Listas

Os 10 maiores franceses do futebol italiano

Gli Azzurri e Les Bleus. Os azuis mais importantes do futebol europeu, apesar de tonalidades diferentes, tem duas das escolas mais tradicionais do esporte. Tradicionalmente, o Campeonato Italiano sempre foi mais internacional e forte economicamente do que o Francês e, por isso, atraiu mais jogadores do país vizinho do que o contrário. O caminho transalpino costuma, até hoje, levar mais franceses à Serie A do que italianos à Ligue 1.

Apesar da vizinhança, demorou bastante para que o primeiro jogador francês aportasse no futebol italiano. Os pioneiros foram Émile Bongiorni e Ruggero Grava, que tinham origem italiana e só ficaram um ano no Torino, falecendo no Desastre de Superga. Depois deles, também em 1949, o meio-campista Lucien Leduc trocou o Racing Club de Paris pelo Venezia. Estes foram os precursores dos 91 franceses que, até hoje, entraram em campo em ao menos uma partida do Campeonato Italiano. Na temporada 2014-15, são 21 com nacionalidade francesa atuando na Itália.

Dos jogadores de nacionalidade francesa que estão em clubes italianos atualmente, sem dúvida o mais importante deles é Paul Pogba. Com 21 anos, o meia da Juventus já figura na sua lista, e tem potencial para galgar muitas posições caso esse ranking venha a ser atualizado no futuro. O jovem meio-campista, inclusive, atua no clube italiano que tem mais ligação com franceses.

Sediada em Turim, a Juve é o time de ponta mais próximo da França em termos geográficos e já teve 15 jogadores gauleses vestindo as suas cores. Vários deles, inclusive, no nosso “Top 20” – seis entre os 10 maiores e três entre os 20, o que justifica a forte identificação deles com a Velha Senhora. Inter e Milan, com 14 franceses em sua história, vem logo atrás, embora a maior parte dos bleus que passaram por lá tenham sido meros coadjuvantes.

Para montar as listas, o Quattro Tratti levou em consideração a importância de determinado jogador na história dos clubes que defendeu, qualidade técnica do atleta versus expectativa, identificação com as torcidas e o dia a dia do clube (mesmo após o fim da carreira), grau de participação nas conquistas, respaldo atingido através da equipe, desempenho por seleções nacionais e prêmios individuais. Listas são sempre discutíveis, é claro, e você pode deixar a sua nos comentários!

Além do “top 10”, com detalhes sobre os jogadores, suas conquistas e motivos que os credenciam a figurar em nossa listagem, damos espaço para mais alguns jogadores de destaque. Quem não atingiu o índice necessário para entrar no top 10 é mostrado no ranking a seguir.

Observações: Para saber mais sobre os jogadores, os links levam a seus perfis no site. Os títulos e prêmios individuais citados são apenas aqueles conquistados pelos jogadores em seu período na Itália. Também foram computadas premiações pelas seleções nacionais, desde que ocorressem durante a passagem dos jogadores no período em questão.

Top 20 Franceses na Itália

11. Vincent Candela; 12. Néstor Combín; 13. Sébastien Frey; 14. Paul Pogba; 15. Philippe Mexès; 16. Benoît Cauet; 17. Alain Boghossian; 18. Antoine Bonifaci; 19. Thierry Henry; 20. Olivier Dacourt.

10º – Jean-­Pierre Papin

Posição: atacante
Clube em que atuou: Milan (1992-94)
Títulos conquistados: 2 Serie A (1992-93 e 1993-94), 2 Supercopas Italianas (1992 e 1993) e Liga dos Campeões (1993-94)
Prêmios individuais: nenhum

Um dos maiores atacantes do futebol francês, Papin teve passagem curta pela Bota. Ou pelo menos menor do que o planejado. Prolífico atacante, foi contratado pelo Milan junto ao Olympique Marseille por quantia recorde à época. No seu antigo clube, fez impressionantes 184 gols em seis temporadas, com média de 30 gols/ano. Enfim, chegou ao Milan com 29 anos, no auge de sua carreira e já tendo conquistado uma Bola de Ouro, em 1991. Era o principal nome da seleção francesa à época e, dentro de campo, além de goleador era ágil e tinha movimentos que encaixavam no time de Capello. O parceiro ideal de van Basten.

Na prática, contudo, acabou sendo diferente. O holandês se lesionou, fazendo suas últimas partidas na carreira no primeiro ano de Papin em Milão, enquanto o francês acabou não convencendo com 22 partidas e 13 gols na Serie A, bem atrás de concorrentes na artilharia. Na Liga dos Campeões, ainda por cima, perdeu na final para seu ex-clube. Então, na temporada seguinte, teve problemas físicos e a falta de adaptação lhe prejudicou em Milanello. Acabou relegado ao banco, perdendo espaço para Massaro e Simone. Acumulou títulos, experiência com Capello, mas, de forma geral, fracassou e acabou cedido ao Bayern de Munique.

9º – Laurent Blanc

Posição: zagueiro
Clubes em que atuou: Napoli (1991-92) e Inter (1999-2001)
Títulos conquistados: Eurocopa (2000)
Prêmio individuais: Pirata d’Oro/Jogador do ano da Inter (2000)

Meia-atacante de origem, Blanc foi transformado em zagueiro pelo seu tipo físico, e se tornou um exímio líbero. De fato, um dos últimos líberos que o futebol presenciou. Na Itália, desfilou sua classe por dois clubes, porém acabou não deixando uma marca significativa como deixou na história do futebol francês. Contratado pelo Napoli em 1991, “substituiu” Maradona como o terceiro estrangeiro a que o clube tinha direito. E teve uma temporada bem expressiva no time treinado por Ranieri, terminando na artilharia atrás apenas da dupla CarecaZola e seu reserva, Padovano, com seis gols em 31 partidas. Porém, sua passagem pelo San Paolo durou só um ano, e o jogador de então 26 anos voltou para a França por motivos pessoais.

Sete anos depois, já com a carreira consolidada e campeão mundial em 1998, com a França, foi para a Inter, buscando retomar o sucesso depois de péssimo ano pelo Marseille. O substituto de Bergomi, até então ex-capitão e jogador com mais partidas pelo clube, foi um pedido de Lippi. Blanc viveu bons momentos com a camisa nerazzurra, liderando o sistema defensivo, mostrando todos seus recursos técnicos e adaptado a Itália, apesar da nítida lentidão. Mesmo em final de carreira, ainda assim foi o jogador com mais partidas no campeonato nos dois anos que esteve em Milão. Deixou a Inter para encerrar a carreira no Manchester United.

8º – Patrick Vieira

Posição: volante
Clubes em que atuou: Milan (1995-96), Juventus (2005-06) e Inter (2006-10)
Títulos conquistados: 4 Serie A (1995-96, 2006-07, 2007-08 e 2008-09; 2005-06 revogado) e 2 Supercopas Italianas (2006 e 2008)
Prêmio individuais: Integrante da lista FIFA 100 e da seleção da Copa do Mundo (2006)

Volante forte, técnico e inteligente. Vieira era perfeito para o futebol italiano, e o Milan não perdeu a chance de tirá-lo do Cannes em 1995, onde era capitão com apenas 19 anos. Porém, a história reservou um caminho diferente: com apenas cinco partidas na temporada, sem espaço com os consolidados Albertini e Desailly, acabou negociado com o Arsenal no ano seguinte. Depois de virar lenda do clube londrino, onde jogou nove anos e viveu o auge da carreira, deu mais uma chance para o futebol italiano: foi contratado a peso de ouro pela Juventus, em 2005. Em Turim, seria treinado por Capello, aquele mesmo que não lhe deu muitas oportunidades dez anos antes em Milão. O volante de origem senegalesa continuou sendo o volante de “quantidade e qualidade” dos tempos de Arsenal e formou um quarteto de meio-campo fantástico ao lado de Emerson, Nedved e Camoranesi. Foi um time que acabou marcado pelo Calciopoli, mas que tanto fez em campo e que foi um dos mais implacáveis na Serie A moderna.

Com a punição do clube, que teve dois scudetti cassados, acabou transferido para a rival Inter. De volta à Milão, estreou em grande estilo: fez dois gols e comandou a virada por 4 a 3  da Beneamata, na Supercopa contra a Roma. Fez uma boa primeira temporada, mas depois a idade começou a dar suas caras. Foram vários problemas físicos, que impediram o francês de feitos maiores, mas ainda assim importantes nos times de Mancini e Mourinho, especialmente por sua liderança e inteligência. Em três temporadas e meia, 91 partidas, três scudetti e algumas boas memórias. Tivesse ficado mais seis meses em Milão, Vieira adicionaria a seu palmarés mais um scudetto, uma Coppa Italia e um título que nunca conquistou: a Liga dos Campeões.

7º – Youri Djorkaeff

Posição: meia-atacante
Clube em que atuou: Inter (1996-99)
Títulos conquistados: Copa Uefa (1997-98) e Copa do Mundo (1998)
Prêmios individuais: nenhum

Trequartista incomum para época, com recursos de um camisa 10, mas agilidade e variabilidade tática, Djorkaeff não teve dificuldades para se adaptar ao futebol italiano e cair nas graças da torcida da Inter. Em três anos, fez 127 partidas e 39 gols. Mas acabou como muitos do início da era Moratti, marcado pela falta de títulos, ainda que tenha ganhado o primeiro dos conquistados na gestão do atual presidente honorário do clube. O que também não diminuiu sua admiração na Pinetina, sendo uma das figuras de projetos da Beneamata até hoje.

No primeiro ano, o francês de origem armena encontrou espaço no rígido sistema de Hodsgon, terminando a temporada como vice-artilheiro com 17 gols, entre os atacantes Ganz e Zamorano – incluindo um golaço contra a Roma (similar ao da pose da foto). Em 97, com a chegada de Ronaldo e do técnico Simoni, se manteve intacto no time titular e, agora como coadjuvante ao lado do melhor jogador do mundo, seguiu importante para o sistema e com boas cotas de gols e assistências. Foi importante no título da Copa Uefa e no vice-campeonato nerazzurro, e também foi coadjuvante de luxo na campanha do título mundial dos Bleus. Na turbulenta 98-99, sua influência seguiu grande e o desempenho também não foi afetado. Porém acabou sendo seu último ano na Itália. Infelizmente.

6º – Didier Deschamps

Posição: volante
Clube em que atuou: Juventus (1994-99)
Títulos conquistados: 3 Serie A (1994-95, 1996-97 e 1997-98), Coppa Italia (1994-95), 2 Supercopas Italianas (1995 e 1997), Liga dos Campeões (1995-96), Copa Intercontinental (1996), Supercopa Uefa (1996) e Copa do Mundo (1998)
Prêmios individuais: Integrante da lista FIFA 100 e Jogador francês do ano (1996)

Contratado para ser um dos personagens de uma Juventus buscando renovação e que não ganhava um scudetto havia nove anos, Deschamps não decepcionou em Turim. A despeito do início difícil, com lesão grave no tendão de Aquiles, se recuperou e logo justificou a confiança de Lippi. Versátil e inteligente, o volante se transformou num dos pilares do meio-campo com Paulo Sousa, Conte, Davids, seu compatriota Zidane e outros. Em cinco temporadas, quatro delas como titular, ganhou títulos nas quatro primeiras (quando era o dono da volância bianconera), incluindo três scudetti, uma Liga dos Campeões e um Mundial Interclubes, sempre como um coadjuvante perfeito e líder do meio-campo quando precisava ocupar o papel.

Além de ajudar a tirar a Juve de incômodas filas em plano nacional e internacional, disputou, ainda outras duas finais da LC e uma da Copa Uefa, acumulando vices nas ocasiões. Capitaneou, também, a França na conquista da Copa do Mundo em casa. No seu último ano em Turim, contudo, passou a ter problemas com Lippi, e chegou a quase ir às vias de fato com o técnico um dia antes de sua demissão, em fevereiro de 1999. Ao fim daquela temporada, Deschamps também deixou a Juventus e rumou ao Chelsea. Como treinador, ainda retornou a Turim em 2006, guiando o time na volta para a Serie A. Mas como o fim de sua passagem como jogador, a de treinador não terminou bem após divergências com a diretoria.

5º – Lilian Thuram

Posição: zagueiro e lateral-direito
Clubes em que atuou: Parma (1996-2001) e Juventus (2001-06)
Títulos conquistados: 2 Serie A (2001-02 e 2002-03*), Coppa Italia (1998-99), 3 Supercopas Italianas (1999, 2002 e 2003), Copa Uefa (1998-99), Copa do Mundo (1998), Eurocopa (2000) e Copa das Confederações (2003)
* Campeonatos 2004-05 e 2005-06 foram revogados
Prêmios individuais: Integrante da lista FIFA 100, Jogador francês do ano (1997), Guerin d’Oro (1997), Bola de bronze da Copa do Mundo (1998) e integrante da seleção da Copa do Mundo (1998 e 2006)

Em 10 anos de Itália, 433 partidas e sete títulos. Um colosso, com todas as características de um defensor completo. O sucesso no Belpaese já era dado como certo. E foi. Primeiro na potência que foi o Parma da Parmalat, liderando a defesa de Malesani com Sensini num time que tanto poderia ter ganhado uma Serie A, mas ficou com apenas uma Copa Uefa e uma Coppa Italia – logo na temporada de estreia, o scudetto bateu na trave, e o time ficou dois pontos atrás da Juventus. Ainda assim, cinco temporadas bastantes impactantes no Tardini.

Do time da Parmalat, só saiu para a Juve, já com o status de campeão mundial e europeu, titularíssimo e um dos líderes da melhor seleção francesa já vista na história. Em Turim,  manteve sua solidez, polivalência e liderança, apesar do início repleto de críticas, que fizeram Lippi escalá-lo como lateral-direito. Não por acaso, Thuram se sagrou como o jogador com mais partidas pelos bleus em toda a história. Nos anos 90, superou Antoine Bonifaci e se tornou também o francês com mais presenças na Serie A –  curiosamente, marcou apenas dois gols em sua trajetória na Itália. Em cinco anos de Juventus, liderou a defesa de dois times bastantes sólidos, os de Lippi e Capello, ao lado de tantos outros defensores marcantes, como Cannavaro, Ferrara e Montero, e conquistou quatro títulos – sem contar os dois scudetti revogados. Também foi vice-campeão da Liga dos Campeões, em 2003.

4º – Marcel Desailly

Posição: volante e zagueiro
Clube em que atuou: Milan (1993-98)
Títulos conquistados: 2 Serie A (1993-94 e 1995-96), Supercoppa Italiana (1994), Liga dos Campeões (1993-94), Supercopa Uefa (1994) e Copa do Mundo (1998)
Prêmios individuais: Integrante da lista FIFA 100 e da seleção da Copa do Mundo (1998)

Pouco antes de Vieira, um volante francês deu o que falar no futebol italiano. Com as mesmas características do seu sucessor, alto, forte e técnico, acabou sendo o “Rijkaard de Capello”. Como o holandês, foi adaptado ao meio-campo – ambos eram zagueiros de origem e defensores por preferência. O que não afetou seu desenvolvimento e muito menos o impediu de ter colocado seu nome na história do futebol local e do Milan.

Como tantos outros, rumou do Marseille para a Itália em 1993, reencontrando o Milan de quem foi algoz na Liga dos Campeões. No 4-4-2 rígido de Capello, foi um colosso ao lado de Albertini, protegendo a defesa e dando equilíbrio ao sistema. Bom no jogo aéreo, também foi capaz de fazer seus golzinhos, como o da final da Liga dos Campões sobre o Barcelona – sem dúvidas o mais importante deles e o mais glorioso de toda a sua carreira. Um de sete gols em 186 partidas. Por cinco temporadas, cinco títulos e uma grande memória para os milanistas.

3º – David Trezeguet

Posição: atacante
Clube em que atuou: Juventus (2000-10)
Títulos conquistados: 2 Serie A (2001-02, 2002-03; 2004-05 e 2005-06
revogados), Serie B (2006-07) e 2 Supercopas Italianas (2002 e 2003)
Prêmios individuais: Integrante da lista FIFA 100, artilheiro da Serie A (2001-02), Oscar del calcio AIC (2002, melhor jogador e melhor estrangeiro)

10 anos, 320 partidas e 171 gols. Mais do que o parceiro de Del Piero, Trezeguet foi ídolo em Turim. Por seus gols, sua entrega, liderança, mas, especialmente, lealdade. Não abandonou o clube no seu pior momento, jogou a segunda divisão e ainda contribuiu após isso. Não fossem os problemas físicos das últimas três temporadas, o francês teria grandes chances de ter sido o segundo maior artilheiro da história da Vecchia Signora – hoje é o quarto, sete gols atrás de Bettega e a doze de Boniperti. Não importa, ainda assim, “Trezegol” é o maior artilheiro estrangeiro da história bianconera.

Tudo começou em 2000, contratado a peso de ouro do Monaco. Inicialmente reserva, não levou muito tempo para desbancar Inzaghi e assumir a titularidade e títulos de artilharia, marcando gols de todas as formas possíveis dentro da área. No ano seguinte, teve seu grande momento em Turim, o melhor no Belpaese entre 2001 e 2002 e foi protagonista no seu primeiro scudetto italiano – inclusive, ganhou o prêmio de melhor jogador da Serie A na ocasião. No ano seguinte, porém, os problemas físicos começaram a surgir. O que não lhe impediu de seguir marcando (muitos) gols e sendo importante nas conquistas juventinas. Recentemente, uma estrela na decoração do Juventus Stadium ganhou o seu nome, como forma de homenagem pelos serviços prestados ao clube.

2º – Zinédine Zidane

Posição: meia
Clube em que atuou: Juventus (1996-2001)
Títulos conquistados: 2 Serie A (1996-97 e 1997-98), Supercoppa Italiana (1997), Supercopa Uefa (1996), Copa Intertoto (1999), Copa Intercontinental (1996), Copa do Mundo (1998) e Eurocopa (2000)
Prêmios individuais: Integrante da lista FIFA 100, Melhor jogador do mundo FIFA (1998 e 2000), Terceiro melhor jogador do mundo FIFA (1997), Bola de Ouro (1998), Jogador francês do ano (1998), time da Copa do Mundo (1998), Melhor estrangeiro da Serie A (1997 e 2001) e Melhor jogador da Serie A (2001)

Um gênio. Meio-campista moderno, de certa forma à frente do seu tempo, mas com características de um trequartista tradicional do futebol italiano, Zizou teve um grande impacto na Juventus. De fato, um impacto imediato. Na sua primeira temporada, foi protagonista do time de Lippi, que não se incomodou em mudar o time para melhor acomodá-lo. Logo na temporada de estreia, mostrou a que veio e foi campeão três vezes, incluindo um dos três scudetti que a Juve ganhou nos anos 90.

No segundo ano, mais adaptado ao futebol italiano, foi ainda melhor em termos individuais, com dois dígitos de gols marcados e teve seu grande auge na final da Copa do Mundo, também lhe garantindo vários prêmios, como sua primeira Bola de Ouro. E, claro, outro scudetto. Faltava a orelhuda, a Liga dos Campeões. Mas por três vezes a Juventus, primeiro dirigida por Lippi, e posteriormente por Ancelotti, não foi capaz de levá-la com Zizou em campo: dois vices e uma semifinal. O que não muda sua bela passagem por Turim, com 209 partidas, 31 gols e seis títulos em cinco anos, que fizeram o Real Madrid levar o futebol de um dos maiores craques da história para a equipe galática, quebrando o recorde em uma transferência à época. Zizou foi grande, mas não alcançou o gênio abaixo – pelo menos não por seus anos vestindo bianconero.

1º –  Michel Platini


Posição: meia-atacante
Clube em que atuou: Juventus (1982-87)
Títulos conquistados: 2 Serie A (1983-84 e 1985-86), Coppa Italia (1982-83), Copa Europeia (1984-85), Recopa Uefa (1983-84), Supercopa Uefa (1984), Copa Intercontinental (1985) e Eurocopa (1984)
Prêmios individuais: Bola de Ouro (1983, 1984 e 1985), Integrante da lista FIFA 100, Integrante do Hall da Fama do futebol italiano, Melhor jogador da Serie A (1983-84), artilheiro da Serie A (1982-83, 1983-84, 1984-85), Melhor jogador da Eurocopa (1984), artilheiro da Eurocopa (1984) e artilheiro da Copa Europeia (1984-85)

Uma década antes de Zidane, um francês já tinha feito muito pela Juventus. Muito mesmo. Ganhou todos os títulos possíveis e foi protagonista em todas as cinco temporadas que jogou em Turim. Simplesmente 103 gols em 222 partidas e sete títulos numa década pra lá de histórica no futebol italiana – certamente a mais mágica. E Platini, o segundo francês a vestir a camisa juventina – o primeiro foi o franco-argentino Combín, duas décadas antes –, certamente foi um dos maiores craques que passaram pelos gramados italianos não só nos anos 1980 mas em toda a história.

A despeito de um início conturbado com Trapattoni, por não sei encaixar muito bem no sistema do treinador, Platini superou isso e mais um pouco para se tornar um dos grandes da história da Vecchia Signora. Por três vezes consecutivas artilheiro da Serie A e quatro vezes seguidas com quatro dígitos de gols marcados, só não fez mais pelos problemas físicos, táticos e, segundo o próprio, falta de motivação no que acabou sendo seu último ano como jogador profissional, em 1987, quando tinha apenas 32 anos. Se parando tão jovem, Platini se tornou o maior francês da história da Serie A, imagina se ele tivesse jogado mais tempo?

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