Luis Enrique e a cara de decepção de todos os romanistas: trabalho teve altos e baixos, um ataque produtivo e defesa vulnerável. Não terá prosseguimento (Getty Images)
A campanha: 7ª colocação, 56 pontos. 16 vitórias, 8 empates e 14 derrotas Ao final de 2011: 6ª colocação Fora da Serie A: Eliminada na fase de play-offs da Liga Europa pelo Slovan Bratislava e pela Juventus nas quartas-de-final da Coppa Italia O ataque: 60 gols, o quarto melhor A defesa: 54 gols Time-base: Stekelenburg; Taddei (Rosi), Kjaer, Heinze (Juan), José Ángel; Gago, De Rossi, Pjanic (Marquinho); Totti, Osvaldo, Borini (Lamela, Bojan) Os artilheiros: Pablo Osvaldo (11 gols), Fabio Borini (9) e Francesco Totti (8) Os onipresentes: Daniele De Rossi (32 jogos), Gabriel Heinze e Miralem Pjanic (30) O técnico: Luis Enrique O decisivo: Pablo Osvaldo A decepção: Bojan Krkic A revelação: Federico Viviani Os sumidos: Juan Melhor contratação: Pablo Osvaldo Pior contratação: Simon Kjaer Nota da temporada: 5
Com um trabalho bastante duro deste o início, Luis Enrique tinha a árdua missão de rejuvenescer um elenco envelhecido e já meio desmotivado. Além disso, o espanhol chegou sob forte clima de desconfiança, já que o único trabalho anterior foi no time B do Barcelona. Nos últimos dois ou três anos, qualquer torcedor da Roma poderia escalar o time facilmente, já que poucas peças eram mudadas. Com esse objetivo, além de contratar atletas jovens, o treinador utilizou diversos jogadores das divisões de base, mesmo que por poucos minutos. Fora isso, a temporada não deu muitos motivos a se comemorar.
Infelizmente, para os torcedores da Roma e qualquer amante do futebol, o inesgotável Totti começa a entrar em uma curva descendente. Pjanic, contratado para ser seu provável substituto como principal fonte de criação de jogadas, teve um bom início de campeonato, mas lesões interromperam que o meia tivesse uma sequencia. As contusões, inclusive, afligiram demais a equipe da capital nesta temporada. Para citar alguns dos jogadores que conheceram o departamento médico de Trigoria, estão Juan, Heinze, Burdisso e o já citado Pjanic. Tendo tantos problemas no setor defensivo, De Rossi inclusive teve de mostrar sua versatilidade e atuou como zagueiro central em alguns jogos, nunca deixando a desejar. A exemplo de Taddei, bastante utilizado na lateral-direita. A postura tática da Roma, porém, foi bastante questionável. O time mantinha muito a posse de bola, mas demorava demais a concluir a gol. Defensivamente, era ainda pior: a defesa estava sempre cheia de buracos e levava gols facilmente (que o diga o 4 a 0 sofrido antes a Juventus). Na zaga, Kjaer chegou para ser esperança, mas foi muito mal.
Entre as rodadas 16 e 22 (que contou também com a partida da 1ª rodada, adiada) o time viveu um ótimo momento. Vitórias sobre o Napoli no San Paolo, por 3 a 1, e goleadas sobre o Cesena, por 5 a 1, e Internazionale, por 4 a 0, com destaque para ótimas atuações de Osvaldo e Borini. A essa altura, parecia que a equipe havia absorvido a filosofia de Luis Enrique e adquirido um mínimo de entrosamento. Porém, foi apenas uma amostra da irregularidade que acompanhou o time ao longo da temporada e, na segunda metade da Serie A, o ritmo caiu novamente. Alguns apontam que Luis Enrique não tinha o necessário para tirar um “algo mais” dos jogadores. Já desmotivada, a equipe giallorossa teve péssimo desempenho na reta final (apenas uma vitória nos últimos seis jogos) e ficou fora da Europa. Para a próxima temporada, o tal projeto de espelhar o Barcelona, com Luis Enrique, será interrompido. Alguém dará continuidade ou ele foi totalmente abortado?