Excelente atacante com faro de gol, negro, embasamento político, craque do Milan. As palavras-chaves poderiam muito bem definir Ruud Gullit, mas se referem também a George Weah. O liberiano chegou ao Milan na metade da década de 1990 e, jogando pelo rossonero, foi o único jogador africano a ser eleito o melhor do mundo.
Weah cresceu ao lado dos avós. Era um aluno aplicado, apesar de saber do talento para jogar futebol. O menino de 15 anos entrou para o Young Survivors Clareton enquanto trabalhava em uma empresa de telecomunicações. O primeiro contrato profissional do jovem atleta foi proposto pelo Mighty Barrolle, time da cidade de Buchanan, no litoral da Libéria. O saldo foi positivo: sete gols em dez partidas. Em menos de dois anos, Weah já havia passado pelo Invincible Eleven, Africa Sports e Tonnerre Yaoundé, de Camarões, marcando gols e conquistando títulos e prêmios individuais.
A mudança para a Europa aconteceu em 1988. O motivo tem nome e sobrenome: Arsène Wenger. Técnico do Monaco há apenas uma temporada, o francês conquistou o campeonato nacional na época de estreia. Para reforçar o time campeão, Wenger quis a aquisição daquele tal de Weah, que sua rede de olheiros havia observado na África.
Parte da história que construiu no continente negro foi repetida em terras napoleônicas, e o liberiano marcou seus gols e conquistou apenas um título no Principado. Em 1992, transferiu-se para o rico Paris Saint-Germain, de Raí e Ricardo Gomes, e ajudou os parisienses a conquistar quatro canecos quando ficou na capital, entre 1992 e 1995.
Depois de fazer história no melhor momento da história do PSG, Weah seguiu os passos de Abedi Pelé, outro dos maiores jogadores africanos de todos os tempos, que estava na Itália há um ano, no Torino. A Bota entrou na vida do liberiano quando ele tinha 30 anos.
Na temporada de estreia em Milão, o “Diamante Negro” ou “Rei Leão”, como era chamado, conquistou o scudetto, a Bola de Ouro (o atacante foi o primeiro africano a vencer o prêmio da France Football) e o troféu de melhor jogador do mundo pela Fifa. Substituindo Gullit, o atacante dotado de excelente forma física, velocidade e técnica, foi um dos protagonistas do título italiano ao lado de Baggio, Desailly e Albertini. Ele marcou onze gols dos 60 da Serie A 1995-96 – um dos mais bonitos foi na vitória por 1 a 0 sobre a Lazio.
A temporada seguinte já não foi boa para o coletivo. O Milan de Óscar Tabárez decepcionou – tanto que o uruguaio acabou substituído por Arrigo Sacchi – e ficou em 11º lugar na tabela do campeonato nacional. Mesmo assim, Weah balançou a rede em mais treze oportunidades. Esta foi a melhor época do liberiano, se contar apenas os números individuais. O gol marcado nos 4 a 1 contra o Verona foi um dos mais belos da história da Serie A.
A adoração pelo atacante veio mesmo em 1998-99, com a conquista de mais um scudetto rossonero. Na primeira temporada de Alberto Zaccheroni, o diretor Silvano Ramaccioni trouxe Thomas Helveg e Oliver Bierhoff, dois jogadores de suma importância. No 3-4-3, Weah era titularíssimo ao lado do gigante alemão e de Zvonimir Boban ou Leonardo. Todos eram bem auxiliados por Helveg, Albertini, Ambrosini e Guglielminpietro. O título foi alcançado no centenário do clube e o atacante da Libéria praticamente concluía sua prolífica passagem em Milão.
Com uma idade mais avançada, o Milan sinalizou uma possível saída de Weah, no meio da temporada seguinte. E, assim, em janeiro de 2000, ele foi repassado por empréstimo ao Chelsea de Gianluca Vialli e, ao fim da temporada, foi vendido ao Manchester City. Em Manchester, Weah se tornou desafeto do treinador Joe Royle por ser substituído com freqüência e foi novamente vendido, desta vez retornando à França para atuar pelo Olympique de Marseille.
O jogador ainda passou pelo Al-Jazira e quase levou a Libéria, da qual também era treinador e principal financiador, à Copa do Mundo de 2002. Nas Eliminatórias, sua seleção ficou apenas um ponto atrás da Nigéria e Weah não conseguiu sair da lista de grandes jogadores que nunca participaram de um Mundial. Em 2003, se aposentou, aos 37 anos.
George se casou com uma norte-americana e, por muito tempo, viveu nos Estados Unidos. Lá, nasceram seus dois filhos mais famosos: George Jr., e Timothy. O primeiro chegou a jogar nas categorias de base do Milan e pela seleção sub-20 dos Estados Unidos, mas não obteve sucesso na carreira como atleta. O segundo, decolou. Tim atuou por times importantes, como PSG, Celtic, Lille e Juventus, rival de Weah em seus tempos de atleta – além disso, o ponta é uma das principais peças do USMNT.
Fora das quatro linhas, George Weah sempre foi reconhecido por realizar um trabalho humanitário. Ele mantém uma fundação que cuida de crianças em seu país natal, vitimado por uma guerra civil durante as décadas de 1990 e 2000. Weah se candidatou à presidência da Libéria em 2005, mas não foi eleito. Depois, se tornou senador do país e, em 2017, sim, conseguiu se tornar chefe de estado – não conseguindo a reeleição em 2024, contudo.
George Tawlon Manneh Oppong Ousman Weah
Nascimento: 1º de outubro de 1966, em Monrovia, Libéria
Posição: atacante
Clubes: Mighty Barrolle (1985-86), Invincible Eleven (1986-87), Africa Sports (1987), Tonnerre Yaoundé (1987-88), Monaco (1988-92), Paris Saint-Germain (1992-95), Milan (1995-2000), Chelsea (2000), Manchester City (2000), Olympique de Marseille (2000-01) e Al-Jazira (2001-03)
Títulos: Campeonato Liberiano (1986 e 1987), Copa da Libéria (1986 e 1987), Campeonato Camaronês (1988), Copa da França (1991, 1993 e 1995), Campeonato Francês (1994), Copa da Liga Francesa (1995), Serie A (1996 e 1999) e Copa da Inglaterra (2000)
Seleção liberiana: 74 jogos e 18 gols
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