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Ancelotti, Conte, Montella: o passado dos comandantes

Todo mundo sabe que nem todo craque vira um grande técnico e que nem todo pereba tem uma carreira medíocre como treinador. No futebol italiano não é diferente, inclusive nos últimos anos: boa parte dos treinadores de sucesso do país ou que passou pela Serie A não construíram uma vida gloriosa como jogadores. Nem todo mundo sabe que Massimiliano Allegri, Luciano Spalletti, Cesare Prandelli e Claudio Ranieri, por exemplo, foram atletas ou não têm conhecimento de como eles eram quando mais jovens, se eram bons ou ruins de bola. Nesse especial, o Quattro Tratti mata a curiosidade dos leitores!

Para isso, elencamos 35 treinadores que foram jogadores no passado desde que atendessem a alguns critérios. Todos os escolhidos são técnicos que estão atualmente na Serie A ou que passaram pela competição recentemente, além de profissionais italianos com destaque internacional em 2015-16 ou nos últimos anos.

Nesse exercício de curiosidade histórica, reunimos fotos antigas de todos eles e fizemos um quadro com os clubes em que eles jogaram e com suas passagens como treinadores (salientamos as mais importantes em negrito). Também fizemos uma minibiografia de cada um e distribuímos notas para suas trajetórias, considerando a qualidade técnica e tática, a importância de cada um e suas conquistas – a ordem é decrescente. Boa leitura!

Carlo Ancelotti

Idade: 56 (nascido em 1959)
Emprego atual: nenhum (Bayern de Munique a partir de 2016-17)
Carreira como técnico: Reggiana, Parma, Juventus, Milan, Chelsea, Paris Saint-Germain e Real Madrid
Carreira como jogador: Parma, Roma e Milan
Nota como técnico: 9,5
Nota como jogador: 8,5
Média: 9

Don Carletto talvez seja o maior exemplo italiano de um grande jogador que se transformou também em um gigante fora das quatro linhas. Ancelotti conquistou 14 títulos como atleta e foi um dos maiores craques de Roma e Milan, clubes pelos quais venceu scudettti e disputou Copas dos Campeões – venceu com a camisa rossonera. O emiliano não esconde de ninguém que Liedholm e Sacchi, que comandaram Roma e Milan, foram as suas principais influências como treinador. Ao longo de cerca de duas décadas como técnico, ele acumula 17 troféus por clubes de quatro países e é o maior vencedor de Ligas dos Campeões, com três títulos.

Giovanni Trapattoni

Idade: 77 (nascido em 1939)
Emprego atual: nenhum
Carreira como técnico: Milan, Juventus (duas vezes), Inter, Bayern de Munique (duas vezes), Cagliari, Fiorentina, Itália, Benfica, Stuttgart, Red Bull Salzburg e Irlanda
Carreira como jogador: Milan e Varese
Nota como técnico: 9,5
Nota como jogador: 8
Média: 8,75

Muita gente diz que Trapattoni é o maior técnico da história do futebol italiano – e o que mais incorpora as características clássicas do esporte no país, como o jogo bastante tático e privilegiando a defesa. A influência clara vem dos tempos de jogador, quando o volante (que também jogava como lateral direito e defensor) foi pilar de um Milan histórico, comandado por Nereo Rocco, um dos pais do catenaccio: venceu dois títulos europeus, dois italianos, um Mundial Interclubes e uma Recopa, além de ter anulado Pelé em uma ocasião, feito mencionado pelos dois até hoje. Como técnico, Trapattoni treinou com louvor os três gigantes do país e faturou o scudetto sete vezes (um recorde), seis deles pela Juve, equipe com a qual marcou época: foi o mentor de uma defesa com Zoff, Scirea, Gentile e Cabrini, num time em que Platini brilhava na frente – um dos preceitos do esquema chamado de zona mista. O vasto currículo do respeitado treinador ainda inclui passagens de sucesso por outros países, aos quais levou seu estilo enérgico.

Roberto Mancini

Idade: 51 (nascido em 1964)
Emprego atual: Inter
Carreira como técnico: Fiorentina, Lazio, Inter (duas vezes), Manchester City e Galatasaray
Carreira como jogador: Bologna, Sampdoria, Lazio e Leicester
Nota como técnico: 8
Nota como jogador: 9,5
Média: 8,75

Maior craque da história da Sampdoria, o fantasista Mancini passou 15 anos no clube de Gênova, depois de ter sido contratado quando ainda era uma jovem promessa do Bologna. No Marassi ele mudou a equipe de patamar, sendo fundamental para a conquista de sete dos oito troféus que o clube tem – incluindo um scudetto. Mancio também foi ídolo na Lazio, onde também venceu um Italiano e outras taças. Foi lá que ele aprendeu a ser treinador com o sueco Eriksson, sua primeira grande influência: o estilo sóbrio de seus times, que tocam bem a bola, mas que nem sempre jogam o futebol mais ofensivo do mundo começou a ganhar espaço na Fiorentina, clube pelo qual superou a crise financeira para ser campeão da Coppa Italia. Mancio também passou pela Lazio e tirou o Manchester City de uma fila de 35 anos do campeonato inglês, mas construiu ligação especial com a Inter: pelo clube de Milão foi tricampeão italiano e é o segundo no ranking de treinadores com mais jogos no comando da Beneamata.

Fabio Capello

Idade: 69 (nascido em 1946)
Emprego atual: nenhum
Carreira como técnico: Milan (três vezes), Real Madrid (duas vezes), Roma, Juventus, Inglaterra e Rússia
Carreira como jogador: Spal, Roma, Juventus e Milan
Nota como técnico: 9,5
Nota como jogador: 7,5
Média: 8,5

O friulano Capello nasceu com o futebol no sangue. Sobrinho do ex-jogador Mario Tortul, ele estreou na Serie A pela Spal e ganhou espaço em grandes clubes porque foi um meia central completo, com qualidade técnica e bom poder de marcação, passe e finalização. Apesar de ter vivido bons momentos por Roma e Milan, foi com a camisa da Juventus que teve mais destaque, vencendo três scudetti e chegando à seleção, com a qual disputou a Copa de 1974. Em cerca de 30 anos como técnico, Capello ganhou quase tudo por clubes: foi pentacampeão italiano (quatro vezes com o Milan e uma com a Roma; sem contar o bi revogado pela Juve), faturou duas vezes espanhol e ainda se saiu vitorioso na Liga dos Campeões. O recorde de maior invencibilidade de uma equipe na Serie A também tem a sua marca: é do seu Milan, que entre 1991 e 1993 conseguiu 58 vitórias. Mesmo com o currículo vasto, o sisudo treinador recebeu várias críticas nos últimos 10 anos por causa da sua defasagem.

Antonio Conte

Idade: 46 (nascido em 1969)
Emprego atual: Itália
Carreira como técnico: Arezzo (duas vezes), Bari, Atalanta, Siena, Juventus e Itália
Carreira como jogador: Lecce e Juventus
Nota como técnico: 9
Nota como jogador: 8
Média: 8,5

Um dos ótimos meias defensivos dos anos 1990, Conte começou a carreira no Lecce, mas marcou época na Juventus, time que defendeu por 13 anos. O ex-jogador pugliese venceu todos os torneios possíveis com a camisa bianconera (inclusive, é pentacampeão nacional) e ficou extremamente ligado aos conceitos futebolísticos de Lippi, um de seus mentores no futebol. Como treinador, Conte coloca em campo um estilo mais ofensivo que o de seu maior influenciador e, assim, teve trabalhos interessantes no comando de Bari e Siena, que levou à primeira divisão – o que lhe abriu as portas para o retorno à Juve como técnico. Em Turim, Conte foi tricampeão e instaurou uma nova fase de soberania da Velha Senhora na Serie A, recuperando a autoestima da torcida. Pela seleção italiana, o feeling nunca foi muito bom: eficiente, mas nada convincente, o treinador deixará o cargo após a Eurocopa, independentemente do resultado alcançado pela Squadra Azzurra.

Sinisa Mihajlovic

Idade: 47 (nascido em 1969)
Emprego atual: Milan
Carreira como técnico: Bologna, Catania, Fiorentina, Sérvia, Sampdoria e Milan
Carreira como jogador: Vojvodina, Estrela Vermelha, Roma, Sampdoria, Lazio e Inter
Nota como técnico: 7
Nota como jogador: 9,5
Média: 8,25

Com sua canhota mágica, Mihajlovic foi um dos maiores cobradores de falta de todos os tempos. O sérvio, que atuou com excelência como zagueiro, lateral esquerdo e volante, fez história por Sampdoria e Lazio e ainda teve passagens de alto nível por Roma e Inter. A carreira como treinador começou em 2006, como auxiliar de Mancini na Inter, e dois anos depois o sérvio assumiu o Bologna. Miha teve passagens medianas pelos emilianos e também por Catania, Fiorentina e pela seleção do seu país. Foi na Sampdoria que o craque deu um salto em sua trajetória, levando ao time suas características como jogador: muita garra, intensidade, futebol objetivo e bem jogado. Dessa forma, a Samp chegou à Liga Europa e Mihajlovic foi contratado pelo Milan, clube pelo qual faz um bom trabalho – embora a torcida exija mais da equipe.

Marcello Lippi

Idade: 67 (nascido em 1948)
Emprego atual: nenhum
Carreira como técnico: Pontedera, Siena, Pistoiese, Carrarese, Cesena, Lucchese, Atalanta, Napoli, Juventus (duas vezes), Inter, Itália (duas vezes) e Guangzhou Evergrande
Carreira como jogador: Viareggio, Savona, Sampdoria, Pistoiese e Lucchese
Nota como técnico: 9
Nota como jogador: 6
Média: 7,5

Em nove anos de Sampdoria, Lippi foi um histórico líbero da equipe doriana, que teve uma série de temporadas dignas na primeira divisão durante os anos 1970. Também ajudou a Pistoiese a chegar à primeira divisão de forma inédita, mas foi com os ensinamentos de Fulvio Bernardini, seu treinador na Samp, que seguiu em frente na vitoriosa carreira de treinador. Durante sua atividade como técnico ele foi um herdeiro da tradição da zona mista e, depois de ter trabalhos vigorosos por Atalanta e Napoli, chegou à Juventus, clube que o tem como um dos principais treinadores de sua história. Na Velha Senhora levantou 13 taças (incluindo cinco Italianos, uma Champions e uma Copa Intercontinental) e foi eleito técnico do ano mais de uma dezena de vezes e por uma série de entidades e publicações. Para coroar, Lippi ainda levou a Itália ao tetracampeonato mundial e nem mesmo o vexame em 2010, sob sua batuta, apaga a sua grandeza.

Roberto Donadoni

Idade: 52 (nascido em 1963)
Emprego atual: Bologna
Carreira como técnico: Lecco, Livorno (duas vezes), Genoa, Itália, Napoli, Cagliari, Parma e Bologna
Carreira como jogador: Atalanta, Milan (duas vezes), MetroStars e Al-Ittihad
Nota como técnico: 7
Nota como jogador: 8
Média: 7,5

Versátil, rápido, tático e cerebral, Donadoni fazia o papel do tal “jogador moderno” numa época em que o tema nem era discutido: sabia jogar como ponta-esquerda e volante criador de jogadas. Cria da Atalanta, o meia foi um coadjuvante de luxo do Milan, clube em que ganhou tudo o que podia e que até hoje o deseja platonicamente como treinador. Donadoni teve início meteórico como técnico e, após fazer sucesso com o Livorno foi alçado ao cargo de diretor técnico da seleção italiana. Sem muita experiência e em fase de transição da Squadra Azzurra, o ex-jogador deixou a Nazionale após a eliminação na Euro 2008. Um outro fracasso, desta vez no Napoli, fez muita gente pensar que Donadoni não teria futuro como treinador, mas ele deu a volta por cima: seu futebol sólido, compacto e a organização em campo demonstrados por Cagliari, Parma e Bologna mostram que ele pode ser tão grande quanto foi quanto jogador.

Vincenzo Montella

Idade: 41 (nascido em 1974)
Emprego atual: Sampdoria
Carreira como técnico: Roma, Catania, Fiorentina e Sampdoria
Carreira como jogador: Empoli, Genoa, Sampdoria (duas vezes), Roma (duas vezes) e Fulham
Nota como técnico: 7
Nota como jogador: 8
Média: 7,5

Durante 10 anos Vincenzo Montella foi um dos maiores atacantes do futebol italiano. A fome de gols do Aeroplanino fez com que ele marcasse gols de todas as formas por Empoli, Genoa, Sampdoria e Roma – apenas na fase final da carreira, por problemas físicos, não rendeu como antes. Montella é um dos raros exemplos de ótimos jogadores que levam o sucesso dos campos para o banco de reservas: ele foi alçado ao cargo de interino da Roma depois da demissão de Ranieri e fez um ótimo fim de temporada, mas os giallorossi preferiram não continuar com um técnico experiente. Azar o dela: o napolitano assumiu o Catania, fez grande trabalho e acabou sendo contratado pela Fiorentina, em que só aumentou o seu crédito. O ótimo futebol jogado pela Viola, somado às três classificações à Liga Europa (com a tríplice 4ª colocação) fizeram com que o ex-atacante fosse considerado um dos mais promissores comandantes do país. Depois de rescindir consensualmente seu contrato com a Fiorentina, Montella desceu um degrau e acertou com a Sampdoria, clube em que tem encontrado dificuldades. O início glorioso foi só uma fase?

Massimiliano Allegri

Idade: 48 (nascido em 1967)
Emprego atual: Juventus
Carreira como técnico: Aglianese, Spal, Grosseto, Lecco, Sassuolo, Cagliari, Milan e Juventus
Carreira como jogador: Cuoiopelli, Livorno (duas vezes), Pisa, Pavia, Pescara (duas vezes), Cagliari, Perugia, Padova, Napoli, Pistoiese e Aglianese
Nota como técnico: 8,5
Nota como jogador: 6
Média: 7,25

Em sua carreira como jogador Allegri teve seus grandes momentos por Cagliari e Pescara. Foi no próprio Pescara que o habilidoso e técnico meia-atacante conheceu Giovanni Galeone, seu mentor – que o levou também para Perugia, Napoli e para a Udinese, já como auxiliar. Embora apresentasse bom nível, ele nunca conseguiu dar, como jogador, o salto que obteve fora das quatro linhas. A mentalidade ofensiva de Galeone inspirou Allegri, adepto dos esquemas 4-3-1-2 e 4-3-3, a utilizá-los de forma ousada em equipes pequenas. Foi assim que ele levou o Sassuolo à Serie B e fez o Cagliari ser um dos time mais atraentes da Serie A por dois anos. Apesar de ter sido campeão italiano com o Milan no ano de sua estreia pelos rossoneri, ele perdeu crédito nos anos seguintes, mas o recuperou de forma magistral, à frente da Juve: superou as desconfianças, fez a dobradinha no Belpaese e foi vice-campeão europeu. Atualmente, está dirigindo um dos melhores times da história do Campeonato Italiano.

Cesare Prandelli

Idade: 58 (nascido em 1957)
Emprego atual: nenhum
Carreira como técnico: Atalanta, Lecce, Verona, Venezia, Parma, Roma, Fiorentina, Itália e Galatasaray
Carreira como jogador: Cremonese, Atalanta (duas vezes) e Juventus
Nota como técnico: 8,5
Nota como jogador: 6
Média: 7,25

Em seus tempos de jogador, quase tudo o que Prandelli ganhou foi como coadjuvante da Juventus – apesar de ter sido titular por Cremonese e Atalanta. Em seis anos sem atuar com continuidade, o meia foi reserva em três títulos italianos, um europeu, uma Recopa, uma Coppa Italia e uma Supercopa Uefa. Como treinador, Prandelli só conquistou títulos em categorias de base (pela Atalanta) e uma Serie B, pelo Verona, mas recebeu quatro vezes diferentes prêmios como melhor técnico italiano, entre 2006 e 2011. Em seus melhores trabalhos por clubes, por Parma e Fiorentina, Prandelli conseguiu classificações para a Copa Uefa e Liga dos Campeões – com a Viola foi semifinalista no primeiro torneio e caiu, de maneira contestável, nas oitavas da Champions. No entanto, o trabalho mais marcante do lombardo foi com a Itália: em quatro anos, além do vice-campeonato europeu e terceiro lugar na Copa das Confederações, fez a Nazionale atuar de forma agradável, praticando um futebol de toque de bola e bastante propositivo.

Paulo Sousa

Idade: 45 (nascido em 1970)
Emprego atual: Fiorentina
Carreira como técnico: Portugal sub-16, Queens Park Rangers, Swansea City, Leicester City, Videoton, Maccabi Tel Aviv, Basel e Fiorentina
Carreira como jogador: Benfica, Sporting, Juventus, Borussia Dortmund, Inter, Parma, Panathinaikos e Espanyol
Nota como técnico: 7
Nota como jogador: 7
Média: 7

Volante sólido dos anos 1990, Paulo Sousa foi um importante nome de uma das melhores gerações de Portugal. Multicampeão em Portugal, Alemanha e na Itália, o jogador teve maior destaque com as camisas da Juventus e do Dortmund, clubes em que foi campeão europeu, e se aposentou cedo devido a lesões no joelho. Após começar a carreira como treinador, Paulo Sousa girou o mundo e ganhou títulos em Hungria, Israel e Suíça, até assumir o comando da Fiorentina. Sua chegada gerou desconfiança da torcida, por causa do seu passado juventino, mas isso passou tão logo o treinador deu um padrão de jogo atraente à equipe, que disputa uma vaga na Liga dos Campeões atualmente.

Eusebio Di Francesco

Idade: 46 (nascido em 1969)
Emprego atual: Sassuolo
Carreira como técnico: Lanciano, Pescara, Lecce e Sassuolo
Carreira como jogador: Empoli, Lucchese, Piacenza (duas vezes), Roma, Ancona e Perugia
Nota como técnico: 7
Nota como jogador: 7
Média: 7

Di Francesco ganhou o nome de “Eusebio” em homenagem ao craque português Eusébio do Benfica. O destino acabou fazendo dele também jogador de futebol e, apesar de não ter marcado época, foi um útil meia pela esquerda no Piacenza e na Roma, fazendo até 13 jogos pela Itália. Após pendurar as chuteiras, ele foi dirigente da Roma, do Val di Sangro e do Pescara, mas resolveu virar treinador. Após passagens medianas por Lanciano e Pescara, ele assumiu o Lecce na primeira divisão, mas acabou demitido. Sua pérola é o fantástico trabalho à frente do Sassuolo: em quase quatro anos no comando dos neroverdi ele conquistou a Serie B e, desde a estreia do time emiliano elite, propõe um futebol muito envolvente. Com um ofensivo e bem jogado 4-3-3, que dá oportunidade a revelações do futebol italiano e que valeu a permanência na elite em três temporadas, Di Francesco se tornou um dos técnicos mais cobiçados do Belpaese. Em 2015-16, a equipe briga por uma inédita vaga em competições europeias.

Stefano Pioli

Idade: 50 (nascido em 1955)
Emprego atual: Lazio
Carreira como técnico: Salernitana, Modena (duas vezes), Parma, Grosseto, Piacenza, Sassuolo, Chievo, Palermo, Bologna e Lazio
Carreira como jogador: Parma, Juventus, Verona, Fiorentina, Padova, Pistoiese e Fiorenzuola
Nota como técnico: 7
Nota como jogador: 6
Média: 6,5

Zagueiro de trajetória futebolística razoável, Pioli começou no Parma, chamou a atenção da Juventus e foi reserva de um time campeão italiano, europeu e mundial. Depois disso, o emiliano foi peça importante de equipes tradicionais, como Verona e Fiorentina, até se aposentar, aos 34 anos. Já como técnico, sempre variou entre os esquemas 4-2-3-1 e 3-5-2, mas só em 2009-10, no Sassuolo, conseguiu fazer um trabalho digno de nota, quase levando os neroverdi à Serie A. A temporada na Emília-Romanha o levou ao time principal do Chievo (já havia treinado os juvenis), no qual mostrou o seu potencial como um dos melhores montadores de módulos defensivos da Itália: os burros alados foram a quarta defesa menos vazada de 2010-11. A partir de 2011 o parmense se tornou um dos principais técnicos do país, primeiro à frente de um ótimo Bologna e depois da Lazio, que foi terceira colocada, com o segundo melhor ataque e a terceira melhor defesa do campeonato 2014-15.

Gian Piero Gasperini

Idade: 58 (nascido em 1958)
Emprego atual: Genoa
Carreira como técnico: Crotone (duas vezes), Genoa (duas vezes), Inter e Palermo (duas vezes)
Carreira como jogador: Juventus, Reggiana, Palermo, Cavese, Pistoiese, Pescara, Salernitana e Vis Pesaro
Nota como técnico: 7
Nota como jogador: 5,5
Média: 6,25

Nascido na região metropolitana de Turim, Gasperini se formou como meio-campista no “vivaio” da Juventus, mas foi no Palermo e no Pescara que teve mais destaque: pelo time do Abruzzo foi campeão da Serie B, capitão na A e jogou com Júnior, Tita e Dunga. Após encerrar a carreira com o título da quarta divisão pela Vis Pesaro (foto), ele voltou à Juve e passou nove anos como técnico das categorias de base, formando um monte de atletas de bom nível e experimentando bastante. Como treinador de times profissionais levou o seu intenso 3-4-3 para o Crotone e depois para o Genoa, marcando época pelos grifoni – com parênteses nada frutíferos por Inter e Palermo. Em quase sete anos pelos rossoblù, ele ganhou o apelido de Gasperson (em referência a Sir Alex Ferguson) e classificou o time duas vezes para competições europeias. O treinador e o clube nasceram um para o outro.

Luciano Spalletti

Idade: 57 (nascido em 1959)
Emprego atual: Roma
Carreira como técnico: Empoli, Sampdoria, Venezia, Udinese (duas vezes), Ancona, Roma (duas vezes) e Zenit
Carreira como jogador: Virtus Entella, Spezia, Viareggio e Empoli
Nota como técnico: 8
Nota como jogador: 4
Média: 6

Antes de ser um dos melhores treinadores do país, Spalletti foi um meia central de boa habilidade, pegada e espírito de liderança, mas o máximo que conseguiu foi jogar a Serie C – e teve mais sucesso por Spezia e Empoli. Foi pelos azzurri da Toscana que ele começou a carreira de técnico e já com sucesso: ganhou uma Coppa Italia da Serie C e, além de levar o Empoli à primeira divisão, o manteve na elite. Após passagens atribuladas por Sampdoria, Venezia, Udinese e Ancona, ele teve uma segunda chance no Friuli, o que mudou sua vida: Spalletti comandou um time que tinha Di Natale e Iaquinta, levando-o à Liga dos Campeões, e depois foi contratado pela Roma, clube em que ficou quatro anos. O carequinha elevou o futebol dos giallorossi, que voltaram a brigar por títulos graças ao futebol interessante desenvolvido por ele, com um esquema que aproveitou o melhor de Totti como goleador. Em seus anos de Údine e Roma acabou eleito melhor técnico da Itália por três vezes, antes de embarcar para a Rússia e, em cinco anos, faturar quatro títulos (incluindo dois títulos nacionais). De volta à Roma, iniciou o que promete ser um novo trabalho marcante.

Claudio Ranieri

Idade: 64 (nascido em 1951)
Emprego atual: Leicester
Carreira como técnico: Vigor Lamezia, Puteolana, Cagliari, Napoli, Fiorentina, Valencia (duas vezes), Atlético de Madrid, Chelsea, Parma, Juventus, Roma, Inter, Monaco, Grécia e Leicester
Carreira como jogador: Roma, Catanzaro, Catania e Palermo
Nota como técnico: 7
Nota como jogador: 5
Média: 6

Ranieri começou sua carreira na Roma, time para o qual torce, mas se destacou mesmo pelo pequeno Catanzaro, da Calábria, e é o jogador que mais vezes vestiu a camisa da equipe na Serie A. Antes de aposentar, ele também defendeu Catania e Palermo e foi justamente em um time insular que teve o primeiro trabalho notável como treinador. O Tinkerman levou o Cagliari da Serie C para a primeira divisão e ainda teve outro ano memorável na elite antes de passar ao Napoli, fazendo de Zola o substituto de Maradona e levando a equipe à Copa Uefa. Daí em diante, a carreira do romano se dividiu entre passagens opacas em equipes grandes, como Valencia, Atlético de Madrid, Chelsea, Juventus, Roma e Inter – sem contar o fracasso retumbante pela seleção grega – e os bons trabalhos por times desacreditados, como Fiorentina e um Parma quase rebaixado, além de colocar o endinheirado Monaco de volta na Ligue 1. Hoje, o experiente treinador está perto de atingir seu ápice, levando o Leicester ao improvável título da Premier League inglesa. Será um dos maiores feitos não apenas em sua biografia, mas na história do futebol.

Francesco Guidolin

Idade: 60 (nascido em 1955)
Emprego atual: Swansea City
Carreira como técnico: Giorgione, Treviso, Fano, Empoli, Ravenna, Atalanta, Vicenza, Udinese (duas vezes), Bologna, Palermo (quatro vezes), Genoa, Monaco, Parma e Swansea City
Carreira como jogador: Verona (quatro vezes), Sambenedettese, Pistoiese, Bologna e Venezia
Nota como técnico: 8
Nota como jogador: 4
Média: 6

Quando era jogador, Guidolin atuava como meia central ou pelo lado direito. Apesar de habilidoso, o vêneto tinha dificuldades de conseguir motivação e de se firmar pelos clubes em que passava – acabava sempre emprestado pelo Verona e só teve destaque pela Pistoiese, conseguindo subir para a Serie A. Depois de se aposentar com apenas 31 anos, Guidolin virou treinador e apareceu de vez para a Itália com o Vicenza, que sob seu comando subiu para a Serie A, ganhou a Coppa Italia e foi até as semifinais da Recopa da Uefa. Ele foi construindo sua reputação com trabalhos sólidos por Bologna, Udinese, Palermo e Monaco, até chegar ao Parma e levar o time de volta à elite, praticando um excelente futebol não apenas na segundona, mas também na primeira divisão. Porém, foi em sua segunda passagem pela Udinese se tornou um dos maiores técnicos italianos graças ao quarto e ao terceiro lugares seguidos na Serie A. No início de 2016 ele aceitou o desafio de treinar na Premier League e comanda o Swansea.

Andrea Mandorlini

Idade: 55 (nascido em 1960)
Emprego atual: nenhum
Carreira como técnico: Triestina, Spezia, Vicenza, Atalanta, Bologna, Padova, Siena, Sassuolo, Cluj e Verona
Carreira como jogador: Torino, Atalanta, Ascoli, Inter e Udinese
Nota como técnico: 6
Nota como jogador: 6
Média: 6

Líbero e meia defensivo, Mandorlini teve uma carreira muito sólida, se destcando na Serie A pelo Ascoli e depois pela Inter, sendo essencial durante sete anos e na conquista de títulos como o Italiano em 1989 e a Copa Uefa em 1991. Na função de técnico, o ótimo defensor garantiu acessos de divisão para Spezia, Ravenna e Atalanta, além de ter sido campeão romeno pelo Cluj, mas ainda não havia engatado nenhum trabalho majestoso. Foi aí que apareceu o Verona, equipe que comandou por cinco anos: com Mandorlini o Hellas saiu da terceirona, praticou a filosofia de jogo do treinador – troca de passes, marcação por zona e ofensividade – e chegou a brigar por vaga na Liga Europa. Após a queda de produção do time em 2015-16, acabou pedindo demissão.

Walter Mazzarri

Idade: 54 (nascido em 1961)
Emprego atual: nenhum
Carreira como técnico: Acireale, Pistoiese, Livorno, Reggina, Sampdoria, Napoli e Inter
Carreira como jogador: Fiorentina, Pescara, Cagliari, Reggiana, Empoli, Licata, Modena, Nola, Viareggio, Acireale e Torres
Nota como técnico: 7,5
Nota como jogador: 4
Média: 5,75

Quase ninguém se lembra de Mazzarri como jogador: o meio-campista fez poucos jogos na Serie A e atuou com mais frequência na segunda e terceira divisões. Engravatado à beira do campo, WM teve sucesso rápido graças a alguns preceitos que herdou de Renzo Ulivieri (de quem foi auxiliar em Bologna e Napoli), como o jogo forte no meio-campo, o uso dos flancos e o jogo direto para o contra-ataque. Após levar o Livorno para a Serie A, o técnico toscano assumiu a Reggina e conseguiu três salvações na elite – a última, heroica: os amaranto começaram com 15 pontos de penalização e garantiram a permanência na rodada final. Após outro trabalho positiva, esta na Sampdoria, Mazzarri foi para o Napoli e viveu quatro anos dourados, com duas classificações para a Champions e um vice-campeonato. Na Inter ele atravessou períodos difíceis e de rusgas com a torcida, o que lhe tirou parte do prestígio.

Luigi Delneri

Idade: 65 (nascido em 1950)
Emprego atual: Verona
Carreira como técnico: Opitergina, Pro Gorizia, Partinicaudace, Teramo, Ravenna, Novara, Nocerina, Ternana (duas vezes), Chievo (duas vezes), Porto, Roma, Palermo, Atalanta, Sampdoria, Juventus, Genoa e Verona
Carreira como jogador: Spal, Foggia (duas vezes), Novara, Udinese, Sampdoria, Vicenza, Siena e Pro Gorizia
Nota como técnico: 6,5
Nota como jogador: 5
Média: 5,75

O bigodudo Delneri teve passagens curtas pela Serie A quando era meio-campista: só em dois anos, por Foggia e Udinese, atuou na elite italiana. Na carreira como treinador, em seus primeiros 15 anos teve como auge 8 jogos pela Ternana na Serie B. Até que ele conduziu o “Milagre de Chievo”: levou a equipe de um bairro de Verona à elite e, logo na primeira temporada, à Copa Uefa. Depois de três ótimos anos pelos clivensi, o técnico friulano fracassou por Porto, Roma, Palermo e no retorno ao Vêneto, e só se deu bem de novo quando colocou seu clássico 4-4-2  a serviço da Atalanta e, depois, da Sampdoria. Em Gênova, tirou o melhor de Cassano e Pazzini e levou os dorianos à Liga dos Campeões. Dali em diante, só desilusões: não deixou saudades na Juve, no Genoa e não deixará no Verona.

Walter Zenga

Idade: 55 (nascido em 1960)
Emprego atual: nenhum
Carreira como técnico: New England Revolution, Brera, National Bucareste, Steaua Bucareste, Estrela Vermelha, Gaziantepspor, Al-Ain, Dinamo Bucareste, Catania, Palermo, Al-Nassr, Al-Nasr, Al-Jazira, Sampdoria e Al-Shaab
Carreira como jogador: Salernitana, Savona, Sambenedettese, Inter, Sampdoria, Padova e New England Revolution
Nota como técnico: 3
Nota como jogador: 8,5
Média: 5,75

Zenga é uma das grandes provas de que nem sempre um grande jogador se torna um treinador de relevo. O milanês foi um dos maiores goleiros da história do futebol italiano e foi ídolo da Inter e da Sampdoria, mas nunca engrenou como técnico. Seu currículo é recheado de passagens por clubes do futebol do Oriente Médio e do Leste Europeu, onde até conseguiu títulos. Em um campeonato mais competitivo, como o Italiano, a história foi diferente: o ex-jogador (agora completamente careca) até apareceu bem no Catania, que salvou do rebaixamento duas vezes – com recorde de pontos em uma delas. Depois, não repetiu a mesma performance: no rival Palermo não teve tanto sucesso e foi demitido após seis meses de trabalho. Surpreendentemente, assumiu a Sampdoria cinco anos depois e foi um dos primeiros responsáveis pela má campanha que o time faz em 2015-16. Sem prestígio com elenco e diretoria, acabou rescindindo o contrato com os blucerchiati.

Walter Novellino

Idade: 62 (nascido em 1953)
Emprego atual: Palermo
Carreira como técnico: Perugia (duas vezes), Gualdo, Ravenna, Venezia, Napoli, Piacenza, Sampdoria, Torino (duas vezes), Reggina, Livorno, Modena e Palermo
Carreira como jogador: Legnano, Torino, Cremonese, Empoli, Perugia (duas vezes), Milan, Ascoli e Catania
Nota como técnico: 5
Nota como jogador: 6
Média: 5,5

A foto mostra o perfil do futebol de Novellino: ele não se importava de se sujar de lama para atingir seus objetivos. Ex-meia-atacante, o Monzón foi ídolo do Perugia e do Ascoli, além de ter tido passagem sólida pelo Milan (foi campeão italiano das séries A e B) e chegou a ser convocado para a Nazionale. Quando virou treinador, no início dos anos 1990, perambulou pelas divisões inferiores até levar o Venezia à elite e salvá-lo da queda na segunda temporada e fez o mesmo com o Piacenza entre 2000 e 2002. Assim, ganhou a melhor oportunidade da carreira e passou cinco anos na Sampdoria, equipe com a qual conquistou uma vaga na Copa Uefa. Após seis anos de ostracismo, ele reapareceu no Modena e quase levou os emilianos à primeira divisão – o que ajudou com que ele voltasse ao radar de times da Serie A, como o Palermo, seu novo clube.

Stefano Colantuono

Idade: 53 (nascido em 1962)
Emprego atual: nenhum
Carreira como técnico: Sambenedettese, Catania, Perugia, Atalanta (duas vezes), Palermo (três vezes), Torino (duas vezes) e Udinese
Carreira como jogador: VJS Velletri, Ternana, Arezzo, Pisa, Avellino, Como, Ascoli, Frosinone, Sambenedettese (duas vezes), Fermana, Maceratese e Sestrese
Nota como técnico: 6,5
Nota como jogador: 4,5
Média: 5,5

Quando ainda tinha (poucos) cabelos, Colantuono era um zagueiro duro e bom no jogo aéreo. Foi titular em quatro times diferentes da Serie A no fim dos anos 1980 e no início dos 1990, mas acabou rebaixado com todos eles – Pisa, Avellino, Como e Ascoli – antes de rodar pelas divisões inferiores da Itália. Como treinador, o carequinha se destacou em sete anos de Atalanta (quase cinco deles em sequência), conquistando duas vezes a Serie B e mantendo o time na elite com recorde de pontos e de vitórias. Ainda não teve nenhum trabalho muito bom longe de Bérgamo, mas é um dos principais técnicos da história do tradicional clube nerazzurro.

Giuseppe Iachini

Idade: 51 (nascido em 1964)
Emprego atual: nenhum
Carreira como técnico: Venezia, Cesena, Vicenza, Piacenza, Chievo, Brescia, Sampdoria, Siena e Palermo (duas vezes)
Carreira como jogador: Ascoli (duas vezes), Como, Verona, Fiorentina, Palermo, Ravenna, Venezia e Alessandria
Nota como técnico: 5
Nota como jogador: 6
Média: 5,5

Revelado pelo Ascoli, Iachini foi um volante que desenvolveu boa parte de sua carreira na Serie A, pelos marchegiani e também por Verona, Fiorentina e Venezia, além de ter faturado duas vezes a segundona – com Ascoli e Fiorentina – e ter atuado pelas seleção italiana sub-21 na Eurocopa da categoria, em 1986, e também na olímpica, nos jogos de Seul, em 1988. Em sua vida como técnico, após um bom trabalho no Piacenza, ele conseguiu fazer quatro times subirem para a elite – Chievo, Brescia, Sampdoria e Palermo –, mas teve dificuldades na primeira divisão. Com a carreira ligada ao dirigente Maurizio Zamparini – trabalhou com ele no Venezia e depois no Palermo –, sua melhor fase foi com os rosanero, em um time que tinha Dybala e Vázquez.

Franco Colomba

Idade: 61 (nascido em 1955)
Emprego atual: Livorno
Carreira como técnico: Olbia, Novara, Salernitana, Reggina (três vezes), Vicenza, Napoli (duas vezes), Livorno (duas vezes), Avellino, Cagliari, Verona, Ascoli, Bologna, Parma, Padova e Pune City
Carreira como jogador: Bologna (duas vezes), Modena (duas vezes), Sambenedettese e Avellino
Nota como técnico: 5
Nota como jogador: 6
Média: 5,5

Ter destaque no altíssimo nível do futebol italiano nas décadas de 1970 e 1980 era difícil. Colomba foi um dos jogadores que conseguiram isso atuando por equipes distantes dos grandes centros, como Bologna e Avellino. Líder em campo, o meia mostrava muita qualidade no passe e era o responsável pela saída de bola, ficando entre os melhores na posição na Serie A. Vale lembrar também que ele foi suspenso em 1980 por participação no escândalo Totonero e que foi campeão da Coppa Italia com o Bologna e, já no fim da carreira, da Serie C1 pelo Modena. Como treinador, o toscano teve muitos trabalhos ruins e se destacou principalmente na Reggina, clube pelo qual conseguiu acessos à Serie A e permanência na elite. Entre 2009 e 2012 o ex-meia teve seus melhores momentos na Emília-Romanha, fazendo Bologna e Parma jogarem um futebol competitivo.

Angelo Gregucci

Idade: 51 (nascido em 1964)
Emprego atual: Alessandria
Carreira como técnico: Reggiana, Viterbese, Legnano, Venezia, Salernitana (duas vezes), Lecce, Vicenza, Atalanta, Sassuolo, Reggina, Casertana e Alessandria
Carreira como jogador: Taranto, Alessandria, Lazio, Torino e Reggiana
Nota como técnico: 5
Nota como jogador: 6
Média: 5,5

Gregucci (ao centro) foi um zagueiro técnico e bom no jogo aéreo. Após quatro anos jogando a quarta divisão pela Alessandria, ele chegou à Lazio em uma época em que o time estava na Serie B e, nos sete anos pelo clube, conseguiu chegar até a seleção italiana. Após a aposentadoria, Gregucci teve uma série de trabalhos ruins e só em 2013, depois de ter sido auxiliar de Mancini no Manchester City, evoluiu: venceu a Coppa Italia da Lega Pro pela Salernitana e, em 2015-16, voltou à Alessandria, para alcançar destaque nacional: além da briga por uma vaga na Serie B, o treinador levou os grigi às semifinais da Coppa Italia. Na competição, a Alessandria passou por Palermo e Genoa e caiu contra o Milan.

Luigi Di Biagio

Idade: 44 (nascido em 1971)
Emprego atual: Itália sub-21
Carreira como técnico: Itália sub-20 e Itália sub-21
Carreira como jogador: Lazio, Monza, Foggia, Roma, Inter, Brescia e Ascoli
Nota como técnico: 4,5
Nota como jogador: 6,5
Média: 5,5

Com 31 passagens pela seleção italiana e participação em duas Copas do Mundo e uma Eurocopa, Di Biagio foi um dos melhores volantes dos anos 1990 e início dos anos 2000. Em suas passagens por Foggia, Roma e Inter, se destacou pelo poder de marcação, qualidade nos passes e chutes potentes de fora da área. Como técnico ele trabalha, até hoje, apenas com jovens: na categoria de base de clubes romanos e, depois, nas seleções de base italianas. Pelos Azzurrini, com ótima geração, poderia estar fazendo um trabalho melhor, mas acabou eliminado na fase de grupos da Euro sub-21.

Eugenio Corini

Idade: 45 (nascido em 1970)
Emprego atual: nenhum
Carreira como técnico: Portogruaro, Crotone, Frosinone e Chievo (duas vezes)
Carreira como jogador: Brescia (duas vezes), Juventus, Sampdoria, Napoli, Piacenza, Verona, Chievo, Palermo e Torino
Nota como técnico: 4
Nota como jogador: 7
Média: 5,5

Poucos jogadores trataram a bola tão bem nos anos 1990 e 2000 quanto Corini. Regista de altíssima qualidade, ele apareceu com a camisa do Brescia e passou por Juventus e Sampdoria, mas sem explodir de vez. Envelheceu como o vinho e, com as camisas de Chievo e Palermo, mostrou futebol refinado e classe nas cobranças de falta – o meia chegou a ser convocado para a seleção italiana. Após se aposentar, aos 39 anos, seu único trabalho relevante como treinador foi à frente do Chievo, nas duas oportunidades em que livrou os burros alados do rebaixamento. Afastado do futebol há um ano e meio, ainda precisa provar que fora dos campos pode ser tão bom quanto foi como atleta.

Delio Rossi

Idade: 56 (nascido em 1960)
Emprego atual: nenhum
Carreira como técnico: Torremaggiore, Salernitana (duas vezes), Foggia, Pescara (três vezes), Genoa, Lecce, Atalanta, Lazio, Palermo (duas vezes), Fiorentina, Sampdoria e Bologna
Carreira como jogador: Forlimpopoli, Cattolica, Foggia, Vis Pesaro e Fidelis Andria
Nota como técnico: 6,5
Nota como jogador: 4
Média: 5,25

Meia de formação, Delio Rossi teve carreira pouco gloriosa como jogador, atuando apenas em equipes provincianas e passando mais tempo no Foggia, clube do qual virou torcedor. Na sua carreira como técnico, o romanholo conseguiu feitos, como o título da Serie B com a Salernitana, e emplacou boas campanhas com Lecce e Atalanta até chegar à Lazio. Passou quatro anos positivos em Roma e fez o time praticar bom futebol e conquistar uma vaga na Liga dos Campeões e uma Coppa Italia. Após deixar a capital, fez um trabalho muito bom no Palermo, levando o time à Copa Uefa e à final da copa local, mas começou a se perder em 2012, na Fiorentina, e caiu ainda mais depois que trocou socos com Ljajic.

Rolando Maran

Idade: 52 (nascido em 1963)
Emprego atual: Chievo
Carreira como técnico: Cittadella, Brescia, Bari, Triestina, Vicenza, Varese, Catania e Chievo
Carreira como jogador: Benacense Riva, Chievo, Valdagno, Carrarese e Fano
Nota como técnico: 6,5
Nota como jogador: 4
Média: 5,25

Outro que perdeu os cabelos, Maran roeu o osso das divisões inferiores e, como capitão, ajudou o Chievo a subir da Serie C2 para a Serie B. Após pendurar as chuteiras, o ex-zagueiro também começou nas divisões inferiores e chamou a atenção do Catania após quase alcançar a elite com o Varese. Na Sicília, fez os etnei jogarem um ótimo futebol e conseguirem seu recorde de pontos na Serie A, e só em 2014 voltou para sua casa, o Chievo. Desde então, tem feito o suficiente para a equipe não correr riscos – em 2014-15, os clivensi tiveram a quarta melhor defesa do campeonato.

Domenico Di Carlo

Idade: 52 (nascido em 1964)
Emprego atual: Spezia
Carreira como técnico: Mantova, Parma, Chievo (duas vezes), Sampdoria, Livorno, Cesena e Spezia
Carreira como jogador: Cassino, Treviso (duas vezes), Como, Ternana, Palermo, Vicenza, Lecce, Livorno e Südtirol
Nota como técnico: 5
Nota como jogador: 5,5
Média: 5,25

O meia central Mimmo Di Carlo estreou na Serie B apenas aos 29 anos e, na elite, aos 31. Já experiente, ajudou o Vicenza a ser campeão da Coppa Italia em 1997 e, aí, sumiu dos olhos dos grandes centros. Como treinador, também foi no Vêneto que ele teve seus melhores momentos, à frente do Chievo: conseguiu três vezes a salvezza e, com seu estilo defensivo e de compactação, chegou a ter uma das melhores defesas do campeonato. O ponto baixo da carreira do carequinha foi o fracasso à frente da Sampdoria: de classificada à Liga dos Campeões, a equipe acabou rebaixada. Di Carlo vai tentando colocar a carreira nos trilhos após um trabalho regular no Cesena e, atualmente, briga pelo acesso à elite pelo Spezia.

Gianni De Biasi

Idade: 59 (nascido em 1956)
Emprego atual: Albânia
Carreira como técnico: Pro Vasto, Carpi, Cosenza, Spal, Modena, Brescia, Torino (três vezes), Levante, Udinese e Albânia
Carreira como jogador: Treviso (duas vezes), Inter, Reggiana, Pescara, Brescia, Palermo, Vicenza e Bassano Virtus
Nota como técnico: 6
Nota como jogador: 4
Média: 5

Em sua carreira como jogador, o meia De Biasi teve passagens na Serie A por Pescara e Brescia e venceu a terceira divisão com o Palermo – além de ter sido suspenso por manipulação de resultados. Após iniciar a carreira como treinador, levou o Modena da terceira à primeira divisão e comandou o Brescia na última temporada de Baggio como profissional. O treinador vêneto também foi importante para o Torino, que comandou na volta à elite e também salvou de duas quedas para a Serie B. De Biasi comanda a seleção da Albânia desde 2011 e é um dos responsáveis pela melhor fase da história das águias, que se classificaram pela primeira vez para a Eurocopa: jogarão a edição de 2016. O italiano até ganhou título de cidadão honorário albanês pelo feito.

Edy Reja

Idade: 70 (nascido em 1945)
Emprego atual: Atalanta
Carreira como técnico: Molinella, Monselice (duas vezes), Pordenone, Pro Gorizia, Treviso, Mestre, Varese, Pescara, Cosenza, Verona, Bologna, Lecce, Brescia, Torino, Vicenza, Genoa, Catania, Cagliari, Napoli, Hajduk Split, Lazio (duas vezes) e Atalanta
Carreira como jogador: Spal, Palermo, Alessandria e Benevento
Nota como técnico: 6
Nota como jogador: 4
Média: 5

Um dos maiores globetrotters da Serie A, Reja (o quarto em pé, da esquerda para a direita, na foto acima) está na ativa desde o fim dos anos 1970 e já treinou 14 equipes com passagens pela Serie A. Ele só repetiu clube uma vez (a Lazio) e foi importante para a história recente dos romanos e também do Napoli – clube em que iniciou um ciclo vencedor. Adepto dos contra-ataques e de um 3-5-2 geralmente defensivo, o técnico de origem eslovena se dá bem em times de poucos recursos e já conseguiu quatro acessos à elite – até por isso, costuma ser opção para equipes da parte mais baixa da tabela. Como jogador, teve uma carreira modesta e mais destaque pela Spal e pelo Palermo.

Roberto Stellone

Idade: 39 (nascido em 1977)
Emprego atual: Frosinone
Carreira como técnico: Frosinone
Carreira como jogador: Lodigiani, Lucchese, Parma, Lecce, Napoli, Reggina, Genoa, Torino e Frosinone
Nota como técnico: 6
Nota como jogador: 3,5
Média: 4,75

Um namoro que nunca deu certo foi o de Stellone com a Serie A. Quando era jogador profissional, o ex-atacante marcou apenas 11 gols na elite, mas na segundona costumava ir bem. Como treinador tem apenas quatro anos de experiência e apenas um trabalho, mas também arrebentou nas divisões inferiores e levou o pequeno Frosinone, de elenco limitado, da terceira à primeira divisão – o time segue na luta pela permanência. Stellone tem mostrado potencial, mas resta saber se vai conseguir se firmar entre os principais técnicos do país.

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