Liga dos Campeões

Juve estreia com vitória e expulsão de Ronaldo; Roma leva vareio do Real Madrid

A primeira partida oficial entre Juventus e Valencia teve de quase tudo. Três pênaltis, muita tensão e até uma polêmica expulsão de Cristiano Ronaldo no primeiro tempo. Mesmo sem o seu principal jogador, a Velha Senhora fez o seu jogo contra os che e saiu da Espanha com uma vitória por 2 a 0. Um resultado importante, já que no outro confronto do grupo, o Manchester United viajou até a Suíça e fez 3 a 0 no Young Boys.

A Juventus tentou matar o jogo no Mestalla no primeiro tempo. Aos 17, Khedira teve uma chance cristalina, mas chutou por cima do gol, mesmo sem receber pressão alguma na risca da pequena área. Cinco minutos depois, a Juve fez um carnaval na área valenciana, obrigando Neto a fazer duas ótimas defesas. No rebote de uma delas, Murillo acabou cortando com a barriga o chute de Matuidi, que tinha endereço.

O zagueiro colombiano, ex-Inter, voltaria a ser decisivo aos 28. Recebeu um encontrão de Cristiano Ronaldo e desabou no chão, ocasionando uma reação do português: o craque apertou levemente a cabeça do adversário e gritou para que levantasse. O árbitro auxiliar viu e informou a Felix Brych, que decidiu expulsar, de forma bastante rigorosa, o juventino – que deixou o campo revoltado, chorando de raiva e frustração. Por causa de sua primeira expulsão na Champions League (e com a camisa da Juve), Ronaldo deve pegar dois jogos de suspensão. Dessa forma, será desfalque para o duelo contra o Manchester United, em Old Trafford.

CR7 deixou o campo chorando após sua expulsão (EPA)

Menos de 15 minutos depois de toda a confusão envolvendo CR7, a Juve teve um pênalti a seu favor. Ex-Valencia, João Cancelo recebeu na área, driblou um adversário e obrigou Neto a fazer uma defesaça. Na sobra, Dani Parejo foi tentar cortar de forma desastrada e acabou dando uma voadora no rosto do ex-companheiro de time. Seria apenas o primeiro erro gravíssimo do camisa 10 valenciano, que fez uma partida muito ruim.

Neto foi bem na cobrança de Pjanic, mas o bósnio foi ainda melhor e abriu o placar antes do intervalo. O duelo se repetiria, com o mesmo resultado seis minutos depois do descanso, quando Murillo novamente apareceu em um lance-chave da partida. O colombiano agarrou Bonucci na área e Brych viu a penalidade. Pjanic cobrou no mesmo canto e ampliou para a Velha Senhora.

Com uma vantagem tão confortável e um jogador a menos, a Juve praticamente se limitou a se defender, partindo em contra-ataques com Douglas Costa – que acabou se machucando. Influenciado pelas péssimas decisões tomadas por Parejo, que errou quase tudo em campo, o Valencia não penetrava na defesa bianconera: tinha muitos chutes bloqueados e errava no último passe. Batshuayi, muito egoísta, também errava muito.

Nos 15 minutos finais, o Valencia de Marcelino aumentou o ritmo, tentando pelo menos diminuir a desvantagem. Num arco de menos de três minutos, os morcegos conseguiram uma cabeçada por cima do gol e um chute perigoso de Soler – além de ter havido uma gravata de Bonucci em Gabriel Paulista, que poderia ter resultado em pênalti. Bonucci errou novamente nos acréscimos, quando marcou a bola e permitiu que Rodrigo cabeceasse dentro da pequena área. Antes do fim do jogo ainda houve tempo para Rugani cometer pênalti no zagueiro brasileiro, mas Parejo atrasou para Szczesny.

Roma não foi páreo para o Real Madrid no Bernabéu (LaPresse)

Real Madrid demais, Roma de menos

Nos últimos cinco anos, o Real Madrid ganhou quatro vezes a Champions League. No mesmo período, a Roma participou da competição quatro vezes, obtendo destaque apenas em 2017-18. Este é o tamanho do abismo entre merengues e giallorossi, que foi ratificado pelas atuações das equipes no 3 a 0 aplicado pelo Real Madrid no Santiago Bernabéu.

Nas 10 vezes anteriores que havia enfrentado o Real Madrid, a Roma só não foi vazada em uma ocasião. O time italiano foi bombardeado, mas resistiu à pressão por quase toda a etapa inicial. O primeiro madridista só aconteceu mesmo aos 45, quando Isco aproveitou uma falta na meia-lua. Com perfeição, tirou o peso da bola e não deu chance a Olsen.

Na segunda etapa, a Roma ameaçou com um chute de Ünder, bem defendido por Navas, mas o Real respondeu: Bale acertou o travessão e, minutos depois, recebeu um passe açucarado de Modric e concluiu o contra-ataque com uma finalização indefensável. Com a desvantagem, ao longo de 15 minutos Di Francesco sacou o garoto Zaniolo, que não estreou bem pelo time romano, El Shaarawy e Perotti para colocar Pellegrini, Perotti e Schick.

Na prática, a Roma passou para um 4-4-2 que virava 4-2-4 na fase ofensiva, mas o checo entrou muito desligado no jogo e não conseguiu aproveitar as chances criadas. O Real Madrid, sim, com uma bomba de Mariano Díaz já nos acréscimos. Os merengues só não chegaram ao terceiro gol antes por causa de Olsen, que fez bela defesa em chute forte de Kroos e se opôs a Asensio, que fez linda jogada dentro da área, mas finalizou fraco.

Não somar pontos na Espanha certamente estava na conta da Roma, que contou com um resultado positivo no outro jogo do grupo. Viktoria Plzen e CSKA Moscou empataram por 2 a 2 e, como nenhum dos times abriu grande vantagem, a equipe de Di Francesco não tem motivos para se sentir pressionada.

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