A campanha
8ª colocação. 17 jogos, 25 pontos. 7 vitórias, 4 empates, 6 derrotas. 18 gols marcados, 20 sofridos.
O time-base
Bizzarri; Silvestre, Terlizzi, Silvestri, Sabato (Sardo); Izco, Biagianti, Carboni, Tedesco; Paolucci (Martínez), Mascara.
O comandante
Walter Zenga. Depois de decepcionar como técnico em Romênia, Turquia, Emirados Árabes e Sérvia, ninguém esperava muito do ex-goleiro da Inter. Mas Zenga chegou ao Catania em abril, salvou os etnei de um iminente rebaixamento e teve seu contrato renovado. Começou 2008-09 com uma sequêntcia fenomenal: nos cinco primeiros jogos, três vitórias, um empate contra a Juventus e uma derrota para a Inter. Nessa última, o Catania partiu na frente até levar a virada com dois gols contra. Zenga é ousado e muda o time ainda no primeiro tempo, se necessário, não se prendendo a algum módulo tático. Izco, por exemplo, já jogou de lateral, meia e atacante. Tirando Bizzarri, Ledesma e Mascara, ninguém tem titularidade fixa. Ganha o torcedor, que pela primeira vez em muito tempo pode sonhar em não assistir à reta final de um cavalo paraguaio. E o público como um todo, com um futebol legal de se assistir.
O herói
Albano Bizzarri. Depois de um ótimo começo no Racing de Avellaneda, que o levou ao Real Madrid, a carreira de Bizzarri parecia destinada ao ocaso. O goleiro argentino chegou ao Catania no início da última temporada, mas passou grande parte dela com problemas familiares em seu país ou no banco do insosso Polito. Com a saída de Silvio Baldini, Bizzarri ganhou espaço por alguém que entende do traçado e foi efetivado como titular por Walter Zenga. A escolha mostrou-se acertada e, mantendo a forma, o argentino é forte candidato a melhor goleiro da Serie A. Também vale citar Giuseppe Mascara, sempre efetivo com a 7 do Catania. Contra o Torino, marcou sua primeira tripletta na Serie A – um dos gols, de falta, que ganhou repercussão internacional por Plasmati ter abaixado o calção para desviar a atenção do goleiro Sereni.
O vilão
Nicolae Dica. Um dos grandes ídolos da história recente do Steaua Bucareste, o romeno chegou com pinta de craque ao Angelo Massimino. Com experiência na seleção, recebeu um contrato de quatro anos e não demorou a marcar seu primeiro gol com a camisa do Catania, num jogo da Coppa Italia em Pádova. Mas ficou nisso. Diz-se que Dica não conseguiu se ambientar no ambiente siciliano e é fato, pelo menos, que em suas poucas chances em campo jamais conseguiu entrar no espírito do time de Zenga. Sempre disperso, não voltava para compor o combativo meio-campo e logo perdeu espaço para jogadores de mais presença como Biagianti e Carboni. Mas um novo “vilão” deve ser escolhido em julho, já que RonalDica não passa de janeiro.
A perspectiva
Vaga na Liga Europa, ex-Copa da Uefa. Os últimos três anos transformaram em tradição um Catania de bom início e posterior queda. Depois de sete jogos na atual temporada, o time era o segundo colocado, apenas dois pontos atrás da Inter. A partir daí o futebol diminuiu, mas a vitória maiúscula contra a Roma, na última rodada de dezembro, deu uma sobrevida ao time na tentativa de alcançar a Europa pela primeira vez. Para isso, os etnei contam com um elenco bem nivelado, que permite um turn over sem grandes perdas. O zagueiro Stovini deve retornar no fim do campeonato, voltando a formar com Terlizzi uma das melhores duplas de zaga da Serie A, ainda que pouco badalada. Na frente, espera-se mais de Martínez, que depois do grande início na temporada anterior, vem numa assombrosa queda de rendimento. Mas sua opacidade está sendo bem quebrada por dois jovens que vingaram, finalmente: Paolucci e Morimoto, após alguns anos de indefinição, finalmente mostram porque são dignos de aposta.