Numa seleção italiana pouco confiável, Buffon é o cara. Hoje, qualquer expectativa de boa
campanha preza pela boa fase do goleiro na disputa da África do Sul (Uefa)
Se o continente africano tradicionalmente tem dificuldades para lapidar goleiros, ao menos pode se vangloriar de ter formado aquele que, há pelo menos uma década, é sempre tido como um dos três melhores do mundo: Gianluigi Buffon. Quando começou a carreira nas bases de times de sua cidade natal, Carrara, o pequeno Buffon era meio-campista. Só decidiu se tornar goleiro depois de ver o camaronês Thomas N’Kono defender sua seleção na Copa de 1990, na Itália. Assim, começou a treinar na posição pouco depois que chegou ao Parma, com 14 anos. Na época, os três arqueiros gialloblù estavam lesionados e bastou duas semanas para se tornar titular na categoria. Não poderia ser diferente, olhando para a linhagem da família: os pais eram campeões de arremesso de peso, um tio materno tinha passagens na seleção de basquete e duas irmãs se arriscavam no vôlei.
Não demorou para que estreasse na Serie A. E o fez sob o comando de Nevio Scala, somente com 17 anos, aproveitando-se de uma lesão do titular Bucci. O começo não poderia ter sido melhor. Num ano dominado por Milan e Juventus, as primeiras partidas de Buffon foram contra os líderes do campeonato, no fim de novembro de 1995. Contra os rossoneri de Weah e Baggio, empate em 0 a 0. Contra os bianconeri, segurou o empate em 1 a 1, apesar do gol sofrido por Ferrara. Na temproada seguinte, já colocaria seus pés pela primeira vez em campos europeus, num confronto contra o Vitória de Guimarães, pela Copa da Uefa. Com a confiança do recém-chegado Carlo Ancellotti, Buffon barrou Bucci logo nas primeiras rodadas do campeonato e viu o concorrente ser emprestado ao Perugia. No fim de 1997, estreava na Nazionale substituindo um lesionado Pagliuca na repescagem das eliminatórias para a Copa da França. Antes disso, já havia deixado sua marca na base da seleção, com a vitória do Europeu Sub-21, um ano antes.
Com a camisa do Parma, venceu uma Copa da Uefa, uma Coppa Italia e uma Supercoppa Italiana, todas em 1999. Naquele ano, também se confirmaria como titular na seleção, sob o comando de Dino Zoff. Manteve o bom nível em todas as frentes até 2001, se despedindo dos ducali com apenas 159 gols sofridos em 168 partidas de Serie A. No verão daquele ano, chegou à Juventus por uma cifra recorde, cerca de 54 milhões de euros. Após um começo complicado na Velha Senhora, coroou sua ótima recuperação com um scudetto vencido na última rodada sobre a Inter. Na temporada seguinte, já indiscutível e pela primeira vez considerado o melhor do mundo na posição, conquistou outro scudetto e perdeu nos pênaltis a final da Liga dos Campeões, em 2003, quando foi premiado como melhor jogador da competição. Premiação justa para quem parou um pênalti de Figo na semifinal contra o Real Madrid e ainda duas cobranças do Milan na final em que Dida pegou três.
Em 2003-04, realizou seu pior ano na Juve, sofrendo 48 gols em 39 jogos. Num time instável, eliminado nas oitavas-de-final da Liga dos Campeões e que terminou a Serie A na terceira posição, bem atrás do campeão Milan, Buffon não conseguiu brilhar. No fim da temporada, a eliminação da Itália na primeira fase da Eurocopa o faz encerrar de forma melancólica. Se recuperou com Fabio Capello conquistando o terceiro e o quarto scudetti da carreira, posteriormente revogados. No último, disputou apenas o segundo turno, depois de passar três meses parado em decorrência de uma lesão após divivida com Kaká, num amistoso. Com as investigações do calciopoli, que rebaixaram a Juventus à Serie B, Buffon chegou a negociar com o Milan, mas permaneceu para disputar a segunda divisão, onde dividiu as grandes defesas com partidas de total desatenção. Hoje, apesar de um problema no joelho esquerdo que o tirou de campo por quase dez jogos da Serie A, é um dos poucos pilares bianconeri que ainda estão de pé.
Pela seleção italiana, disputará na África do Sul sua quarta Copa do Mundo, a terceira como titular. Em 2002, com Giovanni Trapattoni, defendeu um pênalti de Ahn Jung-Hwan nas oitavas-de-final contra a anfitriã Coreia do Sul, mas sofreu um gol do mesmo atacante na prorrogação da partida que eliminou a Itália naquece ano. Na campanha do título de 2006, agora com Marcello Lippi, beirou a perfeição e só levou dois gols: um de Zaccardo, contra, no empate com os Estados Unidos, e um de Zidane, num pênalti que ainda raspou a trave, já na final, mantendo uma invencibilidade de 458 minutos. Ao final do torneio, foi premiado como melhor goleiro do certame. Com o retorno de Lippi, foi vazado cinco vezes em três partidas da Copa das Confederações em que a Itália acabou eliminada. Ainda assim, é uma das raras certezas entre os que vestirão azzurro a partir de 11 de junho.
Gianluigi Buffon
Nascimento: 28 de janeiro de 1978, em Carrara
Posição: goleiro
Clubes: Parma (1995-2001), Juventus (2001-hoje)
Seleção italiana: 100 jogos, 17 gols
Títulos: 2 Serie A (2002, 03), 1 Serie B (2007), 1 Coppa Italia (1999), 3 Supercoppa (1999, 2002, 03), 1 Copa da Uefa (1999), 1 Europeu Sub-21 (1996), 1 Copa do Mundo (2006)
Apesar de atualmente o melhor goleiro em atividade ser o Julio cesar!
Meu idolo no gol desde q acompanho futebol é o Buffon e sempre vai ser o Buffon, pra mim ele ainda é o melhor!
Pra mim a Italia, sera mto coadjuvante nessa copa…espero estar enganada, mas pra mim se tiver um desastre, não sera pior devido a ele!!!
Lorenzo Buffon, guarda-redes da selecção italiana no Mundial'62 não é também familiar de Gigi Buffon?
Recordo-me bastante bem das estreias de Buffon nas competições europeias e na 'nazionale'. Não era difícil perceber que se estava perante um fora de série como no futuro veio a comprovar. Pessoalmente, considero-o o melhor guarda-redes da última década.
Cumprimentos.
Pois é, dá pra dizer que são parentes… Lorenzo Buffon é primo em segundo grau do avô de Gianluigi Buffon, mas os dois foram criados juntos.
Como em linhagem direta os dois não se encontram, optei por deixar o "tio-primo-avô" do Buffon atual de fora da lista.
Abraços