Na Juventus multicampeã dos anos 1970, guiada por Čestmír Vycpálek, depois por Carlo Parola e, por fim, Giovanni Trapattoni, passaram jogadores do calibre de Gaetano Scirea, Dino Zoff, Claudio Gentile, Antonio Cabrini, Fabio Capello e Roberto Bettega. No entanto, um dos grandes jogadores da equipe, era Franco Causio, ponta-direita rápido, habilidoso, com um toque “sul-americano”e uma elegância acima do normal. Tal elegância, dentro e fora de campo, lhe valeu o apelido de Il Barone – O Barão, em tradução literal.
O pontapé inicial da carreira de Causio foi dado no Lecce, clube da cidade em que nasceu. Nos giallorossi fez toda a sua formação, mas jogou apenas três partidas pela Serie C de 1964-65. Com 16 anos, se transferiu para a Sambenedettese, onde seguiu jogando a terceira divisão, porém teve mais oportunidades e acabou a temporada com 13 partidas. Mesmo sem muitas presenças como profissional, a Juventus viu qualidade no jogador de 17 anos e o contratou.
O inexperiente Causio teve poucas chances nos primeiros dois anos de Juve, fez o seu debute em bianconero contra o Mantova e nada mais. A Juventus optou pelo empréstimo do jogador, para que tivesse mais oportunidades de atuar. Na Reggina, atuando pela da Serie B, o ala participou de 30 partidas e anotou cinco gols. No ano seguinte, Il Barone deixou o clube amaranto para disputar pela primeira vez a Serie A com o Palermo e não decepcionou: participou de 22 partidas e marcou três gols, embora não tenha conseguido ajudar a impedir o rebaixamento rosanero.
Com dois anos a mais de experiência, o ala estava pronto para jogar no time principal da Juventus, clube pelo qual teve as maiores glórias da carreira. Foram oito títulos no total, em onze anos de clube: seis Serie A, uma Coppa Italia e uma Copa Uefa. Um ano após retornar em definitivo à Juve, Causio recebeu a primeira convocação para a seleção italiana principal e se tornou figura carimbada nas listas da Squadra Azzurra, pela qual disputou as Copas de 1974, 1978 e 1982. Atuando sempre pelo lado direito do campo e com a missão de ocupar aquele setor seja para atacar ou defender, Causio é considerado até hoje como um dos inventores da função de ala tornante.
A Velha Senhora tinha um elenco muito forte, liderado por Bettega, jogador fundamental no primeiro scudetto conquistado por Causio, sob o comando de Vycpálek. Após a contratação de Trapattoni para ser o técnico da equipe, o domínio na Itália seguiu por mais uma década. O primeiro título do time sob o comando de Trap foi a Copa da Uefa de 1977. Bettega e Tardelli foram os heróis das finais contra o Athletic Bilbao, mas Causio também apareceu bem e marcou um gol na primeira partida da seminfinal contra o AEK, vencida pela Juventus por 4 a 1.
Na Juventus, Causio chegou a ser apelidado de Brazil. Isso porque tinha o toque de habilidade em um meio-campo extremamente forte, que teve Capello, Tardelli, Furino e Cuccureddu dando sustentação para que ele desfilasse sua elegância e desse o suporte necessário para que Bettega marcasse gols fundamentais para o domínio juventino naquele período.
Causio também aparecia com frequência ara marcar seus gols: em 304 jogos pela Serie A, marcou 49 gols pela Juventus, aparecendo como homem a mais no ataque ou chutando de fora da área. O Barão era capaz de marcar belos gols pela Juventus ou pela Itália, como este, marcado contra Argentina em amistoso.
Ao final da temporada 1980-81, Franco Causio foi jogar na Udinese, que buscava se firmar na elite depois de anos nas divisões inferiores. Il Barone foi o principal jogador do clube por duas temporadas quando, em 1983, teve a companhia de Zico, contratado naquela temporada para ser a referência pela qual Causio trabalharia.
Na Copa de 1982, Il Barone, já aos 33 anos, foi reserva da seleção italiana e entrou em campo apenas duas vezes, uma delas nos minutos finais da final contra a Alemanha. A Itália voltou com a taça e Causio conquistou o último título da carreira, que ainda teria mais alguns anos pela frente.
Em 1984, deixou a Udinese e foi disputar uma temporada na Inter, onde jogou 42 vezes e marcou três gols. Antes de pendurar as chuteiras, Causio ainda voltou ao Lecce e jogou uma temporada na equipe em que havia iniciado a carreira, mas agora para realmente atuar pelo clube. Depois, defendeu a Triestina por dois anos e foi titular inamovível da equipe que quase conseguiu o acesso para a elite em 1987. Aposentado aos 39 anos, Causio seguiu ligado ao esporte e atuou como comentarista da Rai.
Franco Causio
Nascimento: 1º de fevereiro de 1949, em Lecce, Itália
Posição: ponta-direita
Clubes: Lecce (1963-65 e 1985-86), Sambenedettese (1965-66), Juventus (1966-68 e 1970-81), Reggina (1968-69), Palermo (1969-70), Udinese (1981-84), Inter (1984-85) e Triestina (1986-88)
Títulos: Serie A (1972, 1973, 1975, 1997, 1978 e 1981), Copa Uefa (1977), Coppa Italia (1979) e Copa do Mundo (1982)
Seleção italiana: 64 jogos e 6 gols
Ele atuava pela esquerda mesmo? Todas as fontes que encontrei falam que a posição natural dele era ou de ponta direita ou de meia direita. Mesmo os vídeos que encontrei no youtube mostram ele jogando mais pela direita também.