na tabela, apenas seis pontos atrás do Milan, campeão na oportunidade.

Contratado pela Juventus em 1995, foi titular em grande parte da temporada. Com 26 participações, engrenou na parte final da temporada bianconera que culminou em vitória dramática na Liga dos Campeões, após penais contra o Ajax. O forte elenco comandado por Marcello Lippi teve a sorte de decidir o título praticamente em casa, na Itália. Com empate em 1 a 1 no tempo normal, com gols de Fabrizio Ravanelli e Jari Litmanen, os presentes ao estádio Olímpico de Roma viram uma sempre sofrida disputa de penalidades. Jugovic, por sua vez, converteu a cobrança que deu o caneco ao lado italiano.

Vestindo bianconero, o iugoslavo teve os seus momentos mais positivos na Itália e na carreira (Arquivo/Juventus FC)

Adquirindo mais sequência nos onze iniciais, Jugovic ainda teve a oportunidade de atuar com Zinédine Zidane, reforço da Juventus para a temporada 1996-97. O francês rapidamente tomou conta da criação na Juventus, sendo o dono da meia cancha, e Jugovic se tornou, de vez, um bom coadjuvante. Campeão da Serie A em 1997, Jugovic então tomou o rumo da Lazio, requisitado pelo técnico Sven-Göran Eriksson, e encontrou seu antigo companheiro de Sampdoria, Roberto Mancini, e Sinisa Mihajlovic, compatriota com quem havia dividido a meia cancha durante uma temporada, na própria Sampdoria, e por outra, no Estrela Vermelha.

Apenas uma época em Roma serviu para que seu tempo no país se esgotasse, não sem conquistar mais uma Coppa Italia, triunfando sobre o Milan. No duelo de ida, derrota em Milão por 1 a 0. Já no Olímpico, a virada foi por 3 a 1. Jugovic também ajudou a Lazio a chegar à final da Copa da Uefa daquela temporada e foi titular na final, perdida por 3 a 0 contra a Inter de Ronaldo.

O meia sérvio teve curta estadia na Lazio, equipe com a qual conquistou uma Coppa Italia (Bongarts/Getty)

Ainda em 1998, Jugovic ainda jogou a Copa do Mundo, disputada na França, e viu sua Iugoslávia cair nas oitavas de final, frente à Holanda. Após o fim da competição, se transferiu para o Atlético de Madrid, em 1998, para uma rápida passagem sem brilho. Acabou deixando a Espanha apenas uma teporada depois e voltou à Itália, para defender a Inter.

Em quase dois anos vestindo o manto nerazzurro, Jugovic entrou em campo em apenas 38 oportunidades, sendo caracterizado pela própria torcida interista como um flop na equipe. Mesmo jogando pouco na Inter, fez parte da seleção iugoslava que chegou às quartas de final da Eurocopa de 2000, sendo derrotada novamente pela Holanda, desta vez com uma goleada: 6 a 1, com show de Patrick Kluivert.

O iugoslavo se despediu da Itália com passagem pela Inter (imago/Contrast)

Em  2001, Jugovic decidiu aceitar uma proposta do Monaco e repetiu o insucesso no time francês, não completando nem 20 aparições. Antes da aposentadoria ainda jogou por Admira Wacken e Ahlen, sem nenhum brilho, mas já com um currículo extremamente vitorioso para qualquer atleta de alto nível.

Pendurou as chuteiras em 2005, defendendo a seleção iugoslava por cerca de 11 anos, até 2002. Depois de atuar como comentarista esportivo para grupos de televisão sérvios, atua como procurador de alguns jogadores de seu país.

Vladimir Jugovic
Nascimento: 30 de agosto de 1969, Tristenik, antiga Iugoslávia
Posição: meio-campista
Clubes: Estrela Vermelha (1989-90, 91-92), Rad (1990-91), Sampdoria (1992-95), Juventus (1995-97), Lazio (1997-98), Atlético de Madrid (1998-99), Inter (1999-2001), Monaco (2001-03), Admira Wacker (2003-04) e Ahlen (2004-05)
Títulos: Campeonato Iugoslavo (1991 e 1992), Copa dos Campeões/Champions League (1991 e 1996), Mundial Interclubes (1991 e 1996), Coppa Italia (1994 e 1998), Supercoppa Italiana (1995), Supercopa Uefa (1996) e Serie A (1997)
Seleção iugoslava: 41 jogos e três gols

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