Liga das Nações Seleção italiana

A Itália encerrou a temporada com vitória sobre a Holanda e terceiro lugar na Nations League

Disputas de terceiro lugar são partidas que, via de regra, ninguém deseja jogar. No caso da pouco valorizada Nations League, então, este sentimento ganha uma nova escala. Em clima de fim de festa, a Itália foi relegada a cumprir esta obrigação após ser derrotada pela Espanha nas semifinais do torneio e, ao menos se despediu da competição – e da temporada 2022-23 – com uma boa vitória sobre a Holanda, anfitriã do Final Four: fez 3 a 2 sobre a Oranje, em Enschede.

Dona da casa, a Holanda esperava não pisar no gramado do estádio De Grolsch Veste em junho. Porém, o time de Ronald Koeman perdeu para a Croácia no De Kuip, em Roterdã, e não pode continuar na cidade portuária. Transferida a Enschede, a Oranje quase repetiu a escalação das semifinais na expectativa de amenizar a decepção naquela partida: 10 dos 11 selecionados pelo técnico haviam iniciado a peleja contra os xadrezes, sendo Lang a única novidade. Do outro lado, Roberto Mancini optou por rodar o elenco e dar chances a algumas peças. Uma delas foi o zagueiro Buongiorno, que estreou pela Nazionale.

As mudanças não fizeram mal à Itália, que abriu o placar logo no início do jogo – contra a Espanha, vale lembrar, saiu atrás com 3 minutos e empatou aos 11. Aos 6, Frattesi levantou na área, Retegui errou a tentativa de bicicleta, mas Raspadori ficou com a bola e só rolou, de calcanhar, para Dimarco encher o pé e estufar as redes. Desde outubro de 2019, contra Liechtenstein, a Nazionale não marcava tão cedo.

Atacar o lado direito da retaguarda holandesa foi a chave para o triunfo da Itália. O setor, além de mal defendido por Dumfries e Geertruida, era a síntese da desorganização geral do time laranja – que, veja só a ironia, é treinado por Koeman, um dos maiores zagueiros da história do futebol europeu. O segundo gol italiano também saiu por ali.

Com um gol e uma assistência, Frattesi foi um dos destaques da vitória da Itália sobre a Holanda (ANP/AFP/Getty)

Aos 20 minutos, Buongiorno descolou belo lançamento para Dimarco, que aproveitou espaço deixado por seu colega de Inter e passou para Raspadori, na entrada da área. A jogada continuou e, após Gnonto ser travado por De Jong, a bola sobrou para Frattesi anotar. Hábil em pisar na área para finalizar, o meia do Sassuolo já havia balançado as redes da Espanha, mas teve o gol anulado por impedimento. Dessa vez, Geertruida lhe dava condição.

Com o jogo bem encaminhado, a Itália ficou confortável em deixar a Holanda estabelecer uma posse de bola estéril – e, inclusive, a Nazionale quase marcou mais uma vez com Dimarco, aos 27 minutos, com um chute potente que passou por cima do travessão da meta guardada por Bijlow. Os neerlandeses só assustaram aos 40, quando retomaram a pelota na saída de bola dos azzurri. Uma rápida troca de passes pegou defesa visitante desarrumada, mas Gakpo mandou para fora na tentativa de colocar no canto.

Muito insatisfeito com a sua equipe, Koeman voltou do intervalo com três mudanças – saíram Geertruida, Lang e Malen; entraram Wijnaldum, Weghorst e Bergwijn. Mais ofensiva, a Holanda logo levou perigo após Gakpo receber lançamento de Van Dijk e finalizar de maneira central, parando em Donnarumma. A Oranje começou a ameaçar mais frequentemente, mas só melhorou mesmo depois que Koopmeiners substituiu Simons. Assim, marcou aos 68 minutos, após o corte parcial de Verratti num levantamento sobrar para Bergwjin: o ponta dominou, driblou Dimarco e bateu para diminuir.

No segundo tempo, Chiesa aproveitou passe de Frattesi e falha de Van Dijk para anotar o terceiro da Itália (AFP/Getty)

O gol não abalou a Itália, que nem permitiu à Holanda pensar em reação. Os laranjas foram com tudo para o ataque, deixaram a defesa ainda mais bagunçada e a Nazionale não se furtou a explorar o mesmo setor que havia lhe permitido chegar aos dois primeiros tentos.

Aos 72 minutos, Dumfries tentou avançar com velocidade, mas foi desarmado por Dimarco. Na sequência, Frattesi logo acionou Chiesa, que atacava o espaço deixado pelo lateral-direito. Ninguém cobriu a subida do interista e o juventino ainda foi mal combatido por Van Dijk, que lhe deu uma enorme brecha para concluir de canhota e marcar, mesmo com um chute fraco.

No finalzinho, o jogo se acendeu. A Holanda chegou a balançar as redes numa jogada de falta ensaiada muito parecida com a que levou para a prorrogação a partida contra a Argentina, nas quartas da Copa do Mundo de 2022, mas Weghorst estava impedido dessa vez. Já aos 89, uma troca de passes da Oranje envolveu a defesa italiana e Wijnaldum bateu no alto, diminuindo o placar. Ainda houve tempo para Pellegrini desperdiçar, de forma inacreditável, um contragolpe da Nazionale.

O triunfo por 3 a 2, construído do jeito que foi, amenizou as críticas recebidas por Mancini nos últimos dias: analistas o veem desestimulado no comando da Itália. Por outro lado, a data Fifa mostrou que o treinador deve seguir no caminho da renovação e oferecer mais concorrência aos senadores do grupo. Frattesi e Raspadori, por exemplo, podem ser mais utilizados.

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