Liga dos Campeões

O enorme volume de jogo do Napoli colocou o Nice nas cordas na LC

Favoritismo confirmado. No duelo entre um Napoli em grande forma e um Nice que ainda não encontrou o caminho das vitórias em 2017-18, os italianos levaram a melhor – e com facilidade. O 2 a 0 é uma excelente vantagem que os napolitanos carregam para a partida de volta dos play-offs da Liga dos Campeões, que será disputada na próxima semana, na França. Ainda assim, há motivos para reclamar: o placar poderia ter sido ainda mais dilatado, já que a equipe de Sarri produziu muito, mas pecou nas finalizações.

Em um San Paolo pulsante, com mais de 50 mil azzurri presentes, quase não houve chances para que os jogadores do Nice pudessem respirar. Sem o estímulo de seus torcedores – vetados por confrontos com organizadas do Napoli, que culminaram nas partidas de torcida única –, os jogadores rubro-negros foram infernizados por Mertens e Insigne, os melhores em campo. Favre optou por um 5-3-2, mas não colheu bons frutos: apesar do esquema aparentemente cauteloso, a linha defensiva do Nice deu muito espaço em seu costado. Prato cheio para que os passes rápidos e lançamentos em profundidade característicos da filosofia de Sarri aparecessem em profusão.

Toda a partida foi disputada em ritmo frenético, desde o início do primeiro tempo. Em ótima forma, Mertens quase marcou de cabeça, de bicicleta e após dar uma caneta num adversário. O belga, no entanto, só anotou uma vez, aos 13 minutos de jogo: recebeu lançamento de Insigne nas costas da defesa e, em velocidade, cortou o goleiro Cardinale antes de empurrar, com classe, para o fundo das redes. Koziello e Saint-Maximin – o único niçois que fez boa partida – até ameaçaram Reina, mas foi só. O ótimo regista Seri fez partida bastante apagada e sucumbiu à marcação alta napolitana; de Allan, em especial.

Durante toda a partida, Insigne travou um duelo com o goleiro Cardinale. O francês de origem italiana evitou três gols do camisa 24, mas quase colaborou em outro momento: soltou chute de Mertens, desviado na defesa, mas o atacante napolitano não conseguiu aproveitar o rebote. Para sua sorte, estava impedido.

O volume de jogo do Napoli deixou a defesa da equipe da Riviera Francesa nocauteada. O lance mais ilustrativo deste estado de torpor aconteceu na reta final da partida. Allan se antecipou a Koziello, roubou-lhe a bola na intermediária e avançou com velocidade; depois, o brasileiro só ajeitou para Mertens chutar para fora, desde a entrada da área. Milik, já no apagar das luzes, ainda deixaria a pelota passar por baixo de seus pés, dentro da pequena área, e perderia mais uma incrível chance. Somente da marca do pênalti é que os azzurri anotariam, com Jorginho, aos 25 da segunda etapa. O ítalo-brasileiro converteu infração claríssima de Jallet sobre Mertens.

Ainda houve tempo para que o Nice perdesse dois jogadores para a partida de volta, que acontecerá na próxima terça, no Allianz Riviera. Koziello, por falta dura em Zielinski, e Pléa, por reclamação, deixaram o OGC com nove no espaço de alguns segundos. Os dois desfalcarão a equipe, que irá para o tudo ou nada e poderá antecipar a estreia de Sneijder e o retorno do lesionado Balotelli – ambos indisponíveis para a viagem a Nápoles.

Sarri e companhia não precisarão de muito para confirmarem mais uma participação na fase de grupos da Uefa Champions League. Como a equipe não muda sua forma de jogar quando atua fora de casa, a promessa é de nova pressão sobre os franceses, mas com melhor aproveitamento nas finalizações – conhecendo o nível de exigência do técnico, os treinos desta semana em Castelvolturno terão muito tempo destinado aos chutes a gol. Vale lembrar que um simples tento obriga o Nice, que ainda não ganhou de ninguém na temporada, a marcar pelo menos quatro gols e vencer por três de vantagem para avançar na competição.

Napoli 2-0 Nice

Napoli: Reina; Hysaj, Albiol, Koulibaly, Ghoulam; Allan (Rog), Jorginho, Hamsík (Zielinski); Callejón, Mertens (Milik), Insigne. Técnico: Maurizio Sarri.

Nice: Cardinale; Jallet (Burner), Souquet, Dante, La Marchand, Sarr (Boscagli); Koziello, Seri; Lees-Melou, Pléa, Saint-Maximin (Walter). Técnico: Lucien Favre.

Gols: Mertens e Jorginho (pênalti).
Cartões vermelhos: Koziello e Pléa (Nice).
Local: estádio San Paolo, em Nápoles, Itália.
Árbitro: Szymon Marciniak (Polônia)

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