Liga Europa

Em dia de derrotas italianas na Liga Europa, Napoli avança e Inter fica pelo caminho

Nos duelos de volta das oitavas de final da Liga Europa, Napoli e Inter compartilharam o resultado, mas não o mesmo destino. A dupla italiana jogou mal e perdeu, mas só os azzurri da Campânia podiam se dar ao luxo de tropeçar. O 3 a 1 aplicado pelo Red Bull Salzburg serviu de alerta, mas não foi suficiente para tirar os napolitanos da briga pelo título. A Beneamata, por sua vez, perdeu por 1 a 0 para o Eintracht Frankfurt, em San Siro, e mais uma vez não superou as oitavas.

O Napoli viajou até a Áustria com a segurança de resultado sólido construído em seus domínios. O 3 a 0 no San Paolo deixou a equipe de Ancelotti em situação muito cômoda, ainda que os donos da casa tenham ensaiado uma pressão inicial, atacando bastante pelo setor direito. A vantagem, que já era boa, se tornou excepcional logo aos 14 minutos da primeira etapa.

Mário Rui recuperou a posse de bola em campo ofensivo, e tocou para Zielinski, que lhe devolveu em condições de cruzar. O português mandou a bola em direção à área do Salzburg e, após desvio da zaga, Milik ficou em condições para emendar voleio e abrir o placar. O gol na casa do rival praticamente garantia a classificação, visto que os austríacos precisariam de cinco gols para sacramentar a reviravolta.

Tendo Zielinski como referência criativa, partindo da ponta esquerda para o centro do campo, o Napoli controlava bem a partida, diante de um Salzburg nervoso, que precipitava as jogadas. Contudo, aos 25 minutos de jogo Allan errou um passe simples, Szoboszlai roubou a bola e tocou para Dabbur, que deixou o zagueirão Chiriches sentado no chão e empatou a partida.

O primeiro tempo, entretanto, seguiu em ritmo lento, com os mandantes sabendo que a missão era quase impossível. Essa dinâmica só viria a mudar quando o treinador Marco Rose colocou Gulbrandsen em campo e viu o atacante norueguês revolucionar o panorama ofensivo de sua equipe. Muito ativo, somando ações de um contra um pelo lado direito, o jogador foi premiado com o gol da virada, após nova roubada de bola de Szoboszlai. O jovem húngaro abriu na esquerda para Ulmer cruzar e Gulbrandsen, de carrinho, virar a partida.

Com mais 25 minutos por jogar e precisando de três gols, não restava outra alternativa ao Salzburg que não se lançar ao ataque, em busca do milagre. Ancelotti trocou Zielinski por Diawara, numa mexida que buscava controlar o meio campo e ter um bom lançador para os contra-ataques, o que acabou não funcionando muito.

Com o time partenopeo desconcentrado e cometendo muitos erros defensivos, o jogo acabou ficando perigoso. Dabbur quase marcou um golaço de voleio quando faltavam pouco mais de 10 minutos para o final e Leitgeb aumentou a vantagem dos austríacos já nos acréscimos do segundo tempo, após bate-rebate na área.

Já era tarde demais para os touros vermelhos, que não conseguiram uma nova virada impactante contra time italiano – nas quartas de final da última Europa League, conseguiram a reviravolta sobre a Lazio. O jogo ficou mesmo no 3 a 1 e o Napoli avançou para as quartas, mas fica o alerta de que nesse tipo de competição é preciso estar sempre concentrado e focado. Não fossem as defesas importantes de Meret nos 10 minutos finais da partida de ida, o time de Ancelotti poderia estar sentindo o amargor da eliminação neste momento.

Uma Inter em frangalhos teve sua pior exibição na temporada e perdeu para o Eintracht Frankfurt (AP)

No San Siro, uma equipe completamente esfacelada da Inter recebeu o Frankfurt para decidir quem avançaria até a próxima fase da competição. Jogando com D’Ambrosio como lateral-direito, Cédric do lado oposto e Keita como centroavante, o time de Spalletti entrou em campo completamente perdido.

Logo aos 2 minutos de jogo, a Beneamata quase sofreu o primeiro gol da partida. Handanovic pegou a finalização de Kostic e, no rebote, Haller mandou no travessão. Três minutos depois, entretanto, não houve escapatória: depois do erro de De Vrij na saída de bola, o artilheiro Jovic invadiu a área e tocou com categoria por cima do goleiro esloveno. Ao abrir o placar, o Eintracht obrigava que os nerazzurri virassem a partida para seguir em frente.

Sem Brozovic para organizar o jogo e ditar o ritmo ofensivo da equipe, a Inter não conseguia nenhuma continuidade em campo ofensivo e perdia uma bola atrás da outra em tentativas de jogo direto com Keita. O meia croata até ficou à disposição no banco de reservas, mas não tinha realmente condições de jogo – tanto é que Spalletti colocou dois garotos da base em campo na segunda etapa. Sem opções e variações, restaram os habituais cruzamentos de Candreva, que como sempre tiveram pouca eficácia.

Do outro lado, porém, o Frankfurt continuava muito ligado na partida e só não aumentou a vantagem no primeiro tempo graças a uma partida muito segura de Handanovic. O novo capitão da Inter, inclusive, continuou fazendo defesas importantíssimas na etapa final, até mesmo quando já não havia mais tempo para que o seu time virasse.

Até chegar ao irreversível, porém, Spalletti continuou a cometer erros – como o da escalação. O toscano resolveu não fazer nenhuma mudança de peças na volta do intervalo e apenas trocou seus laterais de lado, corrigindo um problema que ele mesmo criou, mas que acabou somente por limitar um pouco os ataques laterais dos alas alemães.

Com 17 minutos do segundo tempo, finalmente veio a primeira troca nos donos da casa, com Rannochia entrando no lugar de Cédric. O zagueiro atuou como atacante em partidas anteriores com Spalletti, mas isso não aconteceu hoje: o camisa 13 foi mesmo jogar na zaga, Skriniar virou primeiro volante e Vecino foi avançado para, no jogo aéreo, tentar finalizar os cruzamentos de Politano, Candreva e Perisic.

Nenhuma chance de real perigo foi criada, o Eintracht Frankfurt também se acomodou vendo o rival agonizando e o jogo ficou bem ruim. Spalletti ainda lançou a campo Esposito e Merola, dois meninos da Primavera do clube, que pouco conseguiram fazer. Nos contra-ataques, Handanovic fazia a sua parte e mantinha a Inter respirando por aparelhos. O líder da equipe, porém, não pode apagar a eliminação – obtida no pior jogo nerazzurro na temporada – e mais um vexame internacional na história recente do clube.

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